Era apenas uma manhã como as outras, um dia de inverno típico, tempo frio, nuvens alta, como se fosse um presságio de chuva. Acordo depois de uma noite bem dormida, nunca tive problemas em cair no sono, e como todas as manhãs, estava nos meus planos retomar os meus treinos, sentia que faltava alguma coisa a acrescentar ás minhas habilidades.
Levantei-me, fui comer o meu pequeno-almoço tranquilo e enquanto olhava pela janela para a Vila, senti uma agitação, eram vários ninjas a movimentar-se.. - Será alguma missão? - pensei

Acabei os meus aperitivos, vesti o meu traje normal e assim que me dirigi para a porta de saída, vi que alguém tinha deixado uma carta. Senti um entusiasmo grande, não era muito comum receber cartas.. A carta estava selada, provavelmente era algo importante, peguei na carta, abri, e vi que fui designado para uma missão, mas não era uma simples missão típica de Gennin, poderia se tornar algo perigoso, o objetivo da missão é procurar um fugitivo, um prodígio diziam eles, prodígio tal que era o favorito a assumir a liderança da família Hyuuga.
De repente senti uma adrenalina pelo meu corpo inteiro.. - Finalmente algo excitante! - pensava eu.

Arrumei minha bolsa de ferramentas ninja e rapidamente me dirigi para fora de casa.
Caminhei pela vila em direção ao portão imaginando sempre que tipo de pessoa irei encontrar.. - Será alguém hostil ? Um cara bem-disposto? - pensava para mim
Mas rapidamente percebi que o próprio teor da missão inclinava-se para uma probabilidade alta de conflitos, um prodígio da família Hyuuga nunca seria um adversário fraco.

Cheguei ao portão, coloquei a carta na minha bolsa, inspirei bem fundo olhando para o céu e gritei para mim mesmo:
- Vamos lá!!

Enquanto que me dirigia para fora dos portões da Vila, relembrei-me do conteúdo da carta: era minha missão me dirigir a sul do País do Fogo, queriam que eu procurasse nas vilas mais próximas e descobrisse o paradeiro do garoto.
Com o passo leve, mãos nos bolsos e cara fechada, comecei minha caminhada...

Eu seguia por uma floresta, floresta essa com vegetação densa, quase que nem era possível a luz solar penetrar dentro da floresta, as árvores eram altas e velhas, e o clima era denso..
Caminhava lentamente, pois não tinha a mínima ideia do que havia de esperar, sabia apenas que a minha missão era procurar um garoto, mas surpresas sempre acontecem..
- É melhor eu estar preparado.. - dizia para mim

Caminhei durante hora e meia, sempre com os olhos abertos e bem focado a tudo o que se passava e o que estava ao meu redor, nada naquele ambiente me escapa, eu era capaz de perceber o movimento dos animais, e com base nisso saber se havia algo de errado.
Tinha eu chegado ao final do trilho que eu tinha seguido, e lá no fundo vi várias casas. Eram casas simples, de madeira, parecia ser uma aldeia com um povo humilde e bem simpático, provavelmente serei bem recebido pensava.

Cheguei à entrada da aldeia, e rapidamente fui cumprimentado pelas pessoas que por lá passavam, reagiram com estranheza, e não era para menos, não era muito comum ninjas entrarem naquele espaço, provavelmente eles não sabiam o que era o Ninjutsu.
Caminhei por dentro da aldeia, observando as pessoas, trabalhadoras e sempre ocupadas, e notei um edifício maior que os outros e bem adornado, provavelmente era o do ancião.

Parei à frente desse edifício, e vários guardas se dirigiram a mim:
- Refira os motivos da sua visita por favor! - ordenava um guarda
- Bom, fui incumbido de procurar um garoto, um jovem garoto, que fugiu da minha Vila, irei procurar por várias vilas, e comecei nesta que é a mais próxima

O guarda ouviu atentamente o que eu tinha a dizer, e rapidamente me encaminhou para o ancião...
Era um senhor já de idade, provavelmente com problemas físicos, podia até considerar ele meu avô pelo seu aspeto.
Quando olhei para o ancião, um guarda rapidamente se dirigiu para o seu lado direito, e murmurou algo no seu ouvido, especulava eu que seria sobre o garoto fugitivo.

- O que você sabe sobre isso ? - perguntei assertivamente

Houve uns momentos de silêncio, com o ancião a pensar no que dizer.
Fiquei a aguardar uma resposta

O Ancião era já um senhor de idade, provavelmente restos de um aventureiro que um dia foi, era compreensível o pedido de ajuda a ninjas da Folha para resolver esta questão. Eu não estava para rodeios nem numa viagem de lazer, o meu único objetivo era cumprir a missão que me propuseram.
Assim que o Ancião, num tom melancólico e apagado se dirigiu a mim num tom retórico, eu não estaria ali senão seria para ajudar.

O Ancião tinha um pequeno grupo de homens cujo objetivo era procurar pelo garoto desaparecido, rapidamente mirei eles, e num tom assertivo disse:
- Não há tempo a perder!

Os guardas, espantados, provavelmente não era de mim que era suposto receber ordens, miraram o velho e rapidamente se juntaram ao meu lado. Era um grupo de 3 homens, um grupo pequeno, teria de dar conta do recado.
Tive uma conversa rápida com os guardas, cada um dele num tom humilde e simples, se apresentaram, tal como eu o fiz num tom educado e cordial:
- O meu nome é Kamov, sou um ninja da Folha.

Rapidamente tinha conquistado a amizade dos guardas, e nos encaminhamos para fora do edifício.
Eu sabia que haviam várias incógnitas, informações que provavelmente nem eles teriam, e como pouco ou nada sabia sobre o garoto, comecei a questionar:
- São capazes de explicar o motivo da fuga dele e qual o seu objetivo ?

Os guardas me olharam, provavelmente saberiam a resposta..

Prontamente os soldados do ancião fizeram uma descrição física e psicológica do garoto, mas eu sabia que isso era muito relativo, afinal quantos garotos de cabelos longos e negros com pele clara existem no mundo ?
Dada a caracterização psicológica do indivíduo, já dava para perceber o porquê de ele ter fugido, alguém que se aborrece fácil é um ser que procura constantemente desafios, apesar de eu saber que ainda é cedo para tomar alguma conclusão sobre ele.

Os guardas rapidamente me perguntaram por onde haveríamos de começar, eu como segui um caminho por floresta antes de chegar á vila, já tinha um pouco de noção do terreno que poderíamos começar a procurar, e então, dei ordem aos soldados para me seguirem, e me dirigi por um caminho de terra batida que era rodeado de árvores de grande porte de um lado ao outro, depois de uns minutos de caminhada, começamos a encontrar peregrinos:
- Me desculpe, mas por acaso viu um garoto com cabelos longos e negros e pele de tom claro ? - questionava
O senhor a quem me dirigi, me olhou com um tom fechado, e numa resposta melancólica:
- É provável que tenha visto um garoto com essas características, mas a minha idade já não me permite fazer muita coisa, acho que já não me lembro..

Senti-me desiludido, eu sabia que não haveria uma localização precisa, e teria de começar por algum lado, e portanto, era necessário recolher o máximo de informações, e isso começava por questionar as pessoas que encontrávamos.
Seguimos caminho, e sem sinal do garoto, nem 1 única pegada, nem um arranhão numa árvore, ele parecia um autêntico fantasma.
O sol estava alto, e já estávamos a caminhar á um bom tempo, e então decidi com os soldados que me acompanharam, descansar perto de um rio, onde tinha uma casa perto, provavelmente era de um pescador.

Tivemos um momento de descontração, recuperamos forças, e nos dirigimos a essa casa perto do rio.
Bati à porta, e fui recebido com uma extrema simpatia por um senhor já de idade, fizemos algumas questões mas ele parecia não saber de nada.
Seguimos caminho novamente, ainda na estaca 0, pois não tínhamos nenhuma ideia de onde procurar..

Quem espera sempre alcança.. Não sei quem foi o autor dessa famosa frase, mas que se tornou verdade tornou.
Eu sabia que esta era uma missão Rank C passível de ser B, e portanto não creio que seja uma simples caça a um fugitivo, eu estaria à espera de algum tipo de hostilidade. Para mim, estava muito clara a hipótese de ser uma armadilha, eu não puderia ser apanhado desprevenido, era provavelmente, dentro do meu grupo, o meu capaz no que toca em Ninjutsu.

Percebi o sinal dos meus companheiros, e, através de sinais respondi, sinalizando que queria que houvesse uma distração, era um prodígio do clã Hyuuga, eu também sabia que dificilmente ele seria apanhado, e portanto, estava à espera de dificuldades. Com base nisso, antes do grupo criar uma distração, fiz os selos necessários e realizei um Kawarimi no Jutsu, pois eu também sabia que provavelmente já poderíamos ter sido vistos.

Os guardas, perceberam os meus sinais, e num passo ligeiro e calmo, se aproximaram do jovem, eles tinham a mesma ideia que eu:
- Será que ele vai apresentar algum tipo de hostilidade ?

E com base nisso, eles sabiam para o que iam, e assim que chegaram perto dele, numa distância de segurança, provavelmente 10m, começaram a questioná-lo:
- Você sabia que há muito boa gente preocupada com você, porque é que fugiu ? - perguntava um guarda
- Estamos aqui para fazer com que você volte à sua Vila! - afirmava outro

O jovem, num tom calmo mas sério, ouviu as perguntas, e durante uns segundos, mirou os guardas.
O que será que ele queria fazer ?

Foi uma surpresa para todos, inclusive para mim. Não esperava de todo que o garoto mostrasse uma faceta mais inocente e ingênua, provavelmente fiz um juízo de valor errado.
Notei a cara de descontentamento do garoto, e com uma atitude resignada e cabisbaixa, "aceitou" e se juntou a nós para voltar à Vila. Agradeci educadamente aos guardas que nos acompanharam e prestaram um grande serviço, e disse para um deles para mandar um cumprimento ao senhor Ancião.

Durante o caminho até Konoha foi notório que o pequeno estava entristecido com algo, provavelmente assuntos familiares, e durante o tempo em que caminhamos de volta a casa, ele me contou algumas coisas e conversei um pouco sobre a situação dele.
Assim que chegamos á Vila, no portão da mesma, nos despedimos..
- Espero que não tenha ideias de fazer o mesmo, mas mesmo assim terei todo o gosto em ir procurar você de novo ahahah - brincava um pouco
- Não voltará a acontecer Kamov-san, muito obrigado! - respondeu contente

Foi uma sensação de dever cumprido, apesar de ter corrido tudo bem, nunca se sabe o que puderia ter acontecido se não o encontrássemos, afinal os olhos dele são um tesouro.
Tínhamos chegado à Vila era fim da tarde, mais um pouco e dava para observar o pôr-do-sol, mas mesmo assim, me dirigi rapidamente ao Gabinete da Hokage, relatei tudo o que aconteceu durante a missão, e recebi a compensa.