Pouco a pouco os dias iam se passando e por consequência o inverno vinha se aproximando cada vez mais da aldeia da folha. A estação do ano favorita de muitos, em especial do chunin Senju Naoki. Além de ser a estação mais fria, tal como o garoto gostava, também se tratava da época do ano em que o prodígio do clã Senju completaria mais um ano de vida.

Eram por volta de cinco horas da tarde quando se pôde ouvir batidas na porta da casa da família do Hokage caído, Albus. Himawari, a matriarca da família se dirigiu até a entrada para receber quem quer que fosse à porta – Pois não? – Disse a mulher ao ninja mensageiro que se colocava de pés diante da mesma. Este era conhecido por entregar missões e mensagens importantes.

- Vim entregar uma carta para – O homem fez uma pausa para então ler o remetente outra vez – Senju Naoki! É aqui, certo? – Questionou o homem enquanto via a mulher assentir com a cabeça. Himawari recebeu a carta e se despediu do rapaz – Naoki! Chegou uma carta para você! – Exclamou a mulher enquanto deixava o papel sobre a mesa da cozinha e voltava aos seus afazeres.

O chunin que até então estava em seu quarto limpando a sua espada e equipamentos, saiu ao encontro da tal carta – Onde está? – Perguntou à sua mãe ao que chegou à cozinha – Sobre a mesa – Respondeu a mulher enquanto enxugava alguns pratos. O garoto recolheu a carta e se sentou à mesa.

Ao passear os olhos pela folha pôde ler claramente que se tratava de uma convocação para acompanhar um jonin em uma viagem até o País das Flores. O ponto de encontro seria o portão da aldeia às sete horas – Mãe, vou precisar sair e não sei bem quanto tempo vou ficar fora – Disse o chunin enquanto se levantava – Vou preparar um bolo de arroz para você levar – Disse a mulher enquanto se virava para olhar para o garoto, que por sua vez nem se encontrava mais naquele recinto.

O garoto estava em seu quarto organizando os seus equipamentos. Vestiu as roupas características de sua patente, guardou suas kunai e shuriken na bolsa que logo acoplou ao cinto na parte de trás da cintura e por fim recolheu sua espada, carregando-a na sua canhota. Naoki retirou-se de casa pela janela de seu quarto, a fim de evitar uma despedida que provavelmente o atrasaria.

Não demorou muito até que Naoki chegou ao portão da vila, onde ficou a espera do jonin que teria sido convocado para acompanhar. O garoto estava um pouco ansioso tendo em mente que já fazia um tempo desde a última vez que saíra do país em uma missão desse tipo, na época ainda era genin e fora acompanhado por Joe Sato. Agora era um chunin se preparando para se tornar um ninja de elite.

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@Yagami

Ainda sobre uma das residências que ficavam nas redondezas do local onde ficava o portão da aldeia, o garoto pôde ver não muito distante dali um estabelecimento em que aparentemente vendiam alguns espetos. A fumaça que aquele churrasco levantava parecia estar realizando um convite.

Naoki saíra de casa antes que a janta ficasse pronta, ou que pelo menos sua mãe começasse a prepara-la. Apesar de Himawari dizer ao filho que faria algo para que comece no caminho, o garoto optou por não aceitar, devido o fato de ter ficado com medo de não conseguir chegar a tempo no ponto de encontro. Pois bem, o Senju estava a alguns metros do ponto de encontro, pouco menos de duas horas mais cedo do que havia sido indicado. Faminto.

O garoto enfiou as mãos nos bolsos de sua calça – Vejamos... – Indagou enquanto retirava tudo que havia encontrado em seus bolsos – 12 Ryōs... Isso deve dar dois espetos! – Disse animado enquanto saltava na direção do estabelecimento que vendia os espetos – Por favor, eu quero dois espetos de frango – Balbuciou ao sujeito que parecia o dono do lugar, este que tratou de atendê-lo com um sorriso simpático no rosto.

Naoki realizou o pagamento e tratou de seguir a passos largos para o portão outra vez enquanto dava algumas mordiscadas em um dos espetos. Ao que se aproximou do local o garoto viu uma figura que não tinha notado antes – Ei! – Exclamou enquanto se aproximava do sujeito parado no centro do portão – Não vê que está bloqueando a passagem? – Perguntou o rapaz em um tom sarcástico, aparentemente em uma tentativa de puxar assunto.

O garoto trocaria algumas palavras caso aquele homem tivesse interesse, enquanto esperaria as pessoas que faltavam para que finalmente pudesse ingressar nesta missão em que estava. Alguns minutos antes das sete, uma moça de cabelos curtos parecia se aproximar. Ela possuía uma expressão séria, oque fez com que Naoki não a viesse a provocar de forma alguma.

Na sequência, não muito tempo depois da chegada da garota, o chunin pôde ver se aproximar outro homem, este tinha uma barba que havia chamado a atenção de Naoki – Que barba legal, senpai! Você a faz toda manhã? – Com este o garoto resolveu brincar, resmungando tais palavras enquanto sorria.

Em seguida, quase que junto do segundo rapaz vinha se aproximando um terceiro. Este possuía um cabelo que Naoki considerou diferente e estiloso – Legal! A que desfile de penteado nós iremos? – Brincou o rapaz enquanto fixava os olhos no cabelo desde que se achegava.

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Naoki pode ver que o primeiro rapaz era um pouco intenso demais e que por sua vez não entendeu o sarcasmo em sua frase – É... É... Calma! Eu só estava brincando! – Exclamou o chunin enquanto coçava sua nuca e abria um sorriso. O garoto havia ficado sem graça após aquela repreensão – Aqui, tome um espeto de frango – Disse enquanto oferecia um de seus espetos ao rapaz.

A moça por sua vez parecia calma, até então ninguém tinha a incomodado, e não seria Naoki o primeiro a fazê-lo. Ela era bonita do seu modo, e aquela beleza toda chamava a atenção do Senju que por alguns instantes não conseguiu desviar o olhar daquele rosto - tão bem feito – que o deixava hipnotizado.

O tiozinho do chapéu parecia ficar um tanto quanto sem jeito. Naoki se aproximou do mesmo e deu um tapa em sua costa – Eu imagino que sim! Heh! – Disse o chunin enquanto sorria e se voltava para aquele que agora estava falando.

O sujeito que dizia ser o encarregado da missão se chamava Yruza. Era o mais animado ali, claramente depois de Naoki – Eu não acompanho muito a vida desses famosos, senpai. O senhor por outro lado tem cara de quem passa noites em claro pondo suas novelas em dia, hein? – Disse o chunin enquanto cutucava as costelas do jonin, a fim de provocar vergonha no homem.

Naoki era claramente o mais novo ali, o que podia fazer com que seus companheiros o considerassem um peso, ou talvez até mesmo o subestimassem. Tendo isso em mente o garoto percebeu que suas ações até então não lhe davam credibilidade, o que levou o mesmo a optar por uma mudança de atitude dali por diante. Nada brusco, o garoto ainda era um brincalhão.

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O jonin parecia mesmo um fã de novelas, ainda mais com aquela tentativa de contornar a situação. Já estava passando da hora de sairmos quando finalmente fomos convidados a partir. Naoki estava inquieto e mal podia se manter calado, mantendo o tempo uma tentativa falha de se manter focado.

A todo o momento o garoto perdia o foco por algum motivo bobo. Da primeira vez Naoki viu de alguma forma uma libélula presa em uma teia de aranha, numa arvore à beira da estrada – Esperem! – Exclamou como se estivesse vendo um inimigo a espreita – Um minuto, por favor – Correu até a arvore e libertou aquele inseto da armadilha em que caíra.

Naoki tomava a frente seguindo pela estrada até perceber que nem mesmo sabia para que lado ficava o seu objetivo. Com isso em mente o garoto parou e deixou que Yruza passasse – Esse “País das Flores” fica muito longe, Yruza-sensei? – Indagou o rapaz enquanto seguia o homem.

Em um determinado momento Naoki junto de seus companheiros chegaram a uma ponte, esta que por sua vez parecia bamba e não passava um sentimento de segurança a aparentemente nenhum daqueles ninja, visto que Yruza se pronunciou.

Naoki buscou analisar a ponte ver se havia alguma forma de contornar a mesma – Deixa eu ver... – Disse a si mesmo enquanto olhava a ponte por todos os ângulos possíveis. Até que teve uma ideia que considerou passível de consideração – E se atravessarmos pela água? – Disse o garoto enquanto dobrava o joelho direito e apontava para a sola de seu pé.

O garoto fez tal sugestão lembrando de uma técnica básica aprendida na academia, algo sobre manter o fluxo de chakra nos pés para que fosse possível caminhar sobre as águas – Se tivéssemos mais tempo eu iria sugerir que reforçássemos a ponte – Disse o garoto enquanto observava outra vez a ponte.

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Naoki acreditava que Yruza era um ninja muito inteligente e aparentemente experiente, à demonstrar por suas palavras sábias e de fácil entendimento. O sujeito acatou a sugestão e de forma rápida reforçou a ponte usando de uma manipulação elemental, o que fez a ideia de caminhar sobre as águas parecer bastante absurda.

- Só pra constar a ideia foi toda minha, ouviram? – Disse o garoto enquanto colocava as mãos nos bolsos de sua calça e caminhava com um sorriso no rosto. Ele estava apenas brincando em uma tentativa de puxar assunto – Espero que não demore mesmo, Yruza-sensei – Resmungava o chunin enquanto admirava as arvores ao redor do caminho.

Não se passou muito tempo desde então até que enfim os cinco atravessaram a fronteira do país e chegaram a uma pequena cidade com uma quantidade considerável de estrangeiros, provavelmente por conta do tal Hiruzen – Gostei desse lugar – Disse o garoto enquanto passava em sua frente uma mulher muito sensual com o rosto pintado.

Depois de efetuado o check-in, Yruza optou por realizar um tipo de passeio pelos estabelecimentos que aquele vilarejo disponibilizava, seguindo por convidar a todos. Marta havia recusado o convite, o que fez com que Naoki cogitasse acompanha-lo a fim de evitar que um deles fosse pego sozinho e acabasse sendo de alguma forma colocado em uma situação de risco.

Todavia a euforia do garoto em conhecer o lugar com alguém tão animado quanto Yruza, e a confiança nas habilidades de Marta, o fizeram decidir por acompanha-los no passeio – Certo, certo! Eu irei com vocês! Heh! – Exclamou o garoto enquanto seguiu junto de Yrusa, Katharina e Bronnk – Sabe, Bronnk... Eu gostaria de experimentar esse seu chapéu! Você não esconde uma careca, esconde? – Brincou o garoto enquanto encostava o cotovelo no braço de seu companheiro.

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O outono se fazia digno de ser citado. As folhas em Konoha e por todo o caminho percorrido se mostravam em um tom amarelado e quase sempre era possível ver algumas destas caindo de suas respectivas arvores. Todavia, apesar da estação trazer consigo o inicio da queda da temperatura, não existia um lugar tão quente como aquela cidadezinha. Um lugar bem movimentando onde o clima úmido que o outono carregava não se podia ser considerado tão perceptível como anteriormente.

Yruza tomava a frente daquele grupo. Naoki já não podia ser considerado o mais animado, pois claramente o jonin estava em um nível de euforia bem superior. Talvez a viagem tivesse cansado o garoto, visto que este agora diminuíra a constante de piadas forçadas e sem graça que vinha fazendo até então.

- Eu quero um ramen de frutos do mar, com pasta de soja. Também quero outro ramen de carne de porco, temperado com sal. Ah! E eu também quero um ramen de camarão, temperado especialmente com molho de soja! Obrigado! – Fez o garoto o seu pedido, que para muitos poderia até parecer uma piada, mas devido a longa caminhada, era de fato o que o chunin estava com vontade de comer.

O garoto não conseguia entender grande parte do que aquele garçom falava o que tornava aquele cara um tanto gozado na concepção do menino. O sujeito garantiu que voltaria com os pedidos sem demora, o que arrancou um sorriso de felicidade do rosto do jovem rapaz – Finalmente uma refeição digna! – Sorriu enquanto olhava para Bronnk que parecia outra vez um pouco retraído.

O capitão daquela missão parecia estar se dando um pouco melhor naquela missão, visto que Naoki pôde perceber um sorriso de Katharina quando o jonin fez uma pergunta – Hah! Essa missão está cada vez melhor, sensei! – Exclamou Naoki enquanto colocava o hashi entre os dedos e apontava para o homem.

O garoto tratou de comer a sua refeição assim que a mesma chegou – Itadakimasu! – Depois de agradecer pela refeição, atacou a mesma, tigela após tigela. Enquanto comia o garoto reparou uma pequena discussão na mesa da frente, parecia um homem em pé de guerra com sua mulher. O garoto deu de ombros e continuou a comer. Mais ao lado o chunin percebeu a figura de um idoso gótico que estava bebendo sozinho – Naoki não fazia ideia do que – mas outra vez voltou a ignorar e concentrou-se apenas em comer.

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Naoki não sabia dizer ao certo o porquê de estar achando aqueles ramens os melhores que já comera em toda a sua vida. Talvez a fome o tenha feito dar o devido valor aquele alimento, ou talvez aquele estabelecimento possuísse um ótimo cozinheiro. O garoto não se importava na realidade, apenas se concentrava em comer.

O restante das pessoas à mesa se portavam de forma coerente com seus postos, todos com muita classe e maturidade. Naoki por sua vez chegou ao ponto de até mesmo deixar cair um pouco do caldo do ramen que saboreava em sua calça – AIRGHR! – Estridente foi o grito de dor que o garoto deu assim que o liquido quente entrou em contato com sua pele.

O garoto pegou alguns guardanapos que estavam disponibilizados sobre a mesa em que se sentavam e começou a se limpar – Isso vai ficar roxo! – Exclamou o rapaz ainda sentindo um ardor em sua virilha. Enquanto isso, a confusão na mesa a frente estava tomando proporções maiores, mas não demorou até que o sujeito se estressou ao ponto de bofetear a mesa, saindo logo na sequência.

Yruza foi o primeiro a se levantar da mesa – Mas já, Yruza-sensei? – Indagou Naoki. Bronnk saiu na sequência, deixando apenas o garoto Senju e Katharina na mesa. O rapaz corou e abaixou os olhos, pensando em como seria errado não falar com a moça – É... Katharina-chan... Você... Eu... Eu posso acompanhar você? – Indagava Naoki superando pouco a pouco a sua vergonha e finalmente dirigindo a palavra à garota.

O chunin acompanharia a moça sem muita pressa, dando um passo de cada vez na direção da espelunca onde estariam hospedados – Está gostando da missão? – Diria Naoki enquanto colocaria suas mãos nos bolsos e caminharia vagarosamente – Sabe, faz um bom tempo desde que saí numa missão desse tipo – Acrescentaria o garoto. Ao fim, quando tivesse de se despedir diria – Bom, obrigado por sua companhia. Desculpe não ter falado com você antes. É a primeira vez que falo com uma garota tão bonita – Finalizaria sua fala imaginando o que Yukino diria se estivesse ali. Ou melhor, onde ela socaria.

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A companhia da garota era algo que deixava o chunin deveras nervoso e com aquilo as suas mãos suavam em meio ao pano de seus bolsos. Naoki acreditava que podia estar até mesmo importunando a jovem companheira de missão, mas tinha uma politica que o impedia de se desculpar – Bom, acho que eu já... – O garoto estava prestes a se despedir quando foi interrompido com um furdunço do outro lado da rua.

Assim que o jovem rapaz revirou os olhos para o outro lado a fim de conseguir visualizar a situação e entender do que se tratava, o mesmo pôde ver o homem e sua mulher que outrora estavam no mesmo estabelecimento que a equipe enviada de Naoki aproveitava o seu fim de noite. Aparentemente a discussão de antes havia se estendido até ali.

O Senju retirou as mãos de dentro de seu bolso enquanto cerrava os punhos, lançando contra o homem do outro lado um olhar do mais puro ódio. O garoto respirou fundo em busca do autocontrole que vinha treinando – Katharina-chan, me dê um momento, por favor – Disse o garoto enquanto utilizava de uma técnica para mudar sua aparência.

O garoto assumia a forma de uma figura horrenda, da qual já tinha ouvido algumas histórias. O chunin buscou assumir as características físicas que eram descritas nos contos que ouvia. A figura em questão era a de uma mulher adulta que tinha a pele azulada e olhos amarelados. A boca parecia estar suja de sangue e os dentes eram afiados.

Naoki então utilizou de uma técnica elemental e se fundiu com o solo, movendo-se na esperança de não ser visto até que pudesse emergir outra vez no fundo do beco para o qual o sujeito arrastava a mulher. Ao que ressurgisse à frente do casal, o garoto buscaria confrontar o homem – EU SOU KALISTA! A LÂMINA DA VINGANÇA! EU VOU COMER A ALMA DE TODOS OS HOMENS QUE MALTRATAM AS SUAS MULHERES! – Exclamou com uma voz amedrontadora enquanto desembainhava a sua espada com sua destra, seguindo por aponta-la na direção do sujeito.

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Naoki não tivera a recepção que esperava. Ao ser acertado pelo chute em seu rosto o garoto deu um ou dois passos para trás enquanto levava suas mãos ao rosto e o seu henge era desfeito – Maldito! – Esbravejava enquanto voltava a fitar o olhar nos olhos daquele que viria a ser acertado por Katharina.

A companheira de Naoki efetuava um movimento que aos olhos do garoto parecia com o bater de asas de um anjo abençoado com o dom da beleza, movimento esse que vinha por levar ao chão o saco de excremento que anteriormente viera a conseguir acertar um chute no rosto do chunin.

O rapaz pôde ver que sua tentativa de ser um herói não tinha agradado de nenhuma forma a garota a qual tinha o desejo de impressionar – Ei, o que está dizendo? Eu distraí ele pra você! – Exclamou o garoto enquanto abria um sorriso sem graça em seu rosto, levando sua destra atrás da nuca.

Naoki podia ver sua parceira acompanhar a moça que vinha a ser atacada para fora daquela viela, levando-a provavelmente para casa. O Senju sabia que Katharina não estava muito feliz com ele, mas não iria deixar a mesma, por mais que demonstrasse ser altamente capaz, andar sozinha por aquele vilarejo desconhecido.

Com isso em mente, guardando sua lâmina outra vez, o chunin acompanhou em silêncio e um tanto cabisbaixo as duas mulheres, podendo vê-las cerca de dois metros adiante. O garoto não estava agindo furtivamente, mas também não estava disposto a invadir o espaço que aparentemente as duas queriam.

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O caminho até a residência da garota que escoltavam não era muito distante de onde a situação tinha se desenrolado, dois ou três quarteirões andando em linha reta. Assim que as moças pararam na frente da casa que aparentemente era onde a infeliz morava, o chunin também parou, mantendo uma distância que ele gostava de considerar segura.

Naoki esperou até que as moças viessem a se despedir uma da outra, seguindo por deixar Katharina passar a frente, voltando a segui-la outra vez, todavia de uma distância mais próxima, algo como um metro apenas de diferença. O caminho se seguiu com um completo silêncio, tendo em mente que o garoto reconhecia como a sua situação já estava deveras complicada.

A noite foi um tanto quanto longa para o chunin, que antes de conseguir adormecer revirou de um lado para o outro no colchão, não conseguindo pregar os olhos estando atormentado com diversos pensamentos sobre os ocorridos naquela noite. Pela sua mente passava a imagem do rosto furioso de Katharina – lindo como o nascer do sol.

O sol raiava no horizonte, e com uma brisa suave os raios de luz entravam por entre as cortinas do garoto, que vinha a despertar em meio a um longo bocejo. O chunin se espreguiçava esticando ambos os braços para os lados enquanto se contorcia na cama, em uma mistura de prazer embainhado em preguiça.

Relutante o garoto se levantou e arrastou-se para o banheiro, onde escovou os seus dentes e lavou o seu corpo em um banho relaxante numa banheira – Oh... Quem iria imaginar que um lugar como esse teria uma banheira dessas – Balbuciava o garoto enquanto reclinava o seu tronco, apoiando o mesmo na borda da banheira.

Depois de sair do banho, o chunin voltou-se para o quarto onde se vestiu com as vestimentas padrão da aldeia, vindo na sequência a descer para o salão onde tomaria café com seus companheiros. Todos estavam em uma mesa, com exceção de Katharina, a qual os olhos apaixonados do rapaz não conseguiram encontrar.

- Ohayo! – Indagou o rapaz enquanto sentava-se ao lado de Yruza – A noite poderia ter sido melhor – Disse o rapaz em resposta ao capitão daquela equipe. Não se passou muito tempo até que Katharina juntou-se ao bando. Naoki pôde perceber que a garota ainda estava um tanto quanto furiosa, e por isso a encarou com um olhar que estava gritando “eu sinto muito!”.

Ouvindo a sugestão de Yruza, o chunin começou a comer como se fosse ficar sem se alimentar por dias a fio, sem ter o menor senso de vergonha. Ao que terminou sua refeição, o garoto voltou para o seu quarto e recolheu o seu equipamento, seguindo por descer exatamente uma hora depois.

Ao que parecer podia para Naoki, Katharina estava com certa pressa, o que era bom, devido o fato de estarem talvez um pouco atrasados. Com a garota tomando a frente, o chunin veio a segui-la, buscando trocar algumas palavras com o chunin que não os acompanhara na noite anterior – Sabe... O lugar onde fomos servia um ramen de porco maravilhoso! Acho que você teria gostado! – Exclamou o rapaz enquanto colocava as mãos nos bolsos e caminhava ao lado de Marta.

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A passos largos o grupo caminhou até que por fim, algum tempo depois, se viram de fronte para uma paisagem contendo diversas flores, mais do que se fazia possível contar – O nome não é meramente ilustrativo – Resmungou Naoki enquanto levava a destra ao nariz e começava a coça-lo, quase como se o cheiro que vinha dos imensos jardins o incomodassem.

O garoto constantemente olhava para Katharina, que por sua vez parecia tentar ignorar o rapaz. Naoki observou os guardas do local que não pareciam estar preocupados com nada – Somos mesmo uteis aqui? – Perguntou a si mesmo enquanto se colocava a admirar a paisagem que pouco a pouco se tornava pouco além do que era realmente necessário.

Naoki observou Yruza se afastar – “Ala administrativa”... Sei! Tenho certeza de que vai atrás de um autógrafo! – Exclamou o garoto enquanto se voltava outra vez para a paisagem. Os prédios e casas quase todos eram cobertos por grandes redes de flores belas, estas não mantinham um padrão de cor, possuindo por sua vez diversas tonalidades diferentes.

O grupo tinha esse momento de liberdade para realizar as atividades que viessem a ter em mente. Naoki não gostava muito do jeito que Marta era recluso e um tanto quanto resmungão, vindo por conta disso, a buscar ignora-lo nos momentos em que este se pronunciava.

Vendo que Katharina estava a se afastar, provavelmente em busca de um pouco de sossego, Naoki começou a acompanha-la com os olhos. O garoto buscava reconhecer um possível espaço onde poderia vir a se desculpar com a moça mediante as suas ações impensadas da noite anterior.

Naoki pôde ver sua companheira sentada em um dos bancos presentes naquele imenso jardim. O garoto resolveu se aproximar sem a menor intenção de perturba-la – Katha... Katharina-chan! – Disse o chunin a fim de chamar a atenção da garota – Posso me sentar com você por um instante? – O rapaz esperaria por uma permissão – Ouça. Eu sinto muito pela forma imprudente como agi ontem à noite... Eu estava um pouco nervoso com você por perto e acabei agindo sem pensar!

O garoto retirou enquanto falava uma das flores mais belas que tinha por perto e ajoelhando-se apontou para Katharina, abaixando sua cabeça em sinal de respeito – Aceite essa bela flor como meu pedido de desculpas mais sincero! – Indagava o rapaz à espera de uma resposta a bela moça.

Caso um diálogo tivesse inicio entre os dois, o chunin tinha em mente comentar o fato de que aquele jardim ficaria para sempre na memória do rapaz – Sabe... Esse jardim é muito lindo, não é? Eu costumo não me esquecer de algo tão bonito assim... – Fazia uma pausa e corava, voltando seu olhar para o de Katharina – Da mesma forma que nunca mais vou me esquecer de seus olhos – Finalizaria o rapaz, enquanto voltava a admirar o lugar com um sorriso bobo em seu rosto.

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Naoki podia ver que Katharina estava relutante quanto a ouvir as suas palavras, todavia isso não o impediu de continuar tentando encontrar qualquer que fosse uma menção de sentimentos em meio ao vazio que podia estar alojado no lugar de um coração pulsante. Presentear a garota com uma flor foi sem duvidas algo que mudou totalmente o ritmo daquela conversa.

O chunin podia sentir como se tivesse encontrado uma forma de transpassar o bloqueio que aquela moça colocava entre os dois, quase como um muro do mais maciço desdém. Naoki não estava totalmente confortável. A companhia de Katharina o deixava deveras nervoso, e outra vez mais as suas mãos começavam a suar, e por conta disso o garoto as limpava de forma discreta em sua calça.

Algo de inesperado ocorria, e a cena mudava outra vez de forma brusca. O garoto que até então vinha sendo ignorado encontrara ali um oportunidade tremenda. Podia estar diante de seu primeiro amor, e ali daria o seu primeiro beijo. Tudo era perfeito, e a respiração do garoto se tornava um tanto quanto pesada. Naquele momento tudo estava parecendo se tratar de um mero sonho de garoto.

O perfume de Katharina se destacava, mesmo estando em meio a um jardim circundado pelas mais cheirosas espécies de flores. Ao que pôde perceber o avanço por parte de sua companheira, Naoki inclinou levemente o seu tronco na direção da mesma enquanto levava as suas mãos de encontro com as da garota, buscando segura-las.

O garoto fechou os seus olhos e levou seus lábios de encontro com os de Katharina. Esperava que a experiência fosse tão boa quanto parecia em sua mente. Nada mais importava naquele momento. Aquele era o único lugar onde Naoki queria estar.

Todavia, nem tudo são flores. Antes mesmo que os lábios pudessem se encontrar e enfim o chunin pudesse experimentar o que era de fato beijar alguém, uma explosão ocorria – Só pode ser brincadeira! – Exclamou o chunin enquanto se levantava em busca de localizar o local onde a explosão teria acontecido – Me desculpe, Katharina-chan!

Ouvindo o chamado do capitão, Naoki correu de encontro com o mesmo – Onde? – Disse o rapaz, acreditando que meia palavra seria o suficiente para obter uma resposta. Em seguida, o garoto sem perder tempo seguiu de forma rápida para o lugar de onde aparentemente vinha a tal explosão.

Assim que Naoki se situou no local pôde ver uma pessoa próxima da explosão. Não foi possível saber à primeira vista se aquele sujeito seria o causador daquele atentado, mas a julgar pela mascara que usava, e pelas kunais com selos explosivos que tinha em mãos, o chunin preferiu assumir que aquela podia ser de fato a figura que provocou aquele incidente.

- Ele vai jogar aquilo nas pessoas!? – Bradou incrédulo enquanto realizava alguns selos, vindo em sequência por se abaixar levando suas mãos de encontro ao solo - Doton! Doryūheki! - A intenção do garoto era a de criar uma parede sólida de terra entre o sujeito e as pessoas, a fim de tira-las do campo de visão do inimigo, impedindo o mesmo de ataca-las com o equipamento que tinha em mãos. A parede em questão era toda estruturada como se fosse feita por tijolos, composta de esculturas do rosto de quatro lobos cerrando os dentes.

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Naoki sentiu-se aliviado ao que observou a sua defesa se mostrar efetiva, possibilitando dessa forma que as pessoas naquela área ficassem fora de perigo – Você está ficando maluco? Ia mesmo matar aquelas pessoas? – Exclamou o chunin ainda agachado, fitando o olhar direto no oponente que não parecia satisfeito com aquela situação.

O garoto observava outra tentativa de ataque da parte daquela figura. Naoki não tinha tempo para pensar no que fazer e estando preocupado com a segurança de Yruza e Katharina, realizou os mesmos selos que anteriormente – Doton! Doryūheki! – Levando as mãos ao solo, o garoto tinha a intenção de outra vez criar uma parede toda estruturada como se fosse feita de tijolos, posicionada do lado esquerdo, a fim de proteger seus aliados daquela investida.

A parede teria dimensões de dois metros de altura, enquanto que disponibilizaria de também dois metros de largura, tendo cerca de sessenta centímetros de espessura. Enquanto o garoto levou suas mãos de encontro ao solo, utilizou de outra técnica também do elemento terra.

Correndo chakra através de todas as partes do seu corpo tornando o mesmo visivelmente mais escuro, como se fosse feito da mais pura terra, o chunin avançou na direção dos outros quatro explosivos que vinham pela direita, de forma que pudesse absorver todo o dano sem se ferir, e sem deixar que a explosão alcançasse seus aliados.

- Você já está começando a me incomodar – Balbuciou Naoki enquanto voltava a encarar seu inimigo, contendo em seu rosto um olhar de ódio que em outras situações já havia mostrado, mas há algum tempo não era visto. A atenção do chunin não era tomada pelo som de outras explosões, e o olhar se mantinha fixado no posicionamento do oponente.

Com a saída de ambos os seus aliados do lugar, Naoki se viu livre para atacar com todo o seu poder. O garoto estava disposto a se provar, pronto para analisar o quanto teria evoluído com os treinamentos em equipe ao lado de Yukino e Bakuto – Ouça. Há algum tempo o meu irmão me ensinou a nunca subestimar um oponente, e sempre lutar com toda a minha força – O rapaz fez uma pausa enquanto estralava os dedos das mãos pressionando a palma da mão contra as juntas da outra – Ou seja... Não irei pegar leve! – Exclamou o chunin enquanto sacava uma kunai com sua destra, assumindo na sequência em posição de batalha.

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Naoki estava atento e preparando-se para a próxima investida que partiria de seu oponente. O garoto mantinha-se estático e de olhos bem abertos a fim de precaver-se e reagir à primeira menção de um ataque da parte do mascarado.

O garoto esperava por algum movimento da parte do adversário, porém, ao que o mesmo começou a falar o chunin utilizou do seu selo amaldiçoado, controlando-o de forma que apenas viesse a atingir o primeiro estagio, surgindo pelo lado esquerdo de seu corpo algumas manchas padronizadas que se originavam da marca na nuca do rapaz.

Ao que Naoki percebeu seu oponente se preparando para realizar algum ataque, sem saber do que se tratava, lançou a kunai que tinha na mão direita na direção do orbe, assim que obteve visão do mesmo. Ao que pôde ver uma combustão se originar, o chunin utilizando de uma técnica da academia, movimentou-se da forma mais rápida para a sua direita, buscando sair do alcance da explosão, cerca de quinze metros de sua posição anterior.

Naoki estaria cerca de trinta metros da posição onde teria visto o mascarado antes da explosão ocorrer. Ao que o rapaz tivesse contato visual outra vez com o seu inimigo, realizaria o selo do cavalo enquanto comprimiria certa quantidade de chakra em seu peito, vindo na sequência a expelir três bolas de fogo em forma da cabeça de um dragão - Katon: Gōryūka no Jutsu.

As três grandes bolas de fogo iriam, uma na posição em que Naoki estivesse vendo o oponente, a segunda, dois metros à direita enquanto a terceira, dois metros à esquerda - Eu disse! Não vou pegar leve com você! – Naoki na sequência se posicionaria de forma imponente e um tanto quanto autoritária, assumindo uma postura diferente da que costuma ter quando não esta utilizando o selo amaldiçoado.

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