HP 325/325 - CH 325/325 - ST 0/3

Kurashi mal levantara quando um pássaro mensageiro de Iwagakure entrou pela janela de seu quarto com mais uma designação de missão para ele. No papel as instruções apontavam para o Genin se dirigir até o portão da vila onde iniciaria de pronto a missão de proteção aos indefesos: aparentemente chegava a hora de caminhar com as próprias pernas, em verdadeiras missões ninja para as quais tanto vinha treinando. Café da manhã rápido, com cereais secos – nem tão demorado para adiar o início da missão, nem tão incompleto a ponto de prejudicar seu desempenho por falta de alimentação – para então se dirigir ao local apontado.

O tempo estava gelado, como vinha sendo praxe naquele inverno na vila da Pedra, com um vento que quase chegava a incomodar. Mentalmente, repassava o que já sabia da missão: “O País do Arroz está a passar por dificuldades devido a ataques de bandidos, alguns deles usam técnicas ninja. Vá e elimina a ameaça.”. Pela primeira vez sairia do seu próprio País. Com ele, sua bolsa de armas na cintura, mochila pequena com mantimentos e suas duas marionetes à costas – Beta Kumogani e Beta Kokuja – enroladas em ataraduras, levadas às costas.

Ao chegar no portão, identificou a pessoa com quem deveria tratar: um homem alto, meia idade, que seria o seu companheiro nessa missão.
- Bom dia, senhor, me chamo Koori Kurashi, Genin da vila oculta da Pedra, e serei o responsável por lhe acompanhar nessa missão. – Sua voz era firme, séria, e passando a confiança necessária para o começo daquela relação profissional.

- Achei que não viesse mais, rapaz! Va..vamos, eu já sei exatamente onde devemos ir –

“Ele está.. bêbado? Essa hora da manhã?” Kurashi estranhava a dicção, o equilíbrio e o padrão de movimentos daquele homem. Ele provavelmente estaria emitindo forte odor de álcool, o qual Kurashi não tinha como saber devido a sua deficiência no olfato. E, assim, partiram da Vila Oculta da Pedra, na velocidade que seria possível dentro das condições do time.

Consideraçoes:

HP 325/325 - CH 325/325 - ST 0/3

O destino final daquela travessia era uma localidade extremamente modesta, sem muitos recursos tecnológicos ou de força militar, deixando claro porque a presença de Koori Kurashi se fazia necessária ali. O rapaz logo se prontificou a representar a segurança que aquela gente humilde precisava: ouviu o que tinham a dizer, e estava pronto para defender suas casas e suas plantações – o que pareciam resumir boa parte da vida naquele vilarejo.

- Eu me chamo Koori Kurashi, venho em nome da Vila Oculta da Pedra para resolvermos essa situação. – Falou, olhando dentro dos olhos de cada um daqueles que vieram até ele – Me digam, vocês conhecem esses bandidos? Há quanto tempo criaram a rotina de vir extrair de vocês? E eles sempre se estabelecem aqui próximo do vilarejo?

“Fogo... Vento... invasores que usam de ninjutsu elemental. Não representam nenhuma interação específica em relação ao meu Doton, o que me mantém em uma estratégia neutra. Por outro lado, terei o fator surpresa ao meu favor, isso pode contornar minha desvantagem numérica”.

Kurashi se virou especificamente ao senhor embriagado que o acompanhara na viagem, para entender melhor suas motivações de estar ali. – Qual a sua relação com essa vila, senhor? O senhor tem alguma formação de batalha?

Esperando as respostas, da vila como um todo e também especificamente a do homem, Kurashi já se punha a bolar estratégias de abordagem para expulsar de vez aqueles invasores. Uma vez tendo obtido as respostas possíveis, iniciaria sua subida na colina para o inevitável confronto – mas não faria uma abordagem direta, sua estratégia inicial era subir até onde fosse possível não ser notado e tentar identificar a posição e situação exatas dos dois bandidos descritos. A atenção ao redor para a procura de um possível terceiro elemento escondido também fazia parte da estratégia de Kurashi: precavido, como um ninja tem que ser.

Consideraçoes:

Rank C – Proteção aos Indefesos:

HP 325/325 - CH 325/325 - ST 0/3

“ ‘Proteção aos indefesos’... acho que todos estamos indefesos nesse mundo.”

Kurashi não demonstrou fraqueza ou surpresa com a triste história que lhe fora contada. Ainda estava recente a mudança de perspectiva que vinha desenvolvendo como ninja, a necessidade de se portar com alguma frieza diante de certas situações, e aquela certamente era uma daquelas demandas.

“Eu desconfiei que esse senhor tivesse alguma capacidade ninja, mas ele atrapalharia mais do que ajudaria nessas condições”

A raiva e a indignação da população ferviam em suas falas, mas era a obrigação do Shinobi manter a calma ali. Já recolhera muitas informações que lhe davam a vantagem estratégica naquele local, e era chegada a hora de agir.
- Peço que deixem isso comigo. Quando eu tiver resolvido voltamos aqui para conversar. – Olhou dentro dos olhos de cada um, com uma pausa maior quando olhou para Kaji Isonsho e pegou a foto que o senhor lhe esticava o braço para entregar – Confiem em mim.
-

Kurashi manteve sua estratégia de não fazer uma abordagem direta, sua estratégia inicial era subir até onde fosse possível não ser notado e tentar identificar a posição e situação exatas dos dois jovens.

“Cobra, Rato... Magen: Narakumi no Jutsu”

Ainda escondido, Kurashi raciocinou que atacar os traumas daqueles dois ninjas seria o melhor caminho para paralisá-los e impedí-los de um contra ataque imediato. A sua aproximação furtiva e o fator surpresa deveriam fazê-los demorar a perceber que se tratava de uma técnica Genjutsu de Ilusão Demoníaca: Técnica da Visão do Inferno – se demorasse o suficiente para que as féridas abertas fossem fatais, o Genin da Pedra já poderia imobilizá-los ali mesmo. Caso os adversários esboçassem que perceberam de onde viera o golpe, Kurashi se esconderia utilizando de seu Doton: Dochū Eigyo no Jutsu

HP 325/325 - CH 317/325 - ST 0/3
Chakra Gasto: Jutsu Rank D: 10 CH – 25% Grande Controle = 7,5 CH, arredondado para 8.

Consideraçoes:

Rank C – Proteção aos Indefesos:

HP 325/325 - CH 298/325 - ST 0/3

De repente, Kurashi aparece na frente do seu adversário: vestes negras, cabelos verdes e olhar profundo. De peito aberto para ver do que Tamashi Saeki era capaz de fazer de frente. Ou, pelo menos, era isso o que ele queria induzi-lo a pensar.

“Oboro Bunshin no Jutsu”

Na verdade, tratava-se de um clone de névoa que não receberia qualquer dano que se direcionasse a ele. O verdadeiro Kurashi seguia escondido sob a superfície e, de seus dedos, invisíveis fios de chakra saíam e controlavam suas duas marionetes que emergiram de súbito para a superfície para se fazer presentes no campo de batalha, enquanto o clone de névoa atrairia algum ataque inicial do seu oponente.

Primeiro, Beta Kokuja (Serpente Negra) se projetou sobre a Enma Saeki para finalizar aquela metade da batalha. A marionete logo saiu de seu estado inicial, de 1,77 m de comprimento e passou a revelar vários extensores de corrente que a deixaram com um comprimento total de 3,27 metros (Mecanismo 1). Beta kokuja então passou a se enrolar e imobilizar os membros da garota, garantindo que ela não mais seria um fator naquela luta: aos poucos, a marionete enrolava-se nela buscando um estrangulamento para deixa-la inconsciente. Uma vez  que estivesse desmaiada, a serpente de madeira se manteria apenas como barreira física para impedir os movimentos da adversária, como amarras de imobilização.

Simultaneamente, Beta Kumogani (Aranha Caranguejeira) se lançou sobre Tamashi Saeki, aproveitando o vácuo de atenção que o clone de névoa pretendia atrair. Kumogani vinha com seus 6 braços em constante movimentação, cada um dos braços com 5 dedos em cada mão, e de cada dedo se projetava uma senbon - como se fossem garras -  para avançar para cima do alvo (mecanismo 1 da marionete).

“Ele é usuário Fuuton.. não adianta eu disparar senbons sobre ele, é melhor usar as lâminas da Kumogani no corpo a corpo”

A marionete desferia golpes sucessivos e incessantes na direção do garoto – sem mirar pontos fatais, mas visando feri-lo até sua rendição. Simultaneamente a isso, o golpe final:
“Doton: Dochūbaku”
Ainda escondido sob a terra, Kurashi invocou um deslizamento de terra que avançou para cima de Tamashi: enquanto o garoto estava concentrado nos golpes das lâminas de sua marionete, seria engolido pela fenda que se abria na terra sob ele.

- Renda-se, garoto, vocês não precisam morrer aqui.

Dessa forma, Kurashi tinha Enma Saeki desacordada e imobilizada por sua marionete Serpente Negra e Tamashi Saeki estava feriado e soterrado pelo deslizamento promovido pelo jutsu de Explosão do Solo. Uma sequência de movimentos rápidos e praticamente simultâneos, possíveis apenas por já ter informações iniciais acerca de seus adversários.

Chakra Gasto: Jutsu Rank D: 10 CH – 25% Grande Controle = 7,5 CH, arredondado para 8; Jutsu Rank C: 25 CH – 25% Grande Controle = 18,75, arredondado para 19.

HP 325/325 - CH 271/325 - ST 0/3

Consideraçoes:

Rank C – Proteção aos Indefesos:

HP 325/325 - CH 271/325 - ST 0/3

“Queremos esses bandidos mortos... é isso aí! Semana passada eles queimaram todo o meu campo de arroz”

A agonia das vozes carregadas de ódio dos moradores da vila veio como um flash na mente de Kurashi quando Tamashi começou a lamentar a morte de sua irmã: “Vamos, me mate.. não preciso mais viver”, dizia o seu oponente – que não demonstrava mais ímpeto algum de batalha – “parem! Entendo o ódio de vocês, mas...” dissera mais cedo o senhor bêbado que o acompanhou por todo esse percurso e que parecia ter negócios inacabados com aquele garoto à sua frente.

- Que assim seja. – Falou em voz baixa, enquanto estalou o pescoço.

Com o movimento de alguns dedos de sua mão esquerda, Kurashi fez sua marionete Beta Kokuja (Serpente Negra) soltar o corpo de Enma Saeki e se lançar sobre Tamashi, apontando a kunai de sua cauda para o pescoço do menino. No entanto, em vez de desferir um golpe fatal contra sua garganta, a marionete de cobra novamente passou a enrolar os seus 3,27 metros (Mecanismo 1) para imobilizar e desacordar o adversário, com a ajuda do Conhecimento Anatômico do Genin para usar apenas a força proporcional no local correto. Com o garoto apagado sob sua custódia, então, Kurashi apareceu sobre o pico da colina que dava para a vila e acenou para chamar Kaji Isonsho para um ultimo momento delicado daquela missão.

- Senhor, a minha missão foi concluída, mas é o senhor que vai decidir como. -

Kurashi tentou explicar ao senhor como Enma havia sucumbido à pressão e como Tamashi aparentemente não demonstrava mais interesse em viver uma vida com ainda menos relações e ainda mais tragédias, mas Kaji teria uma escolha final a fazer: tomaria o seu próprio caminho e deixaria Kurashi entregar Tamashi sob custódia para autoridades policiais do País do Arroz ou ficaria responsável pelo garoto para tentar salvar a vida e reconstruir sua imagem do mundo. Uma escolha afogada por remorsos e arrependimentos, mas dos quais não podia mais fugir.

- Eu... já o matei várias vezes. O matei quando assassinei seus pais; o matei quando o fiz desacreditar o mundo; o matei quando não pude salvar sua irmã. – Os olhos do senhor estavam cheios de lágrimas, e sua voz era trêmula. Tinha uma garrafa de sakê à mão, a qual arremessou longe, quebrando-a – A partir de hoje vou lutar para salvar a sua vida. Não posso mudar o passado, mas posso mudar o futuro.

Kurashi precisou se manter firme diante daquilo: era um ninja, ora! Situações de gestão de crises seria o mínimo que enfrentaria. E, a partir de então, passaria a enfrentar com outros olhos e de uma forma muito mais madura. Despediu-se dos moradores da vila, encorajou Kaji nos desafios que viriam, e se pôs no caminho de volta à Iwagakure para registrar a finalização de sua missão.

Consideraçoes: