Oficina

No centro da vila, não muito longe do rio que cortava a paisagem como uma cicatriz prateada, erguia-se uma estrutura que parecia resistir ao passar do tempo com a obstinação de um ancião teimoso. A antiga forja do mestre de Jhin, agora reativada sob o olhar diligente do Hyuuga, era uma construção de pedra cinzenta, encardida pelo toque implacável das estações.

A construção era simples, mas robusta. As paredes de pedra se erguiam de forma austera, sem ornamentos ou pretensões de grandiosidade, mas exalando uma funcionalidade inegável. O telhado, ligeiramente inclinado, era coberto por telhas de argila desgastadas pelo tempo, algumas rachadas, outras manchadas de musgo, como se a própria natureza tentasse reclamar o local. Uma chaminé alta e grossa despontava como o pescoço de um dragão adormecido, expelindo de tempos em tempos a fumaça negra que anunciava que o coração da forja voltara a pulsar.

Na frente, uma grande porta dupla de madeira reforçada com tiras de ferro, outrora reluzentes, agora enferrujadas, servia como entrada principal. Em cada lado da porta, tocheiros desgastados prometiam iluminar a entrada durante a noite, como sentinelas de fogo. Um pequeno letreiro acima da entrada, trazia o símbolo do mestre ferreiro original: um martelo cruzado com uma lâmina "Skyforge".

Ao redor da forja, o chão era de terra batida, compactada pelos passos de quem ali trabalhou. Uma pilha de lenha cuidadosamente empilhada descansava ao lado, enquanto um bebedouro de pedra, provavelmente destinado aos cavalos, parecia ter sido negligenciado por anos.

Ao entrar, o cheiro familiar e enigmático de ferro, carvão e óleo saturava o ar, como uma trilha olfativa que guiava quem cruzava a porta para outro mundo — um mundo de fogo e criação. O interior era espaçoso, com o teto alto sustentado por vigas de madeira negra, algumas já mostrando sinais de desgaste, mas ainda firmes como se recusassem a ceder.

No centro da sala principal, reinava a fornalha, uma estrutura semicircular de tijolos vermelhos. O fogo crepitava em seu interior, suas chamas dançando como espíritos indomáveis, alimentadas por um fole robusto que parecia mais uma extensão do próprio Ferreiro. Em frente à fornalha, uma bigorna imensa repousava sobre um bloco de madeira grossa, suas superfícies repletas de cicatrizes que contavam histórias de lâminas forjadas e batalhas travadas.

Ao longo das paredes, ferramentas de todos os tamanhos e propósitos estavam dispostas em suportes de ferro: martelos, pinças, esmeris, limas e moldes, cada uma com seu lugar determinado, como soldados em formação. Um armário velho, mas funcional, guardava lingotes de metal, alguns comuns, outros com um brilho peculiar que indicava um valor maior.

No canto oposto, uma mesa de trabalho estava coberta com pergaminhos e rabiscos de projetos inacabados, alguns tão antigos que as bordas do papel estavam amareladas e frágeis. A luz do dia entrava por uma única janela estreita, tingindo o ambiente com um tom dourado que contrastava com as sombras profundas.

Havia também detalhes que revelavam a alma do lugar: um pequeno altar de pedra com uma vela solitária, provavelmente dedicado a um deus protetor dos ferreiros; marcas no chão, onde metal derretido outrora pingou, solidificando-se em manchas negras; e uma cadeira de madeira gasta, ao lado de uma caneca de cerâmica rachada, que parecia esperar o retorno de seu dono original.

Agora, sob os cuidados de Jhin, a forja pulsava com um vigor renovado. Embora carregasse o peso do passado, estava clara sua transformação em algo novo, uma extensão do próprio Hyuuga, onde o aço e o chakra se uniriam em criações únicas e imortais. A forja não era apenas um lugar de trabalho, mas um refúgio e um altar de criação, pronto para testemunhar os feitos de seu novo mestre.

Matéria Prima:

Diagramas Aprovados:

Diagramas Fabricados:

Sistema de Oficinas & Lojas;
Sistema de Matérias Primas;
[NPC Semanal] Grande Mercador;
[CI] Jhin

Jhin atravessou o limiar da forja, a pesada porta de madeira rangendo em um protesto prolongado, como se fosse um aviso ao novo ocupante de que o local carregava suas próprias memórias e vontades. O Hyuuga permaneceu parado por um momento, os olhos perolados varrendo o espaço com uma atenção meticulosa, tomando nota de cada detalhe — da fuligem acumulada nos cantos ao brilho opaco das ferramentas deixadas para trás. O silêncio dentro do local era quase palpável, quebrado apenas pelo leve zumbido do vento que encontrava as frestas na madeira envelhecida.

Ele depositou os minérios com cuidado sobre a mesa principal, o som surdo dos lingotes ecoando pelo espaço como um juramento silencioso de produtividade. Cada peça era inspecionada brevemente antes de ser organizada. Ferro bruto, aço refinado, pequenas quantidades de materiais mais raros que ele não ousava desperdiçar sem um propósito claro. Ele os separou em prateleiras que precisavam ser reforçadas, sua mente já trabalhando na forma como o espaço deveria ser transformado.

Jhin retirou a parte superior de sua túnica, revelando o físico esculpido pelo rigor do treinamento e a disciplina de um Hyuuga. Pegando um pano velho e uma bacia com água que ele mesmo trouxera, começou a esfregar a fuligem acumulada nas paredes da fornalha. Cada movimento era deliberado, quase cerimonial, como se ele estivesse apagando as marcas de um passado que não lhe pertencia para, enfim, moldar algo que fosse inteiramente seu.

O suor começou a escorrer pela testa, misturando-se à sujeira e à poeira que se levantava. Ele ignorou o desconforto; o trabalho físico era uma meditação para ele, uma forma de esvaziar a mente e se conectar ao ambiente. Quando terminou, a fornalha voltou a exibir sua cor original de tijolos vermelhos, pronta para ser reacendida.

Voltando-se para as ferramentas, Jhin começou a avaliar cada uma. Algumas estavam tão desgastadas que não valiam a pena serem mantidas. Essas, ele descartou em um canto, já pensando em derretê-las para criar algo novo. As que ainda podiam ser utilizadas foram meticulosamente limpas e colocadas em ganchos ao longo da parede.

Ele parou por um instante diante de um velho martelo, seu cabo marcado por anos de uso, mas ainda funcional. Passou os dedos pelo cabo como se pudesse sentir os ecos do mestre que o utilizara antes dele. Com um leve aceno de cabeça, colocou-o no lugar mais central, um gesto de respeito e reconhecimento.

O centro da sala exigia atenção especial. Ele moveu a bigorna para uma posição estratégica, onde pudesse trabalhar sem distrações. Em seguida, reforçou a base com tábuas de madeira que ele mesmo trouxera. A mesa de trabalho foi limpa e reorganizada, com pergaminhos novos substituindo os antigos rabiscos deixados para trás. No armário, as prateleiras foram reforçadas com placas de ferro, garantindo que suportassem o peso dos materiais mais densos.

Jhin ajustava cada detalhe com a paciência de quem sabia que a perfeição vinha nos pequenos gestos. Até mesmo a cadeira gasta no canto recebeu atenção. Ele a lixou, retirando lascas que poderiam ser incômodas, e a posicionou ao lado de um pequeno banco para descanso.

Com o ambiente finalmente pronto, ele se voltou para a fornalha. Pegar o primeiro punhado de carvão e lançá-lo à estrutura trouxe uma estranha sensação de simbolismo. Ele ajustou os foles, os braços se movendo em um ritmo constante enquanto o fogo começava a ganhar vida. As primeiras chamas iluminavam o espaço com um brilho quente, lançando sombras que dançavam pelas paredes de pedra e madeira.

A fumaça subiu pela chaminé como uma oferenda aos deuses do ofício, e Jhin sentiu um raro momento de satisfação. Esta era agora sua forja, seu espaço. Cada centímetro dela representava sua dedicação e propósito.

Ele ergueu um dos lingotes de ferro, sentindo seu peso na mão. Não forjaria nada ainda. Isso era para outro dia, um momento em que pudesse dedicar corpo e alma ao trabalho. Por enquanto, ele simplesmente ficou ali, observando o fogo e ouvindo o estalar do carvão, como um guerreiro que acabara de afiar sua lâmina e agora contemplava a batalha que viria.

O vento lá fora uivava, mas dentro da forja havia apenas o calor do fogo e o silêncio do aço esperando para nascer.

Considerações: