Era uma noite amena de verão. O clima começava a desabrochar em Iwagakure e o frio da noite já era bastante confortável. Yagura tinha nesse mesmo dia realizado uma missão que colocou a sua vida em risco e depois de se ter lavado e ter feito todas as suas necessidades – inclusive uma refeição plena com a família – encontrava-se agora nas traseiras de sua casa, na parte de fora, a pensar na sua vida e como esteve perto de a perder. Refletia. Refletia não só sobre o que se tinha passado naquele dia, mas também no que teria de se passar para que não voltasse a acontecer. Pensava em todos os movimentos que tinha feito durante o confronto com o ninja renegado, o que poderia ter feito melhor? Qual o fator decisivo, qual a característica em que ele não estava confiante para ter acabado por fugir daquela situação inesperada? Olhava para o céu, para a lua, para as estrelas, à procura de respostas. Afinal o universo algo que se assemelha às ligações e interações sinápticas do nosso próprio cérebro...


De facto, o jovem Genin teria ainda muito para aprender, muito para enrigecer, treinar, tornar-se mais forte. E era nisso que ele próprio também acreditava, e estava motivado para tal, a começar daquele momento até só parar quando estivesse forte o suficiente para enfrentar aquele “patético, miserável, mesquinho, feio, ranhoso, escumalha !!! ” daquele ninja renegado que encontrara na vila de agricultura.

Dessa noite, uma decisão foi tomada. A de se tornar um ninja mais forte, atingir mais poder, mais força, ficar forte, invencível, indestrutível! Ahh a garra, o sangue, a vontade corria nas veias do Genin e motivavam-no. Hoje á noite, não dormiria, não. Passaria sim a noite toda a treinar, a correr a dar chutes e murros no ar, nas pedras nas árvores, na areia e nas minhocas, não iria parar! Não! Não até desmaiar ou estar completamente exausto.

Assim que tomou a decisão que passaria a noite a treinar, e que a partir de agora iria tentar tornar-se mais ativo e fazer missões e treinos mais regularmente, voltou rapidamente a casa para ir buscar algum tipo de peso para colocar nos braços e nas pernas. Como tinha apenas um par de pesos - e não estava habituado a este tipo de treino – iria colocá-los nas pernas e, para os braços levou dois candeeiros de cabeceira, pesados.

Enquanto preparava os candeeiros, amarrava a sua bandana à cabeça e se olhava no espelho, corria no mesmo sítio para não perder a pedalada. Assim que os candeeiros se ajustaram firmemente sobre as suas palmas da mão, era altura de começar a correr.

De casa, saiu disparado, não à velocidade máxima pois não a conseguia atingir devido ao peso, mas sim à máxima de que era capaz. A partir dai foi só corrida, por entre floresta de árvore em árvore mas sobretudo a saltar de pedra em pedra, rocha em rocha como um sapo salta sobre aquelas plantas estranhas e redondas no meio da água. Nos pedaços de terra que eram firmes e estáveis, realizava o seu Shunshin por longas e longas distâncias, tudo com os pesados candeeiros ainda firmes sobre o toque das suas palmas. Suor escorria-lhe pela testa, pela camisola, por todos os seus poros epidérmicos basicamente.

Depois de três horas a correr sem parar. O genin parou para recuperar o fôlego. Pousou finalmente os candeeiros no chão e respirou. Impressionante como os seus braço e pernas estavam leves naquele momento. Com todos os pesos retirados, rapidamente pôde recuperar o fôlego e respirar de alívio. Não só por isso, mas todo o empolgamento para voltar a correr, agora sem pesos, motivavam-no a recuperar o folego mais rápido. E por lá foi. A correr com a sensação que estava rápido como a luz por entre rochas utilizando o seu Shunshin. Yagura conseguia sentir, estava mais rápido do que anteriormente. Mais meia hora a correr, impressionante como o treinamento físico dava resultados tão rapidamente.

Depois de toda esta correria, o jovem estava consideravelmente cansado. No entanto, o seu cérebro estava a funcionar perfeitamente. Como se todo este cansaço, todo este movimento, todas estas reflexões, ações e reações deste dia repleto de ocasiões únicas tivessem clareado o seu pensamento. O seu foco na vida, os seus objetivos e o seu “caminho ninja”, tudo estava lá, era só esforçar-se para o atingir!

Altura de voltar para casa então, mas o treino ainda não tinha acabado. De cabeça limpa e concentrado, Yagura segue para casa dando uso aos seus braços para realizar selos. Aquando da sua corrida, Yagura realizava um conjunto de selos para concentrar chakra. Por onde passava, criava paredes de rocha de 20 em 20 metros. O seu objetivo seria treinar a sua velocidade de realizar selos e por conseguinte, jutsus. Não esquecendo um pequeno detalhe: ele trazia consigo os candeeiros: não nas mãos, não na cabeça nem nos ombros. Não, também não estava por entre as pernas. O jovem Genin levava os candeeiros a serem levados por entre o vinco da dobra dos seus braços. Adaptou esta ferramenta ninja (candeeiros) para que servissem de peso enquanto este mexia os braços para realizar os selos. Desta maneira, da mesma forma que melhorou a sua corrida com pesos, melhoraria também a sua velocidade de realizar selos!

Cansado e quase sem chakra, como se tivesse calculado exatamente qual a quantia de chakra usar, Yagura chega a casa, exausto. No momento que mete os pés no quarto, adormece no meio do chão, a levar com a brisa da noite por entre as suas roupas suadas.

HP 325/325
CH 60/375
ST 4/4

Considerações: