遺産 -Isan-A neblina estava mais densa do que o convencional do país naquela noite. A última noite de inverno é sempre a pior, dizem. O menino nunca acreditou em tais falácias, ele preferia aceitar que apenas as coisas que ele concluía eram corretas, pois assim ficava mais fácil de aceitar o mundo. Ainda não havia contado aos superiores - como havia prometido fazer dois anos antes - que estava de volta, mas não era simplesmente pelo fato de ser, nas palavras dos outros, um jovem rebelde e sim por ter assuntos inacabados para resolver - e se ele esperasse pelo auxílio dos membros da aldeia, jamais poderia completá-los.
O vento assoviou e abateu-lhe os cabelos bagunçados e soltos, sem nenhuma proteção de testa. Passara a andar sem ela pela saída da vila, achava que poderia trazer problemas se não fizesse assim. Seu corpo estava coberto por um manto negro que alcançava até acima dos tornozelos, fechado não revelava nada de sua nova aparência mas ainda assim a largura de seus ombros denunciavam um homem mais forte do que aquele que havia ido embora da aldeia. Estava no topo de uma colina na direção da aldeia, mas não era para lá que ele iria; era em uma direção oposta e, portanto, ele deu meia volta em um profundo suspiro que derramou para fora da boca e das narinas uma sutil nuvem de fumaça gélida, partindo então para o seu real objetivo.
Talvez no passado o frio fosse lhe incomodar àquela altura da noite, talvez no passado ele não tivesse a coragem suficiente para ir onde iria, mas enquanto ele atravessava as árvores do bosque frio e escuro do país, ele teve certeza que ele era uma pessoa completamente diferente da que era no passado. Dois anos haviam se passado e ele aprendera muitas coisas, mas principalmente a focalizar a sua mente e se tornar, assim, mais forte - ainda que a sua personalidade, em essência, continuasse a mesma.
Minutos de caminhada por entre o bosque e mais uma vez ele parou, desta vez deixando o som afiado das bainhas se batendo por debaixo do manto sombrio, ainda que este mantivesse-se sem revelar a fisionomia nova do menino que todos chamavam de Valete. Ali, quando ele parou, uma nova rajada de vento, mais forte do que a anterior, fez questão de arrancar-lhe os cabelos que insistiam em cair sobre os olhos, permitindo-o uma visão ampla de onde estava chegando; o seu objetivo, a sede da falecida organização Naipe.
Nada estava como era antes, assim como ele. Musgos subiam e se grudavam às paredes rachadas e deterioradas pelos tempos. Árvores haviam nascido ao redor do local e agora os seus galhos e cipós se enroscavam pelas torres da construção naturalmente gótica - nem mesmo os vidrais que permitiam uma iluminação esplêndida em seu interior restaram, estavam todos quebrados, devastados como se invasores, humanos ou não, tivessem estado por ali. Mas ainda que a cena trouxesse um tufão de lembranças, a frieza no olhar dele não mudou em absolutamente nada e uma nova formação de nuvem e gélida se formou em frente aos seus lábios quando, fechando os olhos gentilmente, ele retornou a caminhada, agora em direção ao local abandonado.
Evitando de se mostrar por demais, qualquer que fosse o seu motivo, o jovem não ousou desembainhar nenhuma de suas espadas para podar cipó ou raiz alguma, preferiu usar apenas os braços empurrando-os para fora de seu caminho como se não fossem nada, ainda que para tal feito uma incrível forte fosse necessária. Os seus braços, ainda assim, sequer demonstravam se esforçarem demais - e, apesar de aquilo ser incrível aos olhos normais, não era nada demais para uma pessoa como ele.
A entrada da construção estava parcialmente destruída, ele precisou apoiar-se em uma rocha coberta por musgos para pular ao lado de dentro do local. Uma brisa docemente melancólica invadiu-lhe o olfato, impregnou-lhe o coração e acendeu uma chama ainda mais intensa do que outrora em sua mente. Memórias vieram como diversas kunais disparadas por centenas de inimigos, perfurando-lhe todos os cantos do córtex cerebral onde a sua consciência estava presente, mas se dependesse de uma análise de sua expressão facial, provavelmente amígdala alguma era afetada pelos ataques certeiros do tempo. "Que seja", falou a si mesmo bocejando profundamente, acordando uma horda de morcegos que bateram as asas soltando grunhidos enquanto atravessavam a entrada e desapareciam no céu noturno.
— Há qualquer pessoa aqui dentro? — Indagou em uma frustrante tentativa de não invadir o novo lar de alguém. Em suas viagens, lembrava-se muito bem, conhecera pessoas que não tinham um verdadeiro lar e por isso se abrigavam em qualquer canto, apesar de ele sempre fazer piada com essas pessoas - que ele até mesmo chamou de amigas por um tempo - ele as respeitava e compreendia um pouco sobre o que passavam. Ninguém respondeu e ele avançou, os olhos sempre observando os arredores como se esperasse alguma surpresa a qualquer momento.
Caminhar por ali, ainda que não demonstrasse plenamente, com certeza estava mexendo com o seu coração - não a parte biológica dele, apenas a metafórica. Em breves momentos sentia uma angústia se formando, um nó que subia-lhe a garganta e desaparecia quando sacudia de leve a cabeça como quem afasta uma mosca.
Luzes pareceram dançar em meio aos corredores empoeirados, teias de aranhas se iluminaram e brilharam como se fossem cristais finos de gelo. Apesar de permanecer indiferente, sem nenhuma emoção esboçada, ele se moveu mais rápido, a sola de suas sandálias escuras se chocavam com tanta pressão que o som ecoou por todo o recinto do primeiro andar e, lentamente, o olhar dele foi ficando mais focado e concentrando até alcançar o fruto daquelas luzes: uma tocha acessa e pendurada na parede.
Ele não era a pessoa mais inteligente do mundo, porém havia aprendido poucas coisas com os homens que convivera durante os dois anos afastados da vila, uma destas coisas era sempre deixar uma tocha para marcar os caminhos que deveriam ser refeitos para ir e vir dentro de uma nova morada. Poderia ter apagado as chamas com facilidade, acabaria com o jogo e teria mais chances posteriores de aprisionar uma possível vítima, contudo não pretendia revelar ainda que estava ali e acima de qualquer suspeita, poderia simplesmente ser uma pessoa sem família alguma para acolher - e para isso uma sentença de morte não fazia o menor sentido.
Assim ele seguiu vasculhando as ruínas, entretanto os seus passos se tornaram mais calmos e lentos, não queria assustar nenhuma pessoa inocente, afinal ele não estava ali com a intenção de causar um caos; mas causaria um se fosse necessário e com as pessoas certas envolvidas. Não havia em sua natureza, porém, um espírito vingativo como pareceria a alguém que observa de fora, nada disso. Ele simplesmente
precisava acabar com o que restara de seu passado, quase como uma obrigação ou uma missão auto imposta.
Ali dentro o frio pareceu ficar menos intenso à medida em que ele avançava e seu corpo pediu por ar, assim ele desabotoou poucos botões e o seu manto se abriu à altura da cintura para baixo, revelando as pernas torneadas em calças largas e azuladas, surradas, enquanto duas espadas se sustentavam no lado esquerdo de seu quadril, prontas para entrarem em ação, sempre estavam. Escadas surgiram para ele subir mais um andar, indiferente às tantas memórias que lhe envolveram como serpentes, ele subiu lentamente, quase se esgueirando pela parede, formando uma volta em espiral e parando um pouco antes quando viu, do outro lado do estreito corredor que se formava nas escadas, a silhueta de uma pessoa sendo refletida em forma de sombra, duas mãos erguidas e uma espécie de adaga em uma delas; e então, em um movimento firme, um grunhido humano de sofrimento surgiu e desapareceu em instantes.
Com a expressão indiferente que costumava sustentar, ele avançou com mais velocidade, sem se importar com a sonoridade de suas sandálias, a mão direita se agarrou ao cabo da espada roubada no evento chunin, puxando-a e revelando a lâmina firme e opressora com o gume afiadíssimo. Por um instante, porém, quando conseguiu ter uma boa visão da pessoa que ali estava diante dele, o seu coração paralisou como se a Morte se aproximasse.
— Oh, Jack-kun — um homem com uma máscara cirúrgica e cabelos negros lisos se virou para ele, borrifadas de sangue sujavam a máscara e o peitoral coberto por um jaleco branco com o símbolo da Naipe - uma fusão dos símbolos típicos de baralhos simples. — Faz algum tempo, não faz? Lembra-se de mim? — ele perguntou removendo a máscara com mãos enluvadas — Makita Hiroomu.
Hirako apertou os dedos no cabo da espada e desviou os olhos para o que estava atrás do homem; havia uma pessoa, agora morta, com o torso completamente aberto como em uma cirúrgia macabra, porém as partes de seu corpo estavam todas remendadas como se fosse encaixado e feito de diversas outras pessoas. — Pensei que a organização não funcionasse mais — ele disse firme, a espada mantinha a sua ponta na direção do cientista que agora derrubava a máscara no chão empoeirado como se não fosse nada, revelando uma boca completamente queimada que mostrava as gengivas podres e os dentes fragilizados, amarelados.
— Graças a você, não mais. Porém a ciência é mais forte, quer ver? — o homem disse de um modo tão debochado e provocativo que o menino sorriu. Ele se lembrava muito bem de Makita, um homem nojento que sempre falava sentir tesão pelos cadáveres femininos que via chegar, desejando impuramente profanar os seus corpos com a sua genital. Hirako não esperou nada acontecer e simplesmente avançou com a sua velocidade máxima, o braço se moveu em um corte fatal, mirava perfeitamente a jugular do homem, porém, quase como se ele fosse um shinobi de elite - e não era nada mais que um cientista - o pescoço dele pareceu repelir - ou qualquer outro membro - o ataque, fazendo-o recuar bruscamente o braço que estalou na altura do ombro enquanto ele se afastava em saltos.
— Pelo visto você se tornou um monstrinho, que triste, era bem mais bonito quando ainda tinha a sua boca, apesar de nunca falar nada — provocou sentindo ainda o braço vibrando pela defesa do cientista louco. Makita soltou uma gargalhada psicótica, sacudindo os ombros em meio a risada ele tocou uma das mãos sobre o tronco do cadáver e deu tapinhas, um brilho mesclado de azul, verde e dourado surgiu e o buraco começou a se fechar.
— Quem será que vencerá? Jack-kun ou o meu Stein? — ele perguntou e o corpo se debateu mais como em estado de convulsão. Hirako não era nenhum tipo de vidente ou sensor, porém sabia que algo de grande estava para vir pois a pressão inteira do ar no local pareceu se tornar mais densa. Instantes depois o cadáver se ergueu e se colocou sentado, virou-se e desceu ficando em pé; mas ele era bizarro demais para parecer real.
— Seu filho? Pois é feio como você — zombou com um sorriso amarelo quase em tom de susto. Stein como Makita havia chamado era um, aparentemente, homem de quase dois metros de altura, o braço direito era azulado de coagulação e era também mais extenso do que o esquerdo apesar do canhoto parecer mais roliço e forte - ambos se remendavam na altura do ombro. As pernas dele eram negras, fortes e reluzentes - ambos se remendavam na altura da virilha. Ele não tinha genitais apesar de estar nu, assim como um manequim ou modelo anatômico simplório e seu tronco era cheio de pelos ao passo de que a sua cabeça era a de uma criança de não mais do que doze anos - ela se remendava no pescoço.
Makita sorriu e a criatura avançou como se fosse uma máquina mortífera, tão rápida quanto o garoto que precisou se afastar em um salto para a direita enquanto a criatura acertava a parede e a destroçava por completo. Hirako não precisou esboçar emoção alguma para que o cientista soubesse que ele estava assustado com aquele monstro; por isso ele soltou uma risada debochada. Antes que percebesse o seu braço esquerdo ardeu e uma boa quantidade de sangue escorreu como se a esquiva não tivesse efeito algum. "Como ele me acertou? Tenho certeza que desviei", pensou e a fera avançou outra vez rugindo como mil leões.
Ginkui se prontificou na frente do golpe e o punho fechado da fera se rasgou até metade onde a lâmina se alojou para a surpresa do espadachim que sorriu debochado e deixou os gases de sua espada se alastrarem, movendo-a em seguida para liberar uma rajada de energia que rasgou de vez a mão de Stein enquanto o jogava para o outro lado do salão. Hirako balançou a espada fazendo menção de limpar a lâmina, mas o sangue permaneceu ali junto de seu sorriso; — Ele é mesmo um monstro como você, seu desgraçado — ele falou para Makita.
Stein olhou a mão decepada escorrendo sangue e encarou Makita que abanou para ele gentilmente. Hirako puxou o ar e se colocou em guarda, a criatura gritou ainda mais alto ao ponto das paredes estremecerem. "Espero que a minha Ginkui aguente todos os danos", ele pensou com uma gota de suor deslizando pelo canto do rosto e um sorriso amarelado surgindo. Então, para o seu terror, a fera surgiu em frente a ele como se usasse uma espécie de teletransporte ou uma velocidade absurdamente maior do que a dele, restou-lhe apenas arregalar os olhos antes de rolar pelo chão que a criatura descia os braços acertando e destruindo, porém nenhum destino adiantaria já que as rochas cederam e tudo desmoronou, inclusive Makita, voltando ao primeiro andar.
A queda foi terrível, mesmo com toda a resistência que Hirako possuía a batida de costas o fez tossir sangue e perder a visão por um breve momento, a espada se perdeu sendo lançada pelos escombros, ainda que o seu gás continuasse a vazar como um sinal de sua localização. Antes de conseguir se erguer, Stein o agarrou com um braço pela perna direita e o puxou deixando-o pendurado, a tontura piorou e o oxigênio que precisava pareceu ser cortado, fazendo-o começar a perder os sentidos.
"Eu vou mesmo morrer?", ele se perguntou sentindo o sangue escorrer pelo nariz, atravessando a testa e gotejando no chão. Makita chegou em frente a ele e se agachou, usava novamente a máscara cirúrgica e não parecia absolutamente nada mal. Apesar da máscara, ele sabia que o maldito homem estava sorrindo e isso o fez se lembrar de toda a infância... "Não".
Hirako respirou calmamente e pareceu que toda a tensão de seu corpo foi embora, o seu braço direito se moveu rapidamente puxando a espada e com um giro de corpo ele aplicou um único golpe que refletiu-se em três zonas fatais do corpo de Stein sendo cortadas ao mesmo tempo; um braço decepado, uma perna arrancada e a jugular destruída. Graças ao golpe, a fera tombou para trás afogando-se no próprio sangue e o menino se virou parando com os pés no chão e um olhar distante.
O homem diante dele não pareceu nada surpreso ou mesmo amedrontado, simplesmente ergueu-se e abriu os braços como se esperasse por um ataque; e Hirako estava determinado a presenteá-lo com aquilo. Em um avanço rápido, porém ainda sem nenhuma menção de emoção, ele balançou a espada em um corte horizontal que pareceu mirar na jugular de Makita, por um breve momento ele sentiu a lâmina da espada tombar com algo duro, porém o braço esquerdo do cientista e também a altura de seu ombro foram danificadas largando duas enormes borrifadas de sangue quando o jovem se afastou.
Makita arregalou os olhos e a pele de seu pescoço estava escurecida. — Então você desenvolveu algum tipo de habilidade contra lâminas? — Hirako indagou suspirando e limpando o sangue de sua espada com um balanço, o fio dela brilhou em prateado como a lua. — Infelizmente de nada adiantará diante da minha tempestade — falou com um olhar frio e mortal avançando em seguida com um ataque vertical que refletiu para cima no ombro já danificado, mas o esterno e o outro ombro se rasgaram deixando o sangue fluir como uma cachoeira, fazendo-o cambalear para trás, caindo.
— Seu monstro! — Makita gritou virando-se na tentativa de fugir, mas as memórias não paravam de passar na cabeça do garoto que suspirou ainda inerte em sua calmaria nata e respondeu-lhe: — Não, eu sou bem pior.
Em um avanço veloz, porém menos rápido do que os anteriores, ele desceu a lâmina da espada nas costas de Makita, causando-lhe três perfurações de uma só vez. O sangue jorrou para cima e o homem grunhiu de dor, estremecendo e caindo de vez com os braços e pernas abertas. — Nenhum de vocês tinha o direito de brincar com a vida dos outros, por isso estão mortos — Hirako falou e cortou um dos braços do homem com apenas um rasgo; Makita urrou de dor enquanto o membro rolava pelo chão.
— Eu não tenho interesse em matar pessoas, sabia? — Hirako confessou limpando mais uma vez o sangue da lâmina, aquilo fazia-o se sentir menos imundo pelo o que fazia; a lâmina, porém, logo desceu e arrancou o outro braço do homem. — Mas alguém como você
precisa morrer — disse enquanto o homem se debatia e revirava olhando profundamente na face do menino.
— Por favor, me dê uma chance — implorou em meio às lágrimas e Hirako arrancou-lhe de uma só vez ambas as pernas, limpando o sangue em seguida. Hirako então abriu o seu melhor sorriso debochado e disse-lhe provocando: — Vocês nunca deram chances aos outros.
Girando a espada na mão ele fechou a expressão e desceu de uma só vez a lâmina no centro do crânio do homem, estourando-lhe os ossos e atravessando-lhe o cérebro, matando-o de uma vez só e caindo ofegante de joelhos em seguida, sentindo-os se ensopar no sangue fresco que continuava a escorrer pelos membros decepados. "Acabou", pensou consigo mesmo e forçou a mão no punho da espada, erguendo-se com dificuldades, "finalmente acabou". Ele guardou a espada na bainha e apertou o braço esquerdo que ainda estava sangrando. Cambaleando ele buscou a sua outra espada e desativando-lhe os poderes, embainhou-a.
Ele estava pronto para ir embora quando ouviu um murmuro de dor, um sussurro de medo. Quase que por instinto ele se virou, pensou, na parte mais profunda de seu inconsciente, que fosse uma criatura perdida no meio do campo de batalha, porém era ainda pior, o choro vinha de Stein. Hirako andou lentamente até ficar de frente para o monstro que derramava lágrimas enquanto agonizava perto da morte, o olhar infantil que ele carregava na face de doze anos de idade atingiu os olhos do shinobi e lentamente a fera sussurrou: — Me... Ma... Te...
Hirako sentiu o coração apertar e fechou os olhos virando o rosto. Odiava demonstrar qualquer coisa, preferia ser visto como o durão incapaz de sentir qualquer coisa, mas no fundo ele sentia, para seu desprazer. Soltando o braço ele buscou na parte de trás de seu corpo, dentro de uma bolsa de couro amarrotada, uma kunai comum - e aquilo seria mais do que o suficiente, sabia disso pelo estado que Stein se encontrava.
— Perdão. — Hirako disse e sacudiu o braço penetrando a kunai no olho da fera, aprofundando até o cérebro, matando-a, porém ele não se abaixou e removeu a arma, nem mesmo encarou o resultado, ele apenas ouviu o ar se acabar no corpo de Stein e deu as costas indo embora para sempre do lugar.