60 DG - A Esperança.

Ele voltará. Como não? É o irmão dos sonhos, qualquer um gostaria – e merecia – um irmão como o que o jovem Uchiha possuía. Zö Uchiha, irmão mais velho de Tatsuo Uchiha, acabara entrando em conflito com seu pai há muito tempo, e desde então, Tatsuo jamais desacreditou no fato do irmão vir salvá-lo. Durante horas, por diversos dias, Tatsuo deixava de sair e treinar com seus amigos, muito porque ficara sentado na janela de seu quarto, tendo devaneios do momento em que seu irmão resolveu partir, não aturando mais a injustiça que acontecia naquela casa frequentemente. Desde muito novos, Tatsuo e Zö sofriam com os abusos de seu pai, que saia para beber e voltava dias após – dias sem ele, estes, que eram classificados como maravilhosos. No decorrer de suas vidas, os irmãos, tão conectados, não somente pela linhagem de seu clã, mas pelo companheirismo que existira entre ambos, compartilhavam também um mesmo ideal: não suportavam injustiças. Qualquer um que praticasse injustiças, se tornaria inimigo deles, e isso veio muito por conta do que seu pai fazia a sua mãe. Quando seu irmão saiu de sua casa e deixou Tatsuo e sua mãe sozinhos com o pai abusivo, os dias eram sempre caóticos e depressivos para ele, que por vezes treinava escondido com um amigo de um clã vizinho, mas era apenas isso. Seu pai jamais deixou com que ele seguisse a formação ninja, assim como o irmão fez. Os motivos eram desconhecidos até o momento, mas ele acreditava que em algum momento isso poderia mudar.

64 DG - O Sangue Amaldiçoado.

Os anos foram se passando, mas a esperança persistia. Ele acreditava que a promessa feita pelo irmão, seria cumprida. Em um certo dia de tristeza de Tatsuo, sua mãe, Khada Uchiha, que acreditava que o marido não retornaria tão cedo para casa, resolvera recriar momentos da infância dele, indo até o rapaz e o chamando para contar histórias de quando ela era uma ninja respeitada, possuindo o nome em databook, até mesmo em bingo-book. Havia muitas coisas em sua vida que lhe entristeciam, mas a sua mãe era um dos motivos pelo qual faziam Tatsuo sorrir. E ela amava vê-lo assim, com um sorriso no rosto. Dizia ser o garoto mais belo, quando sorrindo. As histórias tomaram muito tempo de Tatsuo, mas aquele dia era cheio de reviravoltas. No início do dia, tudo escuro, como se a penumbra tomasse seu coração, mas clareado por sua mãe, com suas histórias magníficas e inspiradoras. No fim daquele dia, outra reviravolta, talvez a pior de todas que já sofreu em sua vida: o seu pai chegara em casa, completamente bêbado, e em mãos, carregava um cartaz de ninja procurado. Vendo os livros antigos de sua esposa, juntamente de sua bandana, descumprindo a ordem dita por ele de não incentivar o mais novo a ser um ninja, o pai de Tatsuo acabou avançando contra a mãe e desferiu alguns golpes contra ela, na região do rosto e barriga. Por circunstâncias de estar enfurecido, os golpes extrapolavam a força que normalmente utilizara, e o jovem Uchiha buscava intervir, indo ao encontro de um dos braços do pai e desferindo socos, o puxando, mas logo seu pai soltou-se, apenas deixando o papel em sua mão cair ao chão, com as escrituras visíveis. Naquele momento, sequer ligou para aquilo, afinal, o golpe que seu pai dará em sua mãe fizera com que a mulher caísse ao chão de forma que batesse a cabeça, quebrando o pescoço. 

Aquela cena, fizera com que Tatsuo berrasse e fechasse os olhos, preenchidos completamente por lágrimas amarguradas, além de um sentimento de ódio surreal pelo seu pai. O pai, por sua vez, caía em si, e ao invés de buscar ficar próximo de seu filho, saía de casa correndo, ignorando totalmente a presença do menor, como se fosse um nada. Aquela noite estava sendo terrível para Tatsuo, mas o destino reservava ainda mais rancor em seu dia: aos abrir seus olhos, observou o corpo de sua mãe atirado ao chão, com uma das mãos cobrindo a folha de papel que seu pai carregara anteriormente. Aos prantos, caminhou até ela e segurou sua mão com sua canhota, ajoelhando-se e se sentando em cima de sua própria perna, apertando a mão de sua mãe e trazendo contra o próprio rosto, enquanto murmurava pelo nome dela. O momento de tristeza durou pouco, lembrando-se de todos os ensinamentos feitos por ela, além dos momentos únicos que tinham juntos, ele pôde enfim perceber o papel descoberto. Repousando a mão de sua mãe ao chão, fitou o papel, e nele, as escritas “Procurado: Zö, do clã Uchiha”, além de uma série de crimes cometidos por ele, que o classificavam como um criminoso. Era o fim? O seu irmão, que tanto o amou e foi amado, havia se tornado tudo aquilo que detestava? Um injusto. E vir buscá-lo? Jamais aconteceria. Sozinho, Tatsuo apertou com força o papel e o amassou, o arremessando contra a parede, fechando os olhos e gritando. Já sem força por todo o ocorrido, por circunstâncias do movimento rápido que fizera ao arremessar contra a parede, ele caíra ao chão, apoiado apenas com os joelhos e os cotovelos. As lágrimas caiam, e quando ele abrira aos olhos, fitando seu olhar para a porta de sua casa aberta, pudera ver como seria sua vida dali para frente: solitária.


66 DG - Extremo treinamento, é o que simboliza um shinobi.

Desde o falecimento de sua mãe, a descoberta sobre seu irmão e o ódio extremo quanto ao seu pai, o Uchiha passou a viver sozinho, treinando quase que sempre, seja com os outros genins de sua grade, ou sozinho, em árvores ou alvos demarcados por ele próprio. Enfim, pôde descobrir o motivo de seu pai querer tirá-lo da vida ninja: ele possuía um entendimento muito bom sobre as artes ninjas, sobre o que demandaria ser um shinobi, e ele não gostaria de ver seu filho tendo sucesso em algo que ele nunca teve. Tatsuo tinha convicção que em algum momento seus treinamentos dariam resultados, e ele conseguiria encontrar o seu irmão e salvá-lo do lado negro, seja trazendo-o para si ou o matando, e acabaria exterminando com o seu pai. Logo em sua primeira tentativa de se tornar um genin, ele foi aprovado, e isso confirmava a tese de que seu pai, no fim, possuía ódio pelo potencial que pudera existir nele.

Atualmente - Em breve.