A menina acordou babando por cima do livro empoeirado que havia lido na noite passada, afastou o resto de saliva que tinha no canto da boca, piscou três vezes bem forte o olho e virou seu rosto na direção da redonda janela. Do lado de fora o sol iluminava o dia, mas tímido por conta do inverno. - Ai que preguiça... - Murmurou a garota, espreguiçando-se ao jogar os braços acima da cabeça. Afastou o livro para o lado, virou suas pernas para fora da cama e ficou de pé. O macacão azul que utilizava dava um aspecto ainda mais bobo para a menina, mas ela não ligava, adorava roupas coloridas, principalmente as que contrastavam com seu tom de pele rosado. Ela caminhou até o banheiro em passos arrastados e lá começou a escovar os dentes. Enquanto a escova passeava por sua boca, a menina se lembrava da madrugada anterior em que treinara, ela sorria enquanto a pasta fazia uma espuma branca que descia por seus lábios. "Eu vou ser útil a Iwa!" Esse pensamento fez com que um mar de motivação pulsasse em seu corpo. A garota estava disposta a treinar ainda mais para se tornar forte para sua vila.

Cuspiu a pasta de dente, lavou o rosto e saiu do quarto.

Foi até o seu guarda roupa e trocou seu macacão pelo uniforme básico de Genin vermelho escuro de Iwa. Quando foi pegar os chicletes que estavam na cabeceira ao lado da cama a garota sorriu. - É isso! - Pensou em êxtase, como se tivesse tido uma grande ideia. Agarrou o pacote de chiclete com a mão e saiu para o quintal de sua casa. O ambiente era pequeno, com um chão de ardósia cinzenta e com nenhum tipo de planta. Um pequeno lagarto pairava sobre a parede, jogando sua língua para fora de vez em quando. A menina tentou cutucá-lo, curiosa, mas o animal acabou fugindo para cima do telhado de sua casa para nunca mais ser visto.

Nami então colocou um chiclete na boca e começou a mastigá-lo. 'Vou transformar o que eu mais amo em uma técnica de batalha!' Disse para si mesmo, fazendo o símbolo do carneiro e concentrando o chakra no estomago. A energia fluia como um líquido dentro de seu abdômen, rotacionando, ela então abriu levemente os lábios fazendo um bico e sentiu o chakra subir do estômago à boca e começou então a encher o chiclete, tanto com sua energia como com ar, e a bolha de coloração azul foi inchando até ficar do tamanho de uma bola de futebol. A menina então interrompeu o crescimento da bolha e cuspiu a esfera azulada para longe. A esfera começou a flutuar no ar, bamboleando na sua frente como um balão de hélio desgovernado, e então explodiu cerca de três segundos depois, lançando uma pequena onda de impacto devido ao chakra que havia dentro dela. Bem, era isso o que ela queria, transformar o chiclete numa arma de batalha, portanto ela continuou treinando muito mais para que as explosões de chakra se tornassem ainda mais potentes. E assim ela ficou por um bom momento treinando sua nova técnica de chiclete, ao mesmo tempo em que imaginava inúmeras maneiras de tornar aquilo útil em batalha.