Uma luta um-contra-um? Tudo bem...

Nada havia acontecido, as armas não atrairam o inimigo e isso causou estranheza para a garota. - Por que ele não veio? Pensa Chrome, pensa. - a tokujo começava a pensar nas razões. Para ela, o adversário deveria ter ido em busca dela e, no fim, caído na armadilha. - Como ele sabe que era uma armadilha? Será que ele... Merda. Ele não consegue me ver, uma das maneiras de me saber onde eu estou e o que estou fazendo é sentindo meu chakra. - concluía a garota. No momento, a batalha começava a ficar complicada. - Preciso sair dessa névoa, agora. - pensaria a garota - Andei em direção circular, isso quer dizer que a minha distância para a borda continua mesma. - em sua mente ela presumiria sua distância.

A garota, sem usar qualquer chakra, começaria a correr em sua total velocidade para trás até que finalmente conseguisse sair daquela névoa espessa. Ela tinha uma defesa já armada em caso de ataque surpresa. Caso conseguisse sair ilesa do campo em nevoeiro, deslocaria mais vinte metros para trás.

Uma luta um-contra-um? Tudo bem...

A movimentação da menina era acompanhada pelo aumento da névoa que conseguia cobria uma área maior, tornando aquela luta mais complicada novamente. O inimigo dentro da névoa não se movimentava e Chrome começava a se inquietar quanto a isso, ela poderia fazer qualquer coisa com chakra que ele conseguiria sentir seu chakra, e aqueles tampões nos ouvidos era o que fazia Chrome uma refém. A pergunta do homem, claramente sarcástico, irritava a garota. - Você não faz nada, só saber sentir meu chakra e desviar, isso é muito chato. Se pudesse pelo menos tirar os tampões, seria mais divertido. - voltaria a conversar com o homem, em ironia. - Aliás, como você consegue escutar a minha voz mas um jutsu sonoro não te atinge? - perguntaria sarcásticamente. Dessa vez a tokujo já parava de correr. De novo o nevoeiro fazia a batalha ser ás cegas, mas só para ele.

A garota precisaria tentar alguma coisa contra aquele homem. Em um conjunto de selos, geraria rapidamente uns sete discos elétricos que ela os direcionaria para cobrir uma maior área de ação em sua frente, teria que dar "tiros no escuro" para tentar acertá-lo.

Respostas...

Chrome esperava por alguma reação do homem e assim manteve atenta após usar o jutsu de raio por seu entorno. O que ela não esperava era que fosse muito fácil acertá-lo, um ninja sensor com a vantagem da predição do movimentos da garota ser atingido de forma tão... simples. O nevoeiro se desfazia enquanto a visão de Chrome adaptava-se ao terreno, mudança de claridade repentina irritava um pouco o olho da tokujo. Com a névoa totalmente desfeita, ela conseguiria ver o homem caindo ao chão, sofrendo pelas descargas elétricas do ninjutsu. Ao invés de sentir orgulhosa, a garota estranhou. Claro que ia estranhar, toda aquela falação para aquilo acontecer? A menina dos cabelos roxos faria uma cara estranha ao ver o homem ao chão, daria passos em direção a ele para tentar ver o que havia acontecido. - Não é possível... Você dizia sobre me derrotar, mas nem ao menos atacou, e agora está aí ao chão, você desistiu? - perguntaria para o homem enquanto andaria, ao chegar mais próximo dele, continuaria a falar, ainda mais olhando para os olhos melancólicos do mesmo. - Está se arrependendo de seus erros? Se tiver algo a falar, diga agora. - ordenaria a garota.

Papa can you hear me?

Sinceramente, a mente de Chrome estava em uma mudança de crenças e conceitos conturbada que pouco se importava com todo aquele arrependimento do inimigo... até que ouvia sobre algo que lhe interessava. Um item. Item este desejado pelo inimigo e principal motivo para se desalinhar das leis. Este item era um tridente, localizado num templo dentro de uma pequena vila. O que Chrome estranhava era a facilidade que ele me dizia tudo. - Irei procurar por este tridente não tenha dúvida. - disse a tokujo enquanto ele dizia palavras para sua mãe, que estava morta. - Requiescat in pace - falava calmamente em outra língua a garota, passando a mão acima de seus olhos, para fechá-los enfim.

Aquela missão estava se desenrolando numa forma estranha para a garota. Morte desnecessária, desconfiança, e agora, um item para procurar. Chrome levantaria do chão e caminharia poucos passos para se distanciar do corpo, respiraria fundo e soltaria o ar acumalado mostrando estar preparada para o que viria. - Vamos lá. - diria a garota.

A vontade de evoluir

O caminho que Chrome trilhava era deveras... triste. Pequenas vilas ao entorno da estrada que o homem que caira por suas mãos dizia para ela seguir. O que ela enxergava era somente tristeza. Por que? Nos portões de algumas vilas, pessoas chorando, a menina não sabia a razão disso. Olhava mais atentamente e via manchas de sangue em algumas estruturas. A primeira coisa que ela concluiu era que o templo que o grupo de Kumo estava procurando, agia por ali faz algum tempo.

- Malditos... - pensava enquanto seguia seu caminho em busca do templo que o seu antigo inimigo dizia. A perspectiva de Chrome em frente a isso era uma mistura de justiceira com vingadora, pendendo mais pelo lado da vingança. Ela queria que os imortais pagassem por aquilo que fizeram com ela, mas pagariam ainda mais caro pelos danos nas pessoas de pequenas vilas. - O tridente irá marcar a vingança no peito daqueles desgraçados. - profetizou a tokujo.

Jardim do Éden... ?

A garota poderia ser o que fosse, uma justiceira ou uma vingadora, ela ainda possuía algo dentro dela que dizia que a tristeza dos outros não era algo agradável.  Sim, ela pensava desse jeito, ela errava em matar uma inocente, mas isso mudava dentro de sua cabeça. E se... aquela morte fosse necessária? Se ela não fosse morte, a tokujo não estaria naquela estrada a procura de um tridente, a procura de poder. Ela precisava concluir sua breve vingança contra os imortais e qualquer coisa que atrapalhasse tal objetivo, teria consequências nem tão agradáveis.

Chrome não podia procurar por algo tão precioso assim sem perguntar a ninguém da região. Aproximava-se do portão de uma pequena vila próxima a ela, onde havia um casal jovem olhando para a estrada.

- O que aconteceu pela região? - perguntava a garota.
- Um ataque em massa por várias vila por essa região. - respondeu o homem do casal
- E quem fez isso? - continuava Chrome.
- Não sabemos ao certo, quem atacou dizia que nós seriámos oferenda ao seu deus. - explicou a moça, dessa vez.
- Imortais... - sussurou a tokujo olhando para o chão, que havia marcas de sangue - Obrigado. - assim continuou em frente pela estrada.

Essa era a confirmação que Chrome queria. Eram os fanáticos religiosos os responsáveis por aqueles ataques. Algo intrigava Chrome, havia muitas pessoas vivas, alguma coisa tinha os protegido. Andando mais um pouco encontrou um grupo de idosos a beira da estrada conversando, tinha cerca de três senhores de idade.

- Fim dos tempos chegou, não? - perguntava um senhor de baixa estatura e um pouco acima do peso.
- Não, claro que não. Estamos a salvo. - respondia outro mais magro que o primeiro.
- Por enquanto, sabemos que aquelas pessoas malucas poderão voltar. - o terceiro senhor cortava o segundo.
- Ela nos protegeu, não há o que temer. - o segundo senhor estava disposto a convencer os outros que a região estava segura.
- Sim, nos protegeu, mas você sabe o que aconteceu com ela? Não aguentou o peso do poder daquilo. - o primeiro dava uma informação que os outros não sabiam. O segundo senhor fechou o rosto.
- Aquela arma... Por que desfizeram o selo? - perguntou o terceiro idoso.
- Tinha que ter feito aquilo, se não haveria somente corpos morbidos pela região. - respondeu o primeiro idoso.
- Será que existe alguém que poderá portar a arma sem sofrer pelo poder? - perguntou o segundo idoso, um pouco mais esperançoso.
- Não sei... Talvez exista. Talvez nem tenha nascido ainda. - dizia o primeiro, sem um pingo de esperança.

Chrome conseguiu escutar um pouco da conversa enquanto se aproximava, mas decidia fingir que não tinha ouvido sobre a tal arma.

- Com licença senhores, houve um ataque de um grupo que estou atrás. Eles são extramamente perigosos e difíceis de derrotar. Como ainda há muitas pessoas vivas se não há nenhum shinobi por essa região? - perguntou a kunoichi de Kumo, o primeiro senhor olhou de forma estranha.
- Uma mulher, portando uma arma criada a muito tempo, conseguiu derrotar quem nos atacou. - respondeu o senhor.
- Como é essa arma? - perguntou Chrome diretamente, todos os três idosos olharam como uma cara desconfiada.
- Curiosa você, não? Tudo bem, a arma é um tridente, mas não vá se empolgan- - respondia o senhor, mas foi interrompido pela garota.
- Aonde está esse tridente? Soube de um homem que ele existe, e eu quero ver. - dizia de forma rápida a menina.
- Você não pode ser capaz de portar tal arma. - avisou o terceiro idoso.
- Não saberemos se não tentarmos. Cadê o tridente? - perguntou Chrome, de uma forma um pouco ríspida.
- Calma. Soube que ele foi guardado num templo, na última vila da estrada. - informou o senhor.
- Muito obrigada. - agradeceu Chrome já voltando a estrada.

A menina voltou a estrada com o intuito de achar logo aquele tridente. Apertava o passo e seguia caminho.

[...]

Passou algumas horas até Chrome chegar na última vila daquela região. Ela era diferente das outras, seu portão era mais resistente do que o portão de outras vilas. Podia se notar um grande edificio dentro da vila. - Será que esse é o tal templo do tridente? - perguntava-se. O estranho que em volta do edificio, havia pétalas voando. - Um jardim? - pensou Chrome ao ver aquilo.