Uma parte de meus objetivos estava completa: agora eu era uma ninja médica. Durante meses me preparei para obter o controle de chakra necessário para salvar aqueles que precisassem, estudei para entender o corpo humano e aprendi como se moldar uma técnica curativa. Agora, era a segunda etapa, obter a capacidade de defender aqueles que precisam. Durante o curso eu perguntei sobre a possibilidade de existir alguma técnica que proporcionava uma força parecida com a que minha avó contava suas histórias, mas quase nenhum dos meus professores parecia saber de algo, além de uma. Uma senhora já com cabelos brancos me disse que já ouvira sim falar de ninjas médicos com tais habilidades, mas que era algo raro e que nem mesmo ela sabia de como tal habilidade funcionava. Ao menos existia uma esperança.

Uma semana se passou. Eu praticamente revirara a biblioteca atrás de algo que me desse alguma dica sobre tal habilidade. Desistir não era uma opção, mas aos poucos meu ânimo se esvaía. No dia seguinte recebi a inusitada visita de minha mãe em meu quarto logo de manhã. Era raro eu ver qualquer um dos meus pais em tal período, geralmente eles saiam antes de mim. Ela carrega uma carta consigo, o que era estranho, eu não trocava cartas com ninguém. Minha mãe começou a falar e então eu entendi o que aquilo significava. A carta era de minha avó, que em seus dias finais escrevera e pedira que me fosse entregue apenas quando eu tivesse as proficiências de uma ninja médica. Um sentimento de raiva tentava subir pelo meu peito por minha mãe ter escondido algo tão importante de mim por tanto tempo, mas ao mesmo tempo eu sabia que ela estava cumprindo um pedido de sua própria mãe, o que impedia que qualquer sentimento negativo se manifestasse. Agradeci minha mãe com um abraço breve, pois sabia que era o correto a se fazer, e quando ela saiu eu comecei a ler a carta. As escrituras me parabenizavam pela formação, dizendo que ela sabia que eu seguiria o caminho certo, mesmo quando ela não estivesse mais presente. Lágrimas começavam a se formar nos meus olhos, mas eu não as deixaria sair. Eu prometera que seria forte. No final ela dizia que queria me dar um presente de formatura: a fórmula da antiga habilidade que dava a força de um deus à um homem.

O nome da habilidade, Kongōken, se referia ao diamante, o material que corta tudo, mas que não pode ser cortado. É uma aplicação de ninjutsu médico, onde apenas aqueles com o melhor controle de chakra são capazes de dominar. A técnica consiste na aplicação de chakra em nas mãos ou nos pés de maneira que se libere de uma só vez, causando um dano monstruoso. O treinamento era árduo, afinal, mesmo com o controle de chakra afiado, era uma habilidade de difícil dominação. Demorou mais de uma semana para que eu conseguisse sentir alguma alteração na força de meus golpes. Pouco mais de um mês depois eu já era capaz de causar um dano consideravelmente bom, apesar de eu ter ciência de que aquela não era nem de perto a capacidade total da habilidade e que me restava continuar treinando para dominá-la.

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