Deixei o laboratório às sete horas da manhã, momento em que o céu estava claro o suficiente para agradar-me as vistas. Adorável tempo este: não é nem calor, nem frio, característica única das manhãs de verão. Perceptivelmente às ciências são muito intrigantes. Sobretudo, a ciência das transformações da matéria ── Ah, a química! Tão bela... ── Exasperei, notando que já há muito tempo não pensei nele ── Shizuke-kun... por que você teve que morrer?... ── E Notar isso significava que agora pensava, e uma tristeza elevou-se alterando o semblante de ânimo que acometia-me enquanto no caminho até a loja de equipamentos ninjas. Procurava um frasco para armazenar os produtos químicos sintetizados na noite do laboratório, e caminhava no centro da rua porque o sol nesse horário pouco me incomodava. Por sempre ter morado em Konoha, a paisagem não me era tão fascinante por uma questão de comodismo - diferentemente das coisas novas que descobria nos livros da biblioteca, pois estes me causavam uma euforia tremenda - o que era um pouco desanimador. ── Talvez eu devesse conhecer alguma paisagem nova algum dia destes ── Imaginativa, como sempre.

Embora caminhava com um objetivo e meus devaneios estivessem totalmente distantes da realidade vigente, meus reflexos continuavam impressionantes. No que parecia atuar como o canto superior direito do meu campo de visão, um ladrão tomou das mãos de uma pobre senhora - ao menos aparentava ter setenta anos de idade - e correu numa direção antagônica, com a bolsa cor-de-rosa contrastando em suas vestes sujas e surradas. Não pensei duas vezes. Estiquei o braço direito e ergui a perna esquerda, equilibrando-se com somente a perna direita de modo a tomar impulso para jogar-lhe um pedaço de gelo e acertar-lhe na cabeça. Num perfeito arremesso, o cubo de gelo deslocou-se em um movimento retilíneo colidindo com a nuca do rapaz, e na manifestação do selo bode com a outra mão o ladrão seria encapado por um caixão de gelo denso o suficiente para sufocá-lo. Ao passo que arremessei, trouxe a outra perna para voltar para a posição de combate, mas já não era necessário mais fazer nada ── Talvez eu tenha exagerado ── Conclui, alterando meu semblante para um riso de canto de rosto.

── Certo, certo, agora você será enviado para a prisão de Konoha ── Disse, caminhando lentamente até o homem recoberto pela crosta gélida. As pessoas fizeram um círculo ao redor, manifestando uma curiosidade que acredito ser inerente do ser humano; mas isso não tornava a situação menos inconveniente. Erguendo a canhota em poucos centímetros da bolsa rosada recoberta de gelo, removi a cobertura sólida e entreguei para a idosa o objeto que lhe pertencia, não deixando de ouvir comentários enfadonhos ── O homem teve o infortúnio de tentar realizar um furto no pior momento possível, justamente quando a sombra da folha passeava por perto ── Cochichou um homem, e então pensei em retorqui-lo ── Vo... ── Esboçando a primeira das sílabas, mas numa última instância decidi não o fazer; ao invés disso, era preferível sair logo daquela multidão embaraçosa.

HP: 1525/1525 CH: 2650/2700 ST: 01/09

Considerações: