Acubens acordou com toques na porta. De seu conhecimento, Al Tarf não voltaria tão cedo para a vila, então quem poderia ser? Um homem desconhecido ao garoto lhe entregou um pergaminho e deixou o recinto, seu conteúdo era até importante, mas o que mais importava ali para o menino era seu sono interrompido, principalmente depois de um dia exaustivo de treinamentos.

– O que esse velho quer a essa hora da noite? Pelo amor de deus... – Resmungou enquanto tirava seu pijama e colocava suas roupas de costume.

O sobretudo marrom de Acubens estava mal abotoado, sua bota, mal amarrada, o que lhe rendia alguns tropeços enquanto caminhava sonolento e devagar em direção ao gabinete. A brisa fria da noite deveria aos poucos acordar o garoto, porém o molenga sequer dava um sinal de que seu sono se esvaía.

– Acubens se... Uaahh – Bocejou o genin, interrompendo sua fala – Apresentando. Droga, nem tomei banho... Eta, eu falei isso alto? – Completou sua apresentação.

A sua frente se encontravam o grande Hokage e uma mulher misteriosa, que imediatamente despertou o garoto. "Igual as revistas do velho!" pensou o genin ao olhar a beleza exuberante da mulher.

– Belos olhos, moça – Disse com um sorriso de orelha a orelha.

Bolsa de Armas(20):

— Escuta aqui ô sua putinha... — Acubens se interrompeu e foi para o lado de fora do gabinete.

Lá, ele esperou que a mulher saísse para que ele pudesse fazer sua escolta rumo a seu destino. Tudo o que ele queria era voltar para sua cama quentinha e dormir abraçado com seu travesseiro embaixo de seu aconchegante edredom, mas tinha que fazer a escolta de uma mimada, não havia escolha, ou cumpria seu dever como ninja da folha, ou poderia até mesmo ser acusado como desertor. De qualquer forma, assim que a mulher saiu do gabinete, ele a seguiu, sem falar nada e com um semblante emburrado.

Ao cruzarem o portão da vila, ele tinha a certeza de que seria uma longa viagem até o país do arroz, a terra natal da atriz. Seguiu viagem sem nem mesmo abrir a boca para soltar uma palavra, somente bocejos de tédio enquanto acompanhava o cocheiro na parte dianteira da carruagem, atento na medida do possível a qualquer ameaça que se aproximasse. Acubens sentiu que estava sendo observado, seria possível que na trilha tivesse algum tipo de armadilha? Talvez, era melhor não arriscar.

— Eu vou na frente, tio. — Anunciou ao cocheiro, que assentiu ao garoto e seguiu viagem após Acubens sumir da vista do condutor.

A estratégia do garoto era se esconder na copa das árvores e avaliar de longe a situação da carruagem, de cima, teria uma vista privilegiada do caminho e de inimigos em potencial. Acubens pulava de copa em copa seguindo a carruagem, até perceber algo reluzindo a luz da lua no chão, era quase imperceptível, mas a nomenclatura daquilo era universalmente conhecida e o jovem gritou.

— Armadilha! Para! — Gritou saltando da copa das árvores e se pondo em frente a carruagem, assustando os cavalos.

O cocheiro conseguiu controlar os cavalos e a poucos centímetros de acionar o gatilho da armadilha, mas era tarde demais, os construtores da armadilha já haviam sido acionados pelo grito do garoto, que não se surpreendeu tanto com a aparição dos malfeitores, que no total somavam três.

— Opa, beleza? Bora conversar? — Perguntou sarcasticamente a fim de evitar um combate.

Em vão, pois os bandidos investiram contra o genin que não viu outra saída a não ser lutar.

— Vocês são petulantes, hein... — Provocou o genin sacando de sua bolsa ninja três shuriken.

As três armas tinham endereço certo: o centro da testa de cada um dos bandidos, na mente de Acubens, havia um alvo desenhado e não houve dificuldade para que ele acertasse em cheio os bandidos, que caíram mortos com suas cabeças perfuradas.

— Foi legal, vai. — Ironizou Acubens retirando as shurikens ensanguentadas dos cadáveres.

A viagem tinha seu fim pouco tempo depois e Acubens regressa à vila são e salvo, indo direto ao gabinete para retirar sua recompensa e depois para sua casa, onde teria um merecido descanso.

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