AparênciaKutsū tem uma baixa estatura condizente com a sua idade, possuindo cabelos pretos e bagunçados, olhos escuros e uma tez pálida. Ele tem uma cicatriz embaixo do olho esquerdo e sempre é visto com uma expressão facial apática, como se fosse completamente indiferente a qualquer situação mundana que não diga respeito a si próprio. Se não fosse pelo espesso cabelo cobrindo toda a testa do rapaz, ficaria à mostra dois pontos vermelhos acima de cada respectiva sobrancelha, marca esta característica do clã Kaguya. Se veste de maneira simplória, trajando sempre o mesmo: uma jaqueta negra - normalmente fechada até onde o zíper vai - que cobre até a altura do pescoço do rapaz, sem contar o fato de que esta possui o símbolo do clã Kaguya, adornados à mão de uma maneira um tanto quanto podre, nas costas. Por mais que não se orgulhe da bandana de Kumogakure, usa-a amarrada na perna direita, enquanto que no lado esquerdo da cintura o rapaz mantém uma bolsa de armamentos ninjas completamente velha e surrada.
Altura: 159 cm.
Peso: 46.2 kg.
Cabelos: Negros, bagunçados naturalmente.
Olhos: Negros, além de inexpressivos como os de um peixe morto.
Braço dominante: Esquerdo.
Referência 1: Photoplayer;
Referência 2: Vestimentas.
PersonalidadeKutsū é geralmente apático, indiferente, esquentado, e ele costuma falar muito, normalmente ofendendo ou gritando. Como a maioria dos Kaguya, Kutsū é impiedoso em combate, abjugando uma compostura animalesca e irracional na maioria das vezes que entra em combate. Apesar da tenra idade, possui a maturidade de um adolescente um pouco mais velho, principalmente pela árdua juventude que fez com que o rapaz necessitasse de uma maior circunspecção. Apesar de aparentar possuir alguma lealdade - apenas - para com o seu clã, Kutsū não se vê obrigado a proteger ou criar laços com ninguém a não ser que seja ao menos vantajoso para este. Não se importa em ferir ou magoar as pessoas, apresentando alguns traços de sociopatia. Além disso, quanto mais complicada a situação aparenta estar, mais parece que Kutsū está se divertindo ou a aproveitando. Tende, inclusive, a tentar encontrar alguma graça nessas situações de risco.
Coisas que gosta: Batalhas, que não lhe façam perguntas, fazer nada em um dia chuvoso.
Coisas que não gosta: Crianças, paz, falso moralismo; pessoas de seu clã.
Motivações: Se tornar forte, de modo que seus desejos momentâneos se realizem quando e onde quiser.
Medos: Morrer sem lutar.
Transtornos/Defeitos: Orgulho, prepotência, sarcasmo excessivo. Possui uma mania irritante de coçar a cicatriz abaixo do olho esquerdo.
ArquétipoINDIVIDUALISTA
Personagem de Exemplo: Uchiha Sasuke, Mizuki.
Descrição: O Arquétipo do Individualista é constituído pelo desejos pessoais acima dos valores éticos e morais. Os personagens com tal arquétipo sempre procuram maneiras de se tornarem mais fortes para cumprir seus objetivos, independente das necessidades para alcançá-los, inclusive aceitando se tornarem criminosos, matar pessoas próximas e causar o caos apenas para alcançar os seus objetivos pessoais. O personagem que melhor representa tal arquétipo é Uchiha Sasuke antes da redenção, pois ele sempre buscou forças para cumprir as vinganças assinaladas como objetivos próprios.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Muitas pessoas têm a errônea concepção de que ninjas não-renegados apenas vivem em vilarejos. Apesar de, na maioria dos casos, os shinobi de fato compuserem a maior parte da população e força militar de um país, alguns pequenos povoados eram exceção, tal como Skelmont. O local, similarmente conhecido como " Vale dos Ossos ", se tratava de um pequeno aldeamento de membros pertencentes a uma ramificação do clã Kaguya que decidira viver em paz nos arredores de Kumogakure, mais especificamente nas montanhas.Era uma região gélida, onde o ar era rarefeito e a escassez de alimentos era constante. No inverno, era impossível sobreviver da agricultura, e a criação de gado tampouco parecia ser conveniente. Naturalmente, a fome e o frio foram algumas das principais razões pelas quais aqueles membros do clã Kaguya pereciam ali. Apesar da inépcia de criar um ambiente onde a vida pudesse prosperar, o orgulho - que alguns consideram idiota - do clã fazia com que os poucos membros restantes permanecessem ali. Somado a isso, tinha-se a presença do líder do aldeamento, um homem robusto de cabelos negros, com o corpo coberto de cicatrizes que jurava de morte qualquer um que ousasse sair. Seu nome era Kaguya Katsuo. A atitude cabeça-dura e prepotente do homem fazia com que, apesar dos laços sanguíneos, muitas pessoas o odiassem e torcessem pelo dia em que receberiam a notícia da morte do homem. Bem, esse homem se casou e eu sou fruto de seu matrimônio.
Diferentemente do meu pai, minha mãe era uma mulher serena e tranquila, mesmo que carregasse o sangue dos Kaguya nas veias. Parecia cansada com as condições de vida a qual era desnecessariamente exposta, mas era tola o bastante para amar meu pai de modo que confiava sua vida a ele. Conta-se que ela ficou extremamente feliz quando me teve, chorando de felicidade e se apressando para me resguardar com cobertas quentes antes que a hipotermia fosse o motivo de meu óbito. Katsuo, por outro lado, manteve-se indiferente perante a isso, pensando em mim somente como um futuro ninja que carregaria o seu - na minha opinião - fracassado legado.
E foram nessas condições que minha vida se iniciara. Cercado de frio e constantemente vendo a morte gradual de minha parentela. Mesmo assim, as crises não me afetavam diretamente, talvez pelo fato de ser o filho do líder. Chegava a ser indecente comparar meu porte físico com os Kaguya da mesma idade que eu pois, apesar da magreza, não era tão raquítico quanto meus parentes. E isso, é claro, apenas aumentava a insatisfação popular. Afinal, ninguém quer ver o filho morrer de fome enquanto o descendente do líder não apresenta traços moribundos.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Caminhava por Skelmont em um fim de tarde cujo mês eu não me lembro, apesar de na época eu já estar provavelmente com onze anos. Pelo clima e temperatura vigentes no local, provavelmente era inverno. O alimento estava mais escasso que nunca, de modo que ritos em memória dos que partiam já não eram sequer realizados, devido a frequência com a qual as pessoas vinham a falecer. Havia poucas pessoas na rua, estando a maioria em seus casebres de madeira. De modo semelhante, eu fazia o mesmo: andava vagarosamente, silencioso, tendo como objetivo chegar a minha casa sem antes cair duro no chão. Após alguns minutos de caminhada, enfim pude ver ao longe minha residência. Era uma casa de madeira como todas as outras, apesar de parecer estar menos acabada que todas as outras.
Meus pais discutiam na cozinha, motivo pelo qual sequer notaram minha chegada. Não me importei, pois não era a primeira vez que aquilo acontecia e eu sabia que não seria última. Tudo que eu pôde ouvir foi " saindo do controle ", mas dei de ombros. Em Skelmont nada mais estava funcionando, e o fato das pessoas não se matarem provavelmente se devia a todos estarem fracos para isso. Eu estava cansado demais para pensar nessas coisas e, assim sendo, tudo que fiz foi me deitar em minha cama para que pudesse descansar.
[...]
O vento gélido, que batia contra meu rosto e era advindo de uma fresta da janela fez com que eu despertasse. Estranho, eu jurava que ela estava fechada quando eu cheguei. Olhando pela janela, pude perceber que o Sol já não mais se fazia presente, indicando que horas haviam se passado desde que eu botara os pés em casa. Cobri um bocejo com a mão direita, enquanto passava os pequenos dedos da mão esquerda sobre os olhos, tirando alguns resquícios de remelas. Fitei a porta do quarto por alguns instantes, pois acreditava que havia um vulto naquele lugar. Não era a primeira vez que a escuridão gerava essa ilusão de ótica, mas dessa vez parecia tão real. Parecia estar se aproximando, mas o fato de ainda estar com sono me impedia de demonstrar qualquer medo, fosse tremer ou até mesmo gritar por ajuda. Os passos fortes que a figura dava em direção a mim gerava um barulho alto. Havia um homem na minha casa, e suas intenções claramente não eram das mais amigáveis.
A essa altura, eu já estava tomado pelo medo. Minhas pernas não se mexiam, como se fossem inexistentes. A medida que o homem se aproximava, mais sua face torna-se nítida, até o ponto de que eu era capaz de reconhecer o homem. Era um sujeito que havia perdido a mulher e o filho em um período inferior a dois meses. Se não me engano, a criança morrera de fome e a mulher veio a perecer logo depois por ser incapaz de lidar com tamanha dor. Era um homem que não tinha mais nada a perder e, talvez por isso, perfeito para realizar esse trabalho. Meu herói, ou melhor, heroína, foi a mais improvável. Minha mãe adentrou no quarto como um furacão, carregando consigo uma faca de cozinha nas mãos, enfiando nas costas do homem sem que este tivesse tempo de reação. Ela parecia mais assustada que eu, descrente ao ver que se tornara uma assassina a medida que o corpo do homem caía no chão. Não tínhamos culpa, éramos apenas fruto dos pecados cometidos pelo meu pai. Infelizmente, aquele não era o momento certo para se arrepender, pois ainda corríamos perigo.
Meu pai entrou no quarto bufando. Estava sangrando, mas pareceu ignorar esse detalhe. Gritou, perguntando o porquê de eu ainda estar deitado. Explicou aos berros a situação que estava acontecendo, enquanto eu rapidamente colocava minha jaqueta e vestia botas de neve. Basicamente, Skelmont havia se rebelado contra a liderança de meu pai, o que indiretamente significava que nós havíamos sido marcados de morte.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Apesar do terror da situação, nos víamos obrigados a caminhar até a entrada de nossa casa caso quiséssemos escapar. Sinceramente, nunca imaginei que alguns poucos metros de distância pudessem caracterizar uma distância tão grande, mas era assim que eu mentia. Tomado pelo temor de um passo em falso resultar em minha morte, caminhei lentamente e cuidadosamente até a porta, seguindo meus pais. Katsuo abriu a porta com força e, para nosso alívio momentâneo, não havia ninguém do lado de fora da casa. Apesar de não nevar tanto, fazia bastante frio, de modo que apenas idiotas ou desesperados se dariam ao luxo de enfrentar tais condições climáticas. Apertando fortemente as vestes de minha mãe para que eu não a perdesse de visão, eu não tinha certeza de onde meus pés me levavam, simplesmente seguindo apenas a fila composta pelas duas outras pessoas. Por alguns instantes, a ideia de que todos nós seríamos capazes de escapar com vida tomava conta da minha mente. Bem, eu não podia estar mais enganado.
Uma kunai passou raspando por debaixo de meu olho esquerdo e atingiu as costas de minha mãe. Provavelmente eu era o alvo, mas quem acabou levando o golpe fora minha mãe. A região próxima a meu pingava sangue, mas eu ignorei-o. Ajoelhei-me a seu lado quando minha mãe caiu no chão subitamente e, ao virar a cabeça para o lado esquerdo a fim de descobrir quem era o agressor, notei a presença de cinco homens portando tochas e armas ninjas. Apesar da escuridão, as chamas faziam com que eu pudesse ver o rosto dos homens. Todos ali eram viúvos ou órfãos, sem excessão. Talvez guardassem algum tipo de rancor em relação a minha família, e eu não tinha exatamente o direito de julgá-los, no fim das contas.
Somente quando minha mãe inspirou fortemente o ar que eu me lembrei onde eu estava. Fitei meu pai que, paralisado, fitava os homens com ódio no olhar. Tive a impressão de que suas pernas tremiam, mas sabia que isso era impossível. O líder de Skelmont, com medo? Não era algo que eu esperava ver. Lembro-me de berrar para que meu pai derrotasse aqueles homens e ajudasse a minha mãe, mas a única coisa que ele fez foi me agarrar, colocar-me em cima de seu ombro e sair correndo, deixando minha mãe como isca para morrer em um fim trágico. Obviamente, me debati, na esperança de me soltar e ser capaz de, ao menos, tentar ajudar minha mãe. Tudo que recebi em troca foi um golpe no pescoço que me deixou desacordado pelo resto do percurso.
[...]
Acordei em uma cama, abrindo lentamente os olhos. Não conseguia abrir completamente o olho esquerdo, pois parecia estar enfaixado de modo a estancar o ferimento da kunai. Então não fora um sonho. Eu provavelmente estava em Kumogakure agora, em uma residência construída no caso de um...acontecimento como esses se tornar realidade. Levantei-me da cama, e me deparei com meu pai bêbado sentado em uma cadeira na cozinha, a frente de seis ou sete garrafas. Meu sangue fervia, de modo que minhas mãos já se encontravam cerradas. Indaguei-o do porquê de ter abandonado minha mãe e, a resposta dele foi direta: " Aquela vagabunda não me era mais útil. ". Eu não aguentava mais. O jeito com o qual ele fazia pouco caso de quem se dedicou por ele me deixava completamente louco. Peguei uma faca e, como ele já estava bastante embriago, sequer notou. Virou de costas para continuar sua bebida e, quando o fez, agarrei-me em seu pescoço e cravei a faca em seu crânio, de maneira veloz. O homem desmoronou, e sangue tomou conta do recinto. Apesar disso, eu não parecia estar com remorso do que fizera, mas sim ter a sensação de que me livrara de um parasita. Eu, daquele dia em diante, sabia que eu estava sozinho no mundo, e que - se dependesse de mim - um dia os moradores de Skelmont iriam ter o mesmo fim que o da minha mãe.
Todavia, até uma criança como eu sabia que palavras carregadas de ódio não eram capazes de concretizar desejos. Não..Para tal, eu teria que me fortalecer. Apesar de não nutrir quaisquer sentimentos de devoção ou comprometimento em relação à Kumogakure, me tornar um ninja da mesma aparentava ser, momentaneamente, o caminho mais rápido e efetivo caso eu quisesse ter minhas vontades atendidas. Lembro-me de quando me inscrevi na Academia Ninja. Já estava com meus doze anos de idade, sendo que eu vinha sobrevivendo a alguns meses de algumas atividades avulsas. Não me entenda mal, eu nunca (ainda) roubei nenhum morador de Kumo, pois só de pensar que minha cabeça ficaria imersa em mais complicações, eu ficava de saco cheio. Carregava sacolas, fazia compras, esse tipo de coisa.
Após um ano como estudante da academia, enfim tornei-me Genin. Não me graduei com mérito tampouco com desonras, no fim das contas. Era mediano e, no fim, toda aquela baboseira não parecia fazer sentido para mim. Agora, aos trezes, o '' começo do resto '' da minha vida teria início.