I: Floricultura da Vila

Mais um dia de vida, mais um dia de trabalho. Saí de casa às pressas, levando comigo apenas minha bolsa de armamentos e a Hakkõ Chakura Tõ, embainhada em minhas costas. - Eba, minha primeira missão! Será que vou lutar contra bandidos? Será que vou recuperar algum item secreto? - Minha emoção era tanta que o caminho até o Gabinete do Hokage foi, ao meu ver, mais rápido do que eu esperava. - Yo! Eu vim pegar uma missão. - Enquanto falava com uma secretária, eu dava pulinhos de animação. A mulher entregou-me um pergaminho um pouco surrado e que, apesar da aparência, estava devidamente lacrado. Peguei-o, e fiz um aceno de despedida em direção à mulher, enquanto me retirava do local. "O que vai ser? Espero que seja capturar bandidos!"

- Cuidar..da floricultura de Konoha..Poxa. - Bem, acho que elevei bastante as expectativas que eu tinha para uma Missão Rank D, e esse foi meu erro. Bem, uma missão não deixa de ser uma missão. Fui em direção ao local, que aparentemente se chamava "Floricultura Yamanaka". Na frente da loja, haviam os mais variados tipos de flores: rosas, margaridas, alfazemas, além de outras várias que minha mente não era capaz de recordar, ou sequer havia ouvido falar. - Oni-chan?? Tem alguém aqui? - Abri a porta lentamente, colocando minha cabeça para dentro da loja. Meu olhar era de curiosidade, principalmente por nunca ter entrado em uma floricultura. Atrás de um balcão, havia uma garota, de longos cabelos dourados. - Oh, você chegou! - A expressão da moça foi de extrema felicidade, abrindo um grande sorriso gentil. Minhas bochechas começaram a borbulhar, ficando cada vez mais coradas. "Acho que estou apaixonado.."

Basicamente, a garota Yamanaka me disse que ela ia sair em uma missão, e tudo que eu deveria fazer era cuidar da floricultura por algumas horas. - Yosh! Pode deixar! - disse, me colocando em posição de sentido. A garota foi embora e, assim sendo, eu comecei a passear pela floricultura, olhando de flor em flor. O dia estava calmo, e aquele não parecia ser um "horário de pico" para a compra de flores. "Acho que não vou ter tantos problemas."

Subitamente, um homem rechonchudo e com um espesso bigode adentrou no estabelecimento. - Ooolá! Pode me dar uma coreopsis? - Assenti com a cabeça, dando um sorriso amigável. Mas..que diabos era aquilo? Eu não fazia a menor ideia! Finalmente eu me toquei que meu vasto conhecimento sobre flores não era tão vasto assim. "O que eu faço?" Eu estava prestes a ficar desesperado, até que vi minha salvação: um livro com todas as flores conhecidas. Abri-o na sessão da letra "C". - Coreopsis..Coreopsis..Yosh! - Era uma flor amarela, com um centro avermelhado. Peguei-a, entregando-a para o homem, que efetuou o pagamento sem hesitar, como se já soubesse o valor daquela flor. - Você me salvou! - O homem saiu da loja, às pressas, deixando-me novamente sozinho com as flores.

E foi assim que o dia seguiu: eu, lendo um livro de flores durante todo o dia, para que as compras fossem realizadas efetivamente. Horas se passaram, e a kunoichi já estava de volta. Eu estava consideravelmente cansado, e isso era perceptível. - Você é meu herói! - A garota se abaixou, beijando a minha bochecha. - T..Tenho que ir! - No mesmo instante em que minhas bochechas ficaram rosadas, eu parti para a saída, indo em direção ao Gabinete do Hokage, onde finalizaria a missão e receberia meu dinheiro.

II: Reformas da Vila

No dia seguinte, eu fui direto para o Gabinete do Hokage, onde pegaria outra missão. Abri o pergaminho na mesma hora que o peguei, para que não tivesse quebras de expectativa como da última vez. - Pintar muros? Tudo bem.. - Era uma missão deveras fácil, assim como a anterior. Bem, as missões faziam menção à minha força como ninja e, portanto, eu não podia reclamar. Peguei dois baldes de tinta branca, que eu levava pelo braço direito, além de um longo pincel. Seguidamente, saí do Gabinete, pronto para prestar serviços ao vilarejo.

Comecei pintando algumas poucas cercas. Os movimentos eram rápidos e inconstantes. Eu definitivamente não possuía coordenação motora para realizar uma tarefa como aquela. - Calma, Ruusaku. Pare de fazer na forma "à la caralho". - Dei uma respirada, para me acalmar. Em seguida, comecei a fazer movimentos ordenados, de cima para baixo, sempre mantendo esse padrão. Fiquei HORAS, fazendo aquele trabalho chato e sem graça, molhando o pincel na tinha constantemente.

Após um demorado período de tempo, eu retornei ao Gabinete. Minhas vestes estavam sujas de tinta, e eu aparentemente estava cansado. Eu somente peguei o pagamento da missão, guardando-o. Em seguida, fui para minha humilde residência, onde eu descansaria.

Leia-me:

Armamentos:

Part I: Rescue

Alguns dias haviam se passado desde que eu me tornei um Gennin. Já tinha aprendido alguns jutsus, descoberto tanto minha afinidade elemental quanto elemento secundário e, além disso, realizei algumas missões. Hoje não seria diferente: iria efetuar uma missão ou outra, treinar um pouco e descansar, e fazer exatamente a mesma coisa no dia seguinte. - Pera aí..O que foi isso? - Enquanto eu andava em direção ao Gabinete do Hokage, senti um tremor, como se algo abaixo de meus pés tivesse desmoronado. Minha expressão mostrava aflição, mesmo esse "tremor" podendo significar absolutamente nada. Movendo-me às pressas, adentrei no Gabinete. Eu tinha chegado na hora certa. Ou na errada, talvez, dependendo da má fé de algumas pessoas. - Yo. O que aconteceu?

Basicamente, uma mina subterrânea desabou, prendendo alguns trabalhadores. Minha missão seria resgatar os funcionários remanescentes, tendo que ser rápido. Afinal, a mina ainda corria o risco de desabar ainda mais. "Isso explica o tremor." Não economizei esforços, correndo na minha maior velocidade possível até o local em que a mina deveria estar localizada. Me..Merda! Aquela era a primeira missão que eu efetuaria onde a vida de inocentes estava em risco. Calma..Calma.. Isso não é motivo para ficar desesperado. Coisas ruins acontecem todos os dias e, mesmo assim, somos obrigados à bater de frente com esses desafios.

Só para se ter uma ideia, eu cheguei na mina subterrânea em pouco mais que quatro minutos. A entrada/saída da mina se localizava em uma ruela, quase um beco. - Ela passa por baixo de..Konoha..? I..Incrível. - Correr à uma elevada velocidade me desgastou um pouco, fazendo com que eu ficasse suado, principalmente em meu rosto. Ao menos, não senti nenhum tremor abaixo de meus pés, o que dava a entender que a mina não tinha desmoronado ainda mais. Fui me aproximando da mesma, mas tive uma surpresa não tão agradável: uma enorme pedra cobria a saída da mina. - Ei, vocês estão vivos? - Comecei a dar socos na pedra, como se fosse uma porta, esperando que alguém respondesse à minha pergunta. - No..Nos ajude!

Como havia pelo menos uma pessoa viva ali, eu estava disposto à salvá-la, não importa o que custasse. Só existia um problema: como eu iria retirar aquela pedra do caminho? Pelo tamanho e grossura, aquela rocha não parecia estar disposta a se mover com tanta facilidade. - Acho que eu vou testar "aquilo". - No momento em que proferi aquelas palavras, juntei as mãos, começando a efetuar selos. Em questão de segundos, uma espécie de manipulação Raiton surgiu em minha mão direita, sendo de um tom roxo. - Raiton: Shiden! - disse, levando minha mão em direção à pedra. Acho que eu enalteci a pedra um pouco demais: ela não era tudo aquilo que eu imaginei ser, cedendo ao meu jutsu Rank A sem nem dar para ao cheiro.

Feito isso, entrei na mina subterrânea. Algumas pedrinhas caíam na minha cabeça, mas nada que eu devesse me preocupar..Por enquanto, ao menos. - Oh, Deus! Você conseguiu! - O homem e alguns outros trabalhadores saíram correndo para a saída, deixando um homem, ferido, caído no chão. - Que belos amigos você tem. - Coloquei-o em meu ombro esquerdo, quando senti outro tremor. Oh, merda. "Run, Forrest, Run!" Saí feito um louco em direção à saída. Por sorte(cagada), a mina só desmoronou assim que eu e o homem que eu carregava já nos encontrávamos fora dela. - Vocês levam o amigo de vocês pro hospital. Eu estou ocupado. - Dito isso, fui em direção ao Gabinete do Hokage, para receber minha recompensa.

Part II: Cleaning

- Hã? Outra missão?! - Aparentemente, resgatar os trabalhadores na mina foi um "trabalho extra": claro, eu fui remunerado com o pagamento da missão e tudo mais, além dela ser contabilizada como missão concluída. Porém, como eu a havia realizado rápido demais, os superiores acharam que me dar um pouquinho mais de trabalho não faria mal algum. - Poxa vida..Essa sim é uma missão Rank D.. - De acordo com o pergaminho que me foi entregue, eu teria que fazer uma faxina na biblioteca de Konoha. Caramba..Será que não tinha outra mina desabando, não?

Eu até gostava da biblioteca, ainda mais por ser um local em que eu aprendi um monte de coisas. - Yo. - disse, para a secretária, mantendo certo desânimo em minha voz. Meus olhos se assemelhavam aos de um peixe morto: inexpressivos. A mulher me entregou uma vassoura, que estava praticamente brilhado, como se mal tivesse sido usada. Preservar o passado é algo interessante, mas não a poeira que o cerca. E falando nisso, havia MUITA sujeira/poeira na biblioteca. - É..Vai demorar..

Por mais que eu tentasse me esforçar, aquela missão não era interessante. Nem um pouco, pra falar a verdade. Tudo que eu tinha que fazer era varrer de um canto à outro o estabelecimento, à fim de limpá-lo. Vez ou outra, eu bufava de raiva, demonstrando minha inquietação em realizar aquele tipo de tarefa. "Direita..Esquerda..Direita..Esquerda.." O trabalho manual que eu efetuava com a vassoura, varrendo, se simplificava a isso: mover o objeto de um lado a outro. - Merda..Preciso fazer missões Rank C. - murmurei, pensando na possibilidade de realizar missões um pouco mais complicadas. A dificuldade aumenta o risco, mas diminui a sensação de algo monótono, por assim dizer.

- Acho que acabei.. - Dito isso, eu entreguei a vassoura para a secretária, e saí em direção ao Gabinete do Hokage. Após receber a recompensa pela missão, eu fui em direção à minha casa, onde eu tornei a descansar.

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