Tonalidades de escarlate tremeluziram sobre o oceano infindável, dando fim as silhuetas tão parecidas com os entes queridos da princesa de Lucis. Naquele momento, tornaram-se novamente lembranças de um passado distante, mas que diferente de antes, já não causavam dor ou culpa a kunoichi. Calmaria envolvia seu ser com uma plenitude sem igual. Esboçou, por fim, um sincero sorriso entre os lábios úmidos, marcando uma eterna despedida para com aqueles que um dia fizeram parte de sua vida. Em meio ao vazio vermelho, sentiu novamente os pelos molhados da besta lhe envolvendo, mas desta vez, não haviam intenções de lhe obstruir os movimentos. Presa sobre as garras de Kurama, Mordred percebeu que seu corpo se elevava aos poucos, deixando o vermelho e então retornando ao mero vazio escuro. Dali, continuou subindo, vagarosamente, até que o corpo emergiu novamente. Quando a nove caudas a libertou, caiu sobre os joelhos, os músculos doloridos e a mente confusa demais para formular pensamentos. Tossia fortemente, com líquido negro escorrendo as madeixas douradas, o rosto e o canto dos lábios. Um incômodo latejante espalhara-se no canto da cabeça, suficientemente problemático para que a Shinigami pusesse os dedos nus sobre o local para em vão tentar amenizar a dor. O líquido escorreu-lhe através dos braços, queixo e pernas, até que apenas a sensação úmida tomava conta de seu corpo. Kurama prostrava-se próxima, os enormes apêndices repousando através de ambas, como uma concha.
— Se queria me ensinar algo, podia apenas ter me dito de uma vez, idiota. — Ofegava um pouco, mas o tom das palavras não detinham nenhum ódio, tampouco era uma declaração de guerra. Pelo contrário, ao final da sentença, uma risada cansada ecoou pelo ambiente macabro, um contraste entre a situação em que se encontrava e a graça que havia visto em tudo aquilo. Compreendera, finalmente, a decepção de Kurama e por isso, em vez de odiá-la, decidiu que teria de agradecer por se mover para lhe ensinar toda aquela lição. Sentia que já havia caminhado por uma longa jornada de amadurecimento, mas com as palavras de Kurama, depois de enxergar a si mesma sobre o reflexo dos olhos sinistramente avermelhados da fera com cauda, sabia que ainda havia algo mais a se fazer. O corpo foi novamente tomado pela fera, mas Mordred pouco caso fez, permitindo-a fazer o que era necessário. Kurama elevou-se com um salto e através da gravidade, seu corpo desceu, como uma bomba contra o lago, afundando tão depressa que em instantes, seu corpo já não era visível sobre a superfície.
Milhares de bolhas se formaram com a submersão repentina, ao passo em que a água na superfície dançou sobre a forma de grandes tsunamis que se dispersaram momentos depois. O corpo de Mordred e de Kurama desciam apressados o oceano pecaminoso, findando novamente na profundidade do escarlate, mas vez de pararem por ali, continuaram a se aprofundar mais e mais. Mordred já não era capaz de mensurar o quão profunda estava, pois alguns longos minutos já haviam se passado desde que haviam mergulhado. Cristais de gelo mais densos formavam-se sobre sua pele, as sobrancelhas congelaram e os lábios, racharam com a dormência e a dor de um frio dolorido. Os braços cobertos por tiras de roupas vermelhas cobriram um ao outro, apertando a si mesma como forma de amenizar o frio. Sentia-se como se mergulhasse em um rio no inverno, o calor da vida tornando-se uma chama congelada e morta. Por fim, em meio a escuridão de um vazio infinitamente mais escuro que a própria noção do preto, destacava-se apenas os olhos felinos, agigantados e vermelhos de Kurama, a fitar a Kunoichi. O incômodo sobre a cabeça havia passado, mas uma estranha sensação, como se a maldade circundasse seu corpo, havia se instalado. Não gostava de estar naquela profundidade.
Mordred, instantes após acostumar-se com a profundidade, decidiu vislumbrar os seus arredores. Já não havia tanto do negro, pois a escuridão havia se moldado sob a forma de imagens desfocadas para outros, mas bem nítidas a princesa. Os olhos correram imediatamente a primeira delas, psicologicamente incomodados pela predominância de uma única cor.
Sinto-me como uma cega, dizia Mordred. Casas em madeira e cal sobre uma civilização envolta em ricas e verdejantes florestas. Sobre uma montanha ao fundo, rostos famosos que muito contribuíram pelo vilarejo mantinham-se um do lado do outro, como uma forma de lembrar aos shinobis daquela vila o que significa ser ninja. Mordred viu-se atraída, como um ímã, àquelas imagens. Teve vontade de esticar os braços o máximo que podia para tocar a penumbra, mas temia que tudo ruísse com seu toque, então não ousou o fazer. Em vez disso, permaneceu a contemplar as imagens. De súbito, para sua desgraça, o pior se sucedeu. Uma silhueta fantasma surgiu em meio aos becos mais escuros da vila, tomando vidas inocentes próximas e causando grande confusão.
O que? Não, espere! A mulher implorou, mas sua voz não era capaz de chegar aos ouvidos do algoz. Seus dedos organizaram-se sob a forma de selos de mão, ao passo em que um brilho negro se formou de seu corpo e então tomou a vila como uma grande redoma negra. Instantes se passaram e a redoma tornou a diminuir, encolhendo até que a única prova de que existiu era um grande buraco cujo fundo era longínquo de mais para os olhos acompanharem. A montanha dos Hokages encontravam-se em frangalhos, destroçada em ínfimos pedaços que se quer lembravam os rostos de pedra. Nem mesmo o som ousava ter voz ali. As mãos de Mordred tremiam descontroladamente, ao passo em que as lágrimas uma vez mais ameaçavam escorrer através do queixo. Levou os braços ao corpo, tomando as mãos o local onde deveria estar o coração. Pendragon lembrou-se da promessa que fizera a Shizuku; não a promessa de proteger o vilarejo, mas a promessa de seguir uma vida feliz e pacífica. Seus olhos fecharam-se, a dor no coração latejando e a tristeza quase, quase lhe envolvendo a alma novamente. Todavia, já havia amadurecido o suficiente para compreender, com uma calma fora do comum, que mesmo se algo como aquilo acontecesse, não era sua culpa. Deveria, entretanto, se assim desejasse, ter com os vivos que sobreviveram e então reconstruir a vila. Os mortos já não vivem sobre este mundo e portanto, não tem poder de interferir nas vidas de ninguém. O coração de Mordred se acalmou, mas este era apenas o primeiro dos testes.
O aviso de Kurama a despertou. Estava novamente sobre o oceano das lembranças. Embora sua mente desconhecesse o que viria a seguir, seus instintos lhe fizeram virar de costas, para uma outra direção. Sobre ela, percebeu o olhar apreensivo da besta de caudas, como se fosse importante para ela que a kunoichi passasse por aquele teste. Todavia, mesmo grata com a preocupação de Kurama, Mordred não esboçou sorriso algum, séria demais para seu próximo desafio. O mar tornou-se palco da dança de diversas ondas, de variadas formas e tamanhos, que envolveram-se, se afunilando uma sobre as outras até que um vórtex disforme. Da criação das águas, era possível vislumbrar um campo esverdeado, de grama rala e rodeado por montanhas geladas, cujo vento frios patrulhavam incansavelmente em busca de invasores. Sobre a grama, apoiada sobre pernas nuas e trajando um vestido cor de mar, uma criança de corpo delgado, pele branca como a neve e olhos amendoados. Os cabelos azulados combinavam com o vestido, escorrendo sobre os ombros como a mais bela seda. Tinha em suas mãos um punhado de flores, que arranjava sobre um buque.
Akemi Yuki, as bochechas de Mordred se avermelharam e um sorriso formou-se em seus lábios. Muito mais nova, mas dotada de um brilho resplandecente capaz de domar até mesmo a fera interior da princesa. Desta vez, mesmo se capaz de desfazer as imagens, o corpo de Mordred instintivamente tomou um passo para frente, apenas para que notasse a incapacidade de seus membros de se mover. Lembrou-se do ultimo teste e o pânico alastrou-se por sua mente.
— Não, por favor, pare, isso não, isso não! — Implorava como uma criança, despojada de todos os seus títulos e honrarias, pois de nada serviam se fosse incapaz de impedir tamanha atrocidade e crueldade. Os músculos forçavam-se, muito além das capacidades naturais da kunoichi, o bastante para que poros em sua pele secretassem pequenas quantidades de sangue. Mordred gritava, debatia-se e praguejava, forçando-se incontrolavelmente para que pudesse se mover.
Se mexe, inferno, rápido, rápido! em meio ao oceano, desta vez, a voz não sairia como de costume. Mordred vislumbrou nitidamente o caminhar vagaroso de uma figura sombria — a mesma que destruirá Konohagakure — sobre a retaguarda de Akemi. Tomou de suas vestes o aço frio de uma adaga, alisando-a com a ponta do dedo. Estudou a vítima a sua frente, esta que alheia ao perigo, não deu-se ao trabalho de se mover nem um pouco. A adaga avançou, não uma, mas dezenas de vezes, desmanchando o corpo delicado em trapos de carne e sangue irreconhecíveis. Mordred gritou em cólera profunda, a maior que já sentira desde a morte de Shizuku, blasfemando contra os deuses e jurando vingança. A voz de Akemi sussurrava palavras belas sobre seus ouvidos, mas apenas para que mais ódio se aprofundasse sobre o corpo de Mordred. Seus olhos tomaram tons negros e opacos, ao passo em que sangue negro escorria-lhe da boca.
Kurama!!!!!!!! Berrou, em fúria e desespero, procurando o socorro de sua companheira. Era incapaz de pensar, tomar decisões sensatas ou mesmo ter algo a dizer. A ausência de ar retornou, com a criança incapaz de sustentar a própria vida. Os dedos violentamente envolveram o próprio pescoço, ao passo em que a água negra invadia-lhe o corpo e a pressão gelada lhe tirava as sensações físicas do corpo. Mordred caminhava gradativamente ao abismo.
E foi quando no silêncio do oceano, a besta lhe tomou para si. A princesa sentiu seu calor, seu zelo e seu companheirismo e de certa forma, o ódio aos poucos caminhou para sua extinção. Era novamente capaz de respirar e a maturidade lhe afastara da tristeza, pois tinha plena consciência do que eram aquelas imagens. Entretanto, a proximidade com o falecer de sua alma gêmea e a terrível incapacidade de a proteger lhe trouxeram uma ira irrefreável que ela sabia que não poderia impedir. Os músculos ainda doiam devido a força exercida e a cabeça latejava intensamente. Atrás de Mordred, a imagem repetia-se incontáveis vezes, mas a mulher tinha medo de olhar novamente.
Eu não consigo. Mordred; HP: 2000, CK: 2850/2850.
Kurama; CK: 5000/5000
Kokorowatari; RES: 350
Amaunator MK II; RES: 350
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Piscina olímpica do caralho, eim. 5/10
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KokorowatariEspécie: Lendária.
Rank: S.
Descrição: Também conhecida como Kami no namida (神の涙, lit. Lágrima de Deus), esta é uma arma lendária de origem divina cuja existência foi mantida em segredo absoluto, sendo esta um tesouro sagrado e a única prova da existência do Deus coelho. Segundo a lenda, a Kokorowatari surgiu em um período de guerras sangrentas, quando a violência humana sobrepujou a dádiva do amor e só então fez-se necessária a intervenção divina. O criador, decepcionado com tamanho pecado de sua própria criação, permitiu que uma porção de sua essência caísse sobre a terra na forma de lágrimas. Essas lágrimas juntaram-se e através da essência divina, tomaram a forma de uma espada sagrada.
A Kokorowatari tem a forma de uma katana tradicional, de ornamentos brancos e trançados completamente pretos. Sua guarda é escura tal como os trançados, mas possui adornos de cor levemente mais clara que contam a história da criação da arma através de pequenos desenhos na área da guarda. A lâmina possui oitenta centímetros e é branca como a neve, tal qual lhe confere um brilho verdadeiramente incômodo em dias ensolarados. A tradição dos que já a empunharam é de que Kokorowatari é sempre posta do lado esquerdo da cintura.
Sendo uma espada divina cujo objetivo era parar guerras, a arma possui duas habilidades distintas que agem em prol de evitar conflitos. A primeira e mais interessante delas é a capacidade de, com o mero toque no adversário ou mesmo através do contato indireto, a espada toma parte do vigor do afetado e o transfere para seu portador, sendo essa quantia equivalente a um turno de Stamina por post. A segunda é uma forma mais ofensiva de evitar conflitos, pela qual a espada consegue destruir armas básicas completamente ao se chocarem com ela e também infligir um dano extra de 140 pontos de dano na RES das armas especiais a confronta-la.
KibaRank: S
Descrições: Kiba (牙; literalmente significa "Presas"): Espadas gêmeas que são imbuídas de um raio que aumenta seu poder de corte. Elas são ditas as espadas mais afiadas já forjadas. Elas também são chamadas de "Espadas de Trovão" (雷刀, Raitō).
Habilidades da Arma: Conhecidas como as espadas mais afiadas já forjadas, ao serem banhadas em eletricidade se tornam capaz de cortar qualquer coisa até uma vez por turno - Rank S. Podem em conjunto de um portador manipulador de eletricidade (afinidade ou perícia) lançar manipulações de Raiton de até Rank A.
Amaunator MK IIEspécie: Rara.
Rank: S.
Descrição: Inspirados pela deusa do sol que lhes presenteou com o fogo, os primeiros homens tinham agora o conhecimento para forjar as primeiras armas. Entretanto, a deusa logo notou a ineficácia nos primatas recém evoluídos em forjar e devido a isto, presenteou-os novamente, mas desta vez com uma das peças de sua coleção mais preciosa. A peça presenteada foi a Amaunator, a defensora.
Amaunator MK II é uma armadura completa, feita a partir das partes reaproveitadas de sua anterior, possuindo uma diadema de prata enegrecida em tons de rubro na região das têmporas que é capaz de transformar-se em um elmo fechado com chifres irregulares e com espaço para os olhos. A fortaleza móvel é predominantemente negra, com alguns detalhes vermelhos e ornamentada em tom violeta em diversas partes da armadura, além de uma leve semelhança com um vestido em sua região inferior. Embora de aparência robusta, fora feita sob medida para mulheres e permite os mesmos movimentos ágeis, furtivos e de malabarismos que ninjas costumam executar sem nenhuma queda em velocidade. Seu material não é muito pesado e por isso, é possível utiliza-la sem problemas caso possua ao menos dois pontos em força, mas é extremamente resistente, sendo uma parte importante para sua habilidade. A habilidade da armadura da deusa do sol é a resistência absoluta, podendo defender armas básicas e especiais sem diminuição da RES — e consequentemente, sem dano. É, entretanto, passível a ser destruída através de técnicas de rank A e força 5.