Meus passos eram rápidos, meu corpo dançava, e minha mente agitava. Todos os meus sentidos pareciam apurados, tal qual a euforia do momento me fizera esquecer-me de todos os meus ensinamentos básicos de controle psíquico, deixando-me inerte no estágio de exaltação. Todavia, a missão ao qual eu fui designado precisava desse sentimento 一 e precisava, mais do que tudo, de agilidade. Dever-me-ia ir para o portão de Konohagakure, localizado ao sul do vilarejo. Sozinho, seguia devaneando pelos problemas que teria que passar neste missão tão importante.

Em poucos minutos, alcancei com minha vista o portão. Com a visão, não consegui vislumbrar sequer uma pessoa 一 nem civis, nem inimigos 一 estava apenas o vazio, instalado na atmosfera um prognóstico de surpresa. Os olhos arregalaram. Não podia ficar desatento, muito menos baixar minha guarda. Após soltar um silvo de respiração, continuei a galgar em direção ao portão; concomitante à que eu me aproximava cada vez mais.

Quando fui totalmente banhado pela sombra projetada através do monumento, pude sentir algo. Talvez eu posso algum ser sensitivo, talvez não. Enfim, acima de tudo, eu sabia que algo estava errado. Com cuidado, apareci acima do portão, fixando meus pés na base de concreto que continha alguns kanjis, e arqueei as sobrancelhas, tentando avistar, ao fundo, algo que pudesse dar continuidade à minha empreitada. Não bastou muito esforço para que eu pudesse ver, à poucos metros, três homens evidentemente suspeitos. Trajavam vestes negras, mas estas não continham nenhuma indicação de qual vila eles serviam. Estavam aglutinados em um canto, esperando a hora certa para avançarem contra o Vilarejo Oculto da Folha. Tsc. Soltei minha respiração, abafada pela falta de oxigenação dos pulmões, e em seguida transitei para o solo. Eu já sabia o que ia fazer.

Rapidamente, realizei uma série de selos manuais, usando ambas as mãos. Terminando a sequência com o selo dragão, instantaneamente meu corpo afundou-se no solo, sendo consumido pela terra fofa e abrindo um pequeno buraco por onde eu havia passado. Já com a noção de onde estavam meus oponentes, segui reto em direção à eles, sem fazer quaisquer desvio. Após alcançar seus pés, usei novamente meu chakra para afofar a terra por onde eles pisavam, e em seguida, saltei em direção aos mesmos. 一 Rendam-se! 一 exclamei, colocando minhas mãos nas costas e sacando minha arma da bainha. Os homens assustaram-se, mas não deixaram de desarmar a formação. 一 O... o quê?! 一 retrucou um deles, fazendo uma pose de combate. O outro também se armou com a mesma pose, mas este usou um pouco de seu tempo para sacar seu soco-inglês. O último ficou atônito, no chão, esperando que seus aliados resolvessem o problema.

Pela forma do posicionamento dos oponentes, constatei que eles eram claros combatentes de Taijutsu, o estilo ninja que relaciona-se com a força física do indivíduo. Tendo isso em mente, refiz meus selos manuais e transmutei a densidade de meu corpo, fazendo minha pele de meus braços passarem a ter uma coloração escura como um monólito de obsidiana. Forcei um sorriso e o adversário atacou. O primeiro deles tentou um soco em minha face. Com velocidade gatuna, levantei o braço mais próximo e protegi-me da ofensiva. O outro, que se posicionava no meu lado esquerdo, tentou acertar um pontapé no meu peito, mas facilmente defendi usando o outro braço livre, colocando ele ente ao ombro. Os inimigos se assustaram. 一 Minha vez. 一 falei, ainda com o sorriso no rosto. Unindo as palmas de minhas mãos, invoquei novamente meu chakra para moldar quatro pilares de pedra, que surgiram do chão de maneira quase instantânea. Os pilares eram pontiagudos, e facilmente poderiam matar uma pessoa. Contudo, controlei-os para que prendessem as vestes dos inimigos 一 dos três, incluindo aquele que estava no chão 一 para que não fugissem. Com o ataque efetivado, vi-os tentando se libertar, mas pela altura em que se encontravam do chão, era difícil fugir 一 à menos que rasgassem as roupas, o que não aconteceu. Pouco tempo depois, ninjas de Konoha chegaram para acudir-me em minha empreitada. Agradeci-os, e deixei o trabalho restante com eles. Em seguida, saí da região, voltando para o centro urbano de Konohagakure.

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