inry esteve bem ocupada nas últimas semanas. Sua avó adoeceu de forma que nenhum médico em Konoha, por melhor que fosse, conseguisse decifrar.

E lendo os lábios da senhora de cabelos grisalhos, entendia as frases: "Minha hora chegou Winry", "Cuide do cachorro, Winry", "Coloque água nas plantas, Winry", assim por diante, como se sua morte fosse inevitável. Mas a jovem não queria perder o único membro da família que lhe sobrara, mesmo que esta fosse uma velha dramática. Deixou-a então aos cuidados de sua amiga de cabelos negros e olhos azuis, Kuzuki, que cuidava de uma livraria junto de sua mãe, e partiu em busca de um médico que pudesse ajudar sua avó.
Antes de sair, reportou-se ao Hokage, e contou a ele, o motivo de sua inesperada saída, ao que Kai respondeu: - Espero que você faça uma boa viagem e ache o que precisa. Farei o necessário para manter sua avó e sua amiga com as melhores condições possíveis.

A loira sorriu timidamente, reverenciando ao sair do escritório do Kage e saiu pelo portão sudoeste da cidade, esperando encontrar alguém que a ajudasse no País do Rio.
Chegando na capital do país, teve dificuldade em achar algum local que pudesse perguntar sobre ajuda médica, pois a fala era comprometida, devido à surdez.
Chegou, finalmente, à uma confeitaria, na qual uma senhora muito simpática, em torno dos 50 anos, a atendeu. Winry perguntou -lhe onde conseguiria falar com profissionais da saúde, no qual sua resposta foi: - Olha menina, me perdoe, mas nossos melhores médicos, daqui e dos países pequenos, estão fora em uma missão no País da Rocha. Lá você pode encontrar ajuda.

A loira agradeceu a informação, comprou um bolinho e partiu em direção ao País da Rocha, na esperança de salvar sua avó. A viagem foi longa, cansativa, e encontrara com vários sujeitos estranhos na jornada. Mas ela precisava de alguém que ajudasse sua figura materna, pois ela era sua única família.

Ao chegar no ponto onde estavam as equipes médicas, na entrada do país, ela procurou alguém que pudesse falar sobre o assunto, mas todos pareciam tão ocupados...
Estava esperando diminuir o movimento, quando uma doutora bem alta, de pele retinta e de cabelo castanho-claro a chamou, cutucando-a: -Ei, você! O que está fazendo aqui? Quem é você?- ela falou rápido, o que a jovem teve dificuldade de entender, e pediu para a mais velha repetir. -Por que você está aqui e do que precisa? Este é um acampamento médico.
Winry ficou levemente vermelha, suspirou, e tentou, de maneira lenta, explicar o motivo de estar lá. A médica balançava a cabeça, e fez uma série de perguntas sobre sintomas, fazia sugestões do que podia ser, e a jovem apenas negava, pois todas elas haviam sido descartadas pelos médicos de Konoha.

-Bom, - disse a mais velha - há uma flor lendária, que diz que poderia curar qualquer coisa, mas, como eu disse, é lendária.- Ela parou um minuto, suspirou, e vendo o olhar triste da loira, continuou. - Olha, eu não sei o que sua avó tem, mas, seja o que for, essa tal flor pode curá-la. A lenda diz que ela fica no País da Grama, perto de onde você vem. O nome da flor é Rapunzel. Ela é dourada como o sol, e para ajudar sua avó, deverá fazer um chá da flor e dar para ela. A mulher lhe mostrou um mapa de onde tal flor estaria, e desejou sorte em sua jornada, e Winry partiu novamente, voltando para perto de casa.

Chegando no local que o mapa apontava, ela percebeu que era uma grande e densa floresta, com muitas plantas espinhosas e venenosas. Para passar por tudo aquilo, ela demorou quase um dia inteiro, pois tinha de ir muito lentamente. Quando a noite chegou, ela estava cansada e levemente arranhada por alguns arbustos que não conseguiu se livrar completamente. Estava pensando em montar acampamento em alguma árvore, quando viu uma luz dourada ao longe. Lembrou-se das palavras da médica e dirigiu-se até a luz, que ficava cada vez mais forte, até o ponto de quase cegá-la.

Então, quando a intensidade diminuiu, a viu nos meio de uma pequena clareira. A flor dourada e roxa, linda. A loira teve até certa pena de tirá-la do solo, mas era por um motivo maior. Arrancou a planta, colocou-a em sua mochila, e não esperou o dia nascer, pôs-se ao caminho de sua casa.
Chegou junto com o sol, e foi recebida em alarde por sua amiga Kuzuki avisando-a que sua avó havia piorado nos últimos dias. Kai estava lá também, e ela entregou a flor para ele, contando, em tom de voz baixo, sobre sua viagem e sobre a história que a médica havia lhe contado. Sua resposta foi: - Espero que funcione.
Kuzuki fez o chá rapidamente, e Winry deu a sua avó, que respirava muito devagar, de olhos fechados na cama. De repente, ela abriu os olhos. - Winry...- um sorriso foi esboçado em seu rosto, mas logo saiu - onde você se arranhou tanto assim? Eu já disse para tomar cuidado!
A mais nova não segurou a emoção e abraçou sua avó, agradecendo pela flor lendária tê-la salvo, enquanto todos na sala ficavam boquiabertos com a "magia" de tal flor.