Estava limpo, nutrido e preparado para o restante do dia. Acordara relativamente cedo naquela manhã. Das tarefas domésticas, executou todas. Aguardava pacientemente a biblioteca abrir, assim quem sabe poderia angariar mais conhecimento para montar a primeira marionete de seu arsenal. Era um jovem caprichoso, por esse motivo desejava conhecer tudo sobre tudo antes de dar início a sua oficina. Somente quando detentor dos variados saberes, faria-o.

Destoante das expectativas, um falcão pousou ao lado de sua janela. Bicou o vidro até que atendido finalmente. Carregava consigo uma mensagem do quartel general que exigia a presença do jovem e ávido Genin no recinto. Dispôs-se de súbito, marchando a uma considerável velocidade até o encontro daquele lugar. Adentraria-o após algumas breves e educadas batidas, indicando a chegada de alguém. - Sou Genos. Venho por esse memorando que a mim foi enviado. - apresentaria-se a quem quer que estivesse na entrada, demonstrando o papel que possuía em mãos de maneira a garantir a credibilidade das informações repassadas junto a pessoa.  

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@Yagami

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Posicionou-se próximo à porta, quando foi inundado com palavras daquele que era o supervisor do quartel general do vilarejo. Deu-lhe os ouvidos e se atentou disciplinarmente ao que dizia, muito embora demonstrasse uma apatia intensa. Interessou-se pela proposta, sobretudo por se tratar daquilo que mais detinha afeição: a arte dos fantoches. — Me é de interesse, senhor. Seria um prazer inenarrável conhecer essa pessoa... — afirmou num tom inexpressivo por não possuir qualquer habilidade no tratamento para com os demais. Um sorriso lhe era dificultoso, por mais adorável que fosse a proposição.

Experienciava ansiedade, embora se comportasse com o olhar morto de costume. Recebeu os documentos em mãos e olhou fixamente em direção ao outro. — Eu acho que em situações como essas diz-se "obrigado", certo?! — questionou seriamente. — Bom, se sim, então que o seja... Obrigado. — agradeceu friamente. Deixou o local tão logo finalizado o diálogo.

Aventurou-se nos arredores do vilarejo. Genioso, observou o mapa e seguiu pelas trilhas descritas nos pedaços de papel portados. Andou por uma quantidade considerável de tempo, até finalmente se deparar com o deserto de areia. — Então isso quer dizer que estou próximo, segundo este mapa. — avaliou. Continuou a caminhada até recordar-se de seu pai, apesar de não ser nada se não um flash. — Eles eram deste país. Viviam neste deserto. Como deveria ser Sunagakure nos seus tempos áureos?! — perguntou-se curioso. A jornada teve fim quando finalmente encontrou-se com um prédio em meio ao nada. De início, supôs ser uma miragem. A confirmação veio, entretanto, através do toque contra o que era sólido. — A visão não é confiável... O tato, no entanto, dificilmente seria enganado pelas ilusões deste mundo... — disse perante o prédio.

Buscou uma porta pela qual pudesse entrar e, uma vez dentro daquele enorme edifício, ansiou encontrar alguém com quem pudesse falar os motivos de ali estar. Não pouparia palavras, diria tudo que revelasse quem era e porquê havia vindo de tão longe.

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@Tenshin

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Procurou de um lado ao outro, no entanto não encontrou qualquer entrada. — Qual a utilidade de um prédio onde não se pode entrar?! — perguntou-se desistindo da busca. Um vão abriu-se de maneira repentina, sem que aguardasse, nem nos sonhos mais loucos, algo como aquilo existir. Do fundo da abertura, ouviu uma voz atraí-lo. Sua observação do clima era precisa, fazendo-o levar a mão à testa e notar suar. — E, novamente, vê-se que seria bem mais útil se todos fôssemos construídos de madeira... — resmungou relembrando a arte titeriteira da qual se vangloriava.

Desceu as escadas um passo de cada vez, lenta e progressivamente. Deu-se de encontro, ao fim do percurso, com uma figura curiosa. Seu vestuário em nada recordava o observável na sua localidade. De toda a fala desnecessária aos ouvidos do rapaz, deu somente atenção a parte referente à "tecnologia". — Invenção?! Tecnologia?! Isso é... interessante... — disse vagamente. — Ah. Sim, sou Genos. Um aprendiz em Kugutsu no Jutsu, a arte das marionetes. — replicou alguns segundos depois da breve pausa utilizada em prol de refletir.

Notou, nos arredores, características que chamaram sua atenção. No entanto, nenhuma especificidade do cenário bastaria afim de retirar, da sua mente, a palavra tecnologia. Desde que muito novo, estudou e pesquisou tudo quanto podia. O conceito de tecnologia era, em outras palavras, facilitar o dia-a-dia de toda a sociedade. Poderiam, os adventos tecnológicos, servirem-lhe como uma luva quando aplicada às marionetes. — Diga-me, senhor. Poderia me ensinar um pouco sobre essa tal tecnologia? Penso que talvez me seja útil quando estiver em minha oficina pensando em alguns fantoches... — solicitou apaticamente.

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Permaneceu calado, enquanto o escutava relacionar as formas de arte de ambos. Não é que descordasse da afirmativa, entretanto, simplesmente não quis conversar sobre arbitrariedades quaisquer. Ademais, era notável que havia algum desconforto com o velho. A todo momento se movimentava. Outra opção plausível era estar, ele, embotado em café ou outras bebidas estimulantes.

A passagem de tempo fez o vão de anteriormente se fechar automaticamente. Deu-se conta, naquele instante, da mudança de temperatura entre os mundo interior e o que havia do lado de fora da edificação. A observação foi acompanhada de nova conversa, na qual o homem afirmou que ensinaria, à Genos, tudo o que sabia acerca da disciplina. — Eu acho que devo agradecê-lo nesse tipo de situação... Obrigado!... portanto... — agradeceu inexpressivamente, enquanto notavelmente demonstrava desconforto com aquele tipo de ocasião formal de diálogo.

Suas instruções não poderiam ser mais claras. Não perdeu tempo, afinal, não era de seu feitio fazê-lo quando envolvia um assunto possivelmente aplicável no cerne de seu objetivo: a ampliação de conhecimento aplicável à arte titeriteira. Passeou por todo salão, tocando tudo que podia e analisando tudo o que fosse visto. Procurou estudar minuciosamente todos os aparelhos e acessórios de todas as máquinas existente. Não importava o que fosse, nem se demonstrasse uma clara finalidade em relação às marionetes, sabia bem o valor de possuir o maior gabarito possível em qualquer questão. Estaria satisfeito quanto tão somente vasculhado as imediações em sua plenitude.

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Vasculhava todo o complexo quando sua atenção fora chamada para mais distante. Revirou o rosto na direção em que o som era propalado. — Ok. — disse o encarando. Deixou o térreo através de uma plataforma flutuante. "Não tem escadas... Interessante..." pensou consigo observando atentamente os acontecimentos seguintes. Lado-a-lado com o velho, olhou fixamente para ele. "Eu preciso de mais... Muito mais..." ambicionou com sua natureza pesquisadora. Sem sombra de dúvidas, tudo aquilo teria aplicação no seu show titeriteiro.

No primeiro de vários andares, encontrou-se com materiais de construção mecânica dos mais diversos possíveis. Haviam compósitos, madeiras, metais, plásticos e outras tantas matérias-primas que fascinaram e encantaram seus olhos. — A pele é frágil... Porém, seria interessante se nossos corpos fossem feitos de metal. Certo?! — comentou com um rosto mais expressivo, aproximando-se da manifestação de um sorriso. Dali, entregou a atenção e os ouvidos ao seu tutor. Cada explicação era devidamente guardada no cérebro que, de imediato, relacionava a elucidação com a sua arte. — Impressionante... — considerou impressionado. Jamais, em toda sua vida, havia se deparado com aquela quantidade de material.

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Passado a extensa aula, Genos absorveu o máximo de conhecimento que era capaz, dedicando-se inteiramente no ato de aprender. No fim, resultou num vasto depreendimento de saber. Seguiram adiante com o elevador, estando o rapaz, entretanto, fascinado com aquilo que havia visto antes. Depois de uma breve subida, chegaram ao andar do ferramental. Havia tudo que jamais encontrou em toda sua vida. Chaves dos mais variados tamanhos e funções, entre outros equipamentos que, nas mãos de bons mecânicos, poderiam converter o mundo num ambiente altamente influenciado pela tecnologia.

Andou ao lado do seu professor, cedendo o espaço das caixas auriculares para que introduzisse todo o conhecimento adquirido empiricamente durante décadas, ou talvez séculos de estudo. Observou atentamente enquanto ele demonstrava, na prática, a aplicação de cada uma daquelas ferramentas, impressionando-se pelo fato de ser, o velho, alguém extremamento habilidoso. Por um instante, esqueceu até mesmo de sua própria vida. É como se as horas decorressem em pouquíssimos milésimos de segundo.

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Continuou observando os pequenos detalhes de cada uma das muitas ferramentas quando foi perguntado sobre algo. — É... legal... — reportou com dificuldade, exprimindo a ausência de habilidade com o protocolo social. "Maldição, esse homem fala demais..." pensou repensando a dificuldade que tinha em se comunicar com os demais. Depois de alguns minutos, desvendou todos os mistérios que podia oferecer o andar. Imaginava, desde já, quais ensinamentos existiriam nos demais restantes.

Voltou ao elevador mantendo o lado com o velho. Chegando ao novo andar, surpreendeu-se de súbito com a parafernália ali presente. Não era bem algo de grande utilidade científica, porém sim no âmbito do lazer. Escutou-o atentamente, entendendo tratar-se, aquilo, de uma forma de retirar a mente do estresse para levá-la a um lugar de tranquilidade e paz. Acatou o conselho e deleitou-se sobre os inúmeros equipamentos. O fez por recordar-se da dica da bibliotecária dias atrás, quando ensinou-o a aproveitar de todas as referência possíveis e, daquele modo, ampliar os horizontes na construção da sua arte. Ao mesmo tempo em que aproveitou do lazer, também estudou as situações de escalada e semelhantes com o intuito de pensar em algo com propósito de aplicar ao seu show.


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Deu ouvidos ao velho, era hora de finalmente criar algo com o conhecimento recentemente obtido. Reuniu uma série de equipamentos, entre eles metais dos mais diversos, ferramental e outras formas de tecnologia. Por ter observado as máquinas, desenvolveu um circuito eletrônico, um processador e outras partes de eletrônica e microeletrônica criado a partir de sucata. Utilizou de sensores e outras coisas na construção. Disso, partiu à parte mecânica, usinando a quantidade de metal necessária afim de criar pequenos braços e um corpo. Do lazer, utilizou-se das rodas de um pequeno patins para lhe aplicar a mobilidade. Criou um robô com sua própria inteligência, no fim das contas. — Qual o seu desejo, mestre? — questionou a criatura robótica com sua voz metálica. — Interessante... — disse o garoto. — Você é deste velho, a partir de hoje. — ordenou-lhe. O androide, passou, a partir daquilo, a seguir o idoso como se realmente fosse seu mestre.


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O robô se retirou do lugar. Continuaram a odisseia eterna em busca de ensinar, à Genos, tudo que cerceava a tecnologia. — Certo. — afirmou entendido do pedido do mais idoso. Andou lentamente na direção das máquinas, até finalmente selecionar uma dentre todas as existentes. Possuía uma grande esteira e, aparentemente, produzia, automatizadamente, pequenos construtos tecnológicos. Analisou-o lentamente, depreendendo com o âmago todas as informações possíveis.

Depois de minutos dispendidos naquela função, entendeu a fundo o funcionamento daquele maquinário. Regressou na direção do senhor e se manteve próximo, encarando-o apaticamente. Seus lábios se abriram e despejaram, no ar, todos os componentes e como funcionavam, em conjunto, no intuito de fazer os adventos técnicos terem efeito. — E agora, mestre? — questionaria ao fim, curioso com o restante dos passos seguintes.

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Alcançou, passada a longa aprendizagem, o ápice do entendimento tecnológico. Compreendia perfeitamente tudo que envolvia aquele tema. Ou pelo menos assim se revelou nas palavras daquele homem. Naquele momento, reconheceu a necessidade protocolada pela sociedade de agradecer o homem pelos serviços gratuitos prestados. — O-o... obrigado! — disse expressando uma intensa dificuldade naquele tipo de ocasião.

Deixou o laboratório lentamente, regressa a vila a qual conhecia como casa. Antes de se endireitar na direção da sua casa, entretanto, observou o deserto uma segunda vez. "Eu retornarei um dia, lar..." pensou enquanto recordando de um tempo nunca vivido. Imaginando que, talvez, com a presença de seus parentes, pudesse ter se tornado alguém completamente diferente. Em Kumogakure, continuaria sua jornada em busca de conhecimento.

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Passara-se algumas semanas desde desbravado o deserto e a tecnologia. Numa tarde chuvosa, Genos procurou algo que pudesse se alimentar. Havia se dedicado horas à fio no projeto de marionetes que criaria com os novos conhecimentos. Entretanto, diferentemente do esperado, as prateleiras da cozinha e geladeira estavam completamente vazios. Acometido por uma fome intensificada, moveu-se na direção dum comércio próximo de sua casa. Não era costumeiro andar pela vila num dia de clima adverso como aquele, ainda sim era necessário. Saiu de casa com um guarda-chuvas e roupa apropriada.

No retorno, depois de comer uma coxinha e um copo de suco de maracujá, deparou-se com um panfleto no mural de avisos de vilarejo que lhe chamou atenção. Tratava-se de uma oportunidade única de aprender, no hospital do vilarejo, mais sobre a medicina. Andou, de pronto na direção daquele lugar. Pelo que sabia, o hospital funcionava vinte e quatro horas por dia. Uma vez lá, apresentaria suas credenciais e explicitaria o motivo de estar ali, pedindo, ao fim, para integrar o corpo de auxiliares do hospital. Se é que fosse se encontrar com alguém.

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Encontrou-se com uma das médicas da instituição. Explicou-se. Ela, por outro lado, foi rude em seu tratamento. Dentre todos os que havia conhecido até então, aquela mulher foi quem mais o encantou. Simples e direta, endereçou-o a uma pilha de livros e uma pequena escrivaninha no canto da sala. Sentou-se vagaroso e logo se entregou de cabeça ao estudo dedicado dos escritos. Tratavam da ciência de uma maneira geral, mas principalmente focado naquilo que se referia à medicina, como a exemplo de venenos e medicamentos. Pensou que, talvez, com aqueles conhecimentos, fosse possível incrementar o poder de suas marionetes.

Lia atentamente todas as disciplinas quando ouviu falar de um homem que deu entrada no hospital com a caixa torácica completamente aberta. Aquele novo fato atiçou-lhe a curiosidade. Andou na direção do ferido, mantendo-se um tanto quanto distante, esperando poder enxergar qualquer coisa da ocasião. Quem sabe, daquele modo, pudesse aprender mais.

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Nem mesmo o direito de assistir a um procedimento médico lhe era reservado no cargo de assistente. Tensa, a médica de plantão expulsou Genos, enviando-o a uma outra ala do hospital. Assentiu às ordens, do contrário temia que sua integridade física fosse abalada. Tomado pelo braço, ouviu as instruções e as obedeceu fielmente, caminhando com as coordenadas descritas na direção da sala desconhecida.

Alcançou, depois de alguns segundos, o laboratório. Adentrou-o e viu o homem dormir de pernas esticadas sobre a mesa. Temeu acordá-lo. Nesse meio tempo, uma nova personagem integrou a cena. Exigiu, de Genos, que assinasse alguns papeis. Antes que pudesse postergar, acabou assinando sem entender do que se tratava de maneira ágil. Recebeu, em mãos, alguns exames. No entanto, não sabia do que se tratavam. Curioso, resolveu ele próprio estudar. Procurou um espaço isolado dentro da sala, buscou livros e abriu os exames ele próprio. Estudaria a fundo tudo o que tratasse, de maneira a tentar aprender o absoluto do tema.

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Segurava firmemente uma bateria de exames dos mais variados tipo. Felizmente ou não, desconhecia quais eram os procedimentos a serem tomados no intuito de descobrir o que fazer. Acrescentando o seu infortúnio, lembrara ter assinado um documento se responsabilizando a entregar os resultados no prazo máximo das oito da noite, sendo cinco da tarde a hora a qual se lembrava do ocorrido. A luz no fim do túnel, no entanto, apresentou-se na forma de equipamentos super bem preparados contando com manuais de instruções muito bem escritos.

Sendo um titeriteiro e artesão, não seria de demasiada dificuldade entender como e qual equipamento utilizar nos processos de examinação das moléculas. Antes disso, no entanto, precisaria entender o que estava fazendo. Leu manual por manual até não mais restar qualquer fio de dúvida em sua mente. Em conjunto do cérebro altamente genioso, aplicou os conhecimentos às máquinas e buscou, daquele modo, produzir os resultados pretendidos e, daquele modo, salvar sua pele de uma responsabilidade gigantesca.

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