Suas pupilas eram grandes e circulares, o olho azul claro era idêntico aos do pai. Aquele bebê recém nascido não cessava seu choro nem por um minuto, talvez porque ele não sentia os braços paternos em nenhum momento da sua pequena vida.

-Se chamará Lemon.

A mulher era dona de um sorriso radiante e triste ao mesmo tempo. Radiante porque até o presente momento, aquele que ela segurava em seus braços era fruto de seu corpo, e a criança mais linda que já havia visto. Triste pois teria de ser mãe e pai ao mesmo tempo, e mais triste ainda por saber que não veria aquela criança se tornar um homem.

-Ele é lindo!

Um homem bradava de cima daquele telhado, flexionou seus joelhos e impulsionou o corpo para frente, sua capa se esvoaçou por poucos segundos até cair naquele solo humilde de madeira. Levantou-se com o apoio de suas mãos e caminhou até o montante de feno onde a mãe e filho estavam.

-Eu sei que é, Hozi. -Ela disse o olhando pelo canto dos olhos e acariciando o filho pela cabeça.

Hozi a olhava fixamente o que chegava a ser um pouco desconfortável para a mulher. A mão direita dele se elevou até a altura do pescoço dela, e encaixou seus dedos em sua nuca, e a palma da mão na lateral do pescoço. Ela assustada, porém extasiada, deu um leve gemido depois que ele colocou um pouco mais de pressão em sua força.

-Puxou a mãe..-Ele afundou o nariz no pescoço da mulher, inspirando e expirando afobadamente.

Os arrepios que ela sentia com aquelas carícias não eram de prazer e sim de pavor. Ela estava olhando para o nada enquanto ele esfregava a cara em seu corpo. Uma lágrima percorreu todo o seu rosto rapidamente e despencou na testa de seu filho.

-Se afaste...-Ela sibilou desolada, com um tom de ódio crescente em sua voz.

-Se não?-Ele disse, dando uma leve mordida em sua orelha. Distanciou o rosto a dois dedos do rosto dela, sentindo a respiração acelerada da mesma.

O bebê chorava desesperadamente naquele momento como se pudesse sentir o que a mãe sentia. O homem olhou para baixo e se afastou, dando alguns passos pesarosos para trás.

-Como teve coragem de me trair com aquele...-Ele parava de dizer, seu rosto avermelhou e sua fisionomia era brava, como se aquele nome fosse o mais nojento e asqueroso possível.

-Trair!?-Ela bradou com um sorriso nervoso e irônico no rosto. -Eu nunca fui sua!!- Agora ela também tinha nojo em seu rosto. -E nem que você fosse o último homem na face desta Terra...-Ela fora calada, pois o homem a sua frente se aproximara como um lobo e com as duas mãos agarrava o pescoço da mulher, colocando força o suficiente para quebrar um copo.

-Sua vadia!-Ele sussurrava com raiva na voz, e suas muitas veias saltavam em seu rosto. -Se você não é minha, não é de mais ninguém.

Ela não tinha forças, acabara de conceber um filho, e este se remexia em seus braços. A sua visão passava a ficar embaralhada e embaçada, não conseguia nem sequer gritar para pedir socorro. Um sorriso triste desenhava seu rosto, ela queria tanto dar imensos conselhos para seu filho, abraça-lo, beija-lo, mas agora era incapaz disso.

-Eu vou te comer depois de te matar, e depois matar seu filho bastardo, esse pedaço de bos.. -A fala fora interrompida por um barulho parecido com um engasgue.

A mãe quase perdia a consciência quando sentiu aquelas mãos se afrouxarem, sua ainda falha visão lhe permitiu enxergar os olhos esbugalhados do homem, e o sangue que escorria de seus lábios. Cambaleou para trás com dois passos, tentava tossir engasgado com o próprio sangue, posicionou suas duas mãos sobre a ponta daquela lâmina afiada que havia atravessado seu pulmão e fez o máximo de força que conseguiu, como se quisesse retirar aquilo dali, mas não conseguiu. Caiu de joelhos e logo depois de cara no chão, agonizando em seus últimos segundos de vida.

-Desculpa a demora.-Uma mulher jovem adulta se recostava de costas na porta daquele lugar, ofegante.

A mãe agora já tinha todos os seus sentidos funcionando normalmente, pôde ver com clareza a sua salvadora, aquela com cabelos longos e brancos. Suspirou aliviada, e abraçou seu filho com força.

-Kyuu, que bom que veio...

A garota se aproximou com seus olhos brilhantes e cheio de lágrimas. Vislumbrava o pequeno garoto nos braços de sua mestre.

-Pegue-o. -Ela estendeu as mãos com a criança, e esperou.

Relutante, a garota o olhou. -T-Tem certeza? -Disse com um pouco de medo na voz.

-Nunca tive tanta certeza na minha vida. -Ela sorriu.

Mesmo ainda um pouco com receio, ganhou coragem depois de ver aquele sorriso. Meio sem jeito pegou a criança, e tentava arruma-la em seus braços de uma forma confusa. A mãe soltou uma leve gargalhada.

-É assim.. -Disse enquanto arrumava a posição correta que ela deveria segurar, sem tirar o extenso sorriso do rosto.

E ali, aquela jovem sentiu um pouco do que sua amiga sentia, realização. Mesmo que aquele pequeno ser humano não falasse, ela conseguia sentir que já era amiga dele, e que teria que protegê-lo de todas as formas.

O sorriso da mãe foi sumindo de seu rosto, e seus olhos pararam em um ponto fixo daquele lugar. Ficou alguns minutos em êxtase até falar.

-Me prometa, que ensinará tudo que te ensinei. -Ela dizia com os olhos entristecidos.

-Sensei...

-Me prometa.

O silêncio se fez presente e aquela garota devolveu a criança para os braços anteriores e maternos. Simplesmente não conseguia dizer nada.

-O selamento que ele fez em mim é terminal, e você sabe disso... -Ela agora olhava para seu filho, com lágrimas prontas para sair de seus olhos. -Não vou ver ele crescer, não vou poder treina-lo. -As lágrimas agora pareciam infinitas em seu rosto, aparecendo uma nova a cada momento. -Não vou mima-lo nem brigar com ele.... E nem mesmo ama-lo por muito tempo. -Ela soluçou. -Portanto... Prometa, que fará essas coisas por mim.

A garota agora, apesar de emocionalmente forte, também deixou uma única lágrima cair. Assentiu lentamente com a cabeça, enquanto suas mãos e pernas tremiam.





****


-Acorde Lemon.-A mulher colocou uma toalha morna na testa do garoto.

Leves movimentos involuntários seguidos de olhos se abrindo.-Hm?

-Você tem que treinar mais.-Ela dizia ao ver a cara de sono de seu pupilo.

Ele bocejava algumas vezes pesarosamente, até de fato recobrar seus sentidos. Olhou para os lados e para a mulher, diretamente em seu rosto.

-Pelo menos eu tentei.-Se levantou rapidamente deixando a toalha cair no chão. Se aproximou da cadeira mais próxima e jogou sua camisa ali.

-Não tentou o suficiente.-Disse, pegando a toalha do chão.

O garoto deu de ombros, indo para a pia da cozinha, que inclusive, também era o quarto.

-Se você me deixasse ir pra Konoha...-Ele olhava fixamente para algum ponto da parede.

-Quantas vezes vou repetir!? -Toda vez que mencionavam aquela vila, ela reagia da mesma forma. -Você nunca vai pra lá pivete!! -Sua fisionomia era de raiva e desespero.

Ele virou seu corpo e a encarou, com os olhos mais frios que alguém poderia ter, suas pálpebras tremeram e seu punho se fechou.

-Você não é minha mãe.. -Levantou o dedo. -Não haja como se fosse.

Quando se deu conta, seu corpo fora arremessado para o lado. Se seus braços não tivessem o sustentado, teria dado de boca no solo rústico do lugar. Ela acariciou de leve a mão que havia usado para desferir o tapa talvez mais doído de toda a sua vida.

-Não seja idiota.-Seus olhos encheram de lágrimas. -Ela teria desgosto se te ouvisse agora.

Lemo recostou a mão no lugar que ardia em seu rosto, ainda olhando para o chão. -É mesmo?-Ele se levantou. -Mas ela não pode me ouvir.

Pegou a camisa que estava na cadeira e com passos largos e firmes fôra para seu quarto.

A mulher sentou no chão, tentando processar tudo que aconteceu ali, e sentindo-se culpada por muitas coisas.

Dentro daquele quarto quase completamente escuro, ele retirou o pequeno pedaço de pergaminho velho que guardava debaixo do colchão, com o pequeno fio de claridade que passava no mínimo espaço entre a parede e a janela, ele conseguia ler, lia e re-lia seu plano infalível de fuga.

As horas dentro dali pareciam minutos, devaneios e metas recheavam a cabeça do rapaz que tinha sua maturidade alcançada precocemente, por conta de sua vida vadia de sentimentos, ele não conhecia o amor, não conhecia a alegria direito.

A noite chegou mais rápido do que ele esperava, a brisa gélida da madrugada viajava entre as casas daquele vilarejo, os que caminhavam na rua eram apenas os sem teto, e os que gostavam de bagunça entre os prostítulos e outros.

Ele catou o pequeno quadro de mesa que estava em sua estante, e passou a observar aquela foto onde ele e sua sensei sorriam, ele claramente tinha um sorriso forçado, e o dela, aparentemente verdadeiro. Seu coração acelerou por cinco segundos, mas sua vontade de se livrar do passado e se tornar um "ninja de verdade" era maior. Guardou o quadro na mochila e fechou o zíper até o final, colocou em suas costas e com a pontinha dos pés saiu de seu quarto.

A casa estava toda escura, mas ele se lembrava de cabeça do trajeto de casa. Passou pelo quarto/sala de Kyuu e deu uma pequena e última olhada em sua sensei. Abriu a porta com muito cuidado e apesar desta ranger por ser velha, não foi o suficiente para cortar o sono da mulher.

-Adeus Kyuu.

Ele sibilou sem olhar para trás, e com cautela ia caminhando pelas sombras das casas, a Lua era cheia, então era o suficiente para projetar sombras naquele gramado seco. Alguns guardas não-shinobis faziam rondas por ali, e Lemon sabia disso, portanto, qualquer barulho anormal era o suficiente para ele se esconder e esperar por alguns minutos.

A adrenalina e euforia subiu ao se ver do lado de fora daqueles portões médios, seu sorriso ia de orelha a orelha. Mas isso não durou muito tempo ao se deparar com aquela floresta imensa e densa, por onde iria? Como iria? E onde? Ele havia se preocupado tanto em sair de onde vivia que não se lembrou de procurar saber como chegar no seu objetivo.

-EI MOLEQUE!

Congelou por um momento ao ouvir a voz de um dos guardas, olhou para trás e se deparou com um homem robusto e barbudo, correndo, suas pernas tremeram por alguns segundos até ele de fato começar a correr, sua cabeça estava a mil, milhares de pensamentos pessimistas do que iria acontecer caso falhasse o atrapalhavam naquele minuto.

Adentrou aquela floresta fora da reta da estrada de terra e ia correndo por ali mesmo, desviando dos galhos que atrapalhavam seu trajeto improvisado, continuou com isso por alguns minutos. Parou de correr gradativamente para poder ouvir, e não ouvia nada além de seu coração acelerado e sua respiração afobada, gotas de suor escorriam de sua testa.

Barulhos estranhos ecoavam aquela floresta, que agora, nem sequer a Lua iluminava direito por conta da grande quantidade de mata densa. Apesar de assustador, Lemon descansava tranquilo encima daquele tronco de árvore, sentia que finalmente estava se encontrando no mundo onde sempre esteve perdido.

O sono logo chegou para ele, afinal, a cansativa correria convidava o cansaço para o corpo daquele garoto. Seus olhos se fecharam lentamente, sua cabeça se ajeitava em sua mochila, e aquele tronco não parecia tão duro naquele momento.

O que ele não esperava era que amanheceria tão rápido. Um raio de luz solar repousou diretamente sobre seus olhos, o que o acordou. E com a mente ainda vacilando esqueceu que estava encima de uma árvore grande.

-AAH.

Seus braços tentaram se segurar naquele tronco mas sem nenhum sucesso, seu corpo girou algumas vezes no ar e no fim, Lemon caíra de costas nas matas daquele gramado. Ele ia reclamar algo enquando massageava seu ombro, mas sua mochila caiu encima dele também.

Ó estômago foi o primeiro a denunciar sua necessidade depois de pouco tempo de caminhada. Aparentemente não havia frutas penduradas nos galhos e a vegetação em sua grande parte não era comestível, e o garoto não consegue diferenciar um de outro. Seus planos para comer sumiram no mesmo momento em que um rugido atravessou seu ouvido esquerdo.

Lentamente olhou para o lado e se deparou com o que não gostaria de se deparar. Uma onça gigante caminhava lentamente em sua direção, e ao ver que fora notada, dera um pulo com as patas já em movimento de ataque. Lemon tinha seus doze anos, mas eram seis de treinamento. Meio desesperado, correu em direção frontal ao animal, e ao chegar perto de um atrito, o garoto escorregou com os joelhos, passando reto e embaixo da onça.

Se levantou tão rápido quanto seu inimigo animal que já se preparava para outro ataque. Mas dessa vez o garoto se prontificava, logo a frente de uma rocha com um pico pontiagudo, esperou quase ao embate dos dois corpos para poder se transformar completamente em água, dessa forma, o animal teve seu crânio completamente perfurado.

Os últimos espasmos agonizantes eram dados pelo corpo encharcado de sangue da onça. Lemon tornava ao seu estado normal e os seus olhos agora gélidos encaravam sua roupa manchada.

A fome era gigante, e a sede também se apresentou para ajudar. Seus passos estavam mais lentos e a desidratação era bem visível no rosto de Lemon. Olhava em volta e nada da floresta abrir caminho a tão desejada vila, mas mesmo assim ele não encerrava seus passos.

O tempo passava e o Sol já estava posicionado no centro dos imensos céus, o horário onde o calor domina a Terra. O garoto resolveu se enfiar no meio do matagal e andar até acabar, e realmente acabou. Saiu cambaleante de duas moitas e se viu em uma estrada sem fim, que dava em outra floresta.

Desanimou na mesma hora, e o arrependimento começou a invadir sua mente, com as mãos na testa ele virou seu corpo e quando ia começar a reclamar, se deparou com um imenso e colossal portão, seus olhos brilharam. Ele estava a poucos metros de entrar na vila, e assim ia fazendo, com os passos imprecisos.

Dois ninjas o avistaram e logo entraram em posição de defesa, afinal, Konoha não deixava desconhecidos entrarem naquela época do ano, onde ataques estavam ocorrendo.

-Se identifique! -Um dos guardas berrava.

Lemon buscou forças para responder, mas sua visão escureceu, sua consciência fugiu e seu corpo despencou-se para frente.

Conhecimentos da academia ninja, pressão psicológica, assassinato, como visto no filler aprovado.

Players:

NPC:

Missões:
-[Todas Rank D]
-[Rank C]
-[Rank C]
RP's e Treinos:
-[Todos os meus fillers]
-Treinamentos
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Batalhas:
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-
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Quests:
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-
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OFF:
Mudanças Ficha
Mudanças Status
Banco
Criações de Jutsu

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Hōzuki Hijutsu:

Jutsus Básicos:

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