Quando acordei achei que fosse o dia de folga de algum dos meus pais, alternavam tanto e não me lembrava de exatamente o que foi dito na noite anterior. Limpando os olhos dispus-me de pé calçando as pantufas e fui à procura de qualquer um dos dois. Esperando a companhia de alguém para sair da vila não desisti ao olhar cada cômodo da casa. Por fim concluí que instrutores da academia trabalham quase todos os dias mesmo quando os aprendizes não estão na escola.

Após um banho matinal não preparei uma refeição para comer durante a manhã, preparava uma para uma excursão enquanto beliscava de um tudo do que usava nos ingredientes. Faria de todas as minhas expectativas realidade nem que tivesse que viajar para muito longe, esperando retornar escrevi um bilhete e deixei na cama. Quando sentissem minha falta o encontrariam. Esperava ter me expressado bem; Não pretendia fugir, precisava encontrar algum diferencial para lutar, depender apenas da minha kekkei genkai não era minha intenção.

Se realmente conseguiria algo não tinha certeza quando saí, querendo não levantar suspeitas agi diferente e não utilizei da minha areia de ferro para levitar. Esperava também poupar energia física para uma longa viagem.

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Ch: 475/475
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Considerações:

Com calma atravessaria as ruas pelas laterais da vila na parte interna da enorme muralha que a cerca. Por morar por ali não seria difícil seguir o caminho e com a enorme muralha trilhando o caminho ainda não tinha chances de me perder. Sem qualquer autorização pretendia ultrapassar os portões de konoha, na verdade eu ainda não tinha um plano quanto ao ponto de partida para a minha aventura.

Meu corpo por si só era leve, mas com tanta areia presa ao macacão que vestia acabava por ficar um tanto pesado. O peso tornava meu caminhar mais devagar e talvez por isso a fadiga não tenha me alcançando antes de alcançar um dos guarda nos enormes portões. Como uma menina muito tímida já era incomum que eu falasse com qualquer outro shinobi, ou civil, nem cumprimentos.

O guarda na portaria sorria para mim mesmo enquanto ainda distante dele. Procurei ao meu redor algum outro motivo para ele sorri, mas só tinha a minha pessoa a caminho do portão pela direção que tomava. Torci o pulso direito com a mão esquerda, e como a minha mão mais fraca não chegou a me causar desconforto algum. Também torcia para ele não falar comigo, era a coisa que mais torcia.


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Considerações:

Não adiantou negar até o momento da nossa aproximação um diálogo, na verdade por conhecê-lo de vista até era indiferente. Ele conhecia minha personalidade e não esperava resposta para o seu; “Ola”. Talvez não estivesse realmente tudo bem para ele, mas eu não conseguia evitar. Tentava responder em vão.

“Você precisa sair, não é?” – Ele perguntou e eu só fiz que sim com a cabeça – “Mas precisa ter uma razão”

De cabeça baixa eu concordava com ele, e nem poderia discordar. Mordi o lábio inferior levemente e apertei os punhos, sentindo-me muito triste – Meus pais vão precisar de mim bem forte para proteger a vila para nós – Sem encara-lo foi um pouco mais fácil proferir uma resposta.

“Então, por favor, volte mais forte” – O chunin que fazia guarda me respondeu abrindo caminho para minha passagem.

Extremamente feliz e envergonhada não sabia qual dos sentimentos focar, pois ambos brigavam pela predominância. Agradeceria se já não estivesse tão envergonhada, mas também não corri, por não ter realmente uma justificativa a mais para sair me sentia mal por estar fazendo. Não me sentiria uma estranha quando adentrasse a floresta, talvez até ainda me sentisse em casa. Descobriria quando chegasse, pois ainda estava a caminho.


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Considerações:

Sem qualquer surpresa antes mesmo de adentrar a floresta sentia seu cheiro e me sentia confortável até mesmo para falar sozinha. Enquanto entrava na floresta as memórias da minha infância sozinha preenchiam-me e para não surtar as colocava para fora. Tantos anos e ainda lembrava-me de como eram as árvores que fiz de abrigo para o inverno através das parecidas que na floresta enxergava.

Quanto mais profundamente na floresta adentrava, percorrendo um caminho improvisado pelas matas fora da trilha, mais o escuro das sombras das árvores prevaleciam. O ambiente ecoava canto de pássaros e alguns outros animais menores como esquilos que consegui definir onde estava através do som, em uma árvore ao meu lado por sinal, se ele estivesse mais distante não o ouviria. Soube exatamente quando vi outro roedor que não pude ouvir por estar em movimento que infelizmente não tinha uma audição avantajada.

Em minhas memórias eu nasci na mata, antes disso não tenho nada nem lembranças, qualquer perigo os animais me alertariam de antemão. Confiava minha segurança a segurança deles, qualquer voo irregular que fosse eu me atentaria ao meu redor. Apertava minha bandana na altura da coxa esquerda encubando uma confiança que provinha da minha nova família.


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Considerações:

Como uma verdadeira órfã das matas me senti extremamente confortável para avançar. Acostumada a marcar as árvores que passava para não me perder de uma toca que morava na infância certamente não me perderia do caminho de casa. Nem um dos animais reagia a minha passagem, talvez pela sutileza que eu passava apenas para observa-los um pouco mais.

Tudo ao meu redor era encantador e com seu toque de pureza que só a natureza consegue ter. Bem, ao menos eu que cresci sendo atacada pelo homem muito mais que pela floresta ou seus residentes achava isso, e para mim basta viver para crer.

A trilha improvisada que percorria não terminaria mesmo em uma enorme montanha, pretendia escala-la enquanto só podia encara-la. Não encontraria dificuldades, na medida em que me aproximava reconhecia que a subida não seria tão íngreme quanto parecia. Perseguia as aberturas por entre as arvores sem pressa, queria poupar minha energia ao máximo para prosseguir o tempo que fosse necessário.

Motivada de todas as formas o cansaço que poderia me alcançar não conseguiria atenção de forma alguma, tantas coisas ao meu redor a requisitavam que sobrava pouca para minha própria imaginação. Sem brechas para me distrair tinha que me atentar as ações dos animais ao meu redor além do caminho que percorria.

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Considerações:

Toda a atenção que tomei o cuidado de manter estava sendo um puro desperdício, mas como eu saberia até me encontrar nos limites da floresta da folha? Tão distante ainda estava de deixar a parte tomada de árvores que já percorria há tanto tempo, fracassando de duas formas não pretendia perecer as conclusões que tomava, percebia que aquela floresta se limitava a ter apenas árvores em comum com outras.

A abundância de espécies que eu não conhecia poderia ser uma prova para chegar à conclusão mais cedo, mas eu não entendia sobre isso. Eram muitos animais, e apenas isso a meu ver. Um rio refletiu a luz do sol em minha vista que corria distraída, e nele não pude resistir cair. Sendo levada pela água só pude me preocupar em me colocar em uma concha sobre meu pó de ferro antes de me dar conta que precisava deixar o rio.

Quando retirei o que me suportara acima da água junto de mim levando até a terra firme, me dava conta que tantas distrações e achismos levaram-me a me distanciar do caminho que fora marcado. A escultura muito por mim admirada nem podia mais ser avistada por meus olhos, e olhando ao redor não encontrava nada que reconhecia.

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Considerações:

Ainda no chão sentia as gotas caindo da areia que dançava acima de mim, e para respirar cuspia a água que forçava saída em tosses. Com mais calma e sem aquele sensação de afogamento tentava encontrar do outro lado do rio a vila, já que desse lado não via nada. Mal conseguia caminhar, de tão nervosa, mas não poderia deixar de tentar encontrar algum lugar para repousar um pouco.

O pó já seco retornava para se prender ao meu macacão e mais relaxada ainda prosseguia me carregando com aquela areia enquanto procurava algum lugar coberto. Conseguindo identificar apenas que o sol estava se pondo pela cor do céu e sem conseguir encontra-lo em meio às montanhas não poderia deixar de me apressar para encontrar o abrigo.

Quanto àquela sensação de afogamento que achei que tivesse superado, ela persistiu em forma de fadiga mesmo quando não estava excessivamente cansada. Talvez fosse o nervosismo de estar em um local completamente desconhecido, ou a mistura de tudo isso. Poderia me sentir motivada se conhecesse o termo mimo que estava recebendo de uns anos para cá desde a adoção, tentaria vencer aquela situação com mais astúcia, contudo o medo de não conseguir voltar para casa me possuía.


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Considerações:

Contornei a angustia através do controle que tinha de manter sobre meu satetsu, aquele pó que me carregava cobrindo todas as minhas vestes exigia minha concentração, e desta forma negligenciei um pouco a busca. Se fora o conforto que recebi em konoha, ou o tempo dedicado ao controle do pó de aço, algo ocupou as informações que tinha sobre sobrevivência.

Algum tempo depois de iniciar a procura avistei uma enorme caverna, para a minha sorte ou não era bem grande e próxima da água. Já não usava mais do satetsu para me locomover, pretendia descansar o corpo já que estava próxima de descansar. Aproximando-me o suficiente da caverna pude me certificar ainda de fora que estava vazia.

Embora eu nunca tenha passado por aquele lugar consegui me acomodar antes mesmo de me aprofundar no interior da caverna. Apreciaria o céu enquanto ainda alterna sua cor, escorada em uma das rochas da lateral da entrada da gruta, esperava conseguir uma boa vista dentre aquelas belas montanhas.

“O que seria aquilo?” – Pensei encarando o céu.

Não possuindo uma visão apurada enxergar tão claramente uma ave despertou minha curiosidade quanto ao seu tamanho. E quando ela pousava na montanha pude observa-la melhor me encantando imediatamente.


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Considerações:

Segurei onde deveria ficar meu coração com a mão direita a partir do pouso da enorme ave que consegui ver por já observa-la. Quando a ave sumiu da minha vista o interior escuro da caverna que encontrei finalmente recebeu minha atenção. Encarava a escuridão que tomava conda do interior da caverna e como não conseguia enxergar nada optei por não avançar a partir dali.

Não ameaçava chover, o céu estava limpo e assistir escurecer após o pousar da ave não foi tão encantador - “Será?” – Não conseguindo calcular a distância que nos separava no ar, imaginei o quanto teria que andar se fosse por terra.

Uma coisa que eu não precisava ser muito inteligente para saber me veio em mente quando pretendia levantar, seria atacada com certeza se surgisse de repente em seu ninho, então não levantei. Mordia o lábio com delicadeza desejando correr até onde o enorme pássaro repousava. Em relação ao meu tamanho, pela distancia em que estava e a clareza que eu pude vê-lo ele certamente era muito maior do que eu.

Estendendo a mão em frente as minhas vistas observava a areia magnetizada em meu macacão por toda a extensão do meu braço até encontrar o restante do meu corpo. Ela também não seria suficiente para moldar um pássaro daquele tamanho.



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Considerações:

Não me vinham ideias enquanto minha mente escurecia aos poucos, com meus olhos pesando eu não tinha como me atentar a visão. Sabia pelo canto da caverna que o vento forte manteria o enorme pássaro em seu ninho, então tentaria fazer o mesmo. Pressupus que a ave habitava um ninho, mas quanto a isso nem tinha certeza.

O que não era imaginação e ficava entre sonho e realidade o enorme animal alado até chegava a ter um corpo diferenciado do normal. Estava indo longe demais com aquilo e quando dei por mim já era de manhã. Com o sol iluminando minhas pálpebras fui forçada a abri-las e notei que havia dormido sentada.

Imaginava o que meus pais diriam para mim quando retornasse, provavelmente não seria uma coisa boa. Vasculhando a bolsa encontrei algumas refeições enroladas em um pano, então tomei força comendo alguns pães que coloquei ali ainda em casa antes de deixar a caverna. Com o interior da gruta iluminado pude me certificar que estava sozinha, mas foi bom não ter dormido no completo escuro.

Cobri meus olhos do sol usando uma das mãos para tentar encontrar o pássaro gigante voando próximo dali, conferia também os arredores antes de partir para outro lugar a procura do animal.


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Deixar o lugar em que eu estava não seria nada fácil, por um lado o riacho corria e suas margens eram bem mais distantes uma da outra, enquanto no outro que não eram as duas montanhas elas se encontravam. A natureza que cercava todo o lugar não me impedia de usar do meu pó de ferro para voar, mas talvez aquele enorme pássaro sim.

Queria me aproximar da água, me refrescar até tomando uma água, mas a curiosidade falava mais alto que a cede. A solidão que nunca me enfraqueceu agorinha me concedia silêncio, aparentemente ali era um território demarcado, nenhum animal ao redor emitia som algum.

Estando a um passo de alcançar a montanha que vi o enorme pássaro pousar consegui ouvir um rojão, o que atraiu minha atenção ao céu me concedendo tempo de ver a enorme ave decolar passando por cima de mim. Não consegui ver mais que o seu passar, e se tivesse visto sua sombra teria me iludido mais ainda quanto ao seu tamanho.

Aquilo não saiu da minha cabeça nem quando eu parei de persegui-la a pé para beber água no riacho que alcancei tentando chegar à ave gigante. Minha jornada poderia ficar interessante...


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Com a sede saciada perdi a ave de vista, não queria desistir de encontra-la mais de perto então retornaria pelo mesmo caminho que cheguei ao rio. Apressava o passo conforme imagens do pássaro no dia anterior vinham em minha cabeça, uma motivação que eu precisava àquela hora da manhã.

O lugar era tão silencioso que meus pensamentos vinham claros como aquela água que bebi no céu o sol brilhava intensamente e conforme o tempo passara o calor aumentou dificultando meu objetivo de iniciar uma trilha na montanha onde tinha certeza que conseguiria ver o animal bem de perto em seu ninho.

As árvores cresciam de forma irregular forçando que seus troncos se fundissem com os das outras, ou no mínimo se cruzassem, tive de procurar por muito tempo àquela pequena abertura que pretendia usar para alcançar o ninho. E após muito procurar consegui finalmente encontrar a passagem que não encontrei dificuldades para atravessar. Minha mente preencheu-se de lembranças dos poucos anos que tive para receber educação de verdade, além das shinobis, refletia o quão errado era atravessar uma cerca.

Encarei o paredão de árvores que seguia para ambos os lados impedindo a passagem que não fosse por aquela pequena fenda. Quando me permiti encarar o que me esperava, entendi que as árvores formaram um labirinto e não uma cerca.


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Considerações:

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Uma explosão ecoou por entre as duas montanhas e enquanto na que eu tentava encontrar caminho entre as árvores rochas rolaram na outra, algo acontecia do outro lado da outra montanha, sem conhecimento da causa prossegui com minha escalada. Ou melhor, uma tentativa de escalada.

Sem conseguir encontrar um buraco que fosse entre as árvores que desse para fazer mais do que ver por ele o que me esperava tive de assumir que deveria tentar escalar um aqueles troncos tortos. A princípio foi fácil, não fazia ideia do número de árvores que se uniam naquela, mas dentre todas que passei a procura de passagem ela era a única que tinha galhos finos e longos.

Na medida em que avancei mais umas fileiras de árvores ainda mais altas tomaram completamente a visão da outra montanha, a densa mata com suas folhas largas conseguiam cobrir e impedir a passagem da luz do sol. Desisti imediatamente de avançar e aproveitei para retornar pelo mesmo lugar que ainda entrava luz.

O medo que tomou conta de mim ainda na escuridão impulsionou meus movimentos para fora do breu, e tocando a luz do sol me senti confiante para usar do pó de aço para sair dali em uma nuvem. Consegui ouvir explosões enquanto ainda sem visão do vale, e a primeira coisa que pude vislumbrar foram às chamas se espalhando por vários lados enquanto o vulto da ave esquivava de todas dirigindo-se para a mesma direção que eu em uma velocidade muito superior.


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A minha vista alcançava apenas a sombra do bater de suas asas, enquanto apenas o seu voar próximo de mim provocou um vendaval e tanto, quase perdi o equilíbrio na nuvem que de baixo me cercava por inteira novamente. Quando naquele mesmo segundo percorri com os olhos o caminho que o animal tomou encontrei o homem que saltava lançando o que explodia tentando mirar a ave.

Eu não podia mais vê-la, e aparentemente não estava em um ângulo que podia ser vista por quem almejava o pássaro. O obstáculo entre mim e o que me impedia de ver a ave não foi o medo, eu não sabia o que fazer, conseguindo apenas enxergar o “caçador” enquanto no ar e si quer sabia onde ele pretendia atirar com a arma explosiva para impedir.

Aproveitei de minha leveza enquanto escorava-me no pó de aço suspensa no ar para permanecer imóvel, e conforme a perseguição se aproximou de onde eu me ocultava em meio ao meu pó pude identificar em ambos os braços do perseguidor de onde vinham as explosões.

Quando eu o vi com mais clareza o oposto também ocorreu, o cruzar dos nossos olhares antecedeu o que só pude ver como chamas tomando rumo em minha direção antes de se desviarem para a mata densa a minha esquerda em meio a um poderoso tufão.


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Sem conseguir ver exatamente a origem daquela ventania já estava entre os galhos das árvores que outrora tentava subir para escalar a montanha atrás de mim. Aproveitei a oportunidade para me esconder enquanto aquele pássaro que eu nem conseguia ver se mover afastava o incendiário.

A fumaça negra que se espalhava por onde eu estava obrigou-me a tomar distancia de onde o embate ocorria. Entre um galho e outro conseguia me afastar sem precisar descer para o solo que as folhas cobriam até mesmo do sol por ali - “Eu não vou mais vê-la” – Pensei assim que me dei conta que a ave poderia ser capturada.

Não tendo muito que fazer aproveitei da árvore com folhas mais grossas para tentar observar como ia o cenário em que o pássaro se defendia. Meu pó de ferro magnetizado no meu macacão estava inacessível para mim enquanto tão cansada, torcia, pois tudo o que eu podia fazer pretendia tentar.

E sentada em um galho grosso tentava me equilibrar para observar o caçador tentar capturar o que possivelmente também não conseguia acompanhar com os olhos. Os disparos daquele homem partiam em direção ao vulto quando ele já estava em outro lugar. Suas velocidades não eram comparáveis, fiquei admirada enquanto podia observa-los.


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As explosões que o caçador conseguia provocar estavam cada vez menores, mas por outro lado o pássaro que me salvou já podia ser visto por mim ao fazer alguma manobra. Minha respiração ainda estava pesada e o medo como o sentimento mais predominante naquele momento me impediu de fazer qualquer movimento.

Depois que parei no galho em que fiquei observando o embate não precisei lutar para manter o equilíbrio devido à largura do mesmo, conseguia descansar enquanto mantinha os olhos no centro do vale onde o caçador recuava as manobras da ave que provocavam tufões com as asas.

O homem que explodia o ar onde achava que acertaria o enorme falcão não tinha mais forças para levantar sua arma o suficiente enquanto o falcão que não conseguia mais provocar ventania alguma vinha na minha direção. Por um segundo pude encara-lo de frente, talvez não tenha causado uma boa impressão escondida com cara de espanto, mas ele com certeza me impactou.

Se não fosse o falcão aquele caçador teria me matado, pois a viagem iniciada a mais de um dia já tinha me cansado o suficiente para me impedir de tentar qualquer defesa quando o inimigo apareceu. Enquanto o caçador desaparecia na outra montanha a tensão que me petrificou na árvore passava.


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Temendo que pudesse me deparar com o caçador novamente, avancei na direção que o falcão passou, cercada de árvores tinha de passar por entre galhos cruzados beirando a montanha. Ainda assustada só conseguia lembrar-me de ter sido salva pela ave que o caçador tentava capturar antes de mirar em mim.

Entre as árvores não tinha caminho e criando passagens não via hora de terminar aquilo. A aventura que saí para encontrar nem de perto estava sendo como gostaria, sem tempo par comer e sentindo muita fome tinha de manter o ritmo para alcançar o enorme pássaro antes do caçador.

Muito tempo me rastejando por baixo de árvores que pareciam ter crescido deitadas poderiam ter me deixado imunda se meu macacão não magnetizasse o satetsu em si. O que conseguia ver quando já fora da floresta beirando a montanha além do campo aberto eram minhas mãos e unhas imundas.

No campo aberto não ainda não encontrava a ave, e ansiosa tive de iniciar uma procura por pistas. Andei abaixo do sol por um tempo e nem um sinal que eu pudesse reconhecer me apontou a direção onde encontraria o falcão. Persistindo um pouco pela mesma direção encontrei uma pena cinza, mas aquela pena não era uma pena normal.

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Ch: 385/475
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Considerações:

Encarava aquela enorme pena vislumbrando o seu tamanho, incrédula. Mais a frente nenhuma pista, mas continuei. Não temia mais o animal desde que me defendeu. Não estava mais cansada, mas depois de ver que mais alguém estava naquele vale nem precisei pensar sobre poupar energia.

Se fosse em qualquer outra ocasião teria parado em alguma sombra apenas para observar a belíssima paisagem. Como não estava com tempo a perder, e mesmo não sendo inteligente não tive duvidas quanto a isso, mirava um aglomerado de rochas enormes onde enxerguei uma possibilidade de escalar com ninjutsu.

Da minha bolsa peguei o cantil enquanto andava e matei um pouco da sede que me matava, não pararia por nada enquanto não soubesse onde estaria o pássaro ou suas condições. Antes de chegar onde as rochas se elevavam das demais precisei passar por algumas que apenas um pouco distantes uma das outras formavam uma planície.

Assim que pisei naquele terreno a temperatura elevada das pedras alcançaram meus pés mesmo calçados. Tive de explorar meu pó de ferro assim que senti meus pés queimando e voando na minha nuvem de satetsu rodeava as rochas em maior velocidade. Alguns metros me separavam da montanha, e já foi o suficiente para me esquivar do calor que provinha das rochas.


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Meu campo de visão permanecia muito limitado mesmo enquanto eu me elevava em relação ao solo usando o pó de aço. Entre eu e tudo ao meu redor além daquele satetsu uma enorme distancia era tomada, e quando muito acima do solo o vento que a outra montanha bloqueava até então me alcançou jogando-me para longe.

E quando eu não vi absolutamente nada, ainda sentia o aço tentando me alcançar tomando consciência das muitas manobras que fiz antes de sentir meu corpo colidir com galhos secos e penas. Pela primeira vez pude ouvi-lo cantar, e talvez por muita sorte também tenha assistido desde o abrir do bico até o rasante sumindo da minha vista.

Foi quando não pude mais vê-la que me dei conta de onde estava; aquela era a única caverna totalmente iluminada que já tinha visto, mesmo sendo uma menina que cresceu na floresta. Senti-me arrepiada quando me dei conta que um esqueleto que parecia de um shinobi estava debruçado também na gruta no topo da montanha.

Possuída por uma curiosidade que envolvia sobreviver ou morrer fui o encontro das bolsas e bolsos a procura de informações. Minha cabeça doeu quando vi que se tratava de um ninja da folha carregando tanta coisa destruída, e meu corpo gelou imediatamente quando encontrei na bolsa um pergaminho que parecia ter vencido o tempo.


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Ch: 355/475
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O ecoar de uma explosão sem aviso no vale me assustou e mesmo curiosa quanto ao que estaria escrito no pergaminho prossegui com a busca pelos equipamentos do falecido. Suas vestes secas e cobertas de poeira e areia não me espantavam aquilo era o mínimo que eu poderia encontrar e não o temia.

Mais nada além do pergaminho descartado ao meu lado poderia ser aproveitado, enquanto eu concluía isso outra explosão pôde ser ouvida ecoando dentro da caverna. - “Por que tanto tempo entre uma e outra?” – Não entendia as pausas e questionava sozinha.

Voltei o olhar para o pergaminho ao meu lado, e ao abri-lo não tive duvidas os nomes estavam escritos com sangue. A cor, o cheiro, tudo apontava exatamente a mesma coisa. “Esse homem morreu protegendo isso?”... “ Seu nome era esse?”... Senti-me tão confusa, não sabia exatamente o que deveria fazer. Venci o medo terminando de desenrolar o pergaminho, descobrindo que se tratava da técnica de invocação “Kuchiyose no jutsu Garuda?”. Explicações e mais explicações que outra explosão me impediria de ler.

Mordendo o dedo senti uma dor que poderia não ser comparada aquela que o caçador da Garuda poderia estar sentindo, ou talvez à ave. Do sangue que escorria nem uma gota caiu antes que eu levasse o dedo até o pergaminho assinando meu nome. Tomada uma profunda respiração, pretendia usar minha ultimas reservas de energia para chamar a ave como a técnica indicava.


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Ch: 355/475
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Considerações:

De imediato nada aconteceu ao meu redor ou ao pergaminho, e sem tempo para ter duvidas tive de recolhê-lo. Sendo menos veloz que o caçador só poderia optar por duas alternativas; A primeira seria espantar o falcão e ficar para retardar o caçador. Enquanto a segunda que pareceu ter a ajuda do destino para acontecer envolvia fugir com o falcão, pois só ele era capaz disso.

A caverna possuída por uma corrente de vento me empurrava para sua única saída por onde o ar também a deixava. Protegendo o rosto de tudo o que voava não soube até ouvir seu canto que o falcão me esperava. Mesmo ainda protegendo a vista corri em sua direção, teria de confiar minha vida a ele de todo o modo, e acreditando que o pergaminho tinha funcionado de alguma maneira que eu não entendia esperava que ele pudesse me ajudar a fugir.

Enxergando apenas o chão pela abertura entre meus braços e busto consegui saltar antes de cair no precipício que separava a gruta da ave, e mesmo sendo empurrada não o alcancei. O pássaro por outro lado foi tão veloz que me apanhou no ar com apenas uma dois dedos sem me ferir com suas enormes garras. Talvez ela só não pudesse sair dali sem o pergaminho, ou podia até e então não queria, me carregou em tamanha velocidade que eu não conseguia manter os olhos abertos.

Menos de cinco minutos voando e então senti meu corpo cair em algo fofo. Não enxergava mais as montanhas onde a caverna que a encontrei estava. Ao meu redor não via muita coisa conhecida, exceto a folha que pelo tamanho pude reconhecer de longe – Por favor, meu amigo me leva para casa? – Já sem conseguir conter minhas lágrimas apontava a direção que residia antes de partir em aventura, o enorme animal esfregou-se em mim e sua cabeça tinha o meu tamanho.

Com apenas um movimento em meio ao carinho que me concedeu pôde me jogar para cima e caindo em seu corpo coberto de penas enormes não senti qualquer dor. Abraçando-me no pescoço do pássaro fui levada até a vila em enorme velocidade pelos ares, e mesmo na ainda na entrada já tive de iniciar as explicações para um chunin.


Hp: 375/375
Ch: 355/475
St: 3/4

Considerações:

@ap

Já vinha acompanhando, então foi fácil avaliar, parabéns agora é dona de um falcão