O tempo havia passado depressa. Squall mal podia acreditar que seis meses haviam se passado tão rápido. Era inegável o quanto havia crescido e desenvolvido suas habilidades como ninja, e o quanto havia se tornado mais forte. Cada dia que se passava, chegava mais perto de seu objetivo, de ser forte e reencontrar o seu antigo rival, Seifer. Deitado sob o telhado de sua casa, olhando as estrelas da noite, relembrara desde seus dias passados, onde lutava incansavelmente contra seu rival, falhando constante e miseravelmente, até os últimos seis meses de sua vida. Foram dias de constante foco em seu treinamento, motivado e movido pelo desejo por mais poder. Em seu ombro, a marca que carregava disparava com dores, lembrando-o da necessidade de se tornar mais forte. Com seus olhos voltados para o céu, vislumbrou passageiramente diversos momentos do último ano de sua vida. O dia em que passara no exame para se tornar um ninja, os primeiros passos como ninja, sua primeira missão, sua primeira luta, seus primeiros jutsus aprendidos, os primeiros aliados em batalha que encontrou, suas primeiras recompensas por missões cumpridas, os primeiros ataques que levou, os primeiros que desferiu, e em sua mente ecoava um voz. A voz do homem que lhe dera aquela arca que carregava no ombro. A marca da maldição. Curiosamente, o homem sabia dizer, só de olhar par Squall, que este desejava poder, se tornar forte. Se dizia ser igual, o que não parecia ser um absurdo, pela empatia que carregava em sua voz. O olhar daquele homem, demonstrava tudo que precisava ser dito. Não precisava de palavras para Squall perceber – eles eram iguais, pelo menos nessa questão. Talvez por isso o homem tenha o dado aquela marca. Squall já havia provado o quanto ela podia lhe tornar mais forte, e também havia provado que este poder vinha com um custo; a dor que seu corpo provara depois de seu uso era grande, naquele momento. Entretanto, após alguns eventos, finalmente adquirira o poder necessário para ter total controle sobre a marca e o surto de poder que esta lhe proporcionava – inclusive a estranha transformação que ela era capaz de causar no corpo de seu portador. Foram árduos momentos; passou por situações de quase morte. Fora completamente dominado por esta marca e seu poder, quase ao ponto de perder sua consciência. Durante estes mesmos eventos, foi quando aprendeu a controlar o poder dela, dominando sobre sua energia. Entendeu os riscos de usá-la, pois esta se alimentava do chakra e força vital do portador, em troca de seus poderes, que tornavam o usuário mais forte, rápido, preciso e ágil em seus movimentos. Mas seus custos era igualmente grandes; a energia vital do portador era parcialmente devorada pelo poder da marca, deixando o usuário suscetível à grandes dores, perda de consciência, consumo exacerbado do chakra do usuário , o que o levava rapidamente À exaustação, se fosse mal usado. Era um poder perigoso. Mas, no momento devido, Squall passou À dominá-la, chegando ao seu segundo estágio. Seu corpo, nesse estágio, adquirira uma mutação estranha. Seus cabelos cresceram, se tornando cinza azulados, sua pele mudara de cor, seus olhos ficavam negros com pupilas amarelas, uma marca em seu nariz surgira, em forma de uma cruz, no centro de seu rosto. E a parte principal ,e mais estranha da mutação. Asas se formavam em suas costas, tomando a forma de garras que se estendiam para cima. Após dominar este estágio, o ninja adquirira a habilidade de controlar sua transformação, sendo capaz de produzir uma das asas em qualquer estágio da marca. Era um estranho, porém conveniente poder, que viria bem À calhar em momentos de necessidade. Algum tempo mais tarde, Squall podia lembrar-se do dia em que foi invocado para o reino dos macacos, o mundo onde habitavam os macacos de invocação, conhecidos guardiões e parceiros de longa data dos membros d família Sarutobi. Lá, em seu santuário de invocadores, Squall encontrou a estátua de sua mãe, a invocadora que antecedia à ele. Sem expressar muito do que estava sentindo, o rapaz prosseguiu com o ritual, acompanhado de Enma, o rei dos macacos. Recebeu o pergaminho de invocação, e assinou este com seu sangue, se tornando o responsável por dar sucessão à linhagem de invocadores da família, e consequentemente, recebendo a responsabilidade de manter e guardar o pergaminho junto de si, sempre. Pergaminho o qual carregava em suas costas, preso À sua roupa. Conheceu, além do próprio Enma, diversos outros macacos que habitavam no mesmo reino. Experiência que o marcou profundamente, especialmente a vista da estátua de sua mão, com um olhar de determinação profunda. Nunca tivera sentimentos relacionados À paternalismo, e não era diante de um momento como aquele que iria saber os ter. Mas era inegável o efeito que o olhar reproduzido na estátua causara no profundo do coração do jovem ninja. Um olhar que ele certamente carregaria com ele para o resto de sua vida. Só de olhar para sua imagem, podia dizer que sua mãe era uma ninja extremamente forte. Mas uma dúvida não deixava seu coração, desde o dia em que a viu. O que era capaz de torna-la tão forte? Qual era a fonte de todo sua força? Qual era o objetivo, ou sonho que a movia, e lhe impulsionava a ser a ninja excepcional que certamente era? De fato, era uma pergunta que no momento não sabia responder. Ou talvez soubesse. Só de lembrar do nome de seu rival, seu sangue fervia, seu olhar se fechava. Quase deixava transparecer sua raiva, ao passo que a marca em seu ombro lhe disparava uma queimação, ardendo seu desejo por poder. Não poderia ser evitado; ao que tudo indicava, o destino reservava algum tipo de confronto entre os dois, que pareciam destinados à isso desde que o rapaz podia se lembrar. Era certo que um dia, cedo ou tarde, acabariam se encontrando, e precisava se preparar para este dia, custe o que custar. Estes seis meses foram de muito crescimento, mas no momento, precisava encontrar alguma forma de continuar seu avanço. Sabia que a única forma disponível no momento era aderir á algum time, e se tornar um aprendiz. E se esse fosse o preço par ser mais forte, que seja. Não havia feito mais nada nestes últimos 6 meses além de missões e treinamentos, mas aquilo já não era o suficiente. Era hora de buscar algo diferente.