Afinal de contas estava amanhecendo mais uma vez. Eram os últimos dias de um outono e tanto, no qual eu tinha conseguido diversos feitos que, ao menos para mim, significavam bastante coisa.

Aquele era um domingo, não tinha muito que eu pudesse fazer naquele dia, não era um dia onde normalmente eu teria obrigações e contas a justar com alguém, todavia nada me impedia de aceitar missões, praticar e aprender algum estilo de luta. Era só mais um dia qualquer, não um feriado mundial.

Levantei-me por volta de nove horas da manhã, imaginava que àquela hora meu pai e minha mãe já estivessem levantados e ambos estariam na cozinha como de costume. Tratei de me espertar, levantei-me do meu colchão e fui direto para o banheiro tratar de me arrumar para aproveitar o dia de alguma forma.

Depois de pronto me coloquei a observar um pouco o céu pela janela de meu quarto, estava um pouco nublado, talvez Konoha já estivesse se preparando para o frio inverno que estava por se seguir em poucos dias.

Enquanto me dirigia para a cozinha onde esperava encontra um bom café da manhã a minha espera, tive a surpresa de cruzar com um primo no corredor que ligava meu quarto à sala de estar onde costumávamos sentar para conversar.

O nome do garoto era Toriko, era filho de um primo de meu pai que morava do outro lado do complexo do nosso clã – Finalmente se acordou, Oki-san! – O garoto me dirigiu a palavra, e eu surpreso respondi – O que você tá fazendo aqui? – Toriko deu um sorriso enorme não entendo por que e respondeu – Seus pais convidaram minha família e eu para passarmos o dia com vocês hoje!

Eu não sabia ao certo o que achar daquilo tudo, fazia muito tempo desde a última vez que meus pais convidaram alguém para passar o dia conosco. Toriko era um ano mais velho que eu, e quase sempre queria mostrar que de alguma forma era superior. Todavia eramos bons amigos, e quase sempre estávamos brincando juntos quando mais novos.

Formamo-nos juntos na academia, e desde então eu não o tinha visto, de certa forma eu estava feliz em vê-lo – O que tem feito, Riko-san? Não o vejo desde o dia em que nos graduamos – Perguntei ao garoto enquanto passei o braço sobre seu ombro o levando junto comigo para a cozinha para onde eu queria ir.

No caminho Toriko me contava que esteve se dedicando aos seus treinos e por conta disso não estava tendo tempo para fazer muita coisa. Assim que chegamos na comida a minha barriga roncou bem alto, todos do lugar olharam para mim e começaram a sorrir.

Minha mãe pegou uma laranja bem grande e jogou para mim, que ainda estava em pé na entrada da cozinha. Rapidamente tive que tirar o braço dos ombros de Toriko e aparei a laranja – Obrigado, mãe! Bom dia a todos – Agradecia a minha mãe e mostrava respeito a todos ali.

Em seguida, eu e Toriko nos dirigimos para os fundos enquanto conversávamos como tinha sido a semana um do outro, e aparentemente o garoto estava realmente se dedicando inteiramente a treinar seus atributos. Nós dois éramos praticamente os únicos do clã que ainda tinham vontade de se tornar mestres em taijutsu, por isso precisávamos sempre estar em forma.

Enquanto falávamos uma mosca estava zumbindo por nossos ouvidos, até que eu me mostrei inquieto com aquilo e tentei pega-la. Todavia a mesma escapou por entre meus dedos e eu não consegui capturar aquela mosca.

Toriko sorriu – Você precisa melhorar esses reflexos e sua velocidade, Oki-san. Quer treinar um pouco? – Aquilo era tudo o que eu precisava ouvir naquela manhã. Rapidamente ao ouvir aquilo assenti com a cabeça e corremos para pegar nossas sandálias para que pudéssemos treinar na área do jardim, próximo de uma cerejeira.

Ficamos então diante um do outro, cerca de dois metros de distância – O combinado é não usar armas ou jutsus, certo? – Toriko indagou tais palavras enquanto eu sorri e disse – Ah, logo agora que eu pensava em pegar leve com você.

O garoto sorriu e avançou na minha direção. Ele era mais rápido do que eu, muito mais rápido. Ele desferiu um soco com a mão esquerda direto em meu rosto, do qual eu consegui desviar apenas por milímetros. Toriko continuou sua investida audaciosa alternando os socos entre seus dois braços.

Estava lamentavelmente difícil desviar dos golpes de Toriko, foi então que eu mudei de estratégia. Me abaixei o mais rápido que foi possível e então soquei com toda minha força o estomago do garoto, que por sua vez, sendo acertado em cheio, foi lançado cerca de três metros para trás.

- Você está bem, Riko-san!? – Perguntei preocupado enquanto fui socorrer o meu primo. O mesmo me tranquilizou dizendo que estava bem – Você é muito forte, Oki-san. Realmente forte. Mas, você tem que melhorar sua velocidade ou toda a sua força não valerá de nada.

Eu concordava com Toriko – Que tal se fossemos lá para a rua para eu te ajudar a treinar sua velocidade? – O garoto me fez uma proposta irrecusável. Assenti com a cabeça e corremos direto para a rua.

Do lado de fora de casa, Toriko me disse para correr dez metros para a esquerda o mais rápido que eu conseguisse, e assim eu o fiz. Em seguida ele mandou que eu continuasse correndo, agora vinte metros na direção da qual eu estava vindo.

Ficamos fazendo aquele exercício por uma hora. Toriko então disse para mim que ele ia me socar várias vezes, e que eu tinha que desviar de todas elas. Ele começou de forma lenta, o que tornou fácil desviar, todavia, o mesmo ia aumentando gradativamente a velocidade de seus golpes.

Eventualmente eu percebi que minha velocidade estava realmente maior, e continuamente aumentando. Minha mãe saiu até a porta de casa, nos chamando para dentro – Você está muito mais rápido agora, Oki-san! Mais rápido do que eu na verdade – Toriko me fez um elogio, eu não podia acreditar.

Batemos na mão um do outro e entramos. Nossos laços haviam se fortalecido durante aquele treinamento. Foi realmente muito bom rever aquele velho amigo. Por sorte tínhamos o resto do dia juntos, podia vir a calhar treinar mais um pouco depois do almoço.

Considerações:

(C) Ross