La Volontà di Eden

As pistas davam para aquela vila. A última daquela região de diversas vilas menores. A que Chrome soube que guardava uma arma, um tridente. Seu portão de ferro era o que destacava ela das outras, os imortais conseguiram invadir essa vila? A menina pensava que não, não havia nenhuma marca de sangue, batalha ou depredação. As pétalas de rosas saindo da vila e voando por aí era algo que intrigava. A intriga gerou curiosidade, e da curiosidade, ação. Chrome se aproximou do portão fortificado, quando ficou a poucos metros da parede de ferro alguém gritava.

- Parada aí, caolha! - gritou um homem, que Chrome ainda não tinha visto.
- Caolha? Apareça que eu te mostro que tem por baixo do tapa-olho. - respondeu a tokujo.

O homem falando com se revelou, apareceu em cima do muro ao lado do portão. Alta estatura, cabelos negros, olhos roxos, assim como de Chrome, e aquilo fez que a menina prestasse atenção nele.

- Por que veio até aqui? - perguntou o homem.
- Vim atrás do tridente. - respondeu com confiança.
- Como soube da arma? - o homem ficou intrigado.
- Uns velhos me disseram. - com um sorriso no rosto ela falava.
- A arma não pertence a qualquer um. Ela é de propriedade dessa vila. - informou o homem.
- Descobri que a região sofreu ataques dos imortais, e que alguém usou a arma para defender os inocentes. - revelou Chrome.
- Sim, usaram, mas quem portou a arma infelizmente morreu. - lamentou.
- Se me deixar tentar controlar a arma, eu consigo derrotar quem está atacando o país. - propôs a menina.
- Você está aqui só por causa do tridente? - perguntou.
- Não, tenho a localização daqueles que atacam as pessoas pelo país. O tridente ajudaria muito nessa tarefa. - dizia a garota.

Dessa vez o homem se surpreendeu.

- Como você sabe sobre eles? Temos que ir logo acabar com aqueles malditos. - o homem desceu do muro e se aproximou de Chrome.
- Não. Isso é uma missão de Kumogakure e eu que estou comandando tudo, não podemos colocar cívis em risco. Quero ver o tridente. - pediu a menina.
- Ninguém nunca portou o tridente e saiu vivo. Parece que ele tem vontade própria em escolher quem deve manter ele em mãos. - as palavras dele transparecia tristeza.
- Mas como uma mulher conseguiu usar antes? - perguntou, curiosa.
- Ela forçou o tridente, retirou o seu selo e usou contra os inimigos. No fim o tridente "se rebelou" e acabou matando-a. - contava a história.
- Provarei digna de usar essa arma. - a confiança transparecia em Chrome.

Ele respirou fundo, estava tomando uma decisão.

- Tudo bem, irei te levar até ele. - falou o homem colocando a mão no portão e abrindo de forma fácil.

Entraram de forma calma. Chrome começou a admirar aquela vila. O local era lindo. Era uma vila pequena, mas o pouco espaço era muito bem decorado. No caminho que seguiam, marcado por pedras entre gramas, havia um lindo jardim ao redor, com as pétalas que voam para o horizonte. Chrome olhava tudo aquilo com certa paixão, mas ainda mantinha a seriedade em seu rosto.

- Esqueci de me apresentar, chamo-me Date. E você? - falou o homem.
- Chrome. Chrome Dokuro. - respondeu a garota.
- Estamos perto, o templo é aquele prédio ali. - e apontou o dedo indicador para o edificio que falava.

Adentraram ao prédio. E dentro era algo totalmente diferente do que a vila. Possuia artefatos antigos, sua pintura remetia a antiguidade.

- Pelo que estudei, o tridente foi criado anos depois do fim da Guerra Final. Os anciões da região dizem que ele foi feito para evitar que sua vila tomasse o território dessa região. - explicou Date.
- E agora uma ninja dessa vila quer pegar o tridente, não é? - brincou Chrome.
- Veremos se o tridente te aceita. - falou com um tom desafiador.
- Ele vai. - respondeu com confiança.

Ambos chegaram ao ponto que desejavam, a metros da dupla, lá estava ele: o tridente que Chrome ouvia. Preso num suporte para o mesmo, estava resplandecendo a luz das lampadas do salão. No seu cabo, faixas com uma linguagem estranha, eram selos. A tokujo se aproximou da arma, sentia um poder mesmo com os selos. Imaginava a sua imagem segurando aquela arma.

- Você tem certeza que quer tentar controlar a arma? - perguntou com certo receio.
- Claro, com ele eu posso derrotar os fanáticos religiosos. - disse a menina de cabelos roxos.
- Então retire os selos, vamos ver como o tridente reage. Se morrer, terá um enterro digno. - avisou.
- Guarde o enterro para você. Eu vou sair daqui com a arma em mãos. - falou.

Chrome começou a retirar os selos que estavam no cabo da arma, aos poucos sentia aquele poder lhe chamando, ela podia ser a escolhida. Quando retirou o último selo, a arma reagiu sem ao menos Chrome o tocar. Ela se afastou poucos metros enquanto via o tridente soltar raios de sua estrutura. A menina via a oportunidade ali para pegar o artefato. Andou devagar até encostar a mão esquerda e segurar o cabo da arma. Retirou do suporte e ali ela sentiu um peso enorme, o cabo podia ser fino, mas trazia grande peso.

- VOCÊ IRÁ MORRER! - gritou Date
- CALE A BOCA, EU JÁ DISSE QUE IREI CONTROLAR! - respondeu no mesmo tom.

No momento em que disse isso, Chrome imaginou em sua cabeça tudo que passou em sua vida, todas as suas batalhas e aventuras. Ela queria mostrar a arma seus sentimentos. Raiva, vingança, alegria, justiça... amor. O tridente jogava o corpo da Chrome no chão, mas ela se segurava com os joelhos. Colocava a mão direita no cabo também.

- Me ajude a derrotar aqueles que me fizeram mal. Me ajude a ser mais forte. - pensou a menina, querendo se comunicar.

Os raios que a arma soltava começaram a diminuir, o que surpreendeu Date. Chrome queria entrar em sincronia com a arma, assim ela começava a aplicar chakra elemental por suas mãos até o cabo. O peso que antes sentia agora se transformava em controle, em poder. Os raios se retrairam de volta para a arma e Chrome se levantava, imponente.

- Eu disse que ia controlá-lo - anunciou a menina.
- Você... Conseguiu. - Date dizia, desacreditado.
- Como devo te chamar? - perguntava Chrome para a arma.
- La Volontà di Eden - cortou o homem.
- Como é? - perguntou a tokujo, curiosa.
- Significa "A Vontade do Éden". Esse era o nome que deram para a arma. A arma que tem o poder de trazer a paz para o povo dessa região. A paz equiparada ao Jardim do Éden. - explicou.
- Bom nome. Gostei. - reagiu bem a garota.
- Você irá atrás dos malucos que nos atacaram? - perguntou de forma esperançosa.
- Não sei dizer, tenho que juntar com o meu time. Não sei onde eles estão mais. Há muito caminho a percorrer. - explicou.

Ele ficou quieto por um tempo.

- Você se provou digna de segurar o tridente. Agora honre o povo que construiu este artefato e proteja o país. - pediu Date.
- Farei o que for possível. - respondeu rapidamente.

Chrome viu em uma mesa uma bainha de couro para as costas com dois espaços, o que era o suficiente para a flauta e o tridente. Pegou sem perguntar.

- Parece que isso foi feito para mim... - olhava para aquela bainha. Trocou a que ela tinha para a flauta e colocou a que achou, assim encaixou a mateki ali enquanto havia mais um espaço, perfeito para o artefato que conseguiu obter.

Depois de tudo, os dois seguiam para o portão. Andaram quietos até chegar a saída.

- Obrigado por me dar a oportunidade de ver a arma. - falou a garota com um sorriso no rosto.
- Não há o que agradecer, é o destino. Uma hora ou outra você iria se encontrar com o tridente. - explicou.
- O quanto antes, melhor. - brincou.
- Sim... Chrome, derrote-os. - pediu.
- Irei. - falou simples e confiante.

Novamente na estrada, com o dia virando noite, Chrome tinha que seguir seu caminho para caçar os religiosos que causavam perigo para o país. Com um novo aliado: La Volontà di Eden. Colocava o tridente na bainha das costas, formando um "X" com a mateki, era claro que não estava perfeito, a flauta era menor que o tridente, mas os dois se encaixavam perfeitamente.

New way...

Caminhando calmamente pela estrada, Chrome pensava em diversas coisas: como derrotar os imortais, como encontrar o time, como ficar mais forte. Serena admirava ao redor da paisagem no pôr-do-sol, a luz solar estava se esvaindo aos poucos mas a imagem da luz alaranjada agradava a menina. Permanecia quieta por todo o caminho.

A tokujo era acostumada a sempre ficar ouvindo música, desde criança tocava instrumentos, o silêncio que rondava a incomodava um pouco, ela precisava ouvir alguma coisa para se distrair. Durante a caminhada ela começava a ouvir barulhos estranhos, o sons dos passos estavam desconectos, parecia que... havia mais alguém ali. Mesmo com essa intuição, ela continuou andando. Pegou uma kunai e começou a brincar com ela, jogando para cima e pegando, repetindo isso. Até que uma hora ela deixava cair de propósito. - Opa, deixei cair. - falou em tom idiota. A faca ninja caiu atrás dela por causa dos seus passos, então fingindo pegar a kunai, procurava saber quem estava a seguindo. Olhava entre as pedras e árvores. Achou. Uma senhora de idade. Estranhou, mas preferiu fingir  que não a tinha visto. Somente pegou a kunai e continuou a andar. A partir dali era repararia nos sons dos passos da senhora que a seguia, qualquer ofensiva por parte dela teria uma resposta.

Mais uma para me aportunar...

A assistente da Raikage sabia que alguém a seguia: uma senhora. Ela permanecia atenta a qualquer movimentação estranha daquela senhora que se esgueirava na natureza ao redor da estrada. Até que em um dado momento, a velha decidiu se revelar. Tímida, ela dizia um "oi" envergonhado. Chrome se virou com uma cara alegre, e ouviu tudo que a senhora falava.

- Então você conhece o tridente... Que bom. - assim abriu um sorriso. - O tridente me escolheu para porta-lo, mas estranho você saber como o usa já que poucos podiam segura-lo - comentou. - "Poderosa"? Não, não estou nem perto de ser isso. Conheço gente muito mais forte que eu. - brincou, mas logo veio uma expressão de curiosidade - O que você pode me ensinar? - perguntou.

Ciência? Gostei.

A menina percebia o quão a senhora estava a procura do tridente. A alegria de Chrome começava a se transformar em uma pequena desconfiança. A proposta da velha para a Tokujo parecia ser muito boa para a garota, saber mais sobre determinadas áreas sempre será algo que vale a pena gastar seu tempo, e era isso que Chrome faria: iria perder tempo tendo uma aula com a sua ex-perseguidora.

- Me ensinar? Isso me parece interessante. - respondeu Chrome.
- Então vai aceitar deixar eu te ensinar algumas coisas? - perguntou a mulher.
- Podemos dizer que... sim. - falou a garota.
- Muito bom, antes de começar, tenho uma pergunta. Você tem alguma Kekkei Genkai? - curiosa falou a velha.
- Eu posso controlar o som, o imbuir com chakra e coisas do tipo. - revelou.
- Nossa, isso é muito incomum por aqui. Nunca tinha visto alguém com esta habilidade. - com certa animação a senhora ficou.
- É... Não é muito comum alguém ter tal aptidão. - Chrome ficou um pouco desconfortável.
- Então vou ter ensinar coisas que possam te ajudar. - disse a velha, com empolgação.

A assistente da Raikage se sentou na grama enquanto a velha ficava sentada numa pedra. Lá ela começava a "aula" para a garota.

- Te darei uma aula sobre física. Pensando bem na sua habilidade com som me veio o assunto de ondas sísmicas. As ondas sísmicas são movimentos vibratórios das partículas das rochas que se transmitem segundo superfícies concêntricas devido à libertação súbita de energia no foco sísmico. São ondas que se propagam através da Terra, geralmente como consequência de um sismo, ou devido a uma explosão. Isso que pode causar terremotos. - explicou a velha - Mesmo eu tendo explicado isso, você ainda precisa saber mais sobre o próprio som. Som é a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda mecânica; é uma onda longitudinal, que se propaga de forma circuncêntrica, apenas em meios materiais (que têm massa e elasticidade), como os sólidos, líquidos ou gasosos. Os sons naturais são, na sua maior parte, combinações de sinais, mas um som puro monotónico, representado por uma senóide pura, possui uma velocidade de oscilação ou frequência que se mede em hertz (Hz) e uma amplitude ou energia que se mede em decibéis. Os sons audíveis pelo ouvido humano têm uma frequência entre 20 Hz e 20 000 Hz. Abaixo e acima desta faixa estão infrassom e ultrassom, respectivamente. A percepção do som também pode ser usada para adquirir informações sobre o ambiente em propriedades como características espaciais (forma, topografia) e presença de outros animais ou objetos. O som é provocado pela percepção do sistema auditivo da variação da pressão atmosférica ambiente. A menor variação que o aparelho auditivo humano pode detectar é da ordem de 2 x 10-5 Pa, a qual denomina-se limiar de audibilidade. O limiar da dor, por outro lado, corresponde à variação da pressão em 60 Pa. No entanto, esta variação deve ocorrer em forma de ciclos para que seja percebida. - terminou.

Chrome assimilava tudo rapidamente. Se surpreendia com tais informações sobre o som, nunca imaginava que aquilo que usava poderia ser tão complexo.

- Com isso dito, posso ter dar uma ideia: simular ondas sismicas através do som. Agora como você poderá fazer isso, não sei. - comentou. E Chrome pensava na ideia, parecia ser algo bom. - Agora vamos falar de outras coisas. - continuou.

Assim a senhora começou a ensinar sobre química, dentre isso falava sobre tóxinas e afins. Passaram poucas horas conversando sobre coisas cientificas.

- Conseguiu aprender? -  perguntou a senhora depois de tudo.
- Acho que sim, muitas coisas novas aparecendo... Obrigado por isso. - agradeceu.

Ciência? Gostei.

- Há mais uma coisa que posso te falar. - foi essa fala que interrompeu Chrome que se preparava para voltar a sua viagem.
- E o que é? - perguntou a menina, curiosa.
- Você sabe sobre transplantes? - questionou.
- Um pouco, já fiz alguns. Sou uma ninja médica também. - respondia a garota.
- Isso é interessante, vou te dizer o que eu sei. - comentou sobre o fato de Chrome ser uma iryo-han.

A senhora se ajeitou na pedra na qual estava sentada. E começou.

- Os transplantes são um tipo de experimento mais complicado. Muitos ninjas usam desse experimento para adquirir novas habilidades provenientes de outras pessoas. Muitas vezes por egoismo, outras vezes por necessidade. - falou. - Podem ser integrando uma parte do corpo no seu, ou por genética, por meio de células ou até DNA.
- Eu conheço um pouco disso. - Chrome dizia para a velha.
- Que tipo de transplante você fez? - perguntou, curiosa.

Chrome sabia que ali ela não podia revelar muita coisa.

- Um pedaço de pele de algo que não conhecia em um ninja que não era de Kumo. - "revelou" para a velha.
- Como teve coragem de fazer isso? Não se pode transplantar algo que não conhece. - questionou a senhora.
- Por favor, não vamos entrar nesse assunto. O transplantado que pediu para eu fazer o experimento. - respondeu a dúvida da terceira idade sobre sua conduta.

A velha olhou para Chrome, ela poderia ter concluído que a menina de Kumo podia ter sido obrigada a fazer tal ato.

- Bem, isso era tudo que eu sabia. Desculpe não te passar algo novo. - falou um pouco decepcionada.
- Não se preocupe, você me ajudou muito já. - respondeu Chrome.

Chrome sorriu para a senhora, ela percebia que fazia muito tempo que ninguém a ajudava por vontade própria. Ela... não sabia como reagir, a sua mudança de pensamento de moral e conduta ficava ainda mais misturado e confuso, Chrome ainda havia algo de heroína dentro dela? Ela, sinceramente depois de tudo, esperava que não. Carregar um fardo de vidas inocentes não era um desejo da garota, isso ia a afundar cada vez mais na culpa e a faria uma pessoa fraca.

- Obrigada... Tenho que ir. - falou Chrome de forma rápida já correndo pela estrada.

Foco no objetivo.

No caminho, Chrome já tinha cabeça para outra coisa, sua busca por... justiça? Não. Justiça? Quem precisa de justiça? Poupar inimigos, se segurar para não ter morte no campo de batalha, isso para ela já estava claro. Era... Uma... Fraqueza. A tokujo estava a procura de algo mais... pessoal. Ela não buscava por justiça... Não mais, é claro. Depois de tanto tempo colocando a vila em primeiro lugar, ela precisava se soltar de suas amarras...


- Irei fazer aquele maldito pagar por o que ele fez. - disse enquanto se movimentava. Durante a viagem ela lembrava das palavras da senhora que a ensinou muitas coisas, e o que ela mais se importou foi com as informações sobre ondas sonoras e mais, as ondas sísmicas. Sismos geram terremotos, um fenômeno catastrófico se usado em larga escala. Ela ficou pensativa. - Será que a mulher estava certa? Com som eu posso gerar terremotos? - perguntava-se. - Será que eu posso ter o poder... de destruir o planeta? - perguntou de uma forma mais ambiciosa do que ela jamais foi.

Chrome estava mudando, a sua sede por poder começava a aumentar a cada segundo. Ela queria um poder para...

VINGAR.