Após aquela proposta horrível de minha mãe no dia da minha primeira missão, eu evitava falar com ela sozinha, sabia que meu pai não apoiaria aquela proposta se ela comentasse aquilo e uma nova briga iria surgir, por isso ela não falava nada quando ele estava junto, já são tantas brigas que não entendo o motivo de conseguirem ficar juntos ainda, também não sei como não me deserdaram ainda...talvez seja o resquício de amor que restou ou por interesses futuros, já nem sei mais o que pensar de ruim e não consigo pensar em coisas boas.

De manhã na hora do café batidas na porta principal foram ouvidas, estranhei por ser cedo demais para visitas mas fingi não me importar e apenas continuei comendo minha refeição, rezei para minha mãe não começar com o assunto do meu dinheiro ir pra ela. Porém nem deu tempo, meu pai voltou pra cozinha bem rápido e disse que um shinobi estava a minha procura, minha mãe me olhou com cara feia e eu apenas ignorei e fui ver o que o homem queria. Ao chegar na porta, notei que era um dos professores da academia, e ao lado dele estava outro homem com mais ou menos a idade do meu pai, ou um pouco mais jovem.

-Desculpa incomodar tão cedo senhorita Ringo, preciso que realize uma missão que parece fácil mas é muito importante. Acontece que- O professor mal havia começado a me explicar a missão quando o homem que estava com ele segurou minha mão e ajoelhou.

-Pelo amor de Deus, ache meu filho. Daichi saiu ontem da academia ninja e não voltou pra casa.

Meu coração se apertou, imaginava o quão difícil estava sendo para aquele homem e aceitei a missão de prontidão, acharia aquele menino a qualquer custo. Subi para meu quarto e peguei meus itens ninjas para a missão, nunca saberia se eu precisaria usá-los certo? Desci correndo depois de escovar os dentes e pegar as coisas, pedi um pouco mais de informações para os dois homens e segui até a academia a procura de rastros do menino, seria bem difícil mas eu iria me esforçar ao máximo para encontrar o garoto.

Assim que cheguei na academia, conversei com alguns estudantes e perguntei coisas sobre Daichi, talvez algo pudesse me guiar até seu paradeiro. Alguns estudantes comentaram que ele não estava conseguindo fazer certos jutsus e começaram a fazer piadas sobre ele nunca ser um bom ninja e coisas assim, logo pude entender o sumiço do garoto e talvez até ter uma certa noção de onde o mesmo poderia se encontrar.

Com certa pressa, fui até o campo de treinamento que no momento estava com poucas pessoas, perguntei a elas se haviam visto algum menino e descrevi da mesma forma que o pai havia me dito. Elas negaram com a cabeça e me indicaram lugares para onde Daichi poderia ter ido para treinar, lugares mais isolados que normalmente iam quando o campo estava muito cheio. Corri para todos os lugares e nada do garoto, onde ele poderia ter ido? Será que teria saído da vila? Corri para o portão no mesmo instante.

Assim que cheguei no portão conversei com os shinobis que o guardavam e eles afirmaram que um garoto tentou sair da vila sem permissão e eles o impediram, me disseram a direção para o qual Daichi teria ido, com o coração a mil eu agradeci aos homens e segui na direção a qual haviam me falado, aquela parte da vila eu ainda não tinha visto e duvidava se havia algum campo aberto para treinar. Nunca procurei explorar a vila toda, sempre ficava nos mesmos lugares então havia muito ainda para eu descobrir naquela vila.

Ao chegar no lugar, que era um pouco mais longe do centro da vila e dos campos de treinamento, pude notar o garoto a qual eu procurava, ele estava todo suado e estirado ao chão. Suspirei de alívio por ele estar bem e me aproximei dele com calma, notou-me rapidamente e se pôs de pé confuso e um pouco assustado com a minha presença inesperada. Sorri gentilmente e me aproximei o suficiente para falar com ele com calma.

-Daichi certo? -Ele acenou positivamente com a cabeça- Seus pais estão doidos atrás de você, você sumiu sem falar com ninguém. Deveria ter avisado que viria treinar.

-Eu fiquei com vergonha, havia dito que eu estava indo muito bem na academia e que nem precisava treinar, mas depois eu comecei a errar os jutsus e todos começaram a rir de mim, não queria contar isso pros meus pais…- Disse o garoto com a cabeça baixa.

Ri baixo de sua resposta e baguncei seu cabelo, perguntei a ele como ia o treinamento e disse que eu poderia ajudar um pouco. Citei a teoria e pedi para que ele colocasse em prática. Não demorou muito até ele fazer alguns jutsus de forma razoavel, ele pelo menos não iria passar vergonha.

Voltei com o garoto até a casa dele, onde os pais o esperavam aflitos, disse o que haviam me contado e os pais pediram para que ele nunca fizesse isso de novo. Daichi concordou com isso e com a minha proposta dele pedir ajudar aos professores e para os estudantes que dominavam os jutsus já. O pai agradeceu a minha ajuda e entregou-me a recompensa.