Dormiria em um hotel fora do gabinete novamente, mas não sabia o quanto de dinheiro ainda tinha para sobreviver naquele local, precisava pensar em algo quanto ao fator monetário na sua vida de Tsuchikage. A conversa no bar fora revigorante, abriu um pouco a mente, começava a gostar de Iwagakure, o país realmente tinha bons sujeitos, fora o fato de que ali poderia aprender mais sobre arte, pois continha um terreno argiloso em algumas áreas. Desconhecia os ideais do antigo Kage, mas sentia que seria algo interessante, talvez devesse criar alguma investigação ou coisa do gênero. Perambulou pelas pequenas vielas do vilarejo a fim de achar alguma coisa que pudesse ser útil, um campo para treinar ou coisa do gênero. Suas pernas cruzaram a pobre vila levando-o até próximo de um campo de arroz, agricultura predominante naquela região. Percorreu com os olhos a distância dos arredores a fim de verificar sua segurança no local. Campo aberto era um pouco mais favorável do que em locais fechado porque isso poderia abafar suas explosões, a principal habilidade do menino. Sentou-se na grama e começava a refletir em como melhorar as habilidades – Preciso de um molde que facilite a aerodinâmica das minhas criações. — Pensava em que criaturas fazer com argila.

Quando chegava lá, ele ficava olhando cada detalhe do local. As nuvens, a lua, o solo, a forma como o vento passava e outras diversas coisas. Isso fazia com que ele começasse a pensar no quanto a terra proporcionava para os humanos, e ai ficava pensando por um tempo. Um garoto, que tinha uma aparência completamente desleixada e estranha, surgia no campo, e começava uma conversa com Edward. — A natureza é mesmo incrível não acha? Fico pensando naqueles que são dotados de habilidades elementais, e que possuem um vasto arsenal de elementos. Isso pra mim, é uma dádiva imensa. Desculpa por entrar no seu momento assim do nada. Me chamo Accel, Jonnin de Kumo. — Edward estranhava completamente o jovem, por diversos motivos. — É... Accel... Verifiquei seus registros. Um dos maiores usuários de Doton não é mesmo? Não atrapalhou nada, só estive pensando um pouco. O que quer dizer com essa relação de elementos. — Questionava Edward se virando contra ele, largando suas espadas no chão. O jovem Tsuchikage era humilde, e não tinha dificuldade alguma em conversar com outros, mas era um pouco orgulhoso para receber qualquer tipo de ajuda, então, tentava conversar amigavelmente com o jovem.

Sentado próximo a uma trilha, enquanto falava com o estranho, viu o rapaz desenhar um pequeno caderno, desenhou algumas aves em formatos interessantes, poderia ver pois estava bem próximo. Retirou um punhado de argila, remodelando um simples pássaro com 4 asas. — Talvez isso ajude em algo. – Trabalharia a melhora da aerodinâmica de suas criações, visto que isso contribuiria de forma quase que imperceptível nas explosões. Liberou o chakra para que a criaturinha ganhasse um pouco de vida. – Voe – Assoprou de forma simbólica na argila e ela levantou voo. O pássaro guiou-se até chocar no outro lado do quadrante aquático, o espaço destinado ao cultivo de arroz, chocando-se em um barranco. – Incrível – Vislumbrou a explosão que aquilo fora causado. Analisou de forma precisa a explosão e forma que no qual o pássaro havia batido as asas, a criação se assemelhava com a realidade. – Isso é muito bonito – Comentava a imagem que vinha a sua mente. Retirou mais um bocado da argila, assim, usaria para recriar aquele pássaro. Dessa vez tentou alguns aprimoramentos, aliás não compreendia direito o poder magnifico daquela habilidade, ao menos não como o seu chakra reagia com a argila tornando-a destrutiva. Olharia os arredores, afinal se preocupava com o fato de alguém estar por perto e se machucar por conta da explosão. Enquanto isso, o homem que aparecia de forma estranha ia embora, sem dizer nada. Edward sorria, e pegava o pergaminho que tinha levado em seu bolso, sendo ele um dos vários que tinha na biblioteca. Olhava cada página, e observava as técnicas que tinham ali, entre outras coisas. — Aqui contém um resumão da Habilidade. A forma de aprendizado que está ai, é desatualizada, e ainda não tive tempo de arrumar, então, eu vou te ajudando com isso. Leia o começo por favor, enquanto irei preparar o Dojo para treinarmos isso. — Edward abria o Pergaminho, e iniciava a leitura de forma baixa. — "A Técnica de Assimilação da Criação de Todas as Coisas permite que o usuário adquira as propriedades de um objeto, material ou substância próxima, bem como qualquer uma das suas características especiais. Ao assumir as propriedades do objeto alvo, o próprio usuário torna-se completamente constituído pelo material, ganhando quaisquer características especiais e fracas que lhe são atribuídas. Ele também é capazes de manipular qualquer substância similar à que foi absorvida, o que lhes permite moldá-la em diferentes formas para criar várias técnicas próprias. Em caso de necessidade, o usuário é capaz de gerar mais da substância emulado-a através de seu corpo." — Terminando a leitura do mesmo, ficava completamente intrigado.

Livrou-se das suspeitas, afinal não existia nada naquele fim de mundo, apenas um rapaz desenhando próximo a sua casa, trilhas, arvores e campos de arroz. Remodelou o pássaro. – Espero que a aerodinâmica facilite a ida dele, pelo visto isso pode aumentar drasticamente o poder do jutsu. – Com um selo liberou a criação, esta que no qual voo de forma rápida cruzando o campo de arroz chocando-se com o barranco. Desta vez o rapaz viu e surpreendeu-se. – Hey moço o que seria isso? – Vinha o menino questionar o que viu.

Odiaria ter que dialogar com o rapaz, mas viu uma oportunidade de conseguir um caderno, ao menos umas folhas para desenhar suas ideias. – É algo muito perigoso, mas te conto se me der algumas folhas desse seu caderno aí moleque. – Tentaria a barganha, que por sinal funcionou. O menino arrancou cerca de 10 folhas entregando junto a um lápis velho. – Mostra de novo. – Dizia o menino. – É perigoso, não posso usar, valeu as folhas pivete. — Sairia dali, não revelaria suas técnicas a qualquer ralé em seu caminho.

Afastando-se do local, com o material obtido de forma estranha, começaria a traçar umas estratégias que no qual usaria em um futuro próximo, tais como os tipos de uso com C1 C2 e assim por diante. No pergaminho que tinha em mãos, tinha algumas instruções, como se quem escreveu, estivesse direcionando para alguém.

Ele então, atento, direcionava-se para uma espécie de área aberta. — Meu primeiro aluno, o qual passei tal habilidade, se chamava Choi. Choi assumiu as propriedades de uma rocha e então foi capaz de usar sua imitação de outras técnicas. Ele também era capaz de transformar sua pele em rocha, totalmente ou parcialmente, e poderia sobreviver mesmo sendo destroçado, ele simplesmente se montava de novo. Então, quando assimila a matéria em que toca, você tem a capacidade de usar ela futuramente, como se o que assimilou, fosse algo que tivesse desde sempre. Quero que faça os selos necessários, como diz no rodapé da página três, e em seguida, toque esse chão de madeira. — Da forma como o pergaminho pedia, Edward repetia, fazendo os selos de mão, e tocava no chão. Sua mão era coberta, parecendo que estava rodeada de madeira mesmo. Porém, não conseguiu dar continuidade, e então, a técnica não surtiu tanto efeito. Talvez fosse a falta de concentração que acabou atrapalhando o jovem Kage. Novamente, fazia o mesmo processo, e dessa vez, aplicava um pouco mais de chakra.

O processo tinha sido executado com êxito, e parecia que o jovem Edward tinha conseguido realizar a técnica com uma facilidade extrema. Isso se dava pela afinidade dele com o Doton, que fez a absorção ainda mais fácil.

O rapaz tomou algumas anotações: “A forma mais básica e versátil de argila explosiva é denominada como C1, que é criado a partir de uma única boca de minha palma. As criações feitas nessa modalidade consistem em pequenos bonecos animados que muitas vezes se assemelham a animais. Dependendo de qual variação é criado, eles vão manter as habilidades das criaturas que foram modeladas após, ou seja, os pássaros ainda podem voar. Esta característica combinada com o seu pequeno poder explosivo independente, torna excelente para operações encobertas. Ele pode produzir e liberar um número significativo deles em alta velocidade.”

-- Certamente C1 é para ser mais furtivo – concluiu.

Rapidamente continuou o estudo: “C2 requer uma das especialidades com a argila que requer o uso de ambas as suas bocas da palma, criando um grande dragão. O dragão em si é capaz de voar, e, enquanto seu usuário está seguro em suas costas, o dragão pode cuspir figuras de argila menores que atacam o adversário como mísseis guiados. Estas criaturas independentes como míssil assumem a forma de uma versão muito reduzida do dragão maior que a criou, no entanto, apesar desta diminuição no tamanho elas ainda são relativamente maiores do que uma pessoa normal.”

Após a pausa para verificar o s arredores, continuou a escrever: “Cada um é capaz de rastrear o alvo desejado e produzindo uma explosão significativa proporcional ao tamanho em cima do contato, mas à medida que surgem, eles consomem uma quantidade substancial de argila do dragão original, inicialmente, extraídos da cauda da criatura. Esta última análise, limita o número que cada C2 "Dragão" é capaz de criar, na argila deve ser sacrificado mais de áreas vitais, tais como o corpo ou asas. Usando mais argila, o tamanho do míssil e poder explosivo pode ser substancialmente aumentado. ” – esticou a coluna e começou a ler o que escrevia após alguns testes – certamente o poderio militar aéreo dessa habilidade é maior do que eu esperava, preciso testar o C3 e averiguar seu poderio

Pegaria um punhado mínimo da argila e testaria com C3, ou seja, aplicando mais chakra: “C3 é a bomba mais poderosa em larga escala que pude testar, a sua destruição chamou algumas atenções já que explodiu uma residência velha próxima ao campo. A criação, que uma vez ativada, se torna uma enorme estátua podendo ser derrubada sobre o alvo. Seu poder explosivo é grande o suficiente para potencialmente destruir uma grande parte de algum vilarejo” .

A busca pela perfeição ainda não havia terminado, faltava um longo caminho para que suas técnicas chegassem a perfeição que tanto almejava. O rapaz já dominaria parte do conceito da técnica, mas restava apenas algumas arestas para finalizar, estas que no qual eram cruciais de seu treino. Matutou durante um tempo pensando em como ajustar a quantidade de chakra para forçar a maior das explosões, certamente desconhecia ideias novas quanto a isso, mas estava a lutar contra esse déficit de aprendizado. – Acho que tentarei explodir algumas argilas e ir testando de acordo com os resultados que forem obtidos – rapidamente remodelou alguns punhados de argila pensando em acrescentar o chakra uniformemente e arremessando-os contra o alvo. A ideia deu certo, a explosão realmente se intensificava de acordo com o chakra usado, principalmente por ser uma KG Bakuton, o que por sinal era bem interessante a forma que no qual poderia ser utilizado, ainda mais nas mãos daqueles com uma eximia criatividade.

Vasculharia os arredores, assim feito, voltaria sua atenção para mais uma remessa de argila se modelando em criaturinhas que serviriam de explosivos – acho que agora vai dá certo – tais criações se transformaram e voaram contra o alvo, ao menos era o que restava do alvo após inúmeros testes feitos naquela tarde...

Os moldes feitos com a matéria prima provinda da terra denominada argila, se chorariam ao encontro do alvo causando uma explosão grotesca – Incrível, esse é o resultado que tanto almejei – sentir-se-ia um pouco mais feliz do que de costume, afinal havia chegado ao resultado ligeiramente mais favorável. Esse feito fora conquistado com árduo trabalho e esforço, pode não parecer, mas ficou o dia todo ali treinando apenas formas de aperfeiçoar a sua principal técnica. – Preciso encontrar aqueles sujeitos – referia-se a Roy, que deveria estar ali o ajudando. Realizaria mais alguns testes para ter certeza de que aquele era o ápice da sua arte, ao menos era o local mais alto que conseguiria elevar suas habilidades.

Tendo terminado de realizar seu treino iria para algum boteco ou alguma bodega para deleitar uma refeição e posteriormente dormir de forma mais tranquilo. A vida estava nos trilhos que gostaria, não precisava receber ordens de ninguém, não precisava estar enjaulado nas proteções de Iwagakure. Adentraria em algum boteco, comeria uma refeição barata, e logo em seguida, partiria para o escritório, onde era a hora de tratar dos assuntos sociais e governamentais de Iwagakure no Sato.