54DG - Kumogakure -- 04h59minTrilha Sonora: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
(Recomendável ler e ouvir ao mesmo tempo) Um ninja de porte médio corre em meio a chuva densa de uma noite fria e os telhados das casas do vilarejo, com passos tão fortes e consistentes que cada um deles ao tocar uma das inúmeras poças de água presentes nas telhas, espalhava-as como um enorme tsunami. Ele parecia ofegante, talvez por conta de sua idade, mas também por um motivo maior: Uma mulher. Ela se encontrava em seus braços, e seus gritos eram tão fortes que podiam ser comparados a alguns dos trovões da tempestade, e muitas vezes seus gritos ecoavam juntamente aos raios. Deveras um acontecimento inesperado, uma chuva tão forte em Kumogakure que ficara no mesmo nível que as nuvens. Seus gritos podiam ser entendidos quando, no meio da corrida, suas vestes levemente se perderam nos braços do homem, e revelou-se uma enorme barriga. Os cabelos da jovem eram da cor branca, com pequenos traços pretos entre as grandes cascatas que corriam de seu couro cabeludo, aparentava ter em torno de vinte e oito anos. O homem que, incansavelmente pulava de casa em casa, almejando chegar em algum local era o dono de grandes olhos negros, tão escuros quanto seus cabelos que acompanhavam a tonalidade das suas pupilas. Porém, diferente da mulher que tinha longos fios, este já era um pouco mais discreto, com sua bandana formando um penteado ao mesmo tempo comum e bonito.
Após um grande trajeto sido concluído pela figura, chegaram a uma das casas que ficava em uma das enormes montanhas que formavam o vilarejo. Tinha uma visão privilegiada do Palácio Central de Kumogakure, local de trabalho do Raikage. O homem seguira uma linha reta desde que começou seu caminho com a mulher em seus braços, supostamente vindo daquele local. Todas as dúvidas sobre o porquê o homem não ter ficado no local para realizar o possível parto são retiradas assim que ele entra, esbarrando com seus ombros e costas na porta, para adentrar com a mulher em seus braços, dentro da casa. Um ambiente negro, mas com pequenas luzes em cantos distintos, frascos com pequenas chamas (reluzentes e chamativas em meio ao ambiente ainda escuro) fazendo com que líquidos das mais diversas cores borbulhassem de forma singela dentro dos recipientes. A figura então procura um interruptor localizado logo ao lado da pequena porta de madeira que adentrara a poucos segundos, ainda ofegante ele consegue identificá-lo, e com um dos braços continua segurando a mulher, agora com muito mais dificuldade, e com outro aciona o mecanismo de iluminação. E então a afirmação das dúvidas sobre o local do parto tem alguns fatos adicionais, ele fora para aquela casa pois na verdade, ao ligar as luzes, se revela um laboratório. Em uma mesa central existem vários papéis com anotações e fotos de indivíduos não reconhecíveis, além de alguns protótipos de kunai`s, estes abertos ao meio, como demonstração. Em um quadro em uma das paredes, com uma luminária e uma pequena e extinguivel chama dentro dela, haviam mais papeis colados uns nos outros e alguns com pequenos grampos. Podia-se observar desenhos corpóreos, símbolos de outros vilarejos como Konohagakure, Kirigakure, Sunagakure e outros símbolos, além de pergaminhos mais velhos com cálculos, ângulos e letras, totalmente imperceptíveis na visão do homem naquele momento.
Este determinado, continuou com a mulher em um só dos braços e com o outro não demorou para empurrar todos os itens que estavam outrora na mesa central, apoiando a figura feminina no lugar destes. Correu e, desceu alguns degraus em uma escada que se originava no canto direito do hall do local, e ao voltar tinha em mãos e embaixo dos braços algumas almofadas, posicionou-as atrás da mulher e efetuou os procedimentos conhecidos de um parto. Ao abrir uma das pequenas e inúmeras gavetas que estavam localizadas centímetros abaixo da mulher, encontrara as ferramentas necessárias para o seguimento da ação. Ao finalizar, com um pequeno ser em seus braços, recolhido em uma manta de tecido puro com enormes tecelas e diversos desenhos abstratos previamente tecidos, ele não tinha palavras para descrever e nem algo para pensar a não ser como seria sua vida dali para frente. A mulher ja estara em um grande e aconchegante sofá, logo abaixo do quadro com anotações, a chama já havia se esgotado e o pequeno local com escuridão auxiliou a mulher a dormir após um enorme esforço, talvez o maior de sua vida. O homem colocou o menino em uma pequena cama de ferro, totalmente moldada do tamanho da criança, e ao ser encaixado com delicadeza e sutileza pela figura, luzes vermelhas foram suavemente ligadas e uma pequena brisa nem quente e nem fria foi sentida fluindo sobre a cama. O homem vai até um dos armários e retira um grande jaleco branco, o qual usa para cobrir a mulher, que aparenta estar bem e em um sono profundo.
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(Recomendável ler e ouvir ao mesmo tempo) Então, nada mais resta fazer a não ser observar. E é isso que ele faz, olha como graciosamente as duas pessoas dormem tão profundamente, mal aparentando terem pego tanta tempestade a algumas horas atrás. Em poucos segundos, o homem percebe que o Sol começa a se erguer, levemente, com raios poucos visíveis que cortam as montanhas e perdem força ao tentar adentrar as janelas do laboratório. Uma movimentação no local acontece, e a sensação de presença toma conta do homem, e quando ele levanta a cabeça, ainda com pouca iluminação, antes dele se virar uma mão encosta em seu ombro. Vestes gigantes cercam todo o braço dessa segunda pessoa, que só não toma conta de sua mão. Enquanto o sol começa a iluminar e a erguer-se com mais força, de um outro ângulo (desta vez de frente pro homem o qual acabara de realizar um parto) podia-se ver a silhueta não só deste homem com a mão em seu ombro, como a de vinte outras pessoas atrás dele, todos com silhuetas referindo-se a uma enorme manta, com capuz. A gigante estrela continua subindo, e a mão do homem começa a ser revelada e um anel com o símbolo de Kumogakure pode ser visto, refletindo as pequenas rajadas de luz de um dia amanhecendo. Neste curto pedaço de tempo a figura diz:
-"'Parabéns Doutor, ele é lindo. É bom saber que a família Hytori cresce. Mande lembranças a Naomi, parece que não vou conseguir fazer isto nesse momento". Estas ultimas linhas ditas em tom sarcástico, revelando afinidade e proximidade. Quando o Doutor se vira, rapidamente todas as silhuetas vão desaparecendo, uma a uma em modo de teletransporte, e antes da última e mais próxima dele desaparecer, os raios solares revelam um chapéu branco e amarelo, que some junto ao seu utilizador. No chão, várias marcas de sapatos podem ser vistas formadas por água, resíduos da tempestade daquela noite. Na própria água encontrava-se vestígios de eletricidade que hora ou outra saltavam das poças. O Doutor sorri enquanto finalmente os raios solares tomam conta do local por completo, o soar das águias pode ser ouvido do lado de fora e o cheiro de pedra/terra molhada pode ser sentido com o início da vaporização da água restante do lado de fora pelos raios solares recém chegados. Por fim, o Doutor encosta ao lado do sofá, próximo as duas outras pessoas que restaram no local junto a ele.
É hora do descanso, a manhã finalmente chegou.
59DG - Kumogakure -- 09h48min
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Um menino corre por um grande corredor com formato de elipse e pisos refletidos pela luz intensa proveniente das lâmpadas localizadas no teto. Ele usa uma roupa cinza, com detalhes laranjas que vai do seu pescoço aos pés, cobrindo quase todo o corpo. Parece ir de encontro a alguém, pela expressão fervorosa de procura e olhares de analise a cada pessoa que passava por ele. Depois de um longo caminho percorrido, ele se espanta mas logo demonstra um sorriso ao encontrar quem procurava. Ele então agarra firmemente no jaleco branco da figura que acabara de achar, e diz:
-"Pai, ouvi barulhos estranhos vindo do lado d..."
A criança foi interrompida por um imenso grito bestial, oriundo do lado de fora da construção onde estavam. Não só o menino fica perplexo como o pai dela, e todos os outros que estavam presentes ainda no corredor. Alguns mais perto das janelas observavam algo através delas, e então começavam a correr desesperada mente. Outro tremor acontecia. Outro tremor acontecia. Os dois, pai e filho iam de encontro a uma das janelas, ou ao menos tentavam ir contra toda a onda de pessoas que viriam contra eles. Antes de conseguirem chegar a tal orifício, duas figuras com vestimentas e capuz negros, e um símbolo japonês laranja em seus peitos aparecem, de forma pouco suave através de um teleporte. Eles desferem em tom baixo o que há de acontecer no vilarejo naquele momento, de forma que apenas o pai consiga escutar, e por fim, dizem: "Doutor Ichiro, você e sua família precisa ir nesse momento!", esta última parte os olhos das figuras puderam ser vistos pelo garoto (apenas os olhos) e eles focavam firmemente em sua face.
Enquanto Ichiro e o filho corriam desta vez na mesma direção que os outros e acompanhados das duas figuras encapuzadas, a criança pôde ver a cena em uma das enormes janelas. Uma monstruosidade estava atacando Kumogakure, algo que ele jamais havia visto. Ele tinha quatro longos chifres em sua cabeça um dos seus chifres porém, parecia estar cortado. Tinha oito enormes caudas que faziam o papel de pernas já que ele não as tinha, e receberam a aparência de enormes braços cefalópodes de polvo, seus braços eram curvados para trás com saliências pontiagudas nos dedos, mãos e cotovelos, chegando perto de um braço humano. Como um enorme touro, ele bradava como um enorme touro e atacava assim como este. Com um de seus braços, simplesmente apalpou uma das montanhas que formava o vilarejo de Kumogakure e a arrancou do lugar, dilacerando diversas casas que ali haviam. Logo após, começou a encher tudo com um tipo de tinta escura, e quando tudo não parecia ficar pior, uma bomba de chakra se formou em suas mandíbulas e foi lançada contra outra das montanhas, reduzindo esta a pedras gigantes, porém destruídas. Antes que ele pudesse assistir a mais atrocidades, seu pai o puxou e desferiu:"Precisamos ir Sanzoko, aqui não é seguro!" as últimas palavras foram acompanhadas de uma corrida ofegante para acompanhar as figuras encapuzadas que desceram em uma escada localizada no final do corredor que os levaram para o interior de uma enorme caverna, revelando-se uma montanha oca. Lá já podia-se encontrar centenas de adultos juntos a seus filhos, e muitos talvez perdidos e desorganizados no meio da multidão. Ichiro pergunta a um dos homens que o acompanhara sobre Naomi, e eles respondem que ela continua sua pesquisa petrológica no Vale das Nuvens e Relâmpago e está a salvo do ataque, sendo observada. Isso mantém pai e filho mais tranquilos enquanto vários tremores cada vez mais fortes são sentidos ao abalar o interior da montanha. As figuras encapuzadas deixam cair de seus braços uma ponta de grandes correntes e logo que estas tocam no chão, começam a emanar chakra, após isso somem na escuridão da mesma forma que apareceram no corredor minutos atrás.
Horas se passam, noticias chegam através de sussuros e múrmuros que ninjas finalmente conseguiram derrotar o imenso monstro! O menino não conseguia acreditar. Com certeza foi algo incrível aos olhos, mas triste perante as inúmeras almas perdidas neste temeroso ataque. Milhares de pessoas saem pelos portões principais da caverna que revela ser o interior da montanha onde habita a Cúpula Central da aldeia, lar do Raikage. O pior começa a acontecer quando todas essas pessoas se dão conta de que pouco sobrou do que um dia foi a estrutura, inclusive, nada mais era como antes. Casas já não existiam, ou melhor, montanhas deixaram de ter vida. Todos procuravam seus familiares perdidos e alguns perdiam o resto da sanidade que lhes restava ao saber que nunca mais encontraria outrora quem perdera no meio da destruição. Pai e filho vão em direção a onde, por anos, o laboratório e casa ficava. Mas nada restou a não ser lembranças de pesquisas, cálculos e brincadeiras (esta ultima na mente apenas de Sanzoko). Porém, incrivelmente o luto durou pouco! O ataque fez com que a vila se unisse muito mais do que jamais foram, casas maiores foram construídas, pessoas trabalhavam noite e dia para erguer cada pedaço destruído. Ninjas utilizavam suas técnicas para auxiliar em questões onde a força humana não daria conta. Sanzoko corria de um lado para o outro de certa forma estabanada, com barras de ferro e madeiras, que iam caindo pelo caminho mas isso não o desanimava. O menino experimentava algo que jamais observara antes, a união em tempos de uma vitória com ar de derrota.
Uma águia rodeia os céus e pousa no ombro de seu pai que está indo de encontro a tal, e então retira um pequeno pedaço de papel da pata do animal, e lê para Sanzoko:"Estou voltando para vocês, minha pesquisa está completa. Em breve poderei abraçá-los. Do amor de suas vidas." Os dois sorriem e o sol dá o seu último lampejar antes da noite cair, cortando suas silhuetas com raios solares e anunciando a volta da lua aos céus. Nem sempre a noite é um mau presságio, afinal.
60DG - Kumogakure -- 07h12min
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(Recomendável ler e ouvir ao mesmo tempo)
Pessoas corriam de um lado para o outro, outras conversavam de um modo grotesco e avassalador, animadas e ao mesmo tempo atordoadas com a notícia que se espalhava cada vez mais pelo vilarejo escondido entre as nuvens: O Exame Chunnin foi invocado! Tudo começou depois que houve a confirmação por parte do gabinete do Raikage que ele havia enviado carta as principais vilas dos diferentes países do continente convocando-as a participar do exame sediado desta vez em Kumogakure. O menino mal sabia se conter, afinal seria a primeira vez que veria de perto como é esse evento histórico. Crianças corriam com pedaços de panos, cada um com o símbolo de uma Vila Oculta, criando o dinamismo que é presente em todo o Shiken. Sanzoko, Ichigo e Naomi saem pela porta de sua casa recém construída após um ataque devastador contra a vila, todos eles vestindo roupas da coloração básica de Kumogakure e se locomovem em direção as montanhas principais da vila, onde no centro a maior delas seria o palco de um dos maiores e mais ferozes testes da vida de um ninja que deseja ser algo a mais. Normalmente ninjas de outras vilas não acompanham os Genin's que vão para o exame, e deste não foi diferente. Nas montanhas ao redor, podia-se ver apenas shinobi's da Nuvem, assíduos pelos desafios e confrontos que veriam, aproveitando a chance de ter este evento acontecendo em sua casa.
Uma floresta dividia os pequenos espectadores da montanha onde seria sediado o exame. Em volta dela, pessoas consideradas ajudantes já estão em posição, enquanto seus companheiros já estão fazendo o que a prova requer deles: Chegar ao topo da montanha, vivos! Um espetáculo sem-igual, o menino pensara como tantos jovens conseguem por sua vida em risco para serem igualados a algo melhor do que são. Também imagina sobre como a morte está tão perto dele como nunca. Se ele entrasse naquelas imediações, qualquer surpresa poderia matá-lo, sufocá-lo ou explodí-lo. A noite vem, e o exame termina, Sanzoko não consegue saber quem em si conseguiu um novo patamar mas acredita que nem todos saíram a salvo deste enorme e importante acontecimento.