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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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A flower that wishes to face the sun...

O mundo é como é. Todos seguem regras, e essas regras definem o mundo que vivemos. Nem mesmo a natureza contraria essa lei absoluta, isso inclui as florestas, o céu e, é claro, o Oceano.

Mesmo assim, há regras que existem para ser quebradas.
Anonymous
Convidado
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A chuva não parou. Em nenhum instante a tormenta cessou sua fúria naquela mulher, talvez uma punição adequada, talvez um infortúnio conveniente, mas independente da real causa, a vida daquela mulher estava no fim, com ou sem a tempestade para lhe atrapalhar. Ela sabia perfeitamente que não deveria viver, que não podia viver, mas também sabia que aquilo não se aplicava à recém-nascida em seus braços. Fruto da adulteração de uma jovem ingênua, podia se dizer que a criança nasceu de um clichê de filmes de drama, por assim dizer.

Mas a mulher, mãe por míseros dois dias, sabia que não era sua culpa. O peso do pecado não cairia sobre os ombros da cria do demônio,  mesmo que pra isso o próprio demônio deve-se morrer no processo. Forçado, talvez, mas era um sentimento genuíno criado pelo laço da mulher com a criança, algo que lhe fazia seguir adiante, até o começo do dia.

Pela manhã, a mulher encontrou seu fim em frente aos portões de um enorme templo. Sete de março de um ano desconhecido.

[...]

A manhã trouxe o sol, e o sol trouxe o despertar. O caloroso abraço matinal despertou uma garotinha de volta da terra dos sonhos, seus olhos refletiam satisfação ao ver a beleza do novo dia, repleto de uma aura positiva vinda da natureza. A pequena levantou de sua cama e revirou o olhar para encarar o quarto em que se encontrava. Era um espaço relativamente simples com uma cama infantil coberta por lençóis azuis, pelúcias rosas e diversas outras coisas que você encontraria no quarto de uma criança de sete anos.

A garota se espreguiçou e seguiu ao banheiro da casa, era consideravelmente perto dali, que fez o tempo gasto ser menos de um minuto. Lá dentro ela continuou sua rotina matinal, escovando os dentes e tomando um banho rápido para lavar a preguiça que ainda estava em seu corpo dorminhoco. O banheiro daquela casa era extravagante, por assim dizer, com uma banheira gigante e mil e um produtos higiênicos, mas talvez a estatura minuscula da criança em relação ao espaço fosse o motivo disto. De qualquer forma, a existência de mais cinco ou seis salões iguais aquele não possuía justificativa.

Assim, terminou suas atividades e se dirigiu até a cozinha para seu café da manhã. A enorme mansão que vivia possuía duas áreas: a casa da família Principal e a casa da família Secundária. Mesmo com a divisão, ambas eram gigantes, em principal pelo grande número de pessoas que precisavam abrigar, portanto, a Secundária possuía mais quartos e áreas de higiene. Necessário ou não, a pequena Umi não podia pensar nos conflitos que aquela divisão causava por sua idade, o que a tornava irrelevante nos acontecimentos do clã.

Além disso, havia também seu sangue mestiço. Obviamente ela não sabia os motivos, mas podia perceber a discrepância no tratamento que recebia de alguns adultos para com as outras crianças da Sōke e, em alguns casos, da Bunke. No futuro, ela se perguntaria o real motivo, mas a criança que seguia calmamente para fora após terminar o café da manhã não era capaz de pensar profundamente naqueles assuntos. Por fim, ela foi até o campo de treinamento.

[...]

Não passava das nove da manhã mas lá estava a garota de cabelos azuis, parada no centro da zona de treinamento exclusiva daquela mansão; era um dojo tradicional japonês, nada mais que isso, tirando é claro as inúmeras armas que eram guardadas em armários que ficavam em algum canto do salão. Alguns shinobis preferiam o combate armado, o que fazia-se necessário a presença daqueles itens ali.

Ela não estava sozinha, porém. Em sua frente, uma outra garota se mantinha a alguns metros de distância, enquanto dois adultos observavam as duas, ambos possuíam uma idade aproximada de quarenta anos. Um era o patriarca do clã, Shirobo Hyuga, a qual também tinha o título de Hokage, líder do vilarejo de Konoha. O outro era Renzou, um dos conselheiros do clã. O primeiro era rígido, ameaçador e extremamente conservador, enquanto o outro era um homem gentil que buscava ajudar a todos.

Um "comecem" anunciou o motivo de estarem ali. Era uma batalha entre as duas garotas para averiguar o desenvolvimento de ambas, algo corriqueiro naquela casa. Umi não sabia exatamente a personalidade da adversária pois nunca havia iniciado uma conversa com a mesma, mas seu nome, se ela bem se lembrava, era "Inoue". As duas assumiram uma postura de combate e avançaram uma contra outra.

Golpes voavam e bloqueios eram efetuados. A luta se mostrava acirrada, ambas as garotas não deixavam aberturas que a outra pudesse explorar, o que tornava difícil uma situação diferente da troca de golpes que acontecia ali. Desde o começo do embate, a pequena Umi se colocou na defensiva, aparando os tapas desferidos pela adversária e os redirecionando para outros lados, o que fazia com que Inoue respondesse com a outra mão e atacasse novamente, os reflexos de ambas eram bastante avançados, provando que havia pouca chance de aberturas serem deixadas.

— Tentem usar o Juken! — O homem albino disse, com um sozinho no rosto, claramente estava satisfeito com a batalha, o rendimento apresentados pelas duas combatentes era, no mínimo, satisfatório. Logo, era hora de julgar o quão bem estavam no estilo de luta do clã Hyuga. Mesmo que este fosse uma técnica que, sendo otimista, seria perfeitamente dominada apenas no final da estadia na Academia, o Hokage queria ver como as crianças se portavam naquele momento em uma batalha mais séria.

Inoue respondeu à ordem com uma mudança em sua aparência, seus olhos agora eram mais afiados e seu rosto era demarcado por veias; o Byakugan. Em contraste a isto, porém, não houve resposta igual da outra garota. Umi manteve o mesmo olhar de antes, o dourado usual que não era comum naquele clã. Estava subestimando a adversária? Obviamente não. A menina possuía uma conduta séria mesmo para sua idade, ela certamente não cometeria um erro tão arrogante assim. O real motivo era que havia algo a segurando, impedindo-a de levar aquela luta tão a sério quanto sua oponente.

Mesmo assim, isso não a atrasou. Por sua oponente ser menos experiente ou por ela ser mais habilidosa, seus golpes carregavam a mesma força que a usuária do Byakugan tinha, cada golpe era bloqueado com êxito e uma pequena onda de chakra emergia em resposta, repetindo a situação de outrora. Cada ataque era recebido por uma defesa à altura, o chakra que era enviado para ferir era repreendido por uma mesma quantia usada para afastar, e assim sucessivamente. Claramente a menina de olhos dourados possuía um melhor controle que sua oponente, nenhum golpe era desperdiçado em tentativas cegas de ataque e sim em defesas bem aplicadas que poderiam dar lugar a uma chance de contra-ataque.

Portanto, nenhuma gota de chakra era desperdiçada. Um assobio que elogiava a performance da criança ecoou pelo salão, o estilo de luta estava muito mais avançado e era claro que havia um treinamento adicional naquela postura, o Hokage pôde notar o esforço que fora feito, mas de sua boca nada saía, talvez profetizando o que viria a seguir.

Finalmente, um escorregão lhe deu a chance de avançar para um golpe. A postura da adversária fora comprometida depois de vários ataques bloqueados com sucesso, que lhe cansaram o corpo por fim. O deslize fora respondido com uma investida da palma de sua mão, que carregava uma pequena quantia de chakra que iria seguir até a região do pulmão da pequena Inoue, seria um nocaute perfeito. Se não fosse por...

A agilidade em se recuperar deu fim ao combate. Com um giro o equilíbrio de Umi se perdeu, vítima da rasteira que veio aos seus pés, que fez seu corpo ir de encontro ao chão e ser recebido pelo punho da adversária, que se encontrava frente à frente com seu rosto. Não era Inoue que era extremamente ágil, mas o ataque final que fora extremamente lento, até mesmo para os padrões de Umi.

— Eu sabia. — Uma voz insatisfeita ecoou pelo dojo. Era Shirobo, que expressava desaprovação ao resultado da luta, pois sabia exatamente o porquê daquele final ocorrer em primeiro lugar. — Ela é muito mais habilidosa em combate do que Inoue, mas perdeu não por auto-confiança ou arrogância, ela sabia muito bem que não precisava do Byakugan para usar o Juken, também sabia que a adversária iria sucumbir com o passar do tempo. Mas ela perdeu por um erro patético e negligente. — As palavras saiam como adagas, uma peculariedade do patriarca Hyuga, mas a dor era mais profunda pois a garotinha sabia muito bem o motivo daquele resultado, o que lhe deixava frustrada. Ela...

— ...não queria ferir o oponente. — Lá estava, seu erro que poderia ser considerado ingênuo e simplório, mas que aconteceu do mesmo jeito e que lhe havia feito receber aquele sermão em primeiro lugar.

— Estava claro que o último golpe foi absurdamente mais lento que os outros, era óbvio que ela teria tempo para reagir e é óbvio que ela não iria perder a oportunidade. — Sim, estava tudo certo. A garota desacelerou o próprio golpe por pura vontade para dar chance da adversária esquivar, pois sabia que a dor que iria infringir seria insuportável e como era desnecessário causar algo assim sem razão aparente, esse era seu maior erro.

— Esse esforço e essas habilidades não lhe servirão de nada se você não conseguir lutar por um motivo tão estúpido assim, você só está sendo presunçosa com seus adversários achando que não deve machucá-los, um erro assim te torna indigna desses olhos.

Ela estava prestes a chorar, tanto pelas palavras que dirigiam-se a ela tanto pela verdade que as mesmas palavras carregavam. Ela gostava de ser determinada, era um traço de sua personalidade que ela não achava ser ruim e muito menos inútil, mas o fato de que todo o esforço que era feito seria algo para causar dor assolava seus pensamentos toda vez que ela entrava em uma batalha.

A garota foi deixada sozinha no dojo, mas sabia que teria que se justificar para Renzou mais tarde. Ainda frustrada, ela deixou o dojo e consequentemente a mansão para ficar sozinha.

- Pequeno flashback dos tempos acadêmicos para começar.
Anonymous
Daredevil.
Genin
flower of future; 100x100
flower of future; 100x100
Originalidade: 7/10 (bem parecida com a Hinata)
Gramática: 10/10 (dois ou três errinhos, nada de mais)
Fluidez: 10/10 (ótima escrita, não notei palavras repetidas mais do que duas vezes)
Interpretação: 10/10 (clara interpretação do seu defeito "Molenga", além de ter o cuidado de retratar também as personalidades dos demais envolvidos)
Treinamento: 10/10 (uma luta, então, né...)
Total: 50/50 (arredondando)
Daredevil.
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Convidado
Convidado
Me pergunto como as coisas haviam ficado deste jeito. Presa em meu quarto, não queria sair para encarar o mundo lá fora, o sol não podia invadir, já que fazê-lo traria a obrigação de contemplar a chegada do novo dia. Em prol de evitar isso, as janelas estavam fechadas ao ponto de que apenas a escuridão existisse. Por mais patético que pudesse soar, eu apenas queria ficar sozinha o resto do dia, portanto, tratei de também fechar a porta de meu quarto.

Ainda era difícil lidar com o ocorrido do outro dia, a culpa, mesmo que obviamente não fosse minha, ainda fazia minha mente girar em dúvidas e se prender à angústia que veio logo depois de compreender e vivenciar o que eu havia feito. Ninguém havia condenado minhas ações; na verdade, os elogios que me foram dados confirmava ainda mais que eu não tinha motivos para me culpar tanto assim. Então por quê?

Porque para mim continuava errado. Desde que me conhecia como pessoa, eu fazia questão de seguir as regras e as ordens que me eram dadas, não por passividade ou falta de confiança; eu apenas achava que era o melhor a se fazer. Todos tinham seus deveres a cumprir, era algo fundamental para o mundo funcionar, mesmo que na essência esses deveres fossem questões individuais, todos precisavam se submeter às leis maiores. Era por isso que eu me esforçava, além de ser uma de minhas paixões, eu sentia que devia ser minha obrigação.

Mas esses ideais se provaram ingênuos. Talvez eu apenas não conhecesse o mundo, mas perceber que as pessoas usavam aquilo que eu acreditava ser correto para seus fins gananciosos atingiu-me de uma maneira que nem eu pensara ser possível. Enquanto indagava-me sobre tudo isso, as memórias do ocorrido voltavam para preencher mais e mais minha cabeça.

Dois dias atrás, vinte e quatro de novembro de 20XX

Chamas que iam até onde se pudesse ver; um cheiro penetrante de morte que fazia as narinas de qualquer um gritarem. Não era mais uma simples missão rank C, as palavras do Hokage ao explicar o propósito daquela missão não faziam mais sentido. "Um agitador está incitando uma revolta contra um dos líderes das vilas aliadas à Konoha, encontrem-no e deem um fim necessário se for preciso". Droga! É fácil falar quando você não precisa lidar com uma situação como essa, idiota!

Desde que havíamos chegado — um Jounin encarregado e outros dois Genin, além de mim. — parecia que nossa presença piorava a situação mais e mais. O clima de rebelião que emanava de Hachō-mura era tão forte que os habitantes, antes pacíficos, agora buscavam nada mais que violência. Brigas de rua ocorriam, o caos era algo trivial nas ruas, feito por aqueles que eram contra ao regime atual para aqueles que o apoiavam. E no centro disso tudo estava um time de shinobis que era restringido pelas burocracias governamentais.

Simplificando, a vila estava à beira de uma guerra civil por conta das insatisfações que vinham da má gestão do líder do vilarejo, ou era o que queriam que achássemos.  Por tal, havíamos sido enviados para lidar com a situação e apaziguar a possível rebelião que iria se suceder, aparentemente, a vila estava sendo influenciada por um homem até então desconhecido. Levou alguns dias para avançarmos com a missão, mas falhas e mais falhas ocorreram, o que culminou na inevitável revolta contra Hanzo, o líder de Hachō-mura. Agora, ali estávamos, combatendo o exército formado em sua maioria pelos próprios camponeses, liderados pelo homem encapuzado que deveríamos ter capturado, como era o planejado.

Dado tudo isso, minhas pernas me levavam mais e mais adiante, apesar do desespero que tomava conta de mim a cada pessoa que eu derrotava. Ninguém era morto, claro, eu não poderia fazer tal coisa mesmo que quisesse, a única pessoa que poderia ser sentenciada à morte era o encapuzado que deu início aquilo tudo. Talvez as parcas quisessem brincar com meu destino, pois não estava em meus planos encontrar-me com o alvo primário em tão pouco tempo. Mesmo assim, lá estava ele, encarando-me com os olhos perfurantes de um tigre, observando a vila em chamas de cima do telhado da mansão de Hanzo, que em lugar nenhum podia ser visto. Com um salto, ficamos frente a frente em cima de uma casa enorme perto da mansão. Querendo ou não, eu teria que acabar com aquilo de uma vez por todas.

— Patético, os shinobis de Konoha realmente são ignorantes sem salvação! — As palavras eram puras manifestações de repúdio, a voz daquele homem transmitia um ódio inerente, desconhecido para mim. — Vocês acham que estão certos protegendo o homem que se esconde dos próprios erros. Não poderiam estar mais errados!

— O que está dizendo?! Olha o que a sua rebelião causou, as pessoas estão matando umas as outras e a vila foi destruída, se existe alguém errado aqui, é você! — Minha resposta veio logo em seguida, mas a expressão do encapuzado não mudou, na verdade, parecia mais se fechar para alguém que ele sabia que não poderia compreender suas razões.

— Comparando ao que Hanzo fez, não é nada. É um preço justo a se pagar para pôr fim ao reinado daquele bastardo. — O capuz que lhe cobria lentamente era retirado, revelando um homem caucasiano de meia idade com olhos de tigre e uma expressão rígida de fúria exposta em seu rosto. — Você também será parte consumida por essas chamas. Eu, Xaldin,enterrarei você aqui, depois farei questão de que Hanzo tenha o mesmo destino!

Com seu discurso terminado, o revolucionário proferiu um único selo de mão que lhe encobriu com uma fumaça branca. De lá, Xaldin emergiu com seu corpo robusto escondido pelo manto negro que ele trajava, brandindo seis lanças em forma de dragões; duas em suas mãos e quatro que levitavam atrás de si. Meu Byakugan mostrara-me como as armas flutuantes estavam encobertas de chakra, era um ninjutsu. Em resposta a sua postura de combate, assumi a pose do Punho Gentil e parti para a batalha.

Lanças eram armas de médio à longo alcance que dependiam da proximidade do oponente para ter seu potencial máximo explorado, mas o homem com quem lutava era capaz de burlar essa regra manipulando-as com chakra. Era impossível me aproximar, cada vez que um passo era dado uma das armas vinha de encontro a mim, forçando-me a desviar para a esquerda ou para a direita. Tentar parar aquelas armas com força bruta seria suicídio, o mero choque entre os golpes faria meu braço se despedaçar. Tendo isso em mente, a única alternativa era desviar ou usar uma rajada de chakra para aparar os golpes incessantes.

A disputa continuou, minha desvantagem era clara, de nada adiantaria me manter viva se não pudesse me aproximar para atacar. Cedo ou tarde, eu seria subjugada pelas lanças e por Xaldin, seja pelo cansaço ou pela clara vantagem que ele possuía em números. Mesmo com a percepção aprimorada do Byakugan, a velocidade dos ataques era suficiente para me pressionar. Era hora de virar o jogo, ou seria game over para mim.

Talvez insatisfeito com a adversária que tinha, o líder da rebelião avançou para o corpo-a-corpo, trazendo atributos que causavam ondas de choque em sua partida. A ponta da lança da direita cortou o ar, visando o meu rosto, mas meus reflexos sobre-humanos me permitiram escapar com nada mais que um corte de raspão. O segundo "dragão" veio pela lateral e me agachar foi a única saída. Finalmente a uma distância favorável, minha perna girou para danificar o equilíbrio do inimigo, que facilmente esquivou saltando para o alto. Quase que no mesmo instante, o quarteto de lanças acometeu até mim, vindos do céu para me pegar.

Um salto mortal para trás me permitiu sair viva, mas o telhado que estávamos não era mais capaz de suportar o peso da batalha, assim, com o suporte desmoronando, corri para o lado e saltei para o telhado da mansão, que possuía três andares. Tive um pouco de tempo para respirar antes de perceber que Xaldin vinha ao meu encontro, seus olhos não queriam outra coisa senão a minha morte. Como antes, afiei os olhos e me preparei para o que pudesse vir a seguir, até que...

— Kage Shuriken no Jutsu! — A voz gritou em meio ao céu em chamas, shurikens que voavam em números arrasadores foram de encontro com o homem do manto negro, que facilmente bloqueou-as girando uma das armas que estava em suas mãos, redirecionando-as para trás ou parando-as completamente. Mas ele não contava com a astúcia do Jounin que estava enfrentando, manipulando fios de nylon acoplados aos projéteis que envolveram Xaldin, agora suscetível ao próximo golpe. — Ryuuka no Jutsu! — Com alguns selos de mão, o Jounin formou uma torrente de fogo que seguiu através dos fios e consequentemente até Xaldin. Se tudo ocorresse como o planejado, o homem robusto seria envolto nas chamas e pereceria.

Mas não foi tão fácil, sem o uso de selos ou qualquer outro movimento, uma das lanças surgiu e partiu o caminho dos fios antes que as chamas pudessem lhe causar danos. Frustrado pela falha, o Jounin pousou ao meu lado, seguido do lanceiro, que agora estava a vinte metros de nós.

— Benkei-san! — Falei aliviada. Sarutobi Benkei era o Jounin que havia sido encarregado de nos guiar naquela missão, era um shinobi habilidoso que dominava com perfeição o ninjutsu, capaz de usufruir de inúmeras técnicas de Fogo e Vento, com ele aqui, poderíamos derrotar Xaldin com maior facilidade. — Onde estão Soramaru e Inui?

— Estão bem, tive certeza de prender alguns rebeldes e deixar a situação mais fácil para eles antes de vir para cá. — Suas palavras me deixaram um pouco mais calma, apesar de serem Genins, os dois garotos eram capazes de lidar com o combate tão bem quanto eu, não seriam vencidos pela situação tão facilmente. Nossos olhos se voltaram para o inimigo a nossa frente, que estava mais determinado que nunca. — Certo, eu sei que você é boa, então você vai abrir uma brecha  para que eu possa acabar com ele. Entendido, Umi?

Um "ok" determinou nossa atual estratégia, com toda a atenção voltada para a luta, estávamos prontos para agir. Porém, não foi tão fácil, Xaldin não estava disposto a deixar um plano simples como aquele funcionar e, talvez nos lendo como um livro, jogou as duas lanças para o ar e fez inúmeros selos, recolhendo as armas antes que pudessem cair no chão.  Suas quatro lanças retornaram e se alinharam em uma formação reta, o chakra fluiu entre as armas, fazendo os ventos se concentraram naquele único ponto, formando um enorme tornado que tomou a forma de um dragão serpentino, em cima deste estava Xaldin, que parecia domar a criatura. A fera avançou contra nós, meu corpo avançou instintivamente, determinado a parar aquele ataque.

Talvez compreendendo o que eu estava prestes a fazer, Benkei saltou para o lado, distanciando-se até mesmo da visão do inimigo. Estendi a palma de minha mão para frente, o chakra explodiu para fora na forma de um vórtex que fora de encontro com o dragão de vento, barrando sua passagem e dispersando seu corpo com o choque, o que fez as quatro lanças se espalharem pelo campo de batalha. O inimigo, em resposta a isso, saltou para o ar e mergulhou para me empalar com uma de suas armas. Facilmente evitei o ataque e, mais importante, a brecha que Benkei precisava estava feita.

Aproveitando a chance, o Jounin expeliu uma enorme cortina de fumaça negra que encobriu o homem por completo, em seguida, acendendo uma pequena faísca usando suas armas, causou uma enorme explosão. Antes de ter tempo para comemorar uma possível vitória,  Xaldin emergiu das chamas intacto, furiosamente balançando sua lança contra Benkei, que não teve tempo de preparar outra técnica. A última coisa que vi antes de partir para meu último ataque foi o corpo ensanguentado do Jounin, que usou de suas últimas forças para trazer a atenção do inimigo para si com um golpe de sua espada. Sem o mínimo esforço em bloquear o golpe desesperado, Xaldin desferiu um chute que o lançou longe, deixando-o fora de combate.

Aquele deslize era tudo que eu precisava. No pico de minha velocidade, me aproximei em um piscar de olhos do lanceiro. Surpreso, tentou me acertar com um golpe lateral que consistia de pura força bruta, por ser pego desprevenido após sofrer alguns danos da explosão, sua técnica também não possuía muita destreza. Com uma rajada de chakra que saiu de minha mão, afastei a arma alguns centímetros de distância, o recuo me permitiu agarrá-la por alguns segundos. Era todo tempo que precisava para enviar uma pequena quantia de chakra por entre a arma, paralisando o adversário. Assim, eu podia virar o jogo.

Meus olhos fitaram o lanceiro imóvel, era a minha vez de transmitir a fúria do combate. Com uma velocidade acima do meu limite, desferi trinta e dois golpes por entre o corpo de Xaldin, que voou para trás com o término do combo. Derrotado, tudo que ele podia fazer era cuspir sangue enquanto seu corpo recusava-se a sair do lugar. Ele me olhou com o mesmo olhar de desprezo que tinha no começo da luta, o homem estava repleto de ódio até no momento da derrota.

— Tsc, vocês não entendem. — Com uma voz fraca,ele continuou com sua convicção. Perguntei-lhe o motivo de tudo aquilo, o que poderia justificar sacrificar vidas em prol daquela rebelião, o que me rendeu as mesmas palavras de antes. — Hanzo não é um homem santo, ele é um porco que se alimenta dos impostos absurdos que cobra, ele é um demônio que vive na luxúria construída da dor de inúmeras outras pessoas. — Sua voz adotou um tom melancólico de tristeza com o passar do tempo. — Minha mulher e filha foram vítimas do cretino,depois que ele se satisfez com elas mandou matá-las e falar que foram assassinadas por algum lunático. Mas quando eu descobri a verdade, eu jurei que iria dar o devido fim ao desgraçado.

O homem de rabo de cavalo não pôde terminar sua história. Do horizonte que o moribundo olhava, uma kunai no pescoço ceifou-lhe a vida. Eram muitas informações para processar, meu coração se encheu de uma angústia indescritível, talvez pela súbita culpa que projetei à mim mesma. Eu não pude acreditar no que ouvi, mas o turbilhão de sentimentalismo pelo qual eu estava passando não me deixava pensar direito. Ofegante, indaguei o ninja que acabara de executar Xaldin, perguntando aonde Hanzo estava. Eu não conseguia prestar atenção aos meus arredores, portanto não percebi a presença dos dois Genins que haviam vindo comigo até me esbarrar com eles. Felizmente, o golpe de estado já estava sendo contido e Benkei também estava sendo tratado pelos ninjas médicos. Pedi para que os dois Genins me acompanhassem ao esconderijo de Hanzo, seguindo por entre as casas destruídas enquanto o crepúsculo chegava, encoberto pela fumaça das cinzas da rebelião.

[...]

De volta a realidade, me dei conta de que já estava perto da hora do almoço.

No fim, era tudo verdade. Quando me encontrei com Hanzo naquele dia, vi como o homem estava isolado em um esconderijo subterrâneo repleto de comidas das mais variadas, vinhos caros e inúmeros seguranças, pelo menos para os padrões daquela vila. Eu já tinha percebido como o homem era um sem noção na primeira vez que havia encontrado-o, mas quando o indaguei de como ele tinha coragem de ficar trancado quando a própria vila queimava, ele apenas respondeu que "era seu direito".

Assim, fui tirar satisfações com o Hokage, o que também não me rendeu nada de bom. Como sempre, usando de sua atitude calculista e idiota, ele disse como Hachō-mura era uma ótima fonte para a economia de Konoha, o que justificava a relação entre os vilarejos. Minhas reclamações não deram em nada, pois Shirobo apenas disse como era nossa obrigação como ninjas seguir as regras e fazer de tudo pela nação.

Desde então, me recusei a sair de meu quarto. Claro, eu sabia que era verdade, mas os dias passavam e a incerteza do que fazer continuava, as dúvidas da motivação dos ninjas cresciam mais e mais em minha cabeça, o que me fez até mesmo pular dias de treino. Sem saber o que fazer, eu só podia olhar pela janela daquele quarto vazio com uma única certeza. O mundo não era justo.
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Esses tempos estão longes de serem pacíficos, o que se vê por aqui é uma falsa sensação de conforto e segurança que acoberta levemente a agonia incessante, o desejo sombrio pelo conflito. Quem ganha com isso? Com certeza não sou. Não precisa-se de um motivo concreto para se iniciar a guerra, todo ser humano tem, escondido em seu subconsciente, uma vontade por essa, todos nós temos. Existe problema nisso? Gargalho quando penso na resposta, é óbvio que não, a guerra é o renascimento. Imagine uma civilização inteira pulverizada, reduzida até suas cinzas, nivelada. Eventualmente ela terá de crescer novamente, evoluir, se adaptar.

Esses tempos estão realmente difíceis, posso ser preguiçoso mas não preciso sair do meu lugar para pensar um pouco, posso fazer isso enquanto me encontro debruçado sobre a janela e espero o tempo passar. Cada vez que olho para fora uma atrocidade é cometida, ninjas sem nome, vindos de lugar nenhum, aparecem de vez em quando e ateiam fogo em edificações, assassinam ninjas do alto esquadrão. Ninguém toma responsabilidade pelos atos, isso é óbvio, adiantaria o inevitável. Mas parece que o inevitável tem data e hora, só não sabemos ao certo e é por isso que alguém deve fazer algo. Eu, por exemplo, faço tudo na medida do possível, impeço um assassinato ou outro, tento ajudar sempre que posso, tudo isso sem sair de minha casa.

Todo dia eu acordo e penso que tudo será diferente, a quem quero enganar? Não consigo nem a mim mesmo. Diante de toda situação criei para mim uma espécie de amigo imaginário, outra imagem de mim que existe somente dentro de minha cabeça, aquele com quem posso sempre discutir e argumentar. Toda vez que falo não sei se é ele que me responde ou se escuto apenas o eco de minha vez e enquanto isso o sangue nas ruas só aumenta, jorrando pelas calçadas e até chega a pintar as paredes.

Agora eles passaram dos limites: acordei com minha casa em chamas, com o fogo dançando ao meu lado. Era muito cedo, eu sequer tinha forças para levantar e a preguiça tornava a gravidade mais forte, puxando meu corpo para o conforto da cama, realmente valia a pena morrer por aquilo? Apoiei ambas as mãos no colchão e levantei-me, muito havia já sido destruído pelo fogo, a maioria da mobília já havia sido consumida pelas chamas e grande parte da própria construção começava a desabar. A fumaça já tomava conta da casa, era difícil enxergar e respirar, eu tinha que achar a saída o mais rápido possível.

Tanto faz, pensei comigo mesmo, a casa inteira caiu sobre mim e eu adormeci.

Respire filho, é hora de erguer-se. Era só aquela voz chata na minha cabeça tentando me acordar, uma versão de mim mesmo com quem costumo conversar. Acordei no mesmo lugar escuro e vazio mas era tudo que eu tinha, meu lar. As pessoas ao redor continuavam caminhando, não paravam nem mesmo para olhar, para ajudar. Foi naquele momento que um enorme sentimento de raiva cresceu dentro de mim, tomando o lugar da preguiça e se tornando meu manipulador.

A quem devo responder por ora? À raiva. Quem tomará ciência dos meus atos? Ninguém. A quem devo dedicar minha caça? Àqueles que me trouxeram o mal.

Meus olhos se fixaram no horizonte, eu não conseguia pensar em nada que fosse puro, o sangue que antes manchava as ruas mancha agora também meus pensamentos. O que fazer? Abraçar esse sentimento e deixar que ele me guie.

Ali começou minha caminhada, disposto a dar fim na vida daqueles que atearam fogo em minha casa, matar os que violaram o espaço que mais sagrado para mim. Por onde começar? Não sei, esses bares são os melhores lugares para ouvir rumores, parecia um bom início.

Era um lugar frequentado pelo pior tipo de gente, a escória desse mundo: assassinos, estupradores, sequestradores e etc, de jeito nenhum eu seria levado a sério num lugar daquele, sequer perderiam tempo falando comigo. Tomei então uma decisão, simples e impactante. Minha mão trêmula e fria escorregou por minhas vestes e tomou para si uma de minhas espadas, sua trajetória seria breve. Passei pela porta em silêncio, sentei-me a frente do balcão e introduzi a arma laminada no ventre do homem mais próximo.

Aquilo causou um efeito totalmente inesperado, o cenário previsto em minha mente era de pânico, gritaria e correria. Mas o que realmente aconteceu foi: nada, isso mesmo, nada. Todos ali apenas viraram seus rostos para ver o que acontecia após o grito do rapaz, que durou apenas breves segundos antes dele falecer.

Quero saber quem incendiou minha casa e quero agora. Houve um pequeno período de silencio até que alguém se levantou e me entregou o nome dos responsáveis. Estava escrito em kanji num pedaço de papel. A princípio não pensei que a informação estivesse certa, mas naquela hora eu já havia me retirado do bar e não pretendia dar meia volta e questionar o que o homem escrevera. Depois de alguns momentos de desconfiança comecei a acreditar naquilo, mesmo que fosse mentira, que mal faria?

ANBU. Sim, era isso que estava escrito no papel. Quem pensa que é nessa hora que eu paro está errado, se tenho preguiça de começar algo também tenho a mesma quando se trata para sair de algo, seguirei nisto até o fim. Agora vamos ao plano, claro que não será fácil atacar ao quartel do esquadrão de assassinato da vila (sim, é o que eu planejo), quero dizer, será sim, sou um cidadão de Kumo, tudo será tão fácil.

Era um plano tanto quanto ousado, não posso negar, eu poderia simplesmente atacar a casa do ninja em específico que incendiara minha casa, mas isso não pode se repetir, não vou arriscar perder meu lar novamente, eles precisam ser eliminados, todos eles.

Não seria algo tão bem planejado, afinal, nem precisava de muito para incendiar um local, apenas alguns selos bomba. Esperei pelo cair do noite e caminhei, estava ansioso, não sabia o que poderia dar errado, o que eu faria caso algo desse errado, mas não sou esse tipo de pessoa, prefiro que tudo simplesmente aconteça.

Tudo ocorreu bem, ninguém havia me visto iniciar o incêndio, a própria noite e o manto escuro que eu trajava cuidaram disso.

Diante de meus atos colapsei, a que ponto cheguei? Enjeitei aquele ato cometido por minhas próprias mãos, o prédio podia conter não só os criminosos que me atingiram, mas também aqueles que nada tinham com aquilo. O que fiz? Minha consciência se foi, não consegui me manter intacto perante aquilo.

Acordei algum tempo depois, não sei quanto se passou e nem porque estou de volta em minha cama, em minha casa. Fora um sonho tudo isso? Não importa, sinto-me mais forte, poderia fazer tudo de novo e dessa vez não colapsar.
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