Meus olhos se concentraram num único ponto. Mantinha a seriedade sempre que possível enquanto meu rosto passeava entre os confins de Konohagakure. Carregada com uma mochila que sua alça pendia para o meu lado esquerdo eu me conflitava entre vagar para um campo especial dentro do vilarejo, conhecido muitas vezes por estar relativamente próximo ao gabinete do Hokage. Havia saído da sede do meu clã há pouco tempo, que se localizava num epicentro bem relevante para os padrões do esqueleto corporal da minha vila. O clã Senju era restritamente conceituado numa importância para os padrões de Konohagakure. Seu renome dificilmente o limitava a ser um clã apenas regional e isso o conduzia diretamente a uma importância absurda dentro da imensidão que ele representava. Desde cedo eu estava habituada com aquele peso nas minhas costas, mais especificamente sobre meus ombros. A filha única de um dos membros mais importantes da nossa família sempre seria cotada como promissora pelas perspectivas dos olhares. E por mais que eu tentasse de todas as formas demonstrar merecimento por conta daquele favoritismo exacerbado que me colocavam, nunca parecia ser o suficiente. Eu me cobro demais geralmente. Eu não tenho piedade sob meu corpo quando eu estou sob treinamento e eu intensifico todos os meus sentimentos quando eu combato. Muitas vezes nos meus pensamentos mais distantes eu me perguntava se todos os que carregavam meu sobrenome estiveram em tal situação conflitante dentro de si. Meu pai sempre me disse que haviam existido Shinobis grandiosos em nossa árvore genealógica que consequentemente mudaram o precursor da história do mundo ninja. Pessoas que talvez provavelmente foram responsáveis por estenderem legados da nossa família para todos os cantos do mundo. Confesso.. Eu ainda estava tentando lidar com tamanha pressão de todos os lados. E para isso muitas vezes eu me sentia na necessidade de sair de casa e de literalmente respirar tudo o que eu precisava. Estando dentro de Konohagakure e longe dos olhares receosos, eu me encontrava numa confortável posição para que eu acabasse indo treinar. Após ouvir pelas ruas de Konoha que existia um certo declive que servia como um campo de treinamento entre uma floresta e o gabinete, resolvi me encaminhar para aquele determinado lugar para que eu começasse a treinar. Silenciosa como na maioria das vezes eu era, apesar de não me considerar uma pessoa tímida, toda a minha trajetória até aquele ponto foi averiguando as ruas e notando que apesar de estar num misto de tarde com a noite, as pessoas ainda assim permaneciam em bom número dentro de Konohagakure. Isso me causava uma forte impressão enquanto eu arrumava mais uma vez a alça da minha mochila enquanto eu me aproximava.

Meus olhos se focaram em analisar o campo de treinamentos aos poucos com uma certa dúvida se realmente se tratava da localidade indicada pelos espectadores de Konohagakure. “Pela descrição que eles disseram, parece ser aqui.” Em seu princípio não era uma região que guardava muita peculiaridade, sendo talvez mais notável por guardar dentro de si um florestamento em forma circular que se expandia num âmbito suficientemente grande para que houvessem algumas espécies de animais ali, em sua predominância pássaros e insetos de pequeno porte. Diferencia-la não era uma tarefa muito simples e eu só tive o poder de conseguir distingui-la com uma característica que realçava os detalhes: a existência de três árvores no seu epicentro com uma coloração castanha em suas superfícies que mesmo que fosse bem similar ao marrom, ainda assim eram únicas o suficiente para que simplesmente conseguissem ter brotado naquele posicionamento nada incomum, quase no meio da estrada. E porque me direcionar especificamente para aquele lugar sendo que eu nunca tinha sequer tido contato com aquela região? Parecia uma dúvida recorrente para quem não me conhecia. Mas era somente necessário compreender o meu interesse pela linha genealógica do meu clã para compreender o que eu estava fazendo ali diante daquelas árvores. Existiam ninjas de gerações antepassadas que haviam dominado artes do Ninjutsu e moldado seus Chakra’s ao ponto de recriarem ou moldarem elementos para chegar ao auge do domínio técnico e físico. E um deles havia sido capaz de moldar o seu elemento para que projetasse três árvores daquele tamanho. Me faltava ainda um conhecimento mais apurado sobre as capacidades elementais que alguns ninjas conseguiam obter, mas pela experiência e informação recebida pelo meu próprio clã, desde que eu era basicamente uma criança eu tinha ciência de que muitos Shinobis de minha família tinham atingido o status quo de lendas, incluso o antigo Rokudaime. Mas algum Shinobi em especifico que provavelmente poderia ter passado sob a terra a décadas havia se proposto a criar aquelas três árvores com coloração tão disforme da maioria das outras que existiam ali. “Era forte o suficiente para parecer quase impenetrável.” Assim que eu me mantive na prática andando até aquele ponto eu me direcionei para que eu tocasse sobre a camada solida daquela árvore e amacia-la com a palma da mão para sentir se havia alguma diferença nela. E realmente parecia haver. Sua largura era troncuda e mesmo que eu pressionasse por dezenas de vezes naquela região ainda assim não parecia disposta a reter nenhum tipo de dano ali. Se houve algum ninja deferente ao meu clã que a projetou ali por algum motivo ou razão, havia sido com o intento de ser uma considerável dificuldade seja com quem quer que o acompanhasse ali. Ainda havia um pequeno vão entre as três árvores, suficientemente capaz de abrigar a passagem de um adulto embora não deliberasse um espaço gigantesco. Em tese para muitos olhares sem intimidade com as artes ninjas, apenas seriam três minimalistas árvores que apesar de terem copas imersas de rebusco ainda assim não cativavam a atenção imediata das pessoas ao redor como se era merecido. Assim que eu analisei o esqueleto do que eu estava “enfrentando” ali eu imediatamente pendi minha mochila para o lado esquerdo do meu corpo e aos poucos eu a soltei para o chão. Guardava poucos itens, especialmente porque não tinha uma afeição grande pelas armas, mas não os considerava dispensáveis o bastante para não guarda-los comigo. Assim que mantive a alça sob meu punho eu comecei a abrir aos poucos o meu recipiente de porte e a remover as minhas armas calmamente ali.

– E somos apenas nós.. -- Eu dava uma pequena olhadela para as minhas armas e sorria calmamente enquanto as organizava em princípio cuidadosamente uma por uma. Tinha muita cautela em querer que elas ficassem organizadamente dispostas e serem usufruídas a qualquer instante. Moldei para que erguesse uma Kunai com a direção disposta a se colocar para baixo enquanto arqueava meu olhar para a árvore e imediatamente começava uma tentativa de finca-la com a ponta da arma com o intuito de tentar ter a noção do quão irredutível sua solidez era. Não foi preciso dizer que o objeto repeliu a tentativa de penetrar como se fosse impossível causar algum dano. Talvez em si uma simples arma como uma kunai não surtiria danos maiores a menos que uma determinada força fosse colocada ali. Sabendo disso logo me mantive em prontidão e apenas alguns passos me separaram ao ponto de causar divisória entre mim e os meus alvos inseridos ali. Não mais do que cinco a seis metros depois e eu estava mediante a ela com a Kunai em minhas mãos enquanto que minha bolsa havia permanecido sob o pé da raiz de uma delas. Eu vislumbrava a altitude maior da árvore e começava a mediar o meu rosto até que eu conseguisse enxergar a sua copa com um vislumbre maior. “O quão eu consigo feri-la?” Minhas mãos se guiaram numa crescente movimentação das suas articulações e eu aos poucos movimentava o meu pescoço para que eu pudesse finalmente correr. Meu ímpeto estava o mais radiante possível naquele final de noite. Eu simplesmente corri em direção à árvore com o maior grau de velocidade que eu exercia naquele momento, impulsionando minhas pisadas grosseiras sob o solo ao ponto de realmente fazer um imenso barulho somente com o contato da sola do meu pé com as passadas apenas para que assim que eu chegasse a cerca de dois metros do meu alvo, eu fizesse o movimento do Shunshin no Jutsu e literalmente começasse a desaparecer mediante aos olhos comuns apenas para começar atacar a árvore numa trajetória circular tanto com a Kunai quanto com socos e chutes, fazendo uma espécime de rodopio em meio a sua estrutura apenas para distribuir variados golpes com o mais alto nível de força que eu pudesse reter nos meus punhos naquele momento. Aquele movimento perdurou por quase 2 minutos enquanto eu trocava o posicionamento para atingir a outra árvore que havia ali, mesmo que de fato eu não estivesse surtindo efeitos ali. Eu não desisti, porém. Minha determinação não me deixariam com que eu sequer pensasse na possibilidade de recuar em nenhum momento ali. Meu corpo se movimentava intensamente naquele movimento aonde eu simplesmente começava a acelerar o quão mais rápida eu conseguia o meu corpo sobre aquela árvore, batendo ferozmente meus joelhos e meus punhos contra ela na medida que eu não media sequer o tempo que eu estava levando para que eu levasse aquilo. Eu tentava a todo custo estender o princípio do meu Shunshin enquanto as horas se intercalavam e se estendiam consideravelmente ao ponto de eu não sequer ter interrompido em toda aquele tempo. Depois de muitas horas, totalmente cansada e fatigada ao ter me exercitado e ter usufruído da arte ninja misturada com a velocidade, eu voltava para a casa.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Usados: