Não fazia muito tempo desde que tinha perdido o meu irmão mais velho, Albus. A vila estava um completo caos. Gilitine dominava com pulso forte e não abria espaço para uma retomada. Nós, ninja de Konoha, estávamos rendidos e de mãos atadas, nossa única opção era esperar o apoio de outros vilarejos. Estávamos pedindo socorro.

Aquela noite tinha se perdido em meio a um silencio ensurdecedor à mesa. Meu pai e minha mãe não trocaram uma palavra sequer comigo, desde que tínhamos recebido a noticia do falecimento do filho mais velho destes. Estávamos desolados, não tínhamos a coragem de sequer olhar nos olhos uns dos outros.

- Bom, eu vou me deitar... Tenham uma boa noite – Indaguei numa voz baixa, enquanto me despedia dos dois, que nem se deram ao trabalho de responder, e nem eu o de esperar uma resposta. Em silencio eu me coloquei a chorar, pressionando o rosto contra o travesseiro. Eu sentia muita falta do meu irmão, como sentia.

Depois de algumas horas chorando, sem nem ao menos perceber, adormeci em meio às lágrimas. Todavia o meu sono não durou tanto quanto eu queria. Algumas horas antes de o sol raiar fui acordado com o som de algumas pedrinhas sendo lançadas contra minha janela. Rapidamente me levantei e corri para a janela a fim de ver do que se tratava.

Não encontrei ninguém, mas foi fácil perceber o arbusto se mover como se alguém tivesse saído correndo. Aparentemente, quem quer que fosse, correu na direção da região onde residiam as florestas da vila. Eu estava sendo chamado para algo. Me arrumei o mais rápido que pude, recolhi as coisas que acreditei que iria precisar, e saltei pela janela indo na direção que aparentemente era indicado.

Considerações:

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Assim que obtive contato visual com a pessoa que aparentemente estava lançando pedrinhas em minha janela anteriormente bradei – Ei, você! Espere aí! – Comecei a correr na direção do sujeito, apressando-me para alcança-lo antes que o perdesse de vista outra vez. Seguindo mesmo por meio da trilha por entre a densa vegetação, pude notar diversos obstáculos em meu caminho.

“Então ele quer que eu o siga... Mas também quer me impedir de segui-lo... O que está acontecendo afinal?”

Me perdia em meio a meus pensamentos, quando senti que havia pisado em um tipo de terreno diferente do que havia envolta, e ao meu redor. Logo, ouvi um barulho que me lembrava o de fios de aço sendo puxados por algo pesado. Olhei para a minha direita e pude ver um grande tronco vir em minha direção.

- Porcaria! – Praguejei enquanto sacava duas kunais o mais rápido que consegui, seguindo por lança-las na direção dos fios que sustentavam aquele grande tronco. A fim de derruba-lo antes que o mesmo entrasse em contato comigo, ou pelo menos chegasse perto.

Depois de me livrar daquela armadilha, rolei meus olhos para frente na intenção de encontrar o sujeito outra vez precisava segui-lo e perguntar o que significava tudo aquilo. Continuei correndo na direção que anteriormente vi aquela figura correndo. Até que cruzei com a figura de quatro homens, ambos em volta de um barril, pareciam estar a minha espera. Eu não sabia o que pensar.

Parecia que eles realmente estavam me esperando, mediante um deles estar me dirigindo a palavra. Diziam ter uma proposta para mim, e eu me perguntava do que poderia se tratar – Você é algum tipo de filosofo? Pode falar logo do que se trata! É o mínimo que podem fazer por terem me acordado – Dizia a espera de uma explicação.

Um daqueles sujeitos me dizia palavras que ecoaram em minha mente. Eu entrava em estado de êxtase enquanto lembrava das palavras de Albus dizendo que era o dever dele proteger o vilarejo, e que para isso era preciso ficar cada vez mais forte. Era uma proposta deveras estranha, feita a tantas horas da madrugada. Mas o que aqueles homens ofereciam era talvez uma chance de destruir os inimigos da aldeia, e proteger aqueles por quem meu irmão deu a vida – Se esse poder for me aproximar mais do meu objetivo de vingar o meu irmão e proteger a vila como ele fez... Eu aceito! – Disse com firmeza enquanto olhava para aquelas quatro figuras.

Considerações:

Equipamentos:

Tudo aconteceu de forma muito rápida. Apesar de minha tentativa de acompanhar ao menos com os olhos, eu falhei, e quando percebi a figura de um dos homens havia esticado o seu pescoço de forma que a sua cabeça tinha conseguido se aproximar o suficiente para me morder na região do meu pescoço, pouco próximo de meu ombro, do lado esquerdo.

“O que significa isso?”

Perguntava-me o que estava acontecendo enquanto minhas pálpebras pesavam de forma que eu não conseguia mais de forma alguma sustentar meus olhos abertos. Meu corpo foi de encontro ao chão e logo eu estava desacordado.

- Onde estou? - Tudo era breu, eu não sabia onde estava. Estava de pés, mas nem mesmo o chão em que eu estava podia ver. Tudo era trevas. Pelo menos por um momento... Eu comecei a ouvir uma voz ao longe, era uma voz que eu facilmente reconhecia. Era Albus.

- Albus!? Irmão!? Você está vivo!! Graças aos deuses!! Venha, vamos para casa!! – A euforia tomou conta de mim, ao primeiro vislumbre da silhueta de meu irmão. Todavia, ao que comecei a correr na direção de meu irmão a figura do mesmo começava a se afastar cada vez mais – NÃO! NÃO, NÃO! NÃO, ALBUS! FIQUE! – Entrei em pânico e comecei a gritar, chorar e correr na direção da figura de meu irmão.

Até que de tanto se afastar, aquela imagem acabou sumindo, e o grande breu voltou a tomar conta daquele lugar.  Entre lágrimas eu praguejava, me perguntava o que estava acontecendo. A voz de Albus voltou a ecoar no lugar – Naoki... Meu irmão... Por que você está chorando?... Seja forte... Não deixe as pessoas da vila... Essas pessoas precisam de você... Elas precisam de um herói... – A figura voltava a aparecer, dessa vez com mais nitidez. Meu irmão Albus, vestindo suas roupas de Kage. Eu estava aliviado em vê-lo, mas não demorou muito.

O corpo de Albus era atravessado por sua própria lamina – ALBUS!! – Ao fundo um sorriso maligno. Era sua assassina, Albus morrera outra vez, agora bem diante de meus olhos – Maldita... – Entre lagrimas eu dizia, vendo a imagem sumir outra vez – Eu juro... – Disse cerrando meus punhos enquanto estava no chão de joelhos – Eu juro que vou vingar o meu irmão! Não importa quem fique em meu caminho! Os culpados irão pagar! – Disse enquanto me levantava com um olhar totalmente diferente do que eu tinha anteriormente. Um olhar de puro ódio.

De repente eu despertei. Estava aparentemente dentro de um caixote, porem, não era o mesmo. Meu corpo exalava um chakra de cor negra, parecia ser puro ódio. Eu não estava raciocinando como normalmente, além do que eu podia sentir o poder correr por todo meu corpo. Eu só conseguia pensar em como sair dali e colocar todo aquele poder pra fora. O chakra circulava por todo meu corpo como se fosse em espiral, e pelo meu corpo eu podia ver um padrão de manchar que eu desconhecia – DEIXEM... ME... SAIR!!! – Bradei entre tentativas de me libertar.

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A conversa daqueles sujeitos em nada me agradava, a fúria que eu sentia era praticamente sem medidas. O chakra negro não parava de me circular, e quanto mais rápido ele girava ao redor de meu corpo mais força eu sentia. As manchas que surgiram ao redor de meu corpo começaram a brilhar como se fossem chamas, e logo eu estava sentindo mutações acontecerem pelo meu corpo.

Eram notáveis as mudanças pela qual meu corpo passava.  Minha pele começou a ficar marrom escura, meu cabelo obteve um crescimento exponencial, cresceram cinco chifres em minha cabeça, os quais lembravam uma espécie de coroa. Todavia, não era só essas mudanças as quais eu sentia. Eu podia sentir cada parte do meu corpo adquirir poder, cada vez mais poder, só não sabia a que custo.

Eu não estava nenhum pouco interessado em conhecer o “mestre” daqueles sujeitos, e assim que percebi uma movimentação, escorei minha costa em um lado do barril, enquanto posicionei meus dois pés do outro, comecei a tentar entender a movimentação que meus, agora, raptores faziam. Num momento onde achei que o equilíbrio era menor, emburrei com meus pés e costa os lados do barril tentando quebrar o mesmo.

Assim que estivesse livre no barril, posicionado a uma distancia consideravelmente perto de meus então oponentes, tomado por uma fúria imensurável, atacaria os mesmo sem pensar em sequer deixa-los vivos. Utilizando daquela nova forma que havia adquirido, corri na direção do que estava mais próximo tentando acerta-lo com um forte chute alto, com a perna esquerda, que o acertaria abaixo do queixo deixando-o desacordado caso acertasse.

Em seguida seguiria para o segundo inimigo, o qual eu tentaria acertar com um chute giratório no sentido antihorário, utilizando minha perna direita, o qual no mínimo quebraria o maxilar de meu oponente caso acertasse. Se bem que minha intenção era a de matar cada um dos inimigos ali presente. Partiria sem perca de tempo na direção do terceiro oponente, sobre o qual eu saltaria, colocando a mão no ombro do mesmo, seguindo por me equilibrar com tal movimento, vindo ao chão em seguida, ainda segurando o meu oponente pelo ombro, vindo a lança-lo contra o chão, na intenção de apaga-lo, seguindo por finaliza-lo com um forte chute no pescoço ao que estivesse no chão.

Eu estava tomado pelo ódio e pela fúria, olhei para o último com os olhos assassinos que nunca antes eu havia tido – Só restou você? – Perguntaria com ironia e deboche, enquanto daria uma pirueta pra frente, finalizando por tentar acertar um forte chute de cima para baixo, tentando acertar a cabeça de meu oponente com força suficiente para mata-lo ao que tivesse contanto.

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Habilidades:

Caídos no chão. Tremulos de medo. Esse era o estado de meus oponentes. Eu não me importava, eu queria saciar a minha fúria, o meu ódio - Eu vou... Matá-los... – Indagava já um pouco ofegante. Os homens juntaram-se, aparentemente tentariam um golpe conjunto. Eu não ligava para estratégia naquele momento, eu só queria sentir o pescoço deles em minhas mãos, eu precisava proteger a vila, e homens como aqueles colocavam em risco a vida da aldeia e de seus moradores – O meu irmão foi um herói para essa vila... Mas ele morreu... Eu serei maior... Eu protegerei a minha família... A vila oculta da folha! – Gritei enquanto saltei na direção dos meus inimigos.

No meio do saque, saquei duas kunai, uma em cada mão, num movimento de giro rápido com os braços abertos, tentando finalizar os dois de uma vez com um corte na altura de seus pescoços, pousei no chão. Olhei para atrás por cima do ombro esquerdo. Os dois permaneciam imóveis. Parados atrás de mim. De repente as pernas de ambos ficam bambas. Os dois caem de joelhos, e consequentemente mortos, com seus pescoços cortados de ponta a ponta.

- O que... O que eu estou fazendo? – Aquele poder era enorme, me dava uma força considerável e grande velocidade... Mas eu havia descoberto a que custo. Eu perdia o controle de mim mesmo enquanto estava usando aquele poder. Eu tentaria evitar utilizar o mesmo dali em diante. Olhei para os corpos lançados pelo chão e imaginei que alguém os encontraria, por sorte estávamos aparentemente fora da vila – Não serei descoberto – Estava de fato muito cansado. O chakra negro voltava a me circular. A minha pele voltava a cor normal, tal como meu cabelo ao tamanho de sempre.

Eu estava aparentemente bem, nada de diferente, exceto pelos meus sentimentos, e por conta do selo que possuía agora no lado esquerdo de meu pescoço – Espero que ninguém em casa note isso! – Dizia enquanto guardava minhas duas kunai e voltava para casa, tentando não pensar nos corpos que estava deixando ali jogados.

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