Rank D — A Procura
Descrição: Recentemente um estudante da Acadêmia Ninja sumiu. Sua missão é encontrá-lo e trazê-lo de volta ao vilarejo.

Rank D — Ladrões nos Arredores
Descrição: Soube-se que um grupo de bandidos anda roubando os moradores das pequenas vilas próximas. Sua missão é encontrar e enfrentar o grupo de ladrões.

O sol já alcançava o topo enevoado das altitudes rarefeitas de Hotake. Aquele conjunto rochoso era uma das formações mais elevadas nos arredores do vilarejo e em tamanho, só não ultrapassava a altura do cume da própria vila. Ali apenas aves de rapina e repteis habitavam, nenhuma outra espécie se aventurava num local tão árido e sem vida; tudo que se formava era rocha, subidas e nuvens que dificultavam de forma extremamente incrível a visão em qualquer hora do dia. Uma incursão até o monte durante a noite era quase suicídio, corria-se o risco de pisar em falso em uma das trilhas ancestrais dos antigos comerciantes e pender mortalmente para fora do penhasco; seu corpo nunca mais seria encontrado. Durante o dia, se conseguisse transpassar o nível do nevoeiro formado pelo vapor d'água, suas dificuldades seriam locomover-se em meios as rochas que nem o vento ou outros fatores naturais tiveram a audácia de moldar.

"Lembre-se, a prioridade é o garoto." Aquilo vinha em minha mente como motivação enquanto minhas mãos pequenas abraçavam as frestas rochosas na escalada. Ao olhar para baixo não podia ver minhas pernas, apenas um imenso cobertor de nuvens que me cobria no nível da cintura. "Estou quase." Tinha levado em consideração todas as melhores rotas possíveis e um calculo sobre um caminho não tão dificultoso até o topo havia sido rápido. Apesar de rápido, de fato não evitou todo o trabalho. Minhas mãos doloridas agradeceram quando por fim repousei sobre a primeira pedra sólida que encontrei naquele terreno de picos resistentes semelhantes ao concreto que se erguiam do chão de maneira desforme e abstrata.

Agora observando o acampamento dos meliantes de uma posição segura, me perguntava o motivo de Kuhn ter me encaminhado até lá. "Ele disse onde eles estavam, podia ter resolvido sozinho." Recostei-me sobre uma pedra acendendo um fumo de ervas de forma despretensiosa enquanto analisava a movimentação dos sujeitos. O vento contrário não deixaria rastros. "Ele disse para resgatar o garoto, sabendo que havia uma recompensa em troca desses bandidos também." Um sorriso de canto foi inevitável. "Kuhn armou para que o mérito das duas coisas caísse sobre mim. Ele não cansa..." O sensei tinha o costume de passar suas responsabilidades para frente, muito devido a sua preguiça, mas desde que adotou a mim e Kazuya como pupilos usava disso para nos beneficiar em encontro ao seu conforto.

Uma explosão! Duas kunais revestidas de kibaku fuudas prenderam-se à lados distintos do acampamento dos ladrões. No total eram quatro, o tempo passado analisando seu comportamento mostrou o suficiente para que sugerisse a brutalidade em deterioramento da inteligência. Claramente não eram shinobis, eram ousados. "Não preciso enfrenta-los, posso simplesmente fazer com que eles sumam sem saber o motivo." Foram atraídos à fumaça que se erguia; dois dos quatro que vinham praticando os furtos nos arredores e arriscaram o sequestro daquele estudante. Observava com cautela a aproximação deles até que suas presenças se perderam em meio ao fumo que emergia do chão. Uma terceira kunai na região fragilizada do terreno. As rochas naturalmente soltas de Hotake em conjunto com o ataque anterior haviam sofrido um grande abalo, sofrendo esta nova ofensiva ocasionaram um deslisamento intenso montanha a baixo. "Dois a menos." Os gritos tornaram-se distantes de forma gradual.

Não me movia, permanecia oculto atrás de uma rocha que proporcionava uma visão limitada da entrada do local, agora em ruínas. Aquele era o local perfeito para a incursão e a falta de perspectiva não me afetava tão largamente. Uma olhadela aumentando o ângulo de visão proporcionou a vista de um terceiro homem, grande e musculoso, de trajes escuros e cabelos curtos, portando sua espada e andando na direção do deslizamento através do flanco oposto ao que eu estava. "Qual foi Kuhn, agora entendo o motivo de não ter feito isso, é muito entediante." A kunai que partiu de minhas mãos foi em direção de seu pescoço; atravessou alguns metros antes de prender-se de maneira firme a sua jugular. Restava apenas mais um. Em meio ao silêncio do vento o grito de um garoto.

Pela primeira vez naquela operação levada a sério demais para o nível que tinha, toquei o solo do terreno inimigo. A kusanagi em mãos e os prantos do garoto como bussola. "Onde está você?" E o que queria saber, na verdade, não era sobre o garoto, afinal, seu choro já havia entregado sua posição. Mas onde estaria o quarto e último sujeito? Ao passar pela parte de trás de uma das barracas, completamente abaixado e imaginando estar oculto fui surpreendido. Ele era tão alto quanto o último alvo e saltou sobre mim com uma violência que me lembrava os donos de bar que nos espancavam por divertimento após pedirmos comida. Busquei me esquivar mas ele largo o suficiente para me conter com seus braços grandes. Um segundo foi o suficiente para que estivesse sobre mim no chão, dois para que sua mão se chocasse de forma bruta contra meu rosto. O garoto estava engaiolado poucos metros de distância dali, podia nos ver lutando. -Levante! Me salve! Por Favor! Ele gritava, implorava por ajuda; mas quem precisava era eu. Não havia muito o que fazer em meio aos golpes sofrido nem muito espaço para trabalhar com as mãos, apenas o suficiente. Saquei uma kunai de forma extremamente restrita e arremessei contra a fechadura de madeira das grades que continham o jovem. Ele não esperava, talvez, nem o estudante imaginava tirar sua primeira vida daquela maneira. -Valeu parceiro. Disse ao garoto em estado de choque. Me levantei com dificuldade empurrando o corpo do brutamontes de cima de mim e enxugando o sangue de meu rosto revestido de hematomas. -Qual seu nomes? Ele não respondia. "Eu te entendo, já estive assim." Compadecia daquele estado, já tinha me visto daquele jeito várias vezes até entender que aquilo era pura insuficiência e fragilidade. -Não precisa falar. Vamos, vou te levar para casa.

considerações:

Itens e afins: