O inverno já tinha chegado, e com isso trouxe o mau tempo e retirou o brilho de toda a natureza que rodeava a minha casa, já não era possível contemplar a paisagem como antes, todas as pessoas na rua vestiam cachecóis longos e felpudos.
Era assim que eu tinha acabado de acordar, senti uma ligeira brisa a entrar pela porta e isso rapidamente me fez buscar algo para me aquecer, calcei as minhas pantufas (pantufas = chinelos, sapatos de casa) e fui rapidamente aquecer leite para beber.

Estava no meu sossego, bebendo o meu leite tranquilamente e deparo-me com vários passos na rua à frente da porta de minha casa, pensei não ser nada, visto que raramente recebo visitas, e para meu espanto ouvi 2 batidas fortes na porta e alguém fez questão de mencionar o frio que se fazia sentir. Rapidamente levantei-me da cadeira onde estava sentado, me dirigi à porta, arrastando meus pés e com os olhos meio fechados, abri a porta, e era um ninja, graduado por sinal, carregava um pergaminho, não sabia ao certo para o que seria, mas já tinha uma ideia.

Ele foi rápido, entregou o seu pergaminho, me deu informações básicas, igual ao que continha o pergaminho, instruções básicas para uma missão.
Fiquei instantaneamente entusiasmado, terminei de tomar o meu pequeno-almoço e fui muito rápido a vestir-me, preparei a minha bolsa de armas com a minha arma básica às costas, coloquei o pergaminho no bolso, e antes de abrir a porta para sair de casa, lembrei de pegar o meu cachecol pois tinha a certeza que me ia arrepender mais tarde de não o ter trazido.

Caminhei pela Vila, eram poucas pessoas na rua, realmente estava muito frio, nem sequer dava vontade abrir as lojas e iniciar o dia de trabalho, mas é necessário..
Cheguei ao portão da Vila, tirei o pergaminho do bolso, abri, e li atentamente tudo o que lá estava escrito.
Percebi todo o contexto da missão, o que envolvia, e no final tinha instruções para onde me deveria dirigir.
- O senhor feudal é alguém importante não é ? - divagando

Acho que eu ainda não tinha bem noção da missão que puderia enfrentar, os senhores feudais provavelmente seriam pessoas importantes, VIP's quase, e tenho a certeza que isso envolveria muitos custos no que toca à segurança dos mesmos, provavelmente teria de enfrentar algo ou alguém, já que conflitos políticos podem acarretar conflitos entre ninjas.

Ao fim de ler o pergaminho, voltei a colocar na bolsa, e num passo calmo e vagaroso, segui meu caminho até ao sul de Konoha, em direção à mansão do Senhor Feudal. Segui um caminho meio afastado do normal, era uma floresta, com várias árvores e vegetação, e por isso, com ainda mais cautela acalmei o meu passo, eu sabia que ia lá chegar, mas não puderia ir a correr pois algo poderia correr mal.

Já tinha passado algum tempo desde que iniciei a minha caminhada até ao sul do país do Fogo, passei por enormes árvores, árvores centenárias diria, era absurdo a gigantez delas. Assim que cheguei ao final do caminho que decidi seguir, deparo-me com um gigante, parecia que tudo no sul era enorme, as árvores, os homens, e o mesmo ostentava uma grandiosa espada..
- Pressuponho que não será para descascar batatas .. - pensei num tom brincalhão

Logo que apareci na visão dele, rapidamente assumiu uma postura hostil, não era de espantar, visto que um sequestro deixaria tudo em alerta vermelha, e qualquer pessoa que se tentasse aproximar seria considerado inimigo.
O homem perguntou num tom de voz grave e assertivo quem eu era, não devia mentir, eu não estava ali para combater o homem, não era esse o meu objetivo nem tão pouco a missão que fui incumbido de realizar.
- Sou o Kamov, de Konoha, estou aqui sob ordens superiores para ajudar a resolver a questão do sequestro. - disse calmamente

Num tom carismático, relaxei na tentativa de demonstrar que não seria uma ameaça, mas não pudia ignorar o tamanho do homem, provavelmente ele teria ordens de matar todos aqueles que se tentassem aproximar, e portanto, fiquei esperto na mesma.

As minhas palavras estrategicamente pensadas fizeram amansar a fera, e rapidamente o grande e aterrorizador homem se tornou alguém que eu pudia confiar, afinal, ele estava ali com o mesmo objetivo que era, não fazia sequer sentido entrarmos em conflito.
Percebi que ele assumiu uma ligeireza, e com isso, percebi que finalmente ele não me consideraria uma ameaça, percebeu que eu vinha diretamente de Konoha para ajudar, e por isso, sentou-se e conversou comigo.

Notei algumas dúvidas nele em relação às minhas capacidades, e no fundo ele estaria certo, nunca puderei saber que tipo de pessoas posso encontrar no caminho, e, como num jeito de história, ele revelou que os seus homens, incluindo alguém bem próximo dele, faleceram nesta tentativa, era notório o desespero do homem, apesar de ele não o verbalizar, ele sabia que seria muito difícil resolver a questão do sequestro.

Mas, não sabia o porquê, ele confiou em mim, e indicou-me uma estrada, olhei para lá e pensei para mim mesmo:
- Tem um ambiente sinistro vindo de lá, não admira que muitos tenham lá ficado, não serei mais um...

E de facto era verdade, assim que escutei as palavras do grandão, agradeci num gesto cordial e educado, e segui meu caminho, engoli saliva a seco, pudia não o demonstrar, mas sentia um friozinho na barriga..
As informações que eu tinha eram as seguintes: é impossível saber quem ou quantos estarão há espera, há uma grande ou gigante possibilidade de eu encontrar armadilhas, e portanto, alguém puderia me esperar.
Estaria num situação de desvantagem, e portanto, o único caminho viável era seguir pelas sombras, indetectável e atento a tudo aquilo que parecia estranho e não confiar em quem aparecesse.

E por isso, coloquei o meu plano em marcha, antes de prosseguir na estranha, fiz os selos respetivos e preparei um Kawarimi no Jutsu, com a possibilidade em mente de eu ser emboscado, era um bocado óbvio que isso pudesse acontecer, e como eu não sei quantos estarão lá, não posso me colocar numa situação de perigo tão cedo.

Assim que preparei o meu jutsu, prossegui o meu caminho, era uma estrada simples, terra batida com algumas pedras grandes pelo caminho, rodeada de árvores altas e densas de um lado pelo outro, era quase impossível o sol adentrar-se pela mesma, assim que entrei na floresta, com passo calma e vagaroso sem causar nenhum ruído, percebi o ambiente que lá estava instalado.

Era possível ouvir ruídos sim, algumas cobras se arrastando e devorando pequenas presas, o próprio som dos animais, que eu não sabia se era em desespero, mas sem sinal de alguém, pensei até que eles não estariam nesta floresta, se o sequestro for o trabalho de 1 só homem, muito provavelmente ele já não estaria aqui, fazia sentido, mas eu não sou capaz de confirmar esta informação.

Enquanto caminhava vagarosamente, percebi uma kunai espetada numa árvore, havia marcas de sangue no chão em volta, aproximei-me, e junto a um arbusto vi somente a perna de um corpo, o arbusto tapava o resto, senti uma ligeira curiosidade em perceber o que teria acontecido com ele, mas em tom de flashback as palavras do homem vieram à minha mente.
- "Você deverá seguir por ali, mas cuidado, os malditos espalharam inúmeras armadilhas por todo caminho."

No momento em que me lembrei disso, percebi que estaria a entrar em algo que puderia me provocar graves danos, não era possível saber se era uma armadilha ou se era um corpo genuíno, e matando o mal pela raiz, continuei meu caminho.

Já estava caminhando por quase 2 horas, não tinha mais indicações para além da simples "siga aquela estrada", na verdade eu nem saberia para onde estaria indo, e, enquanto pensava naquilo, notei que alguma parte do caminho de terra por onde estava seguindo, tinha outro tipo de terra, uma terra mais escura, não parecia uniforme, na verdade parecia que nem era terra.

Era bastante estranho, o caminho que segui até cá não tinha água em nenhum lado, não havia pântanos, e isso puderia me fazer pensar ser lama, mas não, passei ao lado dessa terra, e antes de prosseguir o meu caminho, peguei uma pedra pequena que estava no chão e atirei para lá, no momento em que a pedra tocou a terra, ela se afundou, e isso ficou bem claro, se não era uma armadilha, era muito parecido, provavelmente se não estivesse atento lá teria ficado.

Caminhei mais uns quantos kilómetros, e quanto já parecia ver o final da floresta, verifiquei a existência de uma caverna, era uma entrada grande, provavelmente o grandão de ao bocado teria consegui entrar nela, e, à medida que me ia aproximando, notei que estava lá alguém, era um homem à frente dele, um pouco antes da floresta acabar, esgueirei-me no meio de um arbusto permanecendo escondido esperando alguma coisa da parte dele.

Enquanto estava escondido num arbusto mirando o homem e suas reações curiosas, rapidamente a natureza me traiu, natureza essa que me colocou obstáculos e novamente me colocou outro. Assim que percebi, tinha um javali do meu lado se arrastando e grunhido, fazendo um barulho audível dentro da floresta e até fora, e por isso, o homem que estava guardando a caverna se apercebeu de alguma presença.

Eu sabia de duas coisas: a primeira era que ele ainda não sabe que eu estou aqui, ele assume que esteja aqui alguém mas não sabe o que, e a segunda é perderei o meu elemento surpresa se contra-atacar.
Olhei para o javali, fazendo sinais para ele como se ele fosse entender para parar o que estava a fazer, mas o animal continuou fazendo ruído, olhei rapidamente para o homem, e ele já estava executando selos, quando terminou, um enorme dragão de água veio em minha direção, a primeira coisa que pensei foi como irei desviar sem fazer ele perceber que eu estaria aqui.

Momentos antes do dragão de água atingir a zona onde eu estava e como eu tinha o Kawarimi preparado fui atingido pelo jutsu do homem, me substituindo por um tronco de madeira deixado no chão, e com isso, já não estaria no local onde ele acertou o jutsu.
Mas ainda haveria melhor, provavelmente ele era uma presença hostil, eu teria de enfrentá-lo até certo ponto, e não me rebaixei perante ele, quando a substituição foi feita, o utilizei o Doton: Shinju Zanshu, me escondendo debaixo de terra muito perto de onde ele estava, e rapidamente puxo ele pelos pés e assim ele ficou só com a cabeça de fora.

Se assim fosse bem sucedido, tiraria o meu Tanto das costas, miraria para o homem, e perguntaria num tom agressivo e ligeiramente arrogante:
- O que é que você está guardando ?

Caso o homem se limitasse a não responder ou simplesmente ignorar, tiraria a vida do homem com um golpe na zona do cérebro.

Nada tinha saído como eu tinha planeado, rapidamente quando tentei agir dando um golpe no Chunnin, notei que houve uma voz ecoando pela caverna dentro..
- Não acredito... - pensei, não contando com uma outra presença

Estava escutando tudo com muita atenção, afinal, o que seria só um cara que utilizava Suiton, apareceu uma ninja, parecia furiosa, aquele tipo de mulher que só sabe dar ordem, e enquanto ela saía para fora da caverna, o companheiro dela segurou o refém, eu de certa forma já desconfiava que ele estaria lá, agora tenho a confirmação, mas surge um problema, terei de enfrentar 2 e proteger 1, o que não seria nada fácil.

Enquanto pensava no que fazer, percebi a hostilidade da mulher, não conseguia ver o que ela estava a fazer, mas conseguia sentir, parece que o chão perto de mim estaria a ferver..
- Será jutsu Katon ? - pensei

Não era. Ela dominava o Estilo Lava, e assim que percebi, ela estava injetando lava no solo, sentia o chão a aquecer cada vez mais, e foi assim que percebi que teria 2 opções: ou aparecer olho no olho, ou permanecer escondido e esperar uma brecha.
Era quase natural que eu escolheria a segunda alternativa, ela dominava o Estilo Lava, e portanto seria boa utilizador no que toca a Katon e Doton, os meus jutsus provavelmente não estariam a um nível que pudesse derrotar facilmente, seria estupidez enfrentar ela com um utilizador de Suiton ao lado.

E portanto, eu ainda estava debaixo de terra, e a única saída possível seria me afastar, ainda debaixo de terra, para longe deles, retornando novamente à floresta, escondido atrás de uma árvore onde tinha vária vegetação perto, seria improvável que eles me conseguissem ver naquele local, eu estava a aproximadamente 15 metros à esquerda dos 2.

Continuei olhando para os 2, ela continuava injetando lava no chão e eu parecia estar seguro onde estava, o que me daria tempo para esperar por uma brecha..

Assim que pude, me afastei, tentando me esconder na natureza, mas novamente, nada parecia dar certo, não entendi como era possível a mulher me ter percebido, eu tinha a certeza que ela não me tinha visto.
Foi rápida a reação da mesma, logo assim que percebeu a minha presença, ela parecia que sabia exatamente onde eu estava, e novamente, estava numa situação crítica, eu como Gennin, não tinha habilidades suficientes para confrontar jutsu vs jutsu, a menos que conseguisse através de alguma estratégia, vencer a mulher e o homem, o que seria muito difícil, visto ser 2x1 e eles terem demonstrado até agora fortes habilidades em ninjutsu.

Percebi o sorriso falso da mulher, foi nesse momento que percebi que ela estaria preparando algo, e rapidamente, numa cena um tanto bizarra, ela cuspiu lava vinda do céu na minha direção, era óbvio que ela não queria que eu pulasse, assim que percebi a lava vindo até mim, ela fez novamente selos e expeliu uma grande quantidade de lava em minha direção, não sei o que ela pretendia, mas teria de continuar com o meu plano.

Percebi que havia lava vinda de cima e numa zona frontal, logo, pular não era opção, correr para a frente também não era, a minha única hipótese seria esquivar, e assim fiz, num movimento rápido, me movimentei 15m para a esquerda, continuando ao lado de algumas árvores que por lá estavam desviando assim da grande quantidade de lava que ela expeliu.
Ela já sabia a minha posição, eu teria de contra-atacar com algo, seria estúpido da minha parte se nada fizesse, porque, eu sabia que era 2x1, e teria de aproveitar enquanto o homem estava segurando o refém.

E assim, dei início ao meu contra-ataque: realizei os selos necessários e tento utilizar o Katon: Housenka no Jutsu, e miro algumas bolas para onde o corpo da garota estava mas também para o céu e para os lados, na tentativa de causar alguma surpresa e ela pudesse ser atingida.
Se assim fosse bem sucedido, utilizaria o meu Raiton: Raiju Tsuiga, criando um cão de caça feito de pura eletricidade, com o objetivo de atacar o homem que estava com o refém.

Eu tinha dado início ao meu plano.
O meu plano era separar os 2, fazendo com que a garota se preocupe com ela mesma ao ponto de eu tornar um 1x1.
A garota teria sido afetado pelo Katon, mas isso não foi suficiente.
Na minha segunda investida, o meu jutsu Raiton cujo objetivo era ferir o homem que segurava o refém, apenas fez com que num acto de cobardia ele atirasse o refém contra o Jutsu, ferindo o garoto.

Assim que percebi, estaria em maus lençóis, mas, não sei de onde, senti uma voz no meu ouvido que dizia:
- Você está seguro agora

Olhei para trás surpreendido, e era ninjas de elite de Konoha, teriam vindo para ajudar, e mesmo a tempo..
Muito rapidamente, olhei para os corpos da garota e do homem, e tinham sido perfuradas por kunais, mas não eram kunais normais, estavam revestidas por algum tipo de chakra, parecia Raiton, o que fez com que penetrassem os corpos dos 2 e os matasse.

Foi tudo muito rápido, a ANBU recuperou o refém, e na companhia deles, me dirigi para a Vila, retornando ao Gabinete da Hokage para relatar os acontecimentos.

Fama adquirida pela Missão: 00
Como penalidade pelos inúmeros erros, receberá apenas o valor mínimo referente a missão rank C. 30,000