Essa noite não conseguiria dormir e como poderia? Estava agora se preparando para um grande passo, suas habilidades como ferreiros estão ficando cada vez mais primorosas, além de possuir os Komouri ao seu lado lhe dando um apoio e tanto. Entretanto esse sentimento de fraqueza ainda lhe penetrava os poros e fazia sua cabeça. Sentado em sua cama observada o céu noturno da janela de seu quarto, olha para o lado e vê sua espada e pensa: — Não posso ficar andando com uma arma tão básica, mesmo que meus pais tenham me deixado a outra… Não posso usá-la em vão ou deixar alguém saber que a possuo, tenho apenas torna minha espada algo além de uma peça bonita. — O resto da noite foi pensando em como melhorar o equipamento e como o tornar mais útil, a dificuldade principal seria em conseguir o material adequado para tal.

Foi então que com o amanhecer partiu em direção ao prédio central onde fica o gabinete e local onde pegam as missões, o objetivo era conseguir uma permissão de viagem com um conhecido para visitar uma ilha próxima ao País do Relâmpago onde Heshikiri já visitou. Devido a sua velocidade não demorou mais que alguns minutos para chegar a vila, já no prédio central dá de cara com Yamamoto, o jonin que sempre lhe entregava as missões, o homem com um sorriso no rosto fala: — Você sempre muito afoito, tem que pelo menos esperar abrir o lugar para solicitar mais uma missão. — Com um gentil sorriso estampado o jovem responde: — As vezes eu perco a noção do tempo. — o sorriso se abre mais um pouco, nesse momento Heshikiri esboça uma expressão que fez até mesmo Yamamoto esquecer que o pequeno já carrega a vida de algumas pessoas em seu túmulo — Mas na realidade só gostaria de um passe para poder ir de novo a Ilha Benisu, é que além de shinobi sou agora um ferreiro também. — O jonin fica um pouco surpreso com o que o garoto havia contado. — Vamos conversar lá dentro, temos alguns contratempos a lidar. — Ambos entram e vão para a sala reclusa onde costumava lhe entregar e explicar sobre as tarefas, sentados um de frente ao outro Yamamoto explica a Heshikiri: — É que é meio complicado lhe fornecer isso, esse tipo de viagem avulsa só quem pode lhe permitir é o Kage. Mas posso lhe enviar para uma “missão” de reconhecimento ao lugar, vai ser extraoficial, porém não tem problemas para você né? — Curvando um pouco a cabeça o garoto fala: — Obrigado! Vou ficar lhe devendo essa. — O homem começou a fazer a papelada e enquanto isso fala sobre as novidades em sua família, sobre como sua filha estava cada vez melhor na academia e que sua esposa está grávida, para Heshikiri a companhia dele era sempre boa, pois apesar dele ser um shinobi havia uma vida normal e repleta de pequenas alegrias, daquelas que aquecem o coração.


Seguia de viagem naquele mesmo dia, Yamamoto estava completamente certo quando falou que o garoto era afoito. A Ilha Benisu estava cada vez com um comércio maior, ficava entre dois países enormes e por isso era quase sempre uma para obrigatória, o porto principal sempre estava cheio e o comércio próximo possuía uma variedade enorme de itens de todos os cantos do globo, o que tornou a procura pelo que o ferreiro buscava bastante longa e cansativa, porém pelo mesmo motivo conseguiu achar o que buscava, um metal raro que reagia ao chakra de uma forma surpreendente. Depois de uma verdadeira jornada de pechincharia, o garoto conseguiu um preço muito inferior ao que o material possuía, graças ao seu incrível carisma. Essa viagem não se absteve somente a essa aquisição, passando cerca de dois dias na ilha para encontrar recursos para futuras criações, quando se sentiu satisfeito retornou a vila, indo direto na casa de Mary para poder armazenar lá os itens, deixando uma etiqueta em cada um só por precaução.


Chegando da viagem não descansou um dia sequer, ainda na casa de sua mestra de forja foi ao Salão de Forja e começou a preaquecer a maquinaria, só descansaria depois de terminar a reforja de sua espada. Derreteu o metal que formava a antiga lâmina e retirou um pouco das impurezas, o metal que havia comprado na Ilha Benisu foi misturado com o da antiga, novos moldes foram usados para recriar a arma, porém aproveitaria boa parte do cabo e seus adornos. Mary acompanhava de perto cada etapa de produção, admirada com a velocidade que o jovem havia progredido, estava como tutora assim como observadora, ensinando e adquirindo conhecimento de uma forma mútua, chegando até mesmo a quase acompanhar o ritmo que o garoto tomava, saindo de lá unicamente para cozinhar para ela e sua filha. Ao fim da produção havia levado mais de um dia mesmo com os equipamentos de ponta que ela possuía, admirada com a obra que havia sido produzida.