Os raios de sol aqueciam Junko que havia dormido poucas horas desde que retornara de sua última missão. Infelizmente aquela havia sido outra noite de pesadelos e já era costume da garota dormir pouco por conta disto.

A ninja havia decidido pular o café da manhã de costume e passar no seu novo lugar favorito na Vila para fazer uma completa refeição, a serena a amável loja de chás.

Realmente, nenhum sabor de chá se compara ao de hibisco.. Como pode uma flor tão linda também dar um chá tão saboroso?

Junko olhava animada para o céu, o chá até a fizera esquecer dos tormentos noturnos.

O que eu farei hoje? Talvez devesse ir treinar, ou estudar na biblioteca..

Antes mesmo que pudesse concluir seus pensamentos, a menina avistou ao longe um pássaro.

- Para mim? Junko perguntou olhando para o pássaro como se ele pudesse respondê-la e então riu de si mesma.

A ninja leu a missão e subitamente ergueu o braço direito com uma expressão vitoriosa na face.

- Que missão incrível! Estou sem palavras de tanta emoção.. Eu vou BUSCAR CHÁ! Junko falava com os olhos brilhando e um sorriso idiota no rosto, enquanto a ave voava para longe.

Este definitivamente parece ser o meu dia...

Ainda entusiasmada como uma pequena criança ganhando um doce, Junko correu para arrumar suas coisas e chegar a tempo no local combinado.

...

Logo que chegou ao portão viu um homem a espera, o sujeito estava com um avental e um sorriso simpático no rosto.

Será que é ele que vai nos guiar? Vou ser bem simpática e nada irônica, talvez eu ganhe uns chás diferentes lá. Junko se quer conseguia disfarçar seu interesse nítido em seus olhos.

- Olá eu sou Höki Junko, gennin de Konoha, fui designada para a missão e.. Eu gosto muito de chá, muito mesmo. Disse com um sorriso amarelo e os olhos mais arregalados que o normal.

Junko havia acabado de cumprimentar Ishiki-san quando outro jovem ninja chegou ao lugar se apresentando para a missão.

- Oh, olá! Sou Höki Junko, prazer em conhecê-lo, acho que seremos companheiros nesse missão então! A jovem deu um leve sorriso.

-Prazer em conhecê-los, não sei se há ligação entre vocês, mas poderiam ir falando sobre vocês enquanto caminhamos em direção ao pais do chá. Disse Ishiki-san pouco antes de pegar sua mochila e seguir na estrada fazendo um sinal com seu braço para que ambos o seguissem.

- Ah bem, nós acabamos de nos conhecer também. Eu sou de um clã de ninjas médicos, nasci em Konoha, mas cresci em Kirigakure, voltei a pouco tempo para cá... Um flash de seus pais fez a expressão facial serena e amigável de Junko ficar pesada, seu olhar vagou para o horizonte por alguns segundos, mas o som de pássaro grasnando por perto a fez recobrar os sentidos. - Ah.. Bem é isso, agora eu moro aqui com meus tios e o filho deles, que eu ainda não conheci, ele parece ser um ninja ocupado também! A jovem sorriu forçadamente.

- Então, Junko-chan, a mocinha costuma tomar muito cá?

- Sim! Muito! Eu cresci em um ambiente muito frio e úmido, aprendi a tomar chá desde muito nova. Meu favorito é qualquer chá com hibisco, a cor, o aroma, o sabor... Junko se perdeu em seu devaneio sorrindo tontamente.

- interessante... – disse ao ouvi-la – e quanto a você rapaz – virou sua cabeça para ele – quanto tempo que é genin e o que gosta?

A menina estava tão concentrada na conversa com Ishiki-san que havia se esquecido do outro rapaz por um momento.

Ele disse que se chama Ayato Nara? Eu ouvi algo a respeito das técnica do clã Nara, mas não conheço muito a respeito ainda...

- Ayato-kun, então você é do Clã Nara, que interessante.. É um dos Clãs mais tradicionais da Vila pelo que ouvi. Não havia tido contato com um Nara ainda. Você já consegue fazer jutsus do seu clã? Logo após perguntar Junko desviou o olhar imaginando se não teria sido intromissão.

Spoiler:

A bela paisagem e a companhia amigável tornava o trajeto agradável e pacífico demais, quase sendo possível esquecer o que os ninjas faziam ali. Junko ouvia a conversa enquanto os cabelos da nuca arrepiavam, ela já havia aprendido da pior forma que quanto mais calmo o lugar, piores eram as coisas que podiam sair dele.

No caos poucas coisas podem realmente te pegar de surpresa. Já a calmaria, essa sempre vem antes da tempestade.. A jovem se recordou das palavras que costumava ouvir da velha enfermeira que trabalhava com sua mãe no hospital de Kirigakure.

Não importa se é paranoia, não vou abaixar a guarda. Mesmo com os pensamentos sombrios que corriam pela mente de Junko, ela permanecia sorrindo para seus companheiros de viagem e ouvindo a conversa.

- Ohh que legal Ayato-kun, ainda não pude brincar com o jutsu do meu clã, infelizmente falta um pouco de treino para mim. Mas mudando de assunto, nunca pensaria que você vem de uma família de comerciantes, deve ser bom, ter como pegar chá sempre que quiser.. A expressão sonhadora de Junko pensando nesta possibilidade fazia seus quase inexpressivos olhos castanhos parecem jabuticabas brilhando no sol.

O grupo seguia tranquilo o caminho entre um bom diálogo com Ishiki-san, que era um homem gentil e simpático. Ishiki-san andava ao lado de Ayato-kun e Junko logo atrás observando a retaguarda. Já havia passado algum tempo e o grupo se aproximava da fronteira quando o jovem homem pisou em uma armadilha, o som dos pés de Ishiki-san afundando sobre as folhas secas que se acumulavam de forma pouco natural, despertou os sentidos de Junko que viu um buraco se abrir abaixo de homem que estava indo ao encontro de estacas.

A jovem instintivamente correu em direção a armadilha, e com o impulso pulou sobre o buraco agarrando Ishiki-san pelo antebraço de forma pouco jeitosa, que acabou escorregando pouco. Junko conseguiu segurar com mais força o pulso do homem e em seguida aterrizou bruscamente do outro lado do buraco. A terra cedeu um pouco, mas a menina conseguiu puxar Ishiki-san pelo braço e pela perna direita para fora da armadilha. Havia terra e grama nos cabelos e roupas dos dois.

Junko olhou para trás e um homem com um bastão estava parado.

Deve ser o dono da armadilha..

- Ayato-kun! Acho que isso é um convite para festa!

A ninja fez um sinal com a mão indicando para o jovem ninja cuidar do homem. Em seguida, a garota rapidamente ergueu Ishiki-san e o apoio sobre seu ombro pulando para a copa da árvore para tirar o homem da área de risco onde poderia ocorrer um combate.

- Acho que sujei seu avental Ishiki-san.. Sorriu a ninja para homem afim de distraí-lo e acalmá-lo.

Spoiler:

Junko ouviu ao longe alguém perguntar se estava bem. Um relance e percebeu que havia delirado toda um cena que simplesmente não acontecera. Não por falta da vontade de ajudar Ishiki-san, mas a corpo da menina simplesmente não se movia. Sua piores alucinações a havia pego em cheio, ela via as coisas turvas ao redor, mas eram os sons e os odores que a transportavam de volta para aquele que foram os piores dias de sua vida.

O grito de sua mãe ecoava pelo seu ouvido direito e o cheiro de madeira úmida com sangue e fumaça lhe enebriavam em puro terror.

Droga, não posso me mover, Ishiki-san, Ayato-kun, eles ainda estão vivos? Não consigo vê-los, está muito escuro.. A visão embaçada transportava Junko de volta para o interior do armário que lhe escondera da morte, mas também, como no dia em que sua mãe morreu, a jovem estava atônita e paralisada sem conseguir saber se aqueles que estavam ao seu redor e longe de seu campo de visão se encontravam vivos ou mortos.

Acorda! Acorda! Alguém pode me ouvir?!

Junko começou a retornar a realidade quando sentiu a presença do Jounin que lhe perguntara se estava bem. Ainda atordoada ela tentava localizar sua voz até que avistou Ayato-kun e Ishiki-san são e salvos. Ela suspirou aliviada.

- Ãh? Eu estou bem, mas quem é você? Junko olhou para o homem a procura de sua bandana para confirmar que o ninja era de Konoha e não um inimigo. - É um Jounin de Konoha? Eu não havia notado sua presença até agora... A menina mal esperou a resposta do ninja e se voltou para o companheiros de viagem.

- Ayato-kun, Ishiki-san, estão bem? Eu.. sinto muito, acho que pensar tanto em chá, travou meu cérebro. Disse a jovem tentando disfarçar a situação ainda que fosse óbvia a sua condição.

Independente de qualquer coisa, é melhor tirar Ishiki-san de lá e afastá-lo do conflito, mas também preciso ajudar Ayato-kun, não sei quanto tempo ele pode aguentar o justu...

Spoiler:

Após o término da situação, Junko e os dois ninjas seguiram o resto do caminho conversando.

A jovem que se sentia frustrada por não ter controle sobre a própria a mente também desfrutava do alívio de ver que Ishiki-san estava bem e que na verdade não dependia dos genins, apenas desejava companhia. Aquela havia sido uma experiência amarga que lhe ensinara muito.

Fui completamente inútil e por pouco não vi outra vez alguém inocente morrer ou se ferir bem na minha frente sem que pudesse fazer absolutamente nada. Meus piores medos sempre se tornam verdade.. Junko estava absorta em seus pensamentos e angustia quando a conversa entre Ayato-kun e Ishiki-san lhe chamou a atenção, ambos pareciam bem e descontraídos.

Pelo menos dessa vez todos ficaram bem no fim. Certo! Não vou me permitir desmotivar, na próxima vez, eu farei diferente, vou ser mais forte e proteger aqueles que importam.

A menina saiu de sua bolha e passou a interagir com os dois ninjas descontraidamente também.

- Muito obrigada Ishiki-san, essa missão foi muito importante para mim e você é uma pessoa muito agradável! Foi um prazer conhecê-lo. Digo o mesmo para você Ayato-kun! O sorriso de Junko era sincero quando disse isso aos ninjas.

Spoiler:

Ayato respira aliviado ao ver que tinha suporte de Ishiki-san que, para a sua surpresa, era um ninja experiente. Assim, seguindo o desejo do jounin, o nara libera o plebeu do seu jutsu aprisionante.

-Vá!! Antes que eu mude de ideia!!!

Ando em direção ao grupo e continuo com a nossa caminhada, no intuito de finalizar aquela missão. Olho apreensivo para Junko-chan, sem saber direito o que havia acontecido com ela naquele momento.

*Ela parece forte, mas algo a travou naquele momento... Espero que ela consiga superar isso um dia.

O genin continua a caminhada junto do grupo, atento pelo caminho para eventuais ataques como aquele. Mesmo com aquela preocupação e senso de dever, Ayato tenta descontrair o ambiente, conversando com os demais.

-Ainda bem que deu tudo certo!! Acho que já estamos quase lá também, posso ver a entrada daqui...

Spoiler:

@ graças a deus terminou isso