Escoltando Arte

Não estava muito animado com o fato de não terem solicitado meu pedido para treinamento Chunin. Alegaram que eu precisava me tornar mais forte e demonstrar mais empenho pelas questões da vila, fazendo missões, mesmo que simples. Apesar de entender completamente, fiquei decepcionado. Eu já me achava forte o suficiente, mas se precisavam que eu envolvesse mais, não havia nada que pudesse fazer que não fosse isso. Aproveitando que já me encontrava no gabinete do Hokage, pedi para um de seus assistentes que me designasse uma missão, evidenciando minha vontade de ajudar.

Satisfeito com isso, o garoto, não tão mais velho que eu, pegou um pequeno pergaminho e me entregou. Nele haviam algumas instruções sobre um famoso artesão de Konoha que precisava levar suas obras para uma vila vizinha no País do Fogo, mas que sofria constantes assaltas e por isso, precisava de uma escolta. Seu endereço não era muito distante e, por isso, não levei muito tempo para encontrá-lo. Quando cheguei, deparei-me com um senhor corcunda e carrancudo que reclamou de terem mandado um Genin para escoltá-lo. Entretanto, disse não haver tempo para mudança de planos e que devíamos partir logo. Me fez carregar grande parte do produzido e ele levou no colo sua pequena neta de 6 anos que não parava de perguntar sobre ser um ninja.

HP: 425/425
CH: 500/500

Escoltando Arte

O velho artesão e sua neta Michiko eram uma contradição ambulante. Como estavam andando colados um no outro, com Michiko no colo do avô, eu parecia estar caminhando com uma quimera de duas cabeças tagarela. Uma delas perguntava sobre o mundo ninja e se estávamos chegando no nosso destino, numa voz tão aguda que, provavelmente alertaria possíveis ladrões. A outra, por sua vez, repreendia a primeira, mas não num tom menor, deixando a situação cada vez mais desconfortável. Pelo fato de estarmos emitindo tanto som e minha visão comum ser prejudicada por ter apenas um olho funcionando, ativei meu Byakugan para ter uma visão mais ampla e que me permitisse enxergar mais longe, buscando evitar grandes surpresas.

Meu contratante começou a se portar comigo de maneira rude, fazendo com que eu me voltasse pra dentro e ignorasse o que ambos falavam. Entretanto, num momento de descuido, o artesão pisou num pedaço de raiz que além de rachar com o peso do velho, fez com que ele caísse e derrubasse junto a sua neta. Pus as caixas no chão, preocupando-me com seu conteúdo e me dirigi a dar assistência ao homem, que pela idade já aparentava ser bem frágil. Ele havia ralado as mãos no chão na tentativa de amortecer o impacto, mas nada que fosse muito grave.

Enquanto nos preocupávamos com isso, meus olhos perceberam uma presença que aumentava. O homem, que eu não sabia ser um inimigo ou um viajante, ficou parado numa árvore. Parecia se esconder de nós. Fingi que não podia o ver e continuei ajudando o artesão, para tentar entender quais eram suas intenções. Ele, provavelmente pensando estar num momento de vantagem, lançou rapidamente uma técnica de fogo que não aparentava ser muito poderosa. Respondi o ataque me virando e utilizando Katon: Bakufū Ranbu, lançando da boca um jato espiral de fogo, fazendo com que as pequenas chamas dele colidissem com as minhas.

Não era só aquilo, contudo, que o homem havia preparado. Por detrás de seu ataque de fogo, duas kunais com selos vinham em nossa direção. Utilizei Jūkenpō Ichigekishin, uma técnica que expulsa chakra dos Tenketsus para criar uma espécie de vácuo, nas duas mãos e mirando-as contra as kunais, na esperança que fossem longe o suficiente de onde estávamos.

Não tinha certeza de como prosseguiria, mas estava me preparando para chamar alguns clones das sombras pra me ajudarem nesse confronto.

HP: 425/425
CH: 445/500

Jutsus:

Escoltando Arte

O bandido assustou-se. Não permaneceu ali nem por um segundo. Não quis ir atrás dele. Mais proveitoso seria chegar logo no destino e evitar novos encontros desprazerosos. No restante da viagem o velho não disse uma palavra. Parecia refletir sobre o que havia acontecido. Sua neta, entretanto, não parava de me elogiar e dizer o quão admirada estava com minhas habilidades. Era engraçado. Era também satisfatório. Foi por isso que eu havia me tornado um ninja. Proteger aqueles que precisavam de ajuda.

Não demoramos muito a chegar. Uma comitiva esperava pelo meu cliente e sua arte. Aparentemente ele era bem famoso por aquela região. Quase não tive tempo de despedir-me. Michiko, contudo, furou a multidão e correu para me dar um abraço de despedida. Disse no meu ouvido o que seu avô havia lhe confidenciado, mas não tinha coragem de dizer pessoalmente: "Obrigado, você é um grande ninja!" O senhor carrancudo apenas se despediu de mim com um aperto de mãos e entregou o dinheiro. Partiu dali sem olhar pra trás. Eu sorri e voltei pra casa. Estava feliz que não me importava tanto de ainda ser um Gennin.

HP: 425/425
CH: 445/500

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