[SOLO - Quest] Shōbō-shi academy.

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[SOLO - Quest] Shōbō-shi academy.
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Matusalém

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27/1/2020, 22:46

Penso que um dia de chuva é melhor aproveitado numa mesa de canto, dentro de uma casinha na floresta com a janela protegida da água e um bom chá quente, mas para alcançar meus objetivos me abstraio do prazer pessoal. Há alguns dias avistei um genin conhecido, estudante de iryou-nin, estava na recepção de nosso hospital, havia retornado de uma missão e relatava a conclusão à sua superiora.

Nenhum rastro do alvo num raio de 20 quilômetros da vila Hiromi-sama – o jovem apertava o punho direito demonstrando incômodo, seus olhos envergonhados pouco encaravam o rosto de sua suposta sensei – Cai numa armadilha de Konoha... não me preparei o suficiente para o território – a vergonha pesava em seus ombros curvados, a cada segundo seu tórax parecia mais próximo do chão – Me desculpe Hiromi-sama – nesse momento os olhos do rapaz recusavam sequer capturar imagem da mulher.

Deixe de idiotice Shin – a ninja careca deu um pontapé na orelha do jovem, que se pôs de pé e a encarou – Alguém reportou nas localidades específicas?
S-...Sim Hiromi-sama – o garoto apresentava-se de outra forma em pé, era mais alto do que parecia e sua expressão era de alívio – Kon reportou que ao sul, 30km da vila, alcançaram a Shōbō-shi academy na floresta Atsui ki, mas nenhum dos iryou-nins de lá realizaram contato ou esperavam por acadêmicos.

Não demorou mais que alguns segundos para que eu assimilasse a informação com minhas memórias, algumas vezes escutei minha mãe contar sobre o grupo de ninjas médicas que minha antepassada integrava, as Shōbō-shi. O grupo era composto por ninjas médicas de Konoha que estavam espalhadas por todo território do país do fogo, eram ninjas independentes mas atendiam ao chamado pelo bem da nação quando necessitado, assim, formavam um grupo talentoso e progressista. Pus-me a pensar durante algumas horas.

Pensando em coletar informações sobre as Shōbō-shi, desloquei-me para a biblioteca, procurei alguns instantes e não obtive sucesso. Mudei o foco da busca para algo que me levasse até a academia, não demorando mais que algumas dezenas de minutos para encontrar um pequeno e ordinário mapa do país do fogo.

O mapa parecia comum à primeira vista, não conseguia notar diferença entre esse e o meu mapa de bolso até observar ambos ao mesmo tempo; existia um pequeno símbolo no mapa da biblioteca que não no meu, o símbolo representava os iryou-nin de Konoha e se encontrava no meio de um fragmento verde, o qual coincidia com as informações geográficas passadas por Shin mais cedo “ao sul, cerca de 30 km de Konoha” e na parte lateral do desenho uma escrita ínfima dizia “Atsui ki forest”.

Mastiguei a informação até a hora de dormir, pensei em minha formação, estava planejando me tornar uma iryou-nin desde que conseguia contar insetos, fui ao hospital com esse intuito e agora que sabia sobre a existência dessa academia aparentemente formada por iryou-nins e estudantes, desejava ainda mais.

Saí da vila de madrugada enquanto a água caía fina como um véu e os ventos misturavam o cheiro da terra e das folhas; enquanto caminhava rumo Atsui ki pensei na mesa de canto e no chá quente, meu apartamento não era uma cabana no meio da floresta, mas pelo menos não chovia.

HP 225 - CH 225 - STM 0/3

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https://www.narutorpgakatsuki.net/t70322-fp-kaizen

Gestão de Fichas :

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Matusalém

28/1/2020, 14:14

Não senti pressa, estava com meus afazeres em dia e um substituto para ajudar meus pais. Caminhei num ritmo agradável aos meus pés, senti os insetos inquietos dentro de mim e culpei a chuva que os acometia, não era meu costume andar na chuva sem proteção, sempre carregava algo para me esconder, mas novamente não senti necessidade, não era necessário correr tampouco fugir da água.

Ao percorrer cerca de 15km notei que o céu tomava outra coloração, as nuvens dispersavam lentamente cedendo espaço para os primeiros sinais de luz, lentamente o cenário escuro tomou um tom amarelado, alguns pontos com um brilho tão vívido que se confundia terra com ouro. Acelerei meus passos conforme a manhã se aproximava, com o cessar da chuva alguns dos meus insetos repousavam sobre minha pele, alçavam voo ao meu redor e as vezes um ou dois se perdiam no meu passo, mas retornavam entre os arbustos.

Corri sem perceber enquanto o sol tomava conta do céu e o calor do verão se instaurava nos campos, estava cada vez mais próxima da floresta, senti medo e empolgação, afinal, não era esperada lá, ninguém me conhecia e eu não possuía indicação alguma, isso descartando o maior contraponto de todos, talvez aquela não fosse uma academia iryou-nin e nem tivesse ligação com o grupo de ninjas médicas de Yuri. Senti um frio na barriga, acontece que eu havia agido grande parte no impulso, pensei no tamanho de minha ousadia ao caminhar sozinha até agora, havia um alvo solto, um bandido talvez. Saquei uma Kunai com a mão direita e continuei a corrida, agora atenta ao meu redor, esperando qualquer sinal de meus insetos caso alguém se aproximasse.

ALTO LÁ - berrou uma voz máscula e rouca - SOU SHINOBI DA EQUIPE HIROMI DE KONOHA, IDENTIFIQUE-SE! - a voz ressoava num arbusto próximo.

Hiromi... - falei baixo - EU SOU KAIZEN, SHINOBI DO CLÃ ABURAME DE KONOHA, SOUBE ATRAVÉS DE SHIN SOBRE A ACADEMIA Shōbō-shi E ESTOU ME ENCAMINHANDO PARA ELA - pensei em dizer algo como "não é da sua conta, cuide da própria vida," mas isso me renderia uma bela de uma discussão e um possível hematoma - Não sou o alvo que procuram, sou uma Shinobi em treinamento, aliás, Shin caiu numa das armadilhas de Konoha enquanto rastreava o alvo.

A voz que saía do arbusto cessou, alguns segundos depois o som de uma chaleira abafada tomou conta do cenário, um homem baixo e negro com olhos amarelos e fundos saiu do mato em gargalhadas, ria como uma hiena, ria tanto que sua barriga poderia dançar em algum ritmo de Kaito. Ele demorou alguns segundos e limpou os olhos marejados antes de prosseguir comigo.

Bom dia jovem bonita - falou de forma galanteadora enquanto esbanjava um sorriso amarelado - Eu sabia que o Shin faria alguma cagada. Muito prazer me chamo Makai!

Não... acabamos por aqui, tenha bom dia - respondi rapidamente e passei pelo arbusto com agilidade.

Para minha surpresa não fui impedida, o ninja sem entender continuou parado a deslumbrar minha imagem que estava a alcançar a floresta, era o único fragmento verde entre campos abertos. Ele me observou até não poder mais e quando sumi entre a mata dei-me o prazer do alívio, corei as bochechas e senti o rosto quente, sem mais, continuei o trajeto para a academia pela única estrada dentro do fragmento, enquanto desejava não ter recebido elogios de manhã.

HP 225 - CH 225 - STM 0/3

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Matusalém

28/1/2020, 22:29

A mata densa era formada majoritariamente por árvores de copas altas e esparsas, alguns fragmentos de luzes atravessavam em grandes focos e outros tímidos simplesmente transformavam-se em claridade, o caminho de terra batida não refletia as chuvas que assolaram Konoha, pouco era o barro.
Caminhei pela estrada batida sem contar tempo, alcancei uma distância considerável da entrada e subi uma elevação no terreno e lá no pico da elevação notei uma espécie de clareira, vinhas e outras trepadeiras se mesclavam com construções antigas e variadas, tomadas por animais silvestres e insetos.

Shōbō-shi academy -

Spoiler:

Não houve recepção, procurei por alguém, mas não encontrei outra pessoa no lado externo dos edifícios, decidi por subir uma escada espiral que me levou até uma grande porta no topo de uma árvore, ao encarar a porta ouvi conversas na parte interior do bangalô, uma delas transpassava a imagem de uma velha carcomida pelo tempo, a outra era máscula, delicada e límpida.

Não consigo mesmo entender o fluxo sanguíneo nessa parte – a voz masculina procurava calma mas vacilava no tom – Eu não conseguirei Daya, me ajuda por favor! – parou de buscar a calma, tornando-se mais aflita a cada segundo – EU VOU MORRER DAYA!

PARE DE SER FRESCO DAIKO! – a velha falava com braveza e empolgação – VOCÊ CONSEGUE SEU INCOMPETENTE!

Decidi esperar que terminassem seus assuntos, mas os acontecimentos que sucederam esse momento impediram-me. Ao lado da árvore, um pouco para baixo do nível de Kaizen, um sino começou a soar, lembrava bastante o sino de refeição dos porcos e assim como os porcos muitas pessoas começaram a sair aos montes de dentro da academia, foi tempo suficiente para me distrair enquanto Daya escancarava a porta com um grito que ecoava “VAMOS COMER SEUS INCOMPETENTES! ”.

Daya -

Spoiler:

Daya parou e me fitou, nesse momento eu estava semi ajoelhada por ter recuado com o baque da porta, quanto mais me olhava mais rugas eu conseguia contar em seu rosto.

Hmm... e quem é você sua incompetente? – a velha puxou uma bengala torta de madeira de carvalho e me cutucou no ombro – QUEM – cutucada – É – cutucada – VOCÊ..? – parou de encostar e deu de ombros – Na verdade não me interessa, vocês são todos incompetentes. INCOMPETENTES! – desceu as escadas e se perdeu entre dezenas de cabecinhas migrando para o sino.

Ei, moça... não ligue pra ela – a voz fraca que havia escutado anteriormente chamava minha atenção – Já está maluquinha, mas ainda é a melhor professora de iryou-nin... bem... é isso que dizem, eu sou um fracasso tão grande que não posso opinar... *cof cof*

Não liguei mesmo, gosto de pessoas ranzinzas – respondi ao garoto no chão, sua imagem parecia a de um pássaro ferido pedindo ajuda – você está bem? Te escutei dizer que morreria.

Ah não, eu estou bem sim... *cof cof* – o rapaz tampava uma ferida com muito sangue no ombro direito – só perdi bastante chakra tentando curar... será que você pode me ajudar dando uns pontinhos aqui? – Daiko tirou a mão da ferida revelando a extensão do machucado, nada grave, uma sutura com 10 pontos resolveria – Daya-sama usou meu acidente na escadaria para tentar me ensinar iryou-nin.

Uau... ela tem uma forma estranha de treinamento... Funcionou? – a expressão do garoto era tão triste que me fazia esquecer que o dia tinha começado há pouco – Bem... isso não importa, me passe a linha e a agulha, farei alguns pontos.

Daiko -

Spoiler:

Suturei o ombro de Daiko e descemos para comer, o garoto me contou sobre o tempo que havia passado na academia, como havia ingressado e o porquê de estar lá, ouvi pacientemente num primeiro momento de sutura e posteriormente enquanto saboreava uma tigela quente de uma sopa de legumes. Resumidamente, Shobo-shi é uma academia iryou-nin exemplo em Konoha, foi criada em homenagem ao grupo de ninjas médicas que prestaram serviços ao país enquanto vivas mas nenhuma das originais ainda respirava.

Então você está no começo de seus estudos? – questionava o rapaz na sombra de uma amoreira, tentei não transparecer no tom de voz que estava impressionada com isso, ele tinha minha idade e ainda não havia aprendido muito para ser um iryou-nin – Que maravilha! Talvez possamos estudar juntos alguma hora... se é que me aceitarão aqui...

Não se preocupa, eles me aceitaram... – respondeu prontamente com um sorrisinho de canto de boca.

Na conversa com Daiko já havia conseguido as respostas que buscava, pelo menos uma versão delas, esperei até depois do café e me encaminhei para a sala do responsável pela academia. Tive que pular arbustos e subir outra escada para chegar na diretoria, demorei alguns segundos na porta arrumando minhas roupas e recolhendo alguns Kikaichus que passeavam no meu rosto; realizei três batidas sincronizadas na porta, não demorando dois segundos após a última batida para que uma velha baixinha e ranzinza a abrisse.

TA PRONTA PRA DIZER QUEM É VOCÊ?– a velha abusada rosnava enquanto me encarava.

Muito prazer Daya-sama, eu me chamo Kaizen e eu sou do clã – parei de falar quando Daya encostou a bengala num de meus braços.

Aburame... conheço muito bem seu Clã garota, todos aqui conhecem – indicou uma parede próxima.

Busquei para onde Daya apontava, primeiro varrendo o cômodo com meus olhos até repousa-los numa plaqueta rente ao seu dedo velho. Era uma lista, mais precisamente a lista das integrantes fundadoras da Shobo-shi academy, busquei ansiosa e na terceira linha pude sentir o prazer misturado com frio na barriga, talvez estivesse no caminha certo.

“Yuri Aburame, a iryou-nin dos insetos.”

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Matusalém

29/1/2020, 16:06

Passei uma bela manhã conversando com Daya em seu escritório, beirando o horário do almoço estávamos familiarizadas e comíamos adiantado enquanto acabávamos a papelada para meu ingresso na academia. A Shobo-shi academy fora fundada em homenagem às shinobis que serviram o país do fogo, mas não possuía ligação com as Shobo-shi originais. Confessei à Daya minha decepção ao saber que a academia não me aproximaria dos feitos de Yuri; buscava pisar nos mesmos degraus que minha antepassada e pensava que somente assim poderia ultrapassa-la.

Não é assim que funciona sua incompetente – Daya mastigava um pedaço de frango que mais parecia uma gelatina marrom – PRA VOCÊ SER MELHOR QUE YURI PRECISA SEGUIR SUAS PRÓPRIAS IDÉIAS! – a velha chupava os dedos enquanto tagarelava insistentemente – onde já se viu, quer ser melhor e ta seguindo o mesmo caminho? Pra ser melhor tem que ser diferente! Quem faz igual fica igual não fica melhor! No meu tempo a gente não ficava de gracinha não, é pau é pedra... é pedra é... é isso ai! E digo mais (...)

Após a ladainha cansativa de Daya pus-me a pensar a caminho do alojamento a qual fui designada, por coincidência era o mesmo que Daiko utilizava. O conselho em forma de ofensa fez-se ouvido, há um tempo que havia me fixado em seguir os passos de Yuri, mas na verdade deveria desenvolver-me dentro de minhas capacidades, nos meus moldes.

O dormitório era simples, dez beliches espalhadas por um grande quarto e itens pessoais devidamente organizados. Levei algumas dezenas de minutos para organizar minhas coisas e amaciar minha cama, mas não pude me prolongar pois meus horários começavam naquela tarde.

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Matusalém

30/1/2020, 02:51

Fazer parte da academia foi mais fácil do que havia pensado e mesmo chegando fora do convencional para o início dos períodos, não fui impedida de estudar. Encaminhei-me para a primeira de muitas aulas que tive ao decorrer de dois meses, para tornar-me uma iryou-nin precisaria de muita dedicação e conhecimento, e felizmente ambos estavam em minhas posses.

O período vespertino daquele dia fora gasto todo num pequeno estábulo com carteiras de pedra, as paredes eram de madeira branca e o chão liso como gelo; ao centro uma elevação que expunha o professor como um frango assando na vendinha. Evitei olhar para os lados durante as explicações, principalmente por Daiko também frequentar aquela disciplina e ter ficado me observando constantemente, como punição enviava um ou dois insetos periodicamente para incomoda-lo. Naquela tarde recebemos lições sobre o sistema circulatório e respiratório humano.

As disciplinas eram precisas e dinâmicas, não havia tempo perdido enquanto estivéssemos dentro da academia. Meu horário se dividia entre período matutino e vespertino, todos os dias, de manhã estudávamos controle de chakra e outra disciplina chamada “práticas de um iryou-nin astuto (ou oficina de práticas iryou-nin)” a qual englobava todas as práticas dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas vespertinas; Durante as tardes as disciplinas se dividiam entre “tópicos em toxicologia” onde aprendíamos a identificar toxinas e venenos nas vítimas para a produção de antídotos; “produção e uso de fitoterápicos” matéria destinada para a pesquisa e elaboração de remédios produzidos através das plantas; “anatomia e fisiologia humana” as quais estudávamos com cadáveres doados para a academia e “Fluxo e extensão do chakra” onde estudávamos sistematicamente o sistema de circulação de chakra e pontos de pressão; além disso existiam disciplinas eletivas fora da grade, como a "zoologia de vertebrados", destinada para aqueles que buscavam maior entendimento sobre o processo de cura em animais.

A cada aula frequentada, ou tempo passado na biblioteca de Daya, percebia que havia me preparado bem, de forma geral eu possuía todos os conhecimentos teóricos necessários para me tornar uma iryou-nin. Busquei nas aulas e biblioteca conteúdos novos, treinei todos os dias na oficina e busquei me aperfeiçoar, muitas vezes forçando meu limite mental durante noites em claro; nessas noites éramos somente eu e os Kikaichus, realmente proveitosas. Ficar “sozinha” era bom pois nunca estive verdadeiramente sozinha, era acompanhada por centenas, vezes milhares de companheiros e eles me lembravam sempre onde eu desejava chegar.

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Matusalém

30/1/2020, 15:01

Um mês na academia e meus progressos no sentido da cura eram nítidos, conseguia fechar ferimentos e tratar lesões variadas com facilidade usando Chakra, isso não me impressionava, após tantos estudos não esperava menos. Um segredo que orientei Daiko a seguir era o de imaginar ambos fluxos funcionando ao mesmo, sanguíneo e de chakra, assim ficaria mais fácil agir no corpo; não demorou para que Daiko também conseguisse.

Faltando menos de 7 dias para que eu deixasse a academia com minha graduação de iryou-nin, algo aconteceu, uma explosão, tão alta que fez tremer o chão e derrubou o sino da capela. As dezenas de estudantes saíram das construções rapidamente, formando um aglomerado shinobi no centro do pátio principal.

Acalmem-se seus incompetentes! – Daya gritava de seu escritório para a multidão sonora – PRECISO QUE TODOS VOCÊS FIQUEM QUIETOS AGORA! – A velha descia a escada com uma agilidade nunca antes vista, parando ao encontrar o primeiro aluno no pé da escadaria – SAI DA FRENTE INCOMPETENTE!

A diretora adentrou a multidão e saiu logo depois, havia entendido que ali no meio não seria vista nem ouvida, tornou o percurso subindo as escadas até alcançar a cabeça do maior acadêmico e começou a apontar o dedo para alguns na multidão.

VOCÊ – apontou para uma Shinobi conhecida como Vala, que a encarou de volta sem expressão – VOCÊ – Apontou para Daiko, que respondeu com um olhar como se tivesse sido atacado – VOCÊ – apontou para Rulo, um aluno intercambista do país da Pedra – E... – Daya buscou entre as cabeças alguém específico, não encontrando de primeira – Cadê aquela incompetente... – finalmente depois de alguns segundos apontou o dedo para o centro do meu rosto e berrou com um olhar desafiador – VOCÊ! VENHAM TODOS QUE CHAMEI, O RESTANTE SERÁ ATUALIZADO PELO AKUN-SENSEI!

Daya correu pelas escadas novamente, sumindo na altura de sua sala. Sem entendermos seguimos a diretora, adentramos o escritório e esperamos atentamente o assunto. Encontramos a velha sentada em sua cadeira nos esperando de uma forma dramática.

O país do fogo está sendo atacado – Daya estava sentada com as mãos na mesa – Coisa comum, sempre acontece... nós também atacamos sabia? – a velha perdeu a cara carrancuda e começou a variar – Nossa... bons tempos sabe gente? Uma vez o país do fogo tava atacando um grupo de shinobis terroristas, foi quando conheci Armando... – Daya suspirava lembrando dos velhos tempos – Ai Armando... ele sempre andava armado sabia? Aqueles brações musculosos e peludos... – não sabíamos se Daya esperava resposta, então somente consentíamos enquanto eramos tomados por vergonha e confusão.

DAYA-SAMA – Berrou Vala – Você disse que o país do fogo está sobre ataque, pare de recordar e nos diga o porquê da convocação - a jovem parecia impaciente

Hm... Vala sua incompetente, sempre apreciei sua forma bruta e direta... – a velha tornou-se carrancuda novamente – Convoquei-vos, pois, formaremos um time; um de nossos iryou-nins estava na estação Quatar, cerca de 5 quilômetros ao oeste da mata, e relatou um ataque inimigo – enquanto falava, buscava e depositava na mesa maletas brancas retiradas dos armários do escritório - Ele enviou uma mensagem dizendo que parte da resistência de Konoha está no local e que precisavam de ajuda com os feridos... – Daya engoliu seco e continuou - Então ele foi eliminado em campo – a expressão da diretora não se alterou – Vocês quatro serão os incompetentes enviados comigo para a arena... – tentando transparecer confiança mudou o tom da voz, afim de nos encorajar – Para alguns de vocês talvez essa seja a primeira vez num campo de batalha, talvez não estejam confiantes sobre quem são e o que podem fazer – ela encarou Daiko – Mas não esqueçam que são Shinobis de Konoha – o volume de sua voz aumentava gradativamente – Vocês representarão nossa academia, representarão nossa vontade do fogo! Suas vidas estarão em perigo mas será pelo nome da nação! – Daya subiu na mesa e ergueu os braços, atingindo o teto baixo com sua bengala enquanto gritava loucamente - NENHUM SHOBO-SHI DESISTE DE AJUDAR!

Senti medo e apreensão, não esperava atuar como uma iryou-nin antes de me formar, muito menos numa situação dessa, mas apesar de todo cenário não me passou na cabeça "recuar", pessoas precisavam da minha ajuda e eu era uma Shobo-shi. Juntamos os kits médicos e saímos pelo topo do edifício, Daya tomava frente num ritmo que causava inveja em usuários de Taijutsu seguida de Vala, logo atrás corria Rulo enquanto eu e Daiko andávamos lado a lado nos fundos.

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Matusalém

1/2/2020, 00:52

Perdida em pensamentos cheguei no campo de batalha sem a braçadeira ordenada por Daya enquanto nos deslocávamos da academia, vestindo-a rapidamente ao perceber meu erro. Analisei bem o terreno onde nos encontrávamos, era um campo ordinário com arbustos e árvores pingadas, distante de nós se encontravam-se uma pequena resistência shinobis de konoha e inimigos, enquanto isso alguns ninjas feridos estavam caídos atrás. Nos encontrávamos cerca de 500 metros da ação, prendi atenção em Daya que se colocava entre nós e a batalha.

Campo:

ENTÃO VAMOS LÁ INCOMPETENTES, VOCÊS JÁ ESTÃO CAGADOS DE SABER COMO UM IRYOU-NIN DEVE SE COMPORTAR NO CAMPO DE BATALHA! – A velha gritava enquanto retirava uma Kunai de sua bolsa – AGORA ESCUTEM BEM MINHAS INSTRUÇÕES – retirou outra kunai e jogou a bengala ao chão – NOSSOS REFORÇOS ESTARÃO CHEGANDO O QUANTO ANTES MAS ENQUANTO ISSO PRECISARÃO DE MAIS PESSOAS NA FRENT-

EU IREI DAYA! – Gritou vala heroicamente e posteriormente corando com a resposta da diretora.

VAI PRA ONDE O INCOMPETENTE? VOCÊ MORRE EM DOIS TEMPOS, É PAFT E PUFT! – Daya virou-se de costas enquanto terminava a bronca e instruções – Pois bem... – seu tom havia aliviado, talvez para que se fizesse mais séria – Vocês ficarão responsáveis por cuidar dos que estão na retaguarda sem extrapolar seus limites! NÃO QUERO NENHUM DOS NOSSOS EM COMA PORQUÊ ALGUM ENGRAÇADINHO TENTOU FAZER MAIS DO QUE CONSEGUIRIA! – Deu uma tossida e continuou - Não quero que vocês se aproximem da batalha, mantenham um limite de 100 metros da linha de frente - então disparou para o campo – KAIZEN ESTÁ NO COMANDO ATÉ QUE EU RETORNE!

Tomei um baque ao escutar que ficaria no comando do esquadrão, tentei não transparecer mas imagino que meus olhos vidrados tenham entregado meu nervosismo diante da situação, veja bem, eu sabia meus limites, sabia como utilizar iryou de forma segura e estava acostumada a comandar milhares de meus Kikaichus, dessa forma, sentia-me confiante para comandar outros Shinobis, mas a situação não se restringia a isso, um pequeno erro numa situação de cura poderia levar o paciente ao coma, um deslize de posicionamento e eu poderia morrer, ou pior, meus companheiros e responsabilidades poderiam encontrar seu fim.

Tomei ar por alguns segundos, busquei em meu cérebro algo para me apoiar naquela hora, não demorando para encontrar na memória uma sequência de aulas na oficina iryou-nin. Concentrei-me tanto nos detalhes que me senti novamente no galpão três da Shobo-shi academy.

*** Um homem loiro e alto passeava entre duas filas organizadas de shinobis em treinamento, todos estavam com as mãos em frente à um peixe fresco que repousava sobre um pergaminho, um brilho verde podia ser visto saindo das mãos dos mais experientes e conforme passava pelos estudantes relembrava-os de seus ensinamentos.

É comum que um iryou-nin desenvolva-se com dificuldade, afinal, nossa área de conhecimento necessita ser vasta e nossas habilidades manuais executada em sincronia perfeita de mente, corpo e chakra – passou por mim e Daiko enquanto falava – Tomem esse dado como um incentivo – virou-se voltando na fila e parou de frente comigo – Se bem que alguns de vocês parecem terem sido feitos para isso – continuou andando e parou de frente com a turma no começo das filas – QUEM PODE ME DIZER AGORA QUAIS OS FERIMENTOS QUE VOCÊS PODEM TENTAR TRATAR COM SUA ATUAL EXPERIÊNCIA? – soltou um pequeno sorrisinho, como se não esperasse a resposta correta – E lembrem-se, a resposta não est-

Hematomas e escoriações, cortes superficiais/pequenos, queimaduras de primeiro grau, torções/estiramentos, contusões, fraturas incompletas ou estáveis, fraturas de cartilagens– Respondi prontamente - danos baixos em geral – acrescentei

Hm... muito bom senhorita... Senhorita Kaiza? – o tom de sua voz sugeria uma encenação de confusão

Kaizen, Abura-sensei – Ignorei seu tom e continuei tentando reavivar o peixe. ***

Com o pensamento de volta ao campo de batalha fui tomada por um impulso de responsabilidade e planejamento, imaginei meus colegas e o limite de suas habilidades, pensei nas melhores formações de equipe enquanto contava em segundo plano quantos remédios havia na maleta médica de cada um.

Nos separaremos em dois times! – ordenei para meus companheiros – Vala e Rulo vocês cuidarão dos feridos na retaguarda enquanto eu e Daiko iremos para o meio da arena, cerca de 200 metros da batalha – virei o rosto para observar a reação de Daiko, que para minha surpresa não expressou medo – Não ultrapassem os limites! Mantenham sempre um olho no campo de batalha, não sabemos o número exato e nem suas posições – lembrei de uma fala de Daya durante um de seus exames – O iryou-nin é um foco, eliminando quem cura, a batalha fica fácil! Lembrem-se das aulas e realizem suas tarefas como iryou-nins – balancei insistentemente o braço para frente enquanto gritava para meus companheiros partirem – VAI, VAI, VAI! – então acelerei para o meio do campo com Daiko ao meu lado.

Conforme nos aproximávamos conseguíamos ver melhor o desenvolvimento da batalha, estávamos em menor número más conseguíamos conter os inimigos, Daya corria e cortava o ar com suas Kunais, hora e outra grudava nas costas de seus outros 7 companheiros e curava-os, a pequena parecia uma máquina ninja. Alcançamos o primeiro paciente ao chão perto de um arbusto. Naquela distância da batalha os Kikaichus respondiam à situação, os barulhos vindos das explosões e encontros metálicos faziam tremer o ar, meus insetos percorriam meu corpo e rosto, respondendo aos tremores com voo.

Daiko, pararemos aqui, mantenha um olho na batalha enquanto eu faço a vistoria rápida nesse shinobi – puxei minha maleta e retirei pinça, agulha, pomadas variadas e pílulas – agora você... – disse para o ninja caído e aproximei o rosto no corpo mole de dor; ele estava consciente mas não dizia uma palavra - ele possui um corte grande e profundo na perna direita, na altura da coxa, é grande o suficiente para que eu possa ver seu fêmur... e...– peguei um pouco de pomada anestésica que estancava sangramentos, melequei todo o ferimento com meu dedo indicador, rapidamente, como se estivesse pegando o glacê de um bolo, aproveitando para abrir o machucado e visualizar melhor o osso – Sim, como suspeitei à primeira vista, ele possui uma fratura incompleta, uma pequena rachadura – virei para Daiko afim de ter uma validação, a qual veio rápido com o balançar de cabeça positivo.

Coloquei minhas mãos sobre a ferida do paciente, fixei o pensamento em meu fluxo de chakra, sentia a ponta dos dedos esquentar conforme uma pressão quase imperceptível subia-me as unhas e espalhava-se por meu corpo, tentei não pensar na batalha enquanto via o brilho esverdeado que brotava de minhas mãos; a fratura desaparecera por completo, mas o corte era extenso para que eu ou Daiko curássemos com iryou, dessa forma, pedi ajuda para Daiko que prontamente entregou-me a agulha com linha, assim, permitindo-me costurar o ferimento do Shinobi.

Faltam somente uns pontos e podemos passar para o próximo Daiko! – ao dizer isso virei-me para Daiko e pude contemplar a cena que nos envolvia – DAIKO, CUIDADO!

Uma bola incandescente se aproximava em alta velocidade, consegui sentir o calor batendo em minha pele, tornando meus insetos cada vez mais inquietos. tive uma reação rápida de abraçar meu paciente afim de puxa-lo para longe dali, mas não foi necessário, fui surpreendida por Daiko e confesso que naquele momento vi o garoto com outros olhos, eu era sua companheira e poderia contar com sua força. Três selos foram rapidamente executados pelo garoto (Javali, coelho e cobra), que bateu a palma da mão no chão em seguida.

ESTILO TERRA: PROTEÇÃO DA URSA MENOR

Do chão subiu um monte de terra que lembrava um urso em duas patas com os braços abertos, os segundos que sucederam o urso deram espaço para um barulho alto e calor intenso, tive vontade de correr dalí mas precisava confiar em Daiko. O fogo atingiu a estrutura que atirou terra para todos os lados, quase caindo sobre nós.

MUITO BOM! – gritei enquanto cuspia terra – ESTOU DANDO OS ÚLTIMOS PONTOS! – acelerei o tratamento e coloquei uma faixa aderente por cima da sutura – Isso é o suficiente para que você consiga andar novamente – avisei o ninja e o observei atentamente, procurando algum outro sinal ou machucado – Sim... é só isso que podemos fazer – o ninja consentiu e agradeceu, correndo à frente de batalha rapidamente – TUDO CERTO AI DAIKO?

Parece que sim, aparentemente um ataque perdido – o garoto recuou e se aproximou de mim – Existe outro shinobi mais à frente, cerca de 80 metros em direção à batalha, se formos ficaremos quase no limite que Daya havia estipulado – Daiko me fitou esperando resposta.

Sim... - pensei por alguns segundos, não julgava seguro adentrar mais ainda o campo de batalha - seguiremos para ele, dependendo de como estiver voltamos e o tratamos ou o curamos no local para que retorne logo à batalha - juntei tudo que havia retirado da maleta e comecei a caminhar -vamos Daiko – acelerei em direção ao shinobi indicado.

HP 225 - CH 150 - STM 0/3

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Matusalém

1/2/2020, 15:41

Nos aproximamos do shinobi, correndo entre árvores e arbustos, alguns ninjas recém curados pela dupla Vala e Rulo passaram por nós, estavam enfraquecidos, mas não haviam desistido da batalha. Novamente a cada aproximação meus Kikaichus estremeciam, corriam por meu corpo e posicionavam-se em direção à linha de frente. Chegamos ao shinobi, quando alcancei seu rosto notei que era um conhecido.

Eu sei quem é esse – falei para Daiko – Se chama Makai, da equipe de Hiromi.

Hiromi-sama? Tive aulas com ela em Konoha – o garoto respondeu enquanto buscava seus materiais na maleta e os depositava ao chão – eu cuido do campo de batalha e você cuida dele, os materiais já estão dispostos!

Agradeci Daiko e tomei sua posição ao lado de Makai, o homem gordo de olhos fundos e escuros esbanjava um sorriso malicioso e coordenação motora confusa. Tive de aproximar-me muito para observar seu corpo, começando pela cabeça, onde pude notar um hematoma do lado esquerdo, cercado por escoriações e um corte superficial, na altura do osso parietal do crânio, próximo a sutura coronal (“linha” da ligação entre o osso parietal e o frontal), tentei examina-lo, mas o homem resistia, comportava-se como um bêbado.

Aaaah você é aquela graciiinha – Makai carregava na voz um – vem cá coixinha linda do tiuu vem bebexinha – o shinobi passou a mão em meus cabelos e puxou um pouco.

Me solta seu imbecil – segurei os braços do homem e pedi ajuda a Daiko – Segure-o enquanto eu o examino, precisamos de agilidade! – soltei Makai assim que meu parceiro o segurou, permitindo-me analisar o machucado – Corte superficial – informei à Daiko – hematoma inicial e escoriações – apertei o machucado que transformava-se em calo, Makai reagiu gemendo de forma sexual – Foi atingido na cabeça por algo muito pesado, teve uma concussão, isso explica o comportamento, vamos cura-lo aqui mesmo.

Tem certeza disso Kaizen!? Ele não está cooperando! Seria melhor leva-lo para longe daqui – meu parceiro encontrava-se um pouco aflito com toda situação.

Pegue na maleta um pedaço de tecido e o frasco vermelho, molhe o tecido e force-o a respirar nele, cuidado para você não inalar - orientei e Daiko e tomei seu lugar segurando o shinobi – rápido.

Com a atenção na maleta, Daiko não conseguiu observar os segundos que sucederam sua ação na busca pelos materiais; por um deslize, ao ter meu punho forçado por Makai, soltei um dos braços do Shinobi e observei seu corpo para descobrir se havia outro ferimento, senti vontade de apaga-lo por conta própria, mas ele não o inimigo.

Com um sorriso malicioso e repetindo frases como “bonitinha do papai” ou “vem cá gracinha” Makai tentou puxar meu rosto próximo ao seu, empurrei sua cabeça no chão forçando-a levemente contra a terra, com isso recebi uma resposta do braço solto, uma passada de mão numa de minhas coxas, culminando num aperto em minha nádega direita. Ao sentir a mão do ninja em mim, rapidamente enviei centenas de meus Kikaichus que morderam sua pele, fazendo o ninja puxar o braço entre reclamações.

Daiko havia feito o que pedi e entregou-me o pano, rapidamente coloquei no rosto de Makai e o Shinobi apagou. Senti-me enojada por sua imagem, cara característica daquele corpo estático em minha frente fazia-me enjoar, eu sabia que a concussão causava confusão mental, fazendo pessoas agirem de formas variadas, mas também já havia visto muitas concussões, nenhum de meus pacientes ou colegas durante os treinos havia me assediado por conta disso.
Repouse as mãos sobre a cabeça do shinobi, senti novamente o calor e a pressão, tentei ignorar o sentimento de raiva que sentia de Makai, logo um brilho esverdeado surgiu e o ferimento começou a cicatrizar.

Daiko, eu preciso que v- fui interrompida por um sentimento ruim, meus Kikaichus estavam parados, todos em direção de onde o sentimento vinha – Daiko... eu sinto uma enorme concentração de chakra.

Sim... eu também senti – O garoto havia levantado e observava a batalha atentamente – Está vindo dali – apontou para onde Daya lutava contra outros dois ninjas – Você acha que antecede algum jutsu?

Não houve tempo de resposta, num instante senti o chão tremer, Daya virou-se para trás quando nos percebeu e tomou distância do inimigo, vindo em nossa direção. Uma onda de lama surgiu atrás de Daya, cerca de 50 metros de nós, ela começou a varrer parte do campo, uma extensão onde nos encontrávamos; A velha saltou para o topo de uma das árvores, fez um aceno com a mão para que pegássemos o shinobi e fossemos para a direita, então pulou em outra árvore e seguiu em combate com o ninja que havia invocado o lamaçal.

Ordenei que Daiko saísse do campo, o qual respondeu ao meu comando com agilidade, a lama chegava depressa e varreria o chão comigo e Makai, coloquei meus braços sobre o shinobi, poderia usar meus Kikaichus para levanta-lo, bem como poderia tê-lo levado comigo, mas não agi dessa forma. Ao encostar meu corpo no dele senti repulsa, havia concluído que o comportamento observado não era comum, não pra mim, logo pensava que aquela era a verdadeira essência de Makai, um homem que canta as mulheres abertamente e sem nenhuma intimidade, um ninja que ao sair um pouco dos pinos libera sua essência de abusador.

Demorei alguns segundos com Makai em meus braços, dando tempo suficiente para a lama nos alcançar, o que me levou a abandonar o ninja, tendo que utilizar toda minha velocidade, pulando entre as poucas arvores de pé até chegar em Daiko.

O SHINOBI! ONDE ELE ESTÁ? – O garoto esbanjava surpresa com uma gota de desespero – Não me diga que você não conseguiu trazê-lo?

Eu... – abaixei meu rosto e encenei emoção melancólica na voz – Eu não consegui... a lama veio muito depressa – suspirei profundamente ao mesmo tempo que enviei dois Kikaichus para incomodar meus olhos, deixando-os vermelhos.

Vala e Rulo nos alcançaram, junto deles haviam mais de vinte ninjas enviados da folha, todos partiram para frente de combate enquanto ficamos atrás, nós iryou-nins retiramos os feridos que restavam na área e nos camuflamos na mata. Coletei as informações com Vala e Rulo, que terminaram de falar com o surgimento de Daya, cinco minutos após a aparição de reforços, juntamente com o restante dos ninjas e outros três prisioneiros.

Vocês estão todos vivos incompetentes! – a velha havia perdido um dedo e recebido um corte no pescoço – eu pensei que fosse finalmente reencontrar Armando, mas eles eram um bando de incompetentes! – dirigiu-se à mim pedindo informações – Kaizen, relatório de campo, agora!

Hm, sim... Foram nove shinobis atendidos, Vala e Rulo cuidaram da maioria na retaguarda, Daiko e eu seguimos para frente, atendemos ele – apontei para o shinobi sorridente – e outro rapaz, do time de Hiromi... mas... – olhei para a diretora como quem tivesse perdido as esperanças – No meio do atendimento tive que abandona-lo ou seria varrida com a lama - observei a reação da equipe, ninguém demonstrou tristeza - dois dos atendidos por Vala e Rulo estão repousando e precisam de cuidados iryou-nins mais avançados.

Todos ficaram em silêncio por um momento, Daya assentiu com a cabeça. Antes de retornarmos, checamos o território, conversamos com a equipe tática de Konoha e nos limpamos, quando estávamos entrando na mata pude ver o corpo de Makai sendo retirado da lama.

HP 225 - CH 100 - STM 1/3

Ossos parietais do crânio:

Descrições:

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Matusalém

2/2/2020, 22:01

Chegamos na academia entre olhares curiosos dos estudantes e professores, cada um de nós, começando por Vala e terminando em mim, fomos vistoriados individualmente por Daya, que curou todo arranhão de nossos corpos. Fui posta por último para que a velha pudesse conversar comigo sem restrição de tempo, apesar de nossa conversa ter sido rápida; num primeiro momento a diretora havia elogiado meu trabalho como líder, desde a divisão estratégica de equipe até os tratamentos realizados em campo, até que num certo momento após ter me avaliado e validado pontos sobre o uso de iryou em campo de batalha, Daya introduziu o assunto que eu esperava.

Eu vi vocês – disse Daya enquanto arrumava as maletas que havíamos utilizado – Naquela hora... – acrescentou – Dava tempo de terem pego o Shinobi e corrido – Ela me fitou com os olhos mais curiosos que havia observado nos últimos meses – o que aconteceu Kaizen?

Um erro Daya... – respondi com calma e melancolia velada – Errei em pensar que conseguiria levanta-lo sozinha, ordenei que Daiko recuasse, para que não fosse atingido, então quando tentei levantar o homem não consegui, tentei usar meus kikaichus mas havia gasto quase todo meu chakra... – abaixei a cabeça como se sentisse vergonha – Foi meu erro Daya...

A diretora mantinha-se estática perante minha resposta, vira e mexe observava os arredores da sala enquanto pensava distante.

Foi um ótimo trabalho para uma iniciante incompetente – falou – Aliás, sabia que conseguiria... O Daiko está aqui a sete meses, Vala e Rulo também, todos desde que as aulas começaram... já você... – ela me fitou, demonstrando interesse – Permiti-la entrar na academia foi uma aposta que fiz comigo mesma, queria saber onde a capacidade de uma descendente de Yuri chegaria – virou a cadeira em direção à uma pequena janela lateral –Dois meses e você se tornou uma iryou-nin Kaizen, parabéns. A morte de Makai não foi sua responsabilidade, incompetente.

HP 225 - CH 225 - STM 0/3

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Matusalém

3/2/2020, 02:55

Os dias que se seguiram desde o acontecimento foram utilizados pelos acadêmicos no cumprimento das provas finais, exceto para nosso time improvisado de iryou-nins. Quando o último dia na academia chegou, eu, Daiko, Vala e Rulo estávamos sentados no pátio, comendo, após nossa convocação ficamos mais próximos.

Eu espero vê-los novamente em algum momento – disparou Daiko, interrompendo Vala e seu assunto sobre mercadores secretos de Konoha – Sentirei falta de todos vocês – me entreolhou e virou a cabeça para o lado - *Cof cof* Vamos comemorar depois da formatura.

Eu fiquei muito orgulhosa de todos – interrompi o momento sentimental subjetivo que Daiko havia instaurado – nos encontraremos por ai, afinal, somos de Konoha - dei uma risada tímida e continuei comendo meu sanduíche.

Durante a noite houve a cerimônia de formatura das turmas de iryou-nin, havia sido convocada para discursar mas recusei, pensei que minha noite seria melhor aproveitada fora das congratulações por ter feito um bom trabalho e me formado como uma iryou, dessa forma, sentei-me sozinha na Bainha, uma espécie de corrimão de madeira ao lado da oficina iryou; observei as estrelas por espaços entre as arvores, liberei muitos de meus Kikaichus para que recobrissem meu corpo, o movimento de suas pernas me acalmava, mas não pude aproveitar tanto, Daiko havia me alcançado.

Kaizen! – ele trazia um pedaço grande de um bolo rosa – Trouxe um pedaço antes que aqueles famintos acabassem com tudo – sentou-se ao meu lado na Bainha e observou comigo o buraco estrelado – Eu gostaria de agradece-la... Eu consegui me formar, pensei que não fosse, mas você chegou e PUM! – colocou o bolo no chão e fez um gesto de explosão com as mãos – Você me ajudou e eu consegui – me encarou com um olhar honesto de gratidão – Obrigado Kaizen.

Eu não sou responsável pela sua vitória, você é – respondi com um pouco de vergonha e timidez – Obrigado por ter sido meu amigo aqui.

Uma luz desceu do buraco estrelado e iluminou o rosto do rapaz, antes da batalha eu havia gasto todo meu tempo livre estudando sistematicamente, depois da batalha havia passado noites e dias pensando sobre meus atos com Makai, então é compreensível que eu não tivesse notado a beleza de Daiko até aquele momento. É de se pensar que eu fosse virar o rosto e sair desse delírio ou simplesmente responder de maneira humilde, mas não o fiz, fiquei encarando o garoto até nossos lábios se encontrarem.

Na manhã seguinte à formatura arrumei minhas coisas com agilidade, Daiko havia partido de madrugada para Konoha, experimentei a falta dele quando senti seu cheiro em minhas roupas. Saí do alojamento e observei com calma a academia, havia em mim uma vontade de voltar ali no futuro, talvez dar aulas de iryou-nin. Me encaminhei para a entrada da floresta, de longe ví o lugar onde havia encontrado Makai pela primeira vez, as cenas da batalha ainda não haviam sido apagadas de minha memória e eu ainda me cobrava, mas havia chego a uma conclusão, eu poderia estar errada, mas, algumas pessoas não merecem ajuda.

HP 225 - CH 225 - STM 0/3

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Convidado

3/2/2020, 11:57

Aprovo.

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