Toda vez que eu saia de casa, era aquela loucura, o mundo parecia se apoderar de uma tristeza mal intencionada que só Ashura Otsutsuki poderia me entender. Sempre que eu iria para algum lugar a não ser minha casa, o que acontecia era que a chuva tombava sobre mim de tal maneira que não me restava senão me encharcar junto. E era interessante isso, pois eu nunca voltava atrás, e prosseguindo em meus objetivos até onde eu podia, sem me importar, nem que amputassem minhas pernas ou qualquer outra porcaria.

Então, prossegui mesmo assim, para fora de casa, me embrenhando em florestas e mais florestas. Arvores e mais arvores, eu tinha que treinar. Após chegar a uma área arejada o suficiente, começaria eu a um treino intensivo, eu queria poder, e quanto mais poder eu obtivesse das coisas, das ações, dos eventos que eu faria, e consequências, eu poderia me tornar mais forte, sem me importar com mais nada, eu tinha que matar meu irmão, isso era uma das minhas metas, eu estava disposto a ser o mais forte mesmo, custe o que custasse.

Então, apenas tirei minha camisa azul, tirei minhas protetoras que iam até o antebraço, e tirei o pano que usava em minha cintura, ficando só de shorts negros e sandálias, além das faixas que pegavam em minha perna. Então, exposto ao sol, minha pele parecia ganhar um tom mais alvo, então comecei meu treinamento para me tornar mais resistente, me tornar mais forte fisicamente, e ter muito mais poder, sem me importar com mais nada, comecei fazendo flexões.

Fiz com os dois braços, apoiando minhas pernas sobre o solo juntas, em posição de prancha com o resto do corpo, enquanto, eu mantinha a coluna reta, eu então começava a apoiar os braços flexionados, apoiando meu peso neles, enquanto tentava abaixar e me erguer lentamente, suportando todo o meu peso de garoto sobre mim, em prol dos anseios da gravidade, eu iria me superar, pois a voz dentro de mim continua a me levantar, e eu irei me ascender. Era só ir em frente, mais e mais, e eu já continuava a fazer força de esforço.

Assim, então, depois pude perceber o quão suado eu estava, com este escorrendo ao redor de meu corpo, meu queixo pingava, e escorria pelo meu rosto, cada vez mais que eu me movimentava, e já fazia com um dos braços ali, e era só o que eu queria fazer ali, mais e mais eu tentava suprir as minhas carências como um shinobi, ah não, eu não era um ninja, nunca mais me chamaria assim novamente. No fim, eu tentei com o outro braço por mais algum tempo até atingir meu limite, e então, após isso, me sentei sobre o solo, respirando fundo.
[...]

Após um tempo descansando, sim, a chuva ajudava a recuperação mais rápida de mim, pelo fato dela ser um termo regulador, assim, meu corpo mais rápido do que seria normalmente. Sentir o bater das poças de água era algo gostoso até sentir, pois, você sabia que o mundo estava chorando junto com você. E eu, estava sempre chorando o tempo todo. E então, apenas ergui a cabeça para observar o céu nublado que se despejqva sob mim as suas mágoas e angústias da vida, e eu só faria observar, molhado, encharcado, úmido, com as roupas grudadas ao corpo.

Tempos depois o que eu fiz foi me levantar dali, ficando de pés novamente. Não era o suficiente, eu tinha que ficar mais e mais forte, e tinha que aumentar ainda mais minha resistência. Então, dessa vez, saltei para uma dar árvores, me pendurando nos meus braços sobre um dos pequenos galhos ali, dando um balanço para cima, e me jogando para cima, assim, me soltei logo em seguida, para num giro, cair sobre o galho. Apartir daí, tudo o que fiz foi me deixar dessa vez de novo, dessa vez, dobrando as pernas e as prendendo sobre o galho, enquanto meu corpo permanecia para baixo.

Coloquei os braços flexionados atrás da cabeça, entrelaçando os dedos ali, e começando a puxar meu corpo para cima, dobrando a barriga, flexionando o corpo inteiro enquanto suportava todo o meu peso possível, eu tinha de me superar, fazendo força enquanto trincava os dentes, lá estava eu, me esforçando para crescer. — Ugh. Vai! — Diria a mim mesmo, me dedicando até o limite, apesar de que estava chovendo muito, estava pouco me fodendo para isso, e assim, me levantei mais uma vez após inúmeras vezes. Sempre me esforçando mais e mais, até que o galho quebrou e eu girei no ar, caindo ao lado do galho no gramado.

Comecei então a correr loucamente sem sair do lugar, me dispondo a trabalhar todo o corpo enquanto tentava manter o fôlego, pedalando sobre o verde enquanto treinava mais e mais. — Vamos. — Diria, enquanto começava a arfar com o cansaço, eu só ficaria mais e mais forte, e sabia disso, mas tudo vinha com um sacrifício, sempre a vida era feita de sacrifícios o tempo todo. Nem me surpreendia mais, a cada poder conquistado, uma parte de si mesmo era levada, a não ser que você tivesse sanidade o suficiente para não perder a cabeça. Era uma das filosofias que meu pai sempre dizia no final das contas.

Qusnso dei por mim, apesar da chuva ainda estar caindo, pelo estado do meu corpo eu havia passado pelo menos muito tempo ali, e isso era um progresso para quem pelo menos estava subindo mais e mais a cada dia. No fim, peguei minhas coisas e desapareci.

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