Sly
Plot: Vivendo isolado nas minas enquanto esconde sua presença da equipe de caça que foi enviada atrás de si, Reken em determinada noite visualiza um movimento estranho em Toyama: Um grupo de homens carregando uma criança amordaçada, sendo brutalmente arrastada e levada para o interior de uma das minas. Trata-se de um grupo de cientistas enviados por Iwakagure para tentarem recriar a fórmula do Juin. Após uma tentativa mal sucedida de ataque mas uma demonstração digna de poder, os pesquisadores pegam o corpo de do maníaco para o experimento por demonstrar altas taxas de regeneração.

As coisas em Toyama pareciam ter mais mistério do que na própria capital. Provavelmente pelo país estar jogado aos ratos e eles estarem fazendo a festa, tantas coisas estranhas vinham acontecendo; notava isso em cada chão de pedra que pisava. Agora, pensando bem, eu não deveria ter intervindo naquilo. Não foi gentileza, foi só unanimidade: Eu queria matar. Ver aqueles homens arrastando o garoto de cabelos brancos daquela maneira tão agressiva, estimulou meus demônios. Pra que apenas um sofrer se os três poderiam? Mas não contei com o quarto elemento. A esta altura já me habituei com esses sujeitos capazes de sentir a presença, provavelmente façam tal feito pelo chakra, é algo que ainda me questiono. Fato é, não vi seu ataque e agora me encontro aqui.

Escutava o gotejar. Ao entre abrir os olhos com a mente ainda cambaleante pude observar o que se fazia presente ali: Escuro e simplicidade. Por um momento pensei estar novamente preso no hospício e ter vivido em sonho meus passos até o momento, mas aquele gradeado que me prendia era diferente do utilizado naquela ocasião. Suas barras se erguiam em ferro maciço e desta vez eu aparentemente me encontrava livre de amarras que pudessem impedir investidas, mas ainda não me sentia bem para aquilo. Vomitei. Uma bola de sangue saiu junto ao líquido esverdeado embora a dor não caísse sobre meus sentidos. "Que lugar é esse?" Até que passos detiveram minha atenção. Vinham em eco de um corredor a esquerda da cela e impossível de ser visto da onde eu estava. -Olha só quem resolveu acordar. Bom dia número 133. Aquelas falas me inspiraram curiosidade embora a calma me mantivesse sentado sobre a cama rígida de madeira. -Onde eu estou? Que porra de número é esse? Ele riu. Estava oculto nas sombras e ao desviar o olhar pude ver o corpo da criança daquela noite completamente dilacerado no centro do cômodo. -Você não é nada mais que um experimento aqui. Não tem nome, nem identidade, só um número de identificação. 133. "A criança. Eu. Eles devem ter tentado o mesmo com ela, mas ela não resistiu. Acho que ainda tem espaço para um pouco de diversão aqui. -Pelo menos é melhor que a minha casa e você é meu garçom. Então vai lá e trás comida, eu to com fome. Se o humor já estava voltando ao normal, tudo indicava que aos poucos minha disposição física voltaria também.

considerações:

Itens e afins:

Já havia entendido o básico do que me mantinha ali: As grades eram realmente de uma liga de metal extremamente resistente, suas dobradiças soldadas de forma dupla e a tranca era um emaranhado de correntes seguida por uma série de cadeados e uma fechadura composta. "Nada difícil." O temperamento daquele que me fazia  refém para seu experimento se mostrou difícil; após minhas ordens "gentis" sobre a refeição, havia sumido faziam pelo menos doze horas. As rotas de fuga dali já estavam em minha mente, sabia o que deveria ser feito e não demandaria muito esforço para tal, afinal, nunca demandava. Porém, eu estava curioso sobre tudo aquilo, sobre aquele corpo infantil do outro lado da grade acumulando moscas e fedendo a morte que já estava tão bem acostumado. "Essa dor que erradia da minha nuca... Meu corpo está quase que completamente inútil e desgastado. Jashin não permitiria que mexessem desta maneira com minha carne, só podem ter entrado em contato com meu chakra. Toda essa fraqueza." Abria e fechava a mão no ar, contemplando-a deitado sobre as tábuas que me serviam de cama. "Nunca me senti tão incapaz antes. Esse filho da puta. Não posso simplesmente sair daqui, foda-se as respostas, a garganta dele tem que virar corda pra violão.

considerações:

Itens e afins:

-Vejam só! Eu lhes falei que seria um experimento bem sucedido. Eu me contorcia no chão. Aquele mês estava sendo mais difícil do que eu achei que minha liberdade permitiria ser; o encontro com o Rei foi uma dádiva, o incidente com Ysven um acaso, mas aquela situação na qual me encontrava era um incomodo sem tamanho. Do outro lado da cela estavam três sujeitos. Bem trajados e isso eu podia ver quando meu corpo rolava para o lado que favorecia sua visão; um deles era meu raptor, os outros dois não tinha visto antes. Provavelmente aquele que me chamava por números era quem liderava as pesquisas, mas não importa, a dor era sufocante. Tossi. Sangue escorreu. Eu era sádico o suficiente para rir de forma descontrolada enquanto meu corpo se retorcia como um inseto recém pisado no chão. -Ele não parece que irá sobreviver, Gyn. A voz que emanou era serena, parecia estar acostumada com o padecer do próximo. -Ele resistiu até aqui. Esta é a primeira etapa consciente para ele, mas não passa de um fragmento da adaptação ao selo. O líder era frio. Engraçado que ao mesmo tempo que aquilo me afligia o corpo parecia me enriquecer os músculos de forma gradual. Escutei alguns passos, eram de recuo. Meu corpo parou de forma repentina de chocar-se contra o chão.

Algo ardia sobre minha pele; descia do centro da nuca em direção à coluna e se estendia para a lateral direita do corpo, tomando meu braço. Era um fogo de prazer, algo que ia contrário a toda aquela dor que estava sentindo até o momento. Um leve deslizar dos olhos bastou para que eu pudesse avistar sobre meu ombro estranhas marcas assimétricas correrem em contorno negro. "Chega!" O que antes era corpo agora era nada. Em um grão da ampulheta do tempo me movi pelas grades numa grande e densa quantidade de papéis que avançaram contra os sujeitos, foi destruidor. Os dois visitantes eram descartáveis, não me interessavam naquela altura, mas o que haviam chamado de Gyn, aquele sim me devia respostas. -O que você fez comigo seu verme? O impacto gerado pelo choque de seu corpo contra a parede foi bruto. Minha mão destra o erguia pela jugular. A aura que emanava de mim não era aquela típica psicopatia padrão que aterrorizava quem normalmente me cercava, era algo enraizado no meu espiritual. Ele paralisou por algum tempo. -Não posso falar! A esta altura ele provavelmente sabia que eu era um shinobi de Iwagakure, através da bandana intocada que carregava comigo, resolvi blefar. -Você acabou de cometer um crime militar com alguém que costuma aplicar pena de morte, Gyn. Meus dedos apertaram ainda mais seu pescoço -O que você fez comigo?

considerações:

Itens e afins:

Usado/Ativo:

Gyn estava relutante em ajudar. Já era a terceira vez que eu batia sua cabeça contra a mesa. -Vamos lá cara, você não quer morrer por um segredo desses. Ele tremia sem forças ajoelhado ao meu lado com seu corpo sendo levemente sustentado pelo que restava da criança em partes colada por sangue seco ao chão. Sangrava como uma mulher e chorava como uma criança. -Já disse [...] Não posso fal... Novamente a batida seca, acho que essa foi forte demais, um pedaço da testa amaçou. Era nítido o desespero dele, era reconfortante o modo como aquilo abastecia minha vontade inalcançável de perversidade, era triste perdê-lo antes de resolver abrir a boca. -Vamos seu merda, fala o que você colocou em mim. Podia ver através de seus olhos cada vez mais vazios a vida fugindo de seu âmago. Era ódio e não desespero o que passou a movimentar meus socos de forma animal e ininterrupta contra a face dele. -Você Sangue. -É um Ossos se quebrando. -Lixo! Relaxamento. O soltei deixando seu corpo em face desfigurada cair sobre os restos infantis. -Um bostas desse que não aguenta cinco minutos de tortura.

Meu odor era uma mescla de carne podre, funerária, sangue e esgoto. Aquele lugar era tudo isso na verdade; quanto mais andava pelos corredores mais notava isso. Parecia ser uma zona individual e muito profunda das minas abandonadas, trabalhada em rocha recentemente para abrigar toda esse equipamento de laboratório. "Espere, que armários são aqueles?" Voltei para averiguar a porta pela qual havia acabo de passar. Aparentava ser um escritório; muitos papéis sobre uma mesa de madeira com armários de metal atrás dela. Estava atrás de qualquer coisa que pudesse me dar um norte sobre o que estava sendo experimentado ali, que tipo de colocação estavam fazendo, e já que minha única testemunha tinha morrido "de maneira acidental", me restava folhar arquivos. Forcei o cadeado e ele se rompeu. "Inútil. Inútil. Inútil." Olhei as gavetas de baixo. "Mais coisa inútil." Minha massa de moveu para a mesa e ali encontrei algo que deduzi ser importante. "Juikan" "Hmm! Um selo? Eles estavam trabalhando com a recriação de algum mecanismo de chakra aqui."

considerações:

Itens e afins:

Usado/Ativo:

Toyama! Uma cidade permeada de mistérios. Aquela brincadeira de cão e gato na qual eu havia me metido tinha me enviado até ali, e quem diria que pela primeira vez na linha da vida o destino me beneficiaria. Posso lembrar com perfeição das palavras do velho Ahriman. "Jashin é bom com quem é bom com ele." Havia me abençoado com seu toque, sua linhagem; meu pai. Agora vinha com a sua mão interventora para empoderar-me de mais poder. "O tempo que tem guiado as coisas... Ele dirá como isso funciona. Minha mão coçava o símbolo em hélice na nuca; meu pés levantavam poeira pela superfície das rochas escurecidas do túnel.

Alcancei após um tempo de caminhada entre as galerias próprias construídas como masmorras e laboratórios pelos shinobis da pedra até me encontrar no topo do penhasco dos mineradores. Não era tão longe de casa. Vaguei. Literalmente, vaguei; estava acabado. O sol que se punha no horizonte de Toyama era bonito. "Porra, faz tempo que não presto atenção nessas coisas..." Asas formaram-se em minhas costas. Eram de papel e dela caiam fragmentos, tocavam o solo com leveza e depois retornavam ignorando a física. "Tenho que despista-los antes que me alcancem." Alcei voo. Meu destino era certo e minha procura anônima, mas acreditava ser existente.

considerações:

Itens e afins:

Usado/Ativo: