Acordei em minha cama e ainda era noite, mas todos na casa já dormiam – Akino acorda – Coxixei tentando acordar o cão antes mesmo de sair do seu lado – sii – Usei da língua para emitir um sinal perto do seu ouvido enquanto o cutucava e com movimentos leves saía da cama.
Indaguei com minhas colchas sujas, mas logo reparei que já estava pronta para sair pela janela do quarto. Tive a certeza de ver os olhos do ninken direcionados a mim antes de saltar pela janela amortecendo a queda com os joelhos e palmas das mãos quando caí do outro lado. Não agarrei o ninken no ar, deixei que ele se segurasse com as próprias patas em silêncio, ou ao menos emitindo o mínimo de barulho o possível.

Apenas corri até os limites da propriedade da família onde um muro me separava de uma área rochosa quase no limite leste do enorme vilarejo. Quando akino me alcançou o lancei até o alto do muro onde se prendeu, e saltei me segurando também na estrutura. O coloquei em meus seios e então saltei em direção ao solo, quando em terra requisitei o corpo e chakra do meu companheiro através da minha energia espiritual. Tentei me concentrar apenas na energia dele, e já sabia que isso bastaria, pois presenciara muito mais cedo do dia anterior uma transformação sendo executada com uma pequena aproximação.

Não seria naquele dia, mas também não me permitiria abater por uma decepção. Uma próxima, certamente eu não sentiria Akino tão próximo, ou talvez fosse parte da técnica. Apenas acelerei nossa corrida, não pretendia parar até não sentir mais o cheiro de casa. Persegui lugares cada vez mais altos em que sabia que poderia saltar sem me ferir, e sem cometer erros quanto aos cuidados cheguei ao campo onde não consegui encarar uma transformação com o Rugi.

Mesmo contra um oponente tão mais poderoso ainda não conseguia aceitar uma segunda derrota, tal individualidade era mediada sem a necessidade de palavras por meu companheiro Ninken, que além de sentir podia ver se olhasse para o lado enquanto ainda quadrúpedes. Como ainda conseguia sentir o cheiro de casa voltei a correr, dessa vez seguia para o norte, o que me fazia percorrer o entorno dos limites a 1 km de distância.

Em corrida ainda constatei o quão mais rápida estava que a primeira vez que encontramos aquele lugar de onde partimos agora. Confiando que se alguém acordasse ainda saberia que estou ali pelo cheiro pude seguir com a minha corrida até perder o ponto em que marquei discretamente, e gostaria de manter em segredo dos olfatos menos apurados.

Repetindo uma manobra que já fora executada em transformação mais humana, desta vez com mais facilidade ainda mesmo enquanto quadrúpede, retomei o mesmo caminho que percorremos até ali. Não levei tanto tempo, mas estava ficando cansada, e sentia o mesmo vindo do Akino por requisitar tudo dele, também podia sentir a exaustão que compartilhávamos. Encontramos uma caverna sem rastro de cheiro animal ou humano ao redor e nos separando eu já me encostava onde a luz da lua não alcançaria sua mais resguardada parede. O ninken surgira em meu colo já de olhos fechados deixando ainda mais explícita sua confiança em nossa união, e eu confiando em nossos extintos me entreguei ao sono profundo.

- Acorda menina – O dono da voz de trovão certamente era meu pai.

Relutei em abrir os olhos, mas não resisti em mantê-los fechados quando fui acertada com algo no estomago um pouco abaixo de onde meu companheiro repousava e também acordou.

- Coma isso, ontem treinamos demais e você não se alimentou – O que soava como uma ordem do meu sensei receberia como um presente.

Akino bem apressado saltou parando em minha frente onde estendi o pano que enrolava o recipiente com diversos bolinhos de carne, de arroz e até mesmo a poderosa pílula que mamãe fazia e tinha aparência de ração, mas entregava pelo cheiro – Bem, não estamos sentindo fadiga, não é Akino?! Então a ração talvez, possamos deixar para depois... – Sentenciava enquanto meu amigo concordava com a cabeça até ser interrompida.

- COMA ISSO, EU NÃO TORNAREI A REPETIR – Pensei que talvez se meu pai tentasse conversar com o céu em meio a um temporal obtivesse resposta. Seu grito ecoou dentro da caverna e sua ordem foi repetida por ela ainda em alto e bom som.

- Comam crianças, facilitem para nós – O terceiro ninken presente ainda não havia sido notado, sendo menor que seu dono e seu outro companheiro canino ele sumiria se não falasse nada, mas me pareceu mais inteligente que Akino pela forma como estava confortável em meu a dois enormes brutamontes.

Obedecemos, certamente. Sem energia falhar com a técnica de proteção ocasionaria na morte do meu ninken, e também morta não protegeria meu melhor amigo. Alimentada tomei o cão pela nuca e com ele em mãos saí da caverna, quando me transformei junto de Akino duas vezes seguidas, transformações diferentes onde cada um entregava o melhor de si.

Em instantes fui acertada de baixo para cima e voei, mas já estava com o corpo enrijecido, a transformação não era somente uma ilusão, então o enorme cão Rugi e papai fundidos em um muito maior com um odor muito mais forte, que a respiração entregava seu imenso poder era uma ameaça só por existir.
- Não desista de tentar uma fuga, você vai supera-lo, nasceu para isso – O outro ninken que não participou da fusão iniciou uma longa explicação sobre linhagem sanguínea e as diferenças entre meu pai e minha mãe que deveriam se completar em mim. Soube através dele enquanto tentava me esquivar sem sucesso de tantos golpes ágeis que o meu gigante rival proferia sem nem me dar tempo de ver se estava tendo dificuldades para fazê-los, que eu teria muito mais dificuldade de fugir da fera que permanecia com as habilidades sensoriais de meu sensei, que eu ainda não sabia ter a habilidade de sentir chakra.

Muitas horas se passaram e eu finalmente consegui realizar algum movimento antes de ser afundada contra o solo, entendia que eu só estava persistindo porque suas garras estavam contidas formando um punho fechado. Meus senseis se feriam levemente para não me partir ao meio. Abracei Akino, pois não conseguia manter a transformação, não aceitava perder, precisaria ouvir um pouco o sábio ninken falar que eu não sou uma fracassada por não conseguir mais prosseguir. Chorava enquanto ninguém além do meu amigo meu alcançava, mas ele entendia de alguma forma a minha dor, sentiu minha resistência em desfazer os henges. Eu queria ser mais forte ali, e naquele momento para seguir lutando com algo além do meu corpo que não me respondia. Sobrepujada ainda tentava relutar, conseguindo apenas em minha mente, ser carregada por Rugi.

"Por que ao menos não me desmaia? Perder mesmo em um treino me faz merecedora de tanta humilhação" - Sucumbia em meus próprios defeitos enquanto não conseguia me mover.

Importante:

Jutsus Usados:

Você precisa deixar claro nas considerações/titulo para onde vai os pontos.

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