Procurei o semblante loiro que havia visto após terminar a papelada sobre a missão do gato fugitivo, me aproximei da atendente e... não era Marin. Com um suspiro de decepção, fiquei parada alguns instantes, o suficiente para a pessoa se virar e aproximar, perguntando o que eu queria?
— Uma missão, pode ser... Pretendia matar tempo, talvez ela aparecesse por ali depois? O pergaminho me foi entregue, puxei o papel e li os detalhes da missão.


Com as informações em mente, deixei o texto para trás e segui até as redondezas da vila, o dia ainda estava calmo e ameno, não batia vento deixando  um pouco abafado.
Ao chegar próxima da floresta, busquei por rastros de urso, quando achei uma região de árvores arranhadas, demarcadas por eles, subi e esperei pacientemente, encostada em um galho com as costas para o tronco, deitada, fitei o céu azul até as cores se distorcerem num alaranjado, já havia passado um bom tempo que eu estava apenas curtindo ali e nenhum sinal do animal.

— Será que eu estou enganada? Logo que comecei a me arrumar para descer, um urso apareceu, se movia de modo incomum e seus globos oculares estavam estranhos... Talvez realmente houvesse algo acontecendo com os pobres bichinhos da floresta.
Esperei pelo momento oportuno em que ele começou a arranhar uma das árvores, saquei uma kunai e utilizei o Shunshin no jutsu para chegar atrás dele, peguei com força um chumaço de pelo dele e passei a lâmina, o animal grunhiu e girou tentando me golpear, me agachei e com uma cotovelada em seu estômago criei o momentum necessário, rapidamente usei o Shunshin novamente para sair de perto, segui pelas árvores para não deixar ele me rastrear e sair da floresta atrás de mim, não precisava de um urso furioso indo até a vila para ser abatido sem motivos.

Fui até o quadro de missões, onde me instruíram para que eu levasse a pelugem até os cientistas no laboratório, concordei em fazer o transporte e me direcionei até o setor correto, o acesso era restrito e por isso tive que solicitar que chamassem alguém para pegar definitivamente a amostra e levar para dentro, em poucos minutos uma garota de cabelo curto desengonçada chegou, pegou a amostra e colocou dentro de um plástico, saiu correndo e repentinamente parou, voltando "O-obrigada!" e saiu correndo novamente.

— Missão cumprida! Demorou mais do que o esperado... acho que vou para casa mesmo. E assim fiz.

Era tarde, a noite já havia caído, porém meu sono não chegava nunca, impaciente, decidi ir realizar outra missão, que mal faria ajudar a vila? Sempre há trabalho a ser feito.
Me levantei da cama e trajei minhas vestes ninjas, sai silenciosamente para não acordar minha me fui até o quadro de missões.

A calada da noite sempre me encantava, o quão sereno ficava, as ruas vazias e ao mesmo tempo estabelecimentos cheios, o céu brilhante de estrelas e o vento gelado penetrante, o brilho do luar... talvez eu devesse dormir de dia e realizar mais missões a noite.
Chegando ao quadro de missões, fui solicitar algo despretensiosamente, quando finalmente encontrei ela, Marin Hyuna.
— Ora, ora, a quanto tempo. Realizando missões noturnas? Ela parecia um pouco ocupada, com diversos papéis nos braços, mas parou para falar comigo. — É... sim, eu estava sem sono. O-Olá! Marin deu uma risadinha, seguiu para guardar seus papéis em outra mesa, apenas largou-os encima e voltou a minha atenção — Ouvi que estava me procurando a uns dias atrás? Ela questionou olhando fixamente para mim, como se estivesse me provocando a contar minhas intenção diretamente, mas eu não conseguia, então encabulada só consegui responder — S-sim, eu... queria dizer que adorei seu cabelo, mas não tive coragem no dia...

Ela fez uma cara  desconfiada, com um sorriso misterioso no rosto e logo deixou o tópico para trás — Muito obrigada, você também é bonita. Uma missão, então? Concordei com a cabeça e ela coloco dois envelopes na minha frente — C ou D? Puxei o envelope da C, ela pegou o outro e saiu para arrumar a papelada — Estou um pouco ocupada agora, quando voltar espero poder conversar melhor com você. Seu tom era um pouco distante, ela estava mesmo tão atarefada? Ou tudo havia sido impressão minha?

Abri o envelope e li as instruções, a missão havia um selo diferenciado e graças as informações contidas lá, compreendi o porquê, aquilo era uma missão para identificar um espião capaz o suficiente de se infiltrar na Anbu! Ao mesmo tempo que por algum ninja de cargo alto levantaria suspeitas, por alguém incapaz de combater o possível ninja seria arriscado, uma faca de dois gumes. O selo talvez indicasse que tal missão devia ser designada para prodígios ou Chunnins próximos de subir de rank.
— Ela confia tanto assim em mim? Huhu, eu não vou te decepcionar. Sai confiante de lá, em direção ao quartel da ANBU de Kumo, a entrada foi bem simples, fornecendo os papéis de uma missão oficial sem detalhar meu objetivo consegui permissão para transitar nos arquivos gerais, menti que haviam solicitado para buscar a ficha de três ANBU's desaparecidos e aproveitaria isso para verificar os documentos de alguns meses atrás com os novos, batendo o nome de qualquer ANBU recente sem histórico de missões.

Movi diversas caixas e bisbilhotei pelos documentos, meu coração batia acelerado com o risco, usava minha visão aguçada para ler rapidamente os documentos, passando o olho por cima e buscando só as informações relevantes para minha busca, usando um papel e caneta ia anotando todos os nomes e checando eles quando faziam um par, faltavam ainda no mínimo 20 membros quando a luz do ambiente reduziu, meu coração parou por um momento, me virei e a porta se encontrava fechada, alguém havia fechado sem fazer barulho algum.

Play e feche o spoiler:

Me virei de volta para os arquivos, como se não compreendesse a situação, peguei a caixa com os papéis que eu já havia verificado e fingi levar ela até a pratilheira, aproveitei a demora de reação do meu agressor e joguei ela ao alto, a chuva de papéis iria obstruir a visão dele mesmo que por um segundo, o necessário para que eu utilizasse o Shunshin no jutsu e criasse distância parando próxima a porta, abri com um movimento brusco e virei o rosto para garantir que ele não estava na minha cola, um brilho chamou minha atenção, joguei meu corpo para a parede e uma kunai passou cortando o ar e fincando na parede.


— Droga hein! Saquei uma das minhas kunais e comecei a recuar de costas, fecharia a porta logo e então teria minha chance de fuga, ainda com as mãos ao alto em guarda, chutei a porta para fechar e me virei para correr, subindo as escadas.
...
?

Girei o corpo arremessando a kunai em mãos para trás, escadas abaixo, o homem estava pendurado no teto, uma capa preta e uma máscara com diversos traços vermelhos na pintura
— AJUDA! Exclamei, tentando chamar atenção de outros membros no recinto, em um combate um contra um não haveria chance de derrotar alguém infiltrado nos ranks da Anbu, saquei outra kunai e cruzei os braços, concentrando-me em defesa, a figura mascarada desapareceu da minha vista, a escadaria era apertada e estreita, resultando em uma posição óbvia, estava atrás de mim; Mesmo com uma rápida dedução, havia feito poucos combates reais até hoje e tive que pensar e não apenas reagir, tentei girar para me defender, mas foi tarde demais, um chute me acertou nas costelas, me jogando escadaria abaixo, após o primeiro giro no chão concentrei o chakra nos pés para parar a queda, tentei me recompor o mais rápido possível, olhando para o topo das escadas, o homem continuava lá, agora ele bloqueava minha saída, dei um passo para frente e senti um metal gelado no meu pescoço, paralisada engoli minha saliva, a imagem no topo das escadarias era apenas uma ilusão.

— É evidente que não sabem quem sou eu, mas já descobriram minha infiltração, só tenho uma pergunta, responda e morrerá de forma indolor; Quantos estão me esperando lá fora?
Minha mente ficou nebulosa, parecia que eu ia perder a consciência, minhas pernas tremiam e o fôlego fugia de meu peito, eu iria morrer ali, sentia uma fraqueza tomando conta de meu corpo e meu pensamento ao invés de se focar na batalha vagou para minha mãe e Hyuna. Quantos estavam lá fora? Eu estava sozinha nessa missão, mas havia alguém que depositou sua confiança em mim, eu não poderia decepcionar ela. Eu não posso falhar, sou péssima com palavras, mas, mas... ao menos eu podia demonstrar com ações, só que se eu morrer aqui, eu não vou ter feito nenhum! Droga! Minha mãe vai ficar uma fera se eu morrer! Não, eu não posso deixar ela sozinha, eu não posso! Pensa Iris, reaja, LUTE!

— Você... acha mesmo que eu contaria? Eu sou o suficiente para essa missão! Cravei a kunai para trás, visando perfurar seu pulmão, ele imediatamente reagiu a minha ação, puxando a kunai com força pelo meu pescoço, empurrei o corpo para frente, forçando o corte dele mais ainda enquanto me distanciava, um barulho de atrito entre o metal e algo sólido foi abafado pelo grunhido de dor dele ao ser acertado.
— Urgh! O quê?! Me virei para encarar o homem, meu pescoço estava coberto por uma camada fina de osso, mas foi o suficiente para me proteger do golpe, já havia preparado uma criação de kunai com minha Kekkei que saia do centro de minha palma, golpeei ele com a mão aberta, visando fincar a arma no espião distraído, mesmo com o ferimento ele desviou, peguei a arma criada que atingiu a parede antes de cair e arremessei em sua direção, rasgando sua coxa, agora com vantagem por estar encima, avancei dando um chute em seu tórax, seu corpo se transformou em fumaça e uma caixa tomou o golpe no lugar.
— Kawarimi. Ele havia voltado para a sala de documentos, não havia como sair de lá sem ser pelas escadas e estava ferido, não iria abusar de minha sorte, subi os degraus apressadamente e alertei o homem que cuidava da segurança na entrada, ele se levantou e tocou um alarme, rapidamente surgiram cinco anbus a postos que foram prontamente para a sala capturar o invasor.


— Impressionante jovem, conseguiu ferir um espião hábil o suficiente para se mesclar na ANBU. Seu futuro ninja é promissor, continue assim e um dia poderá se juntar as nossas forças. Disse um dos homens mascarados que subiram com o ANBU falso, seu corpo estava imóvel e sem máscara agora era possível identificar sua face, era um jovem de cabelos ruivos com uma pequena cicatriz na bochecha, de sua boca era possível ver uma espuma incomum.
— Ele... morreu? Perguntei um pouco apreensiva, eu havia o matado? Era a primeira vez que tinha realizado um combate de vida ou morte desse tipo, e mesmo que seja algo eventualmente comum, não esperava que acontecesse tão cedo...
— Tomou a própria vida para não divulgar informações sobre tortura, o que prova ser um ninja experiente e leal. Não posso afirmar se foi sorte sua ou mérito, todavia pode se sentir orgulhosa de teus feitos nesta noite. Os cinco desapareceram em instantes com o corpo, ainda paralisada com tudo aquilo, o segurança disse para que eu voltasse logo e tirasse uma boa noite de sono depois de tudo aquilo.

Pernas bambas e fracas, depois do choque de adrenalina, sentia uma exaustão que nem mesmo os treinos mais intensos que realizei haviam me proporcionado, meu corpo estava saudável e mesmo assim não conseguia seguir em frente direito, o lado esquerdo de meu corpo doía com o golpe direto que havia recebido, se não fosse por minha estrutura óssea mais resistente eu podia muito bem ter quebrado algumas costelas ali e seria meu fim. Tanto quanto pela minha manipulação me salvar de ter o pescoço cortado, realmente, eu havia tido sorte naquele combate e não mérito.
A noite que costuma me ser acolhedora agora me deixava apreensiva, a sensação de que alguém saltaria das sombras para vingar seu companheiro fazia minha mente ficar alerta, parte de mim ainda via a imagem do jovem ruivo morto. Havia ele sentido dor? Será que ele me esperou descer antes de tomar essa atitude? Talvez o sinal tenha o alertado que era seu fim. A morte é algo de rotina para ninjas, contudo... aquilo me deixava um pouco tonta.

Cheguei ao quadro de missões um tanto pálida, Hyuna estava discutindo com um homem, levei a mão ao coração e tentei recuperar meu fôlego, não queria aparecer de maneira tão patética em sua frente, comecei a me aproximar e ela rapidamente notou minha presença, correndo em minha direção com uma expressão preocupada, me deu um abraço inesperado.

— Mil perdões! Eu estava distraída com tanto trabalho e acabei lhe designando uma missão especial... Aquilo era pra passar despercebido caso houvesse espiões dentro da central de missões também, não percebi o selo e lhe entreguei algo perigoso, colocando-a em risco, me desculpe! Ela então me soltou, o homem atrás deu um suspiro descontente e interviu. — Viu, não precisava se preocupar Marin, Gennins são dispensáveis mesmo, qualquer coisa o papai e mamãe cobriam pra você o deslize. Me acordar no meio da noite pra ajudar uma pirralha? Me poupe.

Hyuna se virou, com uma expressão furiosa para o homem e o respondeu num tom agressivo — Inútil! Você mal é capaz de fazer missões designadas para o seu cargo, se não fosse pelos nossos pais, você nunca teria se tornado Chunnin, ainda mais está quase sendo promovido! Ridículo, e pensar que eu contei com vo-
O garoto então pegou a jovem pelo pescoço e a segurou contra a parede. — Maninha, nos faça o favor de calar a boca? Qual o motivo de tanto escândalo por uma qualquer? Ou vai dizer que além de nos envergonhar se tornando comissária de missões e não aceitando os casamentos, agora está interessada em crianças? Não bastava a desgraça que trouxe por preferir mulheres?!

Ainda um pouco abalada de minha missão, demorei um tanto para reagir, o homem não soltava Hyuna e então intervim, puxando uma kunai golpeei ascendentemente, cortando o ar enquanto ele recuava soltando-a, ela caiu de joelhos no chão e recuperou o ar, o garoto me fitou com ódio.
— Que porra tá fazendo o vagabunda? Atacar um superior é um ato de insubordinação.
— E violência contra civis é um crime passível de morte dependendo da gravidade, não estou com saco pra joguinhos. Minha mão tremia, o rush de adrenalina novo fazia minha visão ficar embaçada — Se manda logo ou essa situação vai ficar complicada. Disse me impondo, pela primeira vez agia com tanta confiança perto da jovem loira, mas a situação não era bem a que eu desejava.

— Tu é retardada, Gennin? HAHAHAHA! Vai ficar complicada mesmo, pra você. Tem alguma ideia de com quem está falando?! HUH?! Eu sou Vinsmoke, se enxerga! Ele disse avançado até mim com o punho cerrado, era evidente que ele buscava por uma briga, ergui o braço em posição de combate e senti uma pontada de dor onde havia tomado um chute, mordi o canto do lábio por causa disso, a situação não era boa. — Veio fumaça? Vai ir farelo. Fiz uma tentativa de ironizar seu sobrenome, algo que só conseguiria piorar a situação, mas o que é um peido pra quem tá cagada?

Marin se levantou e esticou o braço entre nós dois, parando o avanço do seu irmão — Chega, você mesmo disse, está com sono, vai dormir. Ele retrucou com um rosto ainda furioso — Perdi o sono ouvindo os choramingos seus e desaforos dessa imbecil, desaparece Marin. Antes que a situação se desenrolasse mais, um grupo de dois Jonnins e um Tokubetsu Jounin adentraram o recinto, provavelmente voltando de alguma missão, o garoto parecia se importar com eles a ponto de deixar a cena e ir cumprimentar os três de modo amigável, fingindo que estava esperando-os voltar da missão.
— Puxa saco e falso, huh? Aposto que é só falastrão também. Provoquei ele, sinceramente, meu julgamento não estava no seu ápice em dado momento.
Os três ninjas que estavam lá começaram a rir dele, que o fez se tornar vermelho de raiva, e antes que falasse algo, um deles sugeriu algo
— Ei, por que você não desafia ela pra um duelo? Quero ver em ação o tal jutsu que você aprendeu, Tobi.
— Tobi Vinsmoke desafiar uma Gennin? Está querendo que eu envergonhe meu nome com essa palhaçada? Um dos outros três retrucou de canto "Só é vergonha se você perdesse, k" — Ei, ei, deixem o Tobi, ele logo vai conseguir subir para Tokubetsu, se ele está com medo de uma Gennin, ele sabe o que tá fazendo.

O grupo aparentemente mais tirava onda dele que eram amigos, mas aparentemente por sua influência ou dinheiro, não podia ser ignorado, ele saiu irritado, mas não antes de se virar e falar uma data. Então eu havia um duelo marcado, aparentemente.

O irmão de Hyuna havia saído, ela ainda preocupada comigo perguntou se eu realmente estava bem e pediu desculpas novamente pela missão errada, após dois surtos de adrenalina seguidos, me sentia exausta e ela se ofereceu para me levar até em casa, respondi que não seria necessário, contudo ela insistiu e juntas passeamos pela escuridão da noite até minha casa.
— Obrigada por me acompanhar. Comentei um pouco tímida ainda, tentando quebrar o gelo da situação que ocorreu a poucos minutos antes, estava andando devagar e isso prolongava ainda mais o nosso trajeto, meus dedos entrelaçados ficavam se mexendo constantemente de nervosismo, tentando desviar minha atenção do que ocorria lá agora.
— Eu que agradeço por me defender, desculpa toda aquela... confusão. Não se preocupe, eu falo com ele pra esquecer essa palhaçada toda. Ela soava um pouco constrangida e cabisbaixa, não é por menos, aquilo tudo havia sido bem intenso e íntimo.
— Família nobre então? Deve ter suas vantagens huh? Mas não se preocupe com isso, eu não vou deixar as ofensas dele passarem em branco assim... eu vou ensinar ele uma lição. Onde já se viu, tratar a irmã desse jeito? Ela esboçou um sorriso envergonhado, parece que havia algum ponto fraco nela afinal, com uma gargalhada curta ela retrucou — Considerando que conseguiu fazer a missão sem ser pega, não duvido nada.

Pensei em mencionar que eu havia entrado em combate com o espião, e não simplesmente identificado ele, porém isso só a deixaria mais culpada, mantive minha boca fechada e logo cheguei em casa, me despedi dela e entrei, fui até a cozinha e tomei um copo bom doce de leite, subi para meu quarto e simplesmente morri na cama até o outro dia.


Acordei ainda exausta do dia anterior, fui tomar uma ducha e um hematoma roxo do lado esquerdo me chamou atenção, o golpe de ontem, é claro.
— Melhor eu esconder isso, se minha mãe ficar sabendo vai ser pior do que a luta da noite passada. Já passara da hora de eu comprar meu arco, havia juntado mais do que o suficiente, contudo as missões de Gennin eram simplórias, faziam aproximadamente três meses desde que iniciei minhas atividades e foi a primeira vez que algum risco real se apresentou até mim.

Desci vestida com meus trajes normais, minha roupa ninja estava suja e eu não possuía nenhuma reserva, o que me deu uma ideia, eu devia comprar um par a mais...
Almocei e fui até o quadro de missões, Marin não se encontrava e solicitei uma simples missão Rank D para passar o tempo e relaxar, amanhã eu iria duelar contra um Chunnin afinal de contas.

Minha missão era simples, limpar a biblioteca. Algo bem... ordinário para um ninja fazer, mas que seja. Quando adentrei a biblioteca me apresentei ao bibliotecário responsável, o qual me proveu um pano e um frasco especial para usar, que limparia a poeria e deixaria os pergaminhos protegidos da umidade e traças, retirava uma seção de cada fez e passava o pano cuidadosamente envolta dos objetos, e então limpava a própria estante onde os livros se encontravam antes de por eles de volta no lugar, os pergaminhos era um trabalho mais meticuloso, mas nada que eu não conseguisse lidar.

Depois de limpar uma área inteira que ele havia indicado, me pediu para passar uma vassoura e esfregão no chão, pois o resto dos livros já haviam sido restaurados. Puxei grande parte da poeira embaixo das estantes e mesas e varri, deixei tudo em um lugar e usei uma pá para por no lixo, então com o esfregão limpei o chão, deixando-o brilhando.

— Mais alguma coisa? Perguntei ao cuidador, ele acenou a cabeça negativamente, e então agradeceu por meus esforços, retruquei que era minha missão, e não havia necessidades de agradecimentos, ele por sua vez insistiu, me dando um pirulito, tal atitude me foi engraçada, mas aceitei, abrindo-o e colocando na boca, fui embora notificar do término da minha tarefa.

Na vila de Kumogakure há um espaço pouco utilizado desde que foi reconstruída, porém foi dada a missão para um grande número de Gennins se reunirem naquele local abandonado e reformarem grande parte, e eu sou parte desse esquadrão de reforma!

A missão veio até mim em forma de carta, uma leitura rápida me proveu da informação necessária para saber como proceder; Ir até o lugar abandonado da vila, onde estaríamos realizando reformas para melhorar o aspecto da área, visando atiçar mercadores e civis a popularem aquela área.


Me vesti com um short rosa velho e uma blusa branca manchada, antigos trajes de combate que estavam por um fio para serem jogados fora, teriam sua última função antes de partir; Se sujarem, mais ainda.
Não havia nada mencionado levar os próprios materiais, então apenas coloquei um pano prendendo meu cabelo em forma de bandana e segui empolgada até o lugar.

— Uou! Tem bastante gente aqui, hein?! Falei em voz alta, um grupo de no mínimo 15 ninjas se encontravam trabalhando já, pintando muros, levantando cercas, instalando janelas, reparando portas e até mesmo realizando grafite em paredes para chamar atenção, era uma equipe improvisada que estava dando seu máximo e eu não pretendia ficar para trás!

Rapidamente me juntei ao grupo de pintura, usando um rodo que sobrava passava de forma reta na mesma maneira que os outros faziam, de cima para baixo, deixando a parede uniforme e bela, uma roxa, outra azul e por fim laranja, fomos então até as cercas prontas, pintando a maioria de marrom ou azul, mas ao acabar a tinta azul, começamos a usar laranja no lugar.
O grupo que estava aprontando as cercas ajudou o grupo das portas a finalizar, e esses três se juntaram para instalar as janelas, que era um trabalho mais cuidadoso e demorado, ficamos um bom bocado de horas arrumando parte do bairro, até o momento em que sentamos para comer um café da tarde e conversar.

O papo era leve e bobo, comentando de erros que aconteceram e quase deslizes, o grupo parecia bem satisfeito e o grafite feito pelo grupo de alunos estava lindo, um céu azul com nuvens e pássaros no céu, sendo cortados por uma montanha onde diversos ninjas treinavam ao redor. Certamente apelaria para um dojô!

Após terminar o lanche, retornamos em grupo até o quadro de missões para informar da finalização de pintura.

O grupo chegou apenas para ser surpreendido com mais uma solicitação, os chunnins que deveriam pintar outro quarteirão acabaram sendo usados para uma missão mais importante, e graças a isso teríamos que terminar mais uma zona.
Parte do grupo suspirou, enquanto outra comemorou, mas todo acataram as ordens e seguiram novamente para a zona abandonada, agora um pouco mais bonita graças aos nossos esforços.

Dividiram os grupos do mesmo modo que antes, todos sabiam o que deviam fazer e com materiais novos dispostos lá, iniciamos a pintura no estilo anterior, o que era vantagem para a vila, pois teria o mesmo padrão na vizinhança, tornando-a mais agradável ainda.
— Vamos lá pessoal, além de deixar tudo mais bonito, vamos ganhar dobrado por isso! Um comentário bobo para cativar o grupo, que por alguma razão funcionou, a reação inesperada do esquadrão acabou me deixando rubra, mantive o rosto grudado na tinta e parede para que não percebessem e continuei a pintar o mais rápido possível para aliviar a tensão.

Aos poucos todos acabamos ficando melhores no que fazíamos, a ponto de próximo do término, notarmos erros cometidos e acabar voltando para os ajustes.
— Yosh, yosh! Agora sim! Falei sozinha enquanto admirava as paredes e muretas pintadas, o local realmente havia ganhado uma nova vida com pintura e janelas novas, os arruaceiros teriam que buscar outro canto para vagabundear durante a noite!

O sol já estava se pondo, o que significava estar bem tarde, o trabalho braçal havia esgotado-nos e por isso, simplesmente seguimos mais uma vez para o reportar o término da tarefa, dessa vez a conversa era menos eufórica devido ao cansaço geral, porém nada nos impediu de dar algumas gargalhadas, principalmente com a teoria de que ao chegar lá, seríamos mandados para mais um bairro reparar.

Adentrando em grupo, fomos fáceis de notar, o que fez um Jonnin se aproximar com uma expressão séria; Vocês terão que completar o bairro sozinhos. A Kage esper-pfft huhuh- Ah ahm! A Kage espera tudo pronto até... ah, vocês não tem graça, é uma brincadeira. Podem ir, todos os presentes receberão o depósito daqui a 3 dias úteis, bom trabalho!
O grupo um tanto mal humorado forçou uma risada falsa coletiva para a situação, e com certos sorrisos genuínos separamos o esquadrão, donde diversos desconhecidos se reuniram para tornar a vila mais bela, talvez não formássemos grupo novamente, porém sempre estaria na nossa memória que foi nosso time que embelezou aquela parte de Kumo.

Fazia alguns dias que eu estava parada, desde a última missão que fui convocada para pintura da vila, nada havia acontecido e meu descanso já havia se prolongado por tempo demais! Hoje iria fazer uma missão, isso é certo!
Bem, foi o que eu disse a mim mesma ao menos, mas já passara das 10 da noite e eu não havia me mexido. Parte de mim estava tímida de ir até o quadro de missões ver Hyuna, desde o beijo não havíamos nos falado...


Me levantei correndo, tomei um banho rápido e vesti minhas trajes ninjas, elas estavam tão desgastas já, usava o mesmo par desde que estava terminando a academia... é, eu preciso de roupas novas, urgente! Droga, isso fica pra depois, rápido Iris, vai!

Desci as escadas apressada, minha mãe mal teve tempo de questionar onde eu ia quando respondi fechando a porta "Missão" e desapareci da casa, num ritmo acelerado ignorei o clima e o cenário, dessa vez meu foco não era esse, não estava passeando, eu tinha uma missão!
Adentrei o local e busquei pelas cabines o semblante loiro de Marin, porém minha inquisição atrás da jovem foi em vão, voltando um pouco cabisbaixa para a entrada uma voz familiar me chamou.
— Procurando a loirinha de novo? E duas batidas de cachimbo, se me lembro bem, essa foi a moça que me tirou as esperanças e depois de uma realização pessoal um pouco distorcida, me devolveu elas de maneira mais forte ainda. — Ela por algum motivo me tirou pra pombo correio, mas não custa nada te entregar o bilhete. Ela largou o papel sobre a bancada, meus olhos que a pouco estavam apagados começaram a brilhar, um sorriso bobo se abriu e meu rosto ficou um pouco quente, mas não me importava tanto de esconder isso, porém antes de pegar o papel, ela bateu a mão no bilhete, puxando-o de volta. — Quer dizer, custa sim. Tem pouca gente fazendo missão a noite, se notarem isso vão reduzir quanta gente pode pegar o turno noturno e eu não quero ter que me esforçar pra não fazer nada! Faça uma missão e eu lhe dou o bilhete.

Bem, de fato eu havia ido até lá para buscar uma missão, que no meio do caminho se tornou outra missão, entretanto para completar a minha segunda missão eu precisava completar a primeira missão, assim matando duas missões com uma Kunoichi só. — Yup, aceito. Respondi esgueirando a mão rapidamente para o bilhete e uma carta com instruções, fui apressada até a saída, donde a luz do luar iluminava as palavras do bilhete.

Imaginei que você fosse ficar tímida, hihi ♡ ~ Mas quando finalmente estiver se sentindo corajosa, meu endereço está aqui casa tal e cor tal

Esbocei um sorriso tímido e guardei o bilhete na minha mochila ninja, não queria perder ele de jeito algum, então fui ver qual missão havia pego.

Um ladrão está saqueando restaurantes durante a noite, fontes confiáveis identificaram o saqueador como Akimino Chouga, ele é um ninja novato que está armazenando seus espólios na parte norte de Kumogakure, porém não subestimem sua gula!

Cada vez mais essas missões Rank D me soavam estranhas, talvez eu estivesse pronta para subir de nível...
Segui as instruções, como era noite, eu teria chances de o pegar no ato ao invés de invadir sua "base secreta", sendo mais seguro a captura. Andei pelos telhados e cantos de montanhas patrulhado movimentação suspeita, e não tardei para acha-lo com minha visão aguçada.

— He he! Ai está você. Falei sozinha, ainda ao longe, desci e fui em direção ao garoto que estava saindo de um restaurante cheio de potes de Ramén.
— Onde pensa que está indo? O jovem se virou, era um garoto acima do peso,de cabelos escuros e alto, começou a correr desengonçado com a pilha de Raméns em seu colo e virou na esquina, mantive o passo acelerado atrás dele e ao virar a rua, me deparei com uma cena um tanto... inusitada.

Jovem suspeito: M-Mo-Moça! Eu vi um rapaz correndo pra lá!!! Disse um garoto magro, de cabelos escuros e alto, segurando uma pilha de Raméns, sem poder usar os dedos, ele tentou indicar com o nariz o lado oposto de onde havia visto o rapaz entrar.
— Oh, muito obrigada pela informação! Falei com um sorriso malicioso no rosto, me virei e dei dois passos antes de retornar, o garoto magro continuou caminhando lentamente enquanto ria abafado, dei um golpe em sua nuca e juntei os miojos do chão, jogando todos dentro do restaurante antes de carregar o corpo do garoto gordo até o quadro de missões.

Chegando lá ele acordou, um pouco zonzo ainda — K-K-COMO VOCÊ DESCOBRIU?! ele gritou, enquanto amarrado, coloquei a mão no rosto e então dei um cascudo nele — VOCÊ SÓ FICOU MAIS MAGRO! E SEQUER LARGOU OS PACOTES DE COMIDA DO COLO?! O rapaz fez uma expressão de surpreso, e então soltou uma bufa de ar fazendo "Ah!", então virou a cabeça e começou a dormir.

— O que vão fazer com ele? Indaguei aos ninjas que vieram o buscar, ele não parecia uma pessoa má, ou ao menos não era apto para o serviço. Não se preocupe, o crime dele não foi nada grave, algumas semanas no serviço comunitário sendo tutelado pelo Nappa irão resolver seu comportamento irresponsável. Sem preocupações que fosse colocado em uma encrenca maior do que devida, acenei para a senhora do cachimbo e voltei para casa.

Era na calada da noite que um som alto alertou os guardas de Kumogakure, um grupo prontamente foi avisar que havia desabado uma mina subterrânea e precisavam de ninjas para auxiliar a retirar os trabalhadores ainda presos.

Acordei do meu sono com o bater da porta, olhei pela janela para ver quem era, a visão ainda embaçada não me deixava focar no semblante em meio as sombras, porém o mesmo sequer esperou alguma reação para falar algo; Jiyūna? Você foi convocada para auxiliar no resgate dos mineradores, a mina ao sul desabou! Um pouco sonolenta me levantei, tropeçando enquanto me vestia e caindo no chão, tentava esfregar o rosto para acordar, ainda deitada no chão de madeira.
— Aaahm! Não podia ter desabado um pouco mais tarde? Terminei de me vestir em pé e fui até o sul da vila, já havia alguns ninja médicos de prontidão para tratar dos feridos, o maior obstáculo era a quantidade de pedras no caminho para abrir espaço. — Com licença... falei um pouco sonolenta, me aproximando da entrada, usando minha manipulação de Kekkei, criei duas estacas de osso Rank C, as quais encaixava entre os pedregulhos e pedia para que os outros ninjas empurrassem lentamente, no momento que a pedra liberasse espaço para encaixar os dedos, eu mesma puxaria com minha força, visto que os ossos não eram muito resistentes para algo de tanto peso.

Após umas quatro puxadas, uma sequência de pedras começou a resvalar, por sorte não acabou esmagando ou piorando a situação deles, mas foi algo perigoso minha atitude. Ainda sim, era possível tirar um número de pedras e terra do caminho com minha força bruta, o que agilizou no processo para a abertura da mina.

O procedimento após isso foi simples, retirar pedras que mantinham os mineradores presos, puxar algumas vigas de madeira e auxiliar no transporte deles até os ninjas médicos, voltei para a mina após o resgate terminar, apenas para me certificar que não havia mais ninguém perdido lá, confirmado que o local estava abandonado, esperei alguns momentos para caso necessitassem ainda de mim, quando um Jonnin avisou que todos, exceto ninja médicos, estavam liberados.

Retornei para casa um tanto indisposta para dormir, já que havia feito tanta força e esforço físico, tomei uma ducha para tirar a poeira do meu corpo, o banho relaxou meus músculos que me fez perceber o quão pesado estavam minhas coxas e braços, coloquei uma calcinha e me atirei na cama para dormir.

Nesta noite haveria um evento especial na academia, eu havia sido convidada em conjunto com alguns outros Gennins que estavam desempenhando bem seus cargos em um curto período desde a formatura para nos mostrarmos na formatura como exemplos a serem seguidos.

A situação me era um pouco incomoda, quer dizer, muita gente me olhando... desconhecida... mas eu não estaria lá sozinha ao menos. E não me refiro aos outros ninjas "prodígios", e sim a minha acompanhante — Hyuna Marin — que eu havia convidado posteriormente para o baile de formatura. Estaríamos um tanto deslocadas, ela sendo mais velha e com vestido lindo, já eu com roupas ninja para me mostrar aos alunos e me mesclando aos estudantes, só que havia tempo que não conseguíamos nos ver, pensei que chamar ela para aquela situação era uma atitude adequada, e acreditava nisso.

Sai de casa e esperei Marin próxima da escadaria que contornava a academia, ela apareceu com um vestido azul bebê até os tornozelos, o cabelo preso num coque ocidental e um batom vermelho fraco, fiquei surpresa ao ver ela tão bela, mordi o canto inferior do meu lábio sem conseguir responder nada para ela.
— O gato comeu sua língua? Hihi. Ela me provocou, no momento de tensão acabei sendo irônica na resposta — Uhum, agora perdeu a vez. Ela ergueu a sobrancelha, como se perguntasse se aquilo era um desafio, respondi devolvendo com um sorriso provocante enquanto corava, ela desceu um degrau e ficou mais próxima, começou a se aproximar e meu peito ficava sem ar, uma sensação quente me preenchia quando ela simplesmente parou na minha frente, a centímetros do beijo— Que pena então, né? Fechei os olhos e avancei, dando um beijo nela, que foi retribuído com empenho, ao nos separarmos, mal conseguia olhar para ela.
— A-a-aula? Ela deu uma risadinha e retrucou — Não precisa, você beija bem. Ah, tu quer dizer a formatura? Sim, vamos. Hihi ~ Ela me deu a mão, eu estiquei e peguei, um pouco suada, estava muito nervosa, provavelmente brilhando de tão vermelha.

Chegando na festa, os formandos eram mais jovens do que eu esperava, sempre me fugia o fato de que eu era a atrasada, e não o contrário. Bebidas sem álcool e petiscos a disposição, consegui ter uma conversa interessante com Marin, sobre seu trabalho e rotina, então os Gennins foram chamado para o palco, indo demonstrar o que sabíamos.

Eram um total de cinco, dois deles mostraram Ninjutsus incríveis, uma utilizou Genjutsu em diversos alunos da turma, e por fim eu e um outro rapaz trocamos alguns golpes para mostrar nossa força física, contamos cada um sobre uma missão que havia nos marcado e demos algumas dicas para os iniciantes, algo bem simplório, mas me deu um tom gratificante, ver todos aqueles jovens prestando atenção em mim, um pouco de vergonha, sim, porém orgulho acompanhava. E Marin também parecia muito interessada, o que me deixou toda feliz.

— Acho que o mais importante que posso dizer para vocês é; Se esforcem. Quanto mais missões realizarem, mas fácil a rotina se torna, e quanto mais fácil um rank é, mais forte você se tornou. Sigam essa fórmula e o sucesso mesmo que puxado, é garantido.

Com essa frase, terminei minha apresentação, a festa continuou, porém acabei saindo mais cedo com Marin de lá, paramos no parque para conversar um pouco mais antes de irmos até nossas casas.
— Boa noite... eu... adorei a sua companhia. Ela me mandou um beijinho e boa noite, indo embora, fui para casa mordendo um pouco o meu lábio que estava sensível, essa noite eu fui direto para a cama, já havia provado algo bem doce para me saciar.

Dormi feito um anjo, a festa havia sido ótima, a sensação de ser apreciada era gostosa, poder me orgulhar de meus feitos, todavia o maior motivo era o tempo que passei com Hyuna. Meus sentimentos por ela outrora confusos, agora eram claro como seus olhos brilhantes e serenos, eu gostava dela. Muito, de verdade, mesmo que ela fosse quatro anos mais velha e bem diferente da minha personalidade, havia algo nela que me encantava... era como se eu estivesse no topo de uma montanha, recebendo uma corrente de ar, a sensação de liberdade percorria meu corpo em sua presença, era algo libertador.

Próximo das 11 horas, desci e tomei uma bebida bem doce, leite com muito chocolate, já trajando minhas vestes ninjas, apenas limpei os dentes antes de ir até o quadro de missões, esperava encontrar ela lá, depois de toda aquela conversa, acabei não perguntando os horários que ela cobria.

Para minha decepção, Hyuna não havia chegado ainda, então para matar o tempo, peguei uma missão Rank D. Na descrição do papel era um objetivo simples; Eliminar um grupo de bandidos que estavam atacando as redondezas.

Fui até fora da vila, um pouco desatenta pensando na noite anterior, comprovei que estava em missão mostrando o pergaminho ao guarda e então fui em busca dos criminosos, não tardou para que eu rastreasse um grupo de passos irregular na estrada, seguindo eles encontrei uma brecha em uma montanha.

— Se escondendo em uma caverna, huh? Mordi o canto inferior do lábio de excitação, eles não teriam por onde fugir e eu estava de bom humor, uma briga seria bem divertido. Entrei com cuidado, desviando de alguns guizos e fios no início da caverna, ai chegar mais ao fundo, três bandidos estavam sentados a uma mesa, com katanas em suas cinturas. Dois deles eram muito similares, porém o terceiro vestia trajes mais esbanjantes e era mais alto, o líder, suponho.


Juntei uma pedra do chão — Oh, meu outrora inseparável arco, como sinto falta de você — e arremessei em um dos bandidos "gêmeos", derrubando-o na hora, os outros dois viraram para compreender o que estava acontecendo e me viram parada lá, sorrindo, com mais algumas pedras nas mãos, jogando uma delas para cima e pegando.

— Vocês gostam de pegar coisas dos outros, não é? Então vai cachorrinho, pega! Zombei, arremessando uma nova pedra, essa acabou errando o alvo, eles vieram em minha direção e as outras duas pedras que joguei foram no homem de vermelho, que esquivou de ambas, mas deixou passar no braço de seu capanga, ele avançou tentando me cortar, simplesmente fui para o lado, desviando do seu golpe descendente na vertical, então avancei no capanga de trás, dando uma cotovelada em seu rosto, jogando ele para trás, girei dando um chute no homem de vermelho que preparava o próximo golpe, desarmando ele, sorri ao ver sua expressão e o finalizei usando a perna ainda alta para chutar sei queixo. Amarrei os três bandidos com uma corda que eles possuíam, levei as arma para longe deles e fui até a vila, onde informei para o guarda donde poderia pegar os foragidos, amarrados dentro da caverna.

Assim que voltei para o quadro de missões, Hyuna ainda não havia aparecido, e desisti por hoje de ver ela — Talvez fosse muito dela de uma vez?