Os humanos são seres tão estranhos, fadados a repetir os mesmos erros das gerações anteriores e passar estes mesmos erros para frente. Meu pai nunca conseguiu controlar bem a habilidade de nosso sangue, o Shakuton pulou sua geração mas se manisfestou com força na minha vez. O problema? Meu pai nunca aceitou isso muito bem, sempre supus que fosse a super proteção paterna, mas naquele dia descobri que se tratava de simples inveja. Aquela noite eu acordei e não sabia onde estava, havia me deitado em minha cama mas acordado em uma especie de altar cercado por pessoas encapuzadas com mantos brancos, parecia com o céu mas o céu é lugar de santo. O cheiro que me rodeava era o de medicamentos, pomadas e coisas do tipo quando tentei falar percebi a mordaça em minha boca. Um dos encapuzados se aproximou, sob a luz fraca proveniente de velas do local não consegui identifica-lo até que ele fala-se.

-Sabe filho, você nasceu com um poder dos deuses, mas você ...- Ele fez uma pausa e deu mais alguns passos em minha direção, quando suas mãos baixaram seu capuz pude ver o rosto de meu pai, pintando com desenhos tribais -Você me parece desanimado com a vida, e desse modo não vai conseguir controlar seu poder. Hoje vai ter duas opções, sentir dor para continuar com o calor em suas veias ou simplesmente me dar seu poder sem nenhuma dor.- Aquelas palavras pareciam facas cortando as linhas da realidade, não pude acreditar no que ouvia, era demasiadamente doloroso mas algo dentro de mim se tornou ódio, e aquele ódio me fez dizer palavras que nunca imaginei que diria, muito menos ao meu progenitor -Seu velho de merda! Acha mesmo que vou te dar meu sangue? Vai em frente faça oque quiser comigo, e eu vou queimar cada um de vocês!- Claro que naquele momento a mordaça que se encontrava em minha boca já havia sido removida.

Os capuzes começaram a cair assim que terminei minhas falas, eram todas pessoas da minha família, primos e tios que eu não via fazia muito tempo, e agora aqueles merdas estavam ali para um ritual macabro -Suas palavras me alegram sobrinho, mas vai se arrepender delas logo mais.- Quem falou dessa vez foi meu tio Yoshi, um velho enrugado e mirrado cheio de tatuagens tribais, e sempre me perguntava o motivo daquelas marcas mas naquela noite como ele me prevenia, eu me arrependeria disso. Meu tio se aproximou e atras dele minha prima Kazuki trazia uma bandeja de prata, eu tinha perdido minha virgindade com aquela vadia. Sob a bandeja pude notar tinta negra e oque parecia ser um pedaço de bambu com uma ponta de metal, alem de um pequeno martelo -Asakura, você recebera as marcas amaldiçoadas de nosso clã e com isso nossa kekkei genkai, Shakuton, se manifestara de forma mais forte em você!- Ele falou enquanto pegava o bambu e o molhava na tinha negra, naquele momento percebi que todo meu corpo estava amarrado.

A primeira pontada foi agonizante, a segunda pior e a terceira, fazia minha pele queimar como o fogo do inferno. Cada uma delas injetiva um pouco de tinta em meu corpo, meu braço direito foi o escolhido para começar mas quando eu olhava para meu tio e seu corpo 80% coberto, sabia que não iria parar ali. Depois fiquei sabendo que chakra era injetado junto da tinta para fortalecer as mascas, era um tipo de jutsu de selamento que liberava o chakra calor, mas naquele momento aquilo não passava da uma sessão de tortura para mim. Tortura pois dor era a unica coisa que eu conseguia sentir naquele momento, cada perfuração me fazia grunhir como um pouco antes de ser abatido, ou a corrida de uma animal selvagem antes de levar um tiro da morte. Quanto tempo eu fiquei ali? Quantas perfurações eu levei antes de desacordar? Pergunte ao merda do meu pai, ou ao tio que eu amava, ou a puta que tirou minha virgindade mas não mexeu um dedo para em ajudar naquele dia. Quando despertei novamente estava em uma sala totalmente diferente, estava em um sofá vermelho de veludo e pude notar uma musica de fundo, mas as dores por todo meu corpo ainda se encontravam lá.

-Vejo que esta melhor ..- A voz era doce e gentil, mas vinha das sombras. Kazuki, minha prima saiu de lá, não vestia mas o manto branco de horas -ou dias- atras, na verdade ela não vestia roupa nenhuma. Seus seios brilhavam, mas a imagem dela ajudando em minha tortura ainda me enchia de raiva -Sua puta, oque faz aqui?- Foi quando vi outra sombra se mexendo e depois outra, e uma após a outra todas as garotas adolescentes de nosso clã começaram a sair nuas de trás da escuridão. Kazuki se aproximou ainda mais, pude notar cada curva de seu corpo e no fim acho que ainda gostava daquela garota -Não fiquei bravo Asa. - Ela me chamava de Asa desde que eramos crianças, e somente ela fazia isso -Aquilo foi um ritual, e eu fui obrigada a participar. Meus pais ... Bem disseram que seria pior para você se eu não ajuda-se.- Ela se sentou ao meu lado e levou sua mão esquerda até minha perna, subindo aos poucos -Mas agora receber permissão para te compensar por aquilo.- E então começou, não entrarei em detalhes pois isso não é um filme porno, apenas um simples relato de como eu consegui as tão faladas tatuagens que cobrem quase todo meu corpo.

Depois daquela noite todos passaram a me olhar com outros olhos, as tatuagens traziam respeito para as pessoas dentro do clã, mas repudio e olhares estranhos. Mas o olhar que mais mudou foi o de meu pai, um olhar que veio carregado de orgulho pelo filho ter conseguido passar pelo ritual mais doloroso, mas tambem o ritual mais importante para aqueles que carregavam o calor, o Shakuton em suas veias. Honra e orgulho encheram o coração de um velho pai.

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