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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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filler número um

Era definitivamente a pior hora para acordar. O sol sequer tinha nascido e eu não conseguia enxergar quase nada naquele quarto escuro, salva somente pelas poucas luzes que vinham de fora. Virei-me de lado mas em pouco tempo retornei a adormecer.

[...] Neve?

As nuvens borradas colidiam com os prédios da minha região, tornado tudo em um mar abundante e cinzento Arranha-céus perdiam seu rumo quando atravessavam-nas, ou pelo menos era o que parecia quando eu os observava pela janela. Um bocejo e enfim tomei coragem para levantar e sair dali.

Agora já era manhã, e eu não tinha nada produtivo para fazer no meu dia de folga. Um ninja de folga era tão entediante quanto um peixe em um copo d'água. Acompanhada de um único livro desgastado, deixei o quarto e em seguida o prédio.

O horário deixava as ruas inóspitas e o pouco que sobrou do clima de ontem corrompia as vielas com abstratas cortinas de névoa. Kumo estava em um de seus dias mais frios. Meu corpo agradecia a presença das roupas grossas e do casaco eficiente. Fui dali para um lugar menos fechado e moderno. Ler o livro no caminho foi tudo o que fiz até lá. O pequeno esforço mental pregava minha mente e dava-me expectativas. Se fosse treinar, não deveria abusar dos meus limites. Fisicamente fraca, porém, absurdamente experta.

Mesmo sendo formada na academia, uma Genin não deveria se considerar uma ninja esplendida. Reforçaria meus conhecimentos básicos para com as técnicas que aprendi. Começaria pelas mais fáceis. Encurtei o resto do caminho andando em superfícies laterais e íngremes, surpreendendo Newton. O bosque finalmente dava suas caras e o ambiente monótono de Tim Burton revigorava-se, abraçando novas cores em um extenso verde. Algumas árvores, flores e pedras. Kumo tinha suas belezas, e eu as conhecia bem. Sem perder o ritmo, continuei correndo. As armas que saquei do bolso durante o avanço foram lançadas em três árvores distintas. Elas não tinham alvos porque eu não era boa o suficiente para ousar acertá-los. A árvore em si era o alvo. Acertei duas, a outra passou de raspão. Acho que não havia conhecimento que me fizesse ser boa naquilo, apenas a prática.

Desacelerando um pouco e retomando o fôlego, olhei para os lados. Os rochedos espalhados sobre o campo gramado certamente eram algo chamativo, mas não por isso; um córrego de águas cristalinas completava o cenário no fundo, sem nascente e sem rumo. "Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso." Clarice, página 101. Com um pé apenas, saltei donde estava para uma das rochas, e em seguida, para a outra, e para a outra, até alcançar a margem do rio, e por fim, saltei até o mesmo. Um pequeno deslize acima da última rocha, mas meu corpo leve não foi ao chão graças a nominada chakra.

A corrente era calma e suave enquanto a água era tão brilhosa e transparente para me deixar ver o fundo e seus peixes. Três de minhas armas se foram. As últimas duas não poderiam falhar. Ou melhor, eu não falharia. "Uma boa caçadora era apenas uma raposa paciente." Autora desconhecida, página 169.

Os peixes se contorciam bastante mesmo com uma lâmina atravessada em seus corpos, mas logo pararam assim que eu retirei as facas. Eu não os comeria, mas já estavam mortos. Que mal tinha? Joguei-os para um bando de coiotes que babavam de longe, por detrás de uma árvore. Saltei de volta à margem e continuei caminhando. Ofeguei pouco, mas o cansaço era notável. Retornaria por hoje, ainda havia cometido alguns equívocos e minha rotina de treino não era só imperfeita mas curta também. "Não é bom pensar que amanhã é um novo dia sem erros nele ainda?" Anne, última página.

Ki Nobori no Shugyō
Rank: E
Tree Climbing Practice is a training method used to gain more skills with chakra control. This training involves focusing a fixed amount of chakra to the bottom of one's feet, and using that to climb a tree without using one's hands. If the stream of chakra is too weak, the user will lose their footing on the tree and fall off. If it is too strong, the user will be pushed away from the tree, causing the tree to break around the point of contact and the user will fall.

Suimen Hokō no Gyō
Rank: E
This training method is used to gain better chakra control. To do this, the user has to be emitting a constant stream of chakra from the bottom of the their feet and using the repellent force to walk across the water's surface. This technique is more difficult to master than the Tree Climbing Practice, because the amount of chakra that needs to be emitted changes constantly.

Shunshin no Jutsu
Rank: D
By using the Body Flicker Technique, a ninja can move short to long distances at an almost untraceable speed.[2] To an observer, it appears as if the user has teleported. It is accomplished by using chakra to temporarily vitalise the body and move at extreme speeds. The amount of chakra required depends on the overall distance and elevation between the user and the intended destination.

Flare; HP: 200, CK: 190.
Anonymous
Ayura
melhorias 100x100
melhorias 100x100
Originalidade: 6/10 (pouco original)
Gramática: 7/10
Fluidez: 10/10
Interpretação: 7/10 (não vi muito do seu personagem, nem defeitos nem personalidade)
Treinamento: 8/10 (trata-se de uma evolução, não só chutar, socar e correr)
Total: 40/50 (arredondando)

_______________________


melhorias Ps1dM0N
Ficha//M.F.
Ayura
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Convidado
Convidado

melhorias 0c13ucC
filler número dois

Foi como eu esperava. O primeiro dia do inverno. Quieto, cinzento, frio. Sorri discretamente enquanto encarava aquela carta que recebi mais cedo, mesmo não conhecendo o remetente. Pensei: seria alguém que eu conheço? Mas eu não conhecia ninguém que ousasse me enviar uma carta, então não. Um estranho? Endereço errado? Quem? Hanna? Pensei por cinco minutos parada, em pé.

Li e reli até que resolvi desistir. Esmurraram a minha porta com força o suficiente para acordar todos aqui, felizmente, eu e meu coelho já estávamos de pé. O som se repetiu por várias vezes até que pude realmente dizer o que estava acontecendo: batiam na minha porta. Era para mim. Eu deveria abri-la. Desde que me instalei aqui, isso nunca tinha acontecido, então fiquei realmente surpresa. Deixei a carta cair no chão por descuido e fui atender. Abri facilmente, mas com um pouco de tremedeira. A pequena fenda da porta permitia que um clarão ofuscante refletisse em meu rosto. Por um segundo não pude ver seu rosto, mas vi uma silhueta. A cegueira passou subitamente, enquanto um olá confortante e saudoso fora dirigido à mim, seguido do meu nome, Flare. Equivoquei-me dando um passo em falso para trás. A surpresa era tanta que fiquei boquiaberta por um tempo, encarando a pessoa firmemente, ignorando a chance dela me achar estranha. Mas se me conhecesse mesmo, talvez não se preocupasse. Finalizou com um sorriso cativante que roubou mais uma vez meu olhar. — Flare..? — Ela repetiu meu nome e então eu acordei do pequeno delírio. Sua expressão parecia um pouco curiosa enquanto me observava lá de cima e eu quase caída no chão, apoiando-me na porta. — S-Sim?? —  foi tudo o que consegui dizer sem gaguejar tanto. Uma criança confusa. — Meu nome é Hanna. — ela disse. — Você parece não se lembrar de mim, mas eu vim do mesmo lugar que você. — irônico pois eu não me lembrava deste tal lugar muito menos de Hanna. Enquanto ela estranhamente pedia para eu me levantar, percebi a situação embaraçosa em que estava. A casa era minha, e ela estava na minha porta. Não deveria estar no chão muito menos conversar com ela naquela posição. O vermelho em minhas bochechas foi resultado da falta de experiência na área de socialização. Eu era um fracasso. — Continuando. Tem algo que eu gostaria que visse. — ela continuava. Agora retirou de sua bolsa um papel e o entregou para mim. Uma fotografia um pouco gasta, velha mas visível. Quando vi, tive uma sensação estranha que não soube descrever. Um pouco de angústia, medo e dor. Mas por que dor? Eu não tinha me machucado, mas o aperto no peito repentino parecia agarrar-se no meu coração. Havia algo ali que eu não deveria me meter, mas eu certamente não sabia disso ainda. Pálida, quieta e assustada. Fiquei assim até que Hanna novamente trouxesse-me de volta à realidade. — Essa sou eu. Essa é você, e essas são as nossas amigas, Liana e Priscilla. — é claro que eu não me recordava de nenhuma delas mas, aquela ali, ao lado de Hanna, com cabelos azuis claros e um olhar cansado, era certamente eu. Vestes totalmente diferentes das que visto hoje, e um ambiente no fundo no qual não pude dizer onde era.

Antes que pudesse perceber, horas se passaram. Hanna e eu conversamos por bastante tempo, não só em minha casa, como também em outros locais próximos dali. Ela me levou em partes da vila em que nem eu mesma conhecia. Estranho, pois eu nunca havia a visto por ali. Dois dias depois eu havia conseguido bastante confiança em Hanna. Ela parecia sincera. Era doce, gentil e amável. Nenhuma outra pessoa fora assim comigo. Mas ela estava passível de mais. No final de uma tarde, ela me convidou para ir à um bosque nos arredores da vila. Eu tinha de ir. Ela tinha um mundo inteiro a me mostrar e eu não queria perder isso. Entramos em uma área bem peculiar. A floresta era calma, mas os animais não estavam presentes. Talvez fosse o frio. Perguntei à Hanna mas ela não soube me dizer. Ela me levava por um caminho estreito, e logo depois estávamos em uma área aberta. Ironicamente, parecia uma trilha para um tesouro escondido. Sorri e brinquei. Caminhamos tanto que um rastro na neve foi deixado. Olhei para trás várias e várias vezes, tomada por um silêncio inevitável. Quando resolvi perguntar se já estávamos chegando, aquilo aconteceu.

Rasgou tantas árvores que me perguntei como não havíamos ouvido os seus passos. O seu grunhir paralisou o meu corpo momentaneamente, e por mais que tentasse correr, minhas pernas simplesmente não se moviam. Hanna mergulhou-se em um silêncio amedrontador, também. Olhei para ela e seus olhos pareciam mais assustados do que os meus. Vi seus lábios se mexerem, algo foi dito, mas não consegui ouvir. Passou em um instante, meus olhos só viram o que meu coração conseguia aguentar. Um vulgo negro e rápido moveu-se por entro nós. Hanna do outro lado foi cortada em um instante. Fiquei muda por um instante e meu coração parou. O sangue quente espirrou na neve branquíssima colorindo toda a paisagem nevada que mal pude apreciar. O sangue de Hanna. Eu era inteligente, não deveria tentar revivê-la. Estava morta. Foi um golpe limpo, rápido, cruel. Mas eu não o fiz. Eu não corri para longe. Não me escondi. Não gritei. E foi nesse momento que minha paralisia sumiu. As madeixas cobriam seu rosto pálido e caído na neve, sem nenhum sinal de vida. Movi-me como pude, caindo de joelhos e tentando ao máximo salvá-la. Passei a mão em suas bochechas, a outra no estômago. Foi inútil. Só acabei me cobrindo de sangue também. Olhei para todos os lados que consegui, e nenhum sinal da besta. Em seu último suspiro, Hanna me chamou. Era uma milagre que estivesse viva. Então, fora de mim, desesperada, tentei confortá-la com palavras. Mas eu era fria demais. Eu não tinha experiências, lembranças, eu não sabia o que fazer. Não consegui ouvi-la nem em seu último suspiro. Era culpa minha? Talvez eu realmente fosse amaldiçoada. A preocupação com Hanna sobrepunha a minha própria. A besta continuava ali. Encarava-me como se eu fosse inofensiva, e por tanto, não desferia um golpe sequer. Foi o único momento em que eu consegui correr. Virei para trás de uma árvore, mas não vi que era uma ladeira sem fim. Capotei, escorreguei e bati contra árvores e pedras. Não era tão alto, então não me machuquei severamente. Olhei para trás e ela continuava lá. Não era ofensiva, mas me seguia. Então eu corri. Desviei-me das árvores cobertas por neve e espantei alguns galhos com as mãos. Fui descuidada e por isso tropecei. Uma raiz externa coberta pela neve. Não tinha como eu vê-la. Virei para trás mais uma vez. O animal feroz pôs suas patas fortemente contra um de meus braços. Quase imobilizada, tentei reagir. Saquei uma faca com a outra mão e a penetrei gargante adentro. Minhas bochechas ficaram como as de Hanna, cobertas de sangue. O sangue era fresco e negro, nojento. Limpei-me logo depois de empurrar o animal para o lado. Ele não estava morto, pois ainda se remexia insanamente. Acertei um ponto final? Meio que sem querer, mas foi uma sorte que não deveria reclamar. Andei por mais um pouco, deixando o bicho ali. Lembrei de Hanna. Queria voltar para ela, mas não consegui. Foram as últimas coisas em que pensei antes de ser acertada por algo muito forte na cabeça. Desmaiei ali mesmo, caindo de cara com a neve fria e o sangue fervendo que continuava a sair do corpo de Hanna.

Era tudo tão doloroso até mesmo no sonho que tive durante o tempo que permaneci desacordada. Hanna havia morrido, isso eu não me esqueceria. Uma voz distante me chamou, parecia robotizada. Eu estava presa. As quatro paredes incolores e completamente desgastadas retratavam um ambiente de encarceramento. Sem nada além dos pisos quadrados, azulejos nas paredes e uma luz brilhosa no teto. O som não tinha origem, nem direção, ele só vinha e eu tinha de ouvir. Flare, Flare, Flare... Meu nome fora dito uma, duas, cem vezes. Nada acontecia, ninguém vinha. O que queriam de mim? Tentei gritar, pedir ajuda e bater nas paredes, mas nada acontecia. No final do segundo dia, o teto se abriu. O ranger das paredes se movendo me dava gastura, mas foi rápido. A abertura concluía que eu estava no sub-solo, presa, mas ainda sem saber o porquê. Meu nome fora dito mais uma vez, e por fim, desmaiei de sede e fome. Física e psicologicamente cansada, não tive escolha. Quando acordei, o ambiente já era outro. Eu estava acompanhada de um homem de barbas grisalhas e um rosto hostil. Também não o conhecia.  — Pedimos desculpas pelo inconveniente de mais cedo. Era necessário para sabermos com certeza se você ainda era a mesma Flare de quando saiu daqui. — o homem tagarelava como se me conhecesse, e talvez o fizesse. Meu peito apertava e minha cabeça doía. Não tinha como refutá-lo. Ele continuou com sua história. Me explicou tudo que aconteceu comigo em cinco anos. O que eu era, quem eu era e de onde vim. No final, eu era apenas uma cobaia abandonada. Sem utilidade, sem passado. Em pouco tempo ele conseguiu me aterrorizar mais do que o dia em que fui apresentada à contos de terror por colegas da academia. Colegas que não sabia se veria de novo. Por que estava pensando naquilo? — Você pode não se lembrar, mas quando chegou aqui, você não tinha nada. Não era ninguém. Seu nome foi nós mesmos que demos, e é uma honra que você o leve consigo até hoje. — e continuou. A absorção de informações era um choque para mim e minha cabeça não parava de doer. — Hanna. Você a conheceu recentemente, certo? Não, na verdade, ela é o nosso segundo fracasso, assim como você. A mandamos porque, bem.. porque notamos o erro que cometemos e precisávamos ter você de volta. É uma pena que ela teve de morrer. Afinal, estava te levando para o lugar errado, no qual não fora designado em sua missão. Ela tinha potencial, mas o perdeu durante seu terceiro ano aqui. Sua morte foi o resultado de sua incompetência, eu diria. — foram palavras cruéis, dignas do ambiente em que eu me encontrava. Esse era o submundo, obscuro e presente em todos as civilizações. Flare gentil e atenciosa havia tomado um banho de verdade, nua e crua. Encarei-o firmemente, pondo-me de olho em sua alma. Penetrei sua mente como alguém que não tinha nada a perder, mas ele tinha confianças em si mesmo. Sabia que a situação era favorável para ele. Eu estava amarrada, não conseguiria sair nem se tentasse. — Hanna não é incompetente! — meio que gritei, mas ainda sem forças, não foi um berro. A afirmação não pareceu convencer o doutor. — É, mas está morta. Do que adiantou? É uma pena. Enfim, vamos continuar com o nosso objetivo aqui, certo Flare? — balançou o jaleco branco enquanto virou-se para uma mesa ali do lado. Estava tudo tão branco e tremendo anteriormente que não tive tempo de analisar a sala doentia em que acordei. A seringa que ele pegou estava cheia com um líquido roxo e desconhecido. Um pequeno peteleco e checagem do equipamento. Ele iria enfiar aquilo em mim. Iria doer? Eu iria morrer? Uma droga? — Isso aqui Flare, é o que vai lhe fazer ser obediente de novo. E você nunca mais vai fugir de nós! Mas não se preocupe. Também vamos te recompensar. Você terá novos poderes. Será nossa obra prima. — era certamente uma droga. Eu não a queria, mas não conseguiria recusar da maneira que estava. Remexi-me, tremi e me contorci na cama. De nada adiantou. A fisgada doeu no início, parou por três segundos e depois voltou. A dor foi insana e eu não consegui segurar o grito. Perdi-me em olhares aleatórios por todo o lugar, mas nunca consegui me escapar do rosto do homem que sorria maliciosamente. Seu sorriso foi-se embora quando checou algo no monitor ao lado. Gritou para um de seus auxiliares que não consegui ver o rosto. A expressão extasiante tornava-se uma face desesperadora. Parecia estar dando errado, então eu sorri, mas ele não se importava com minha provocação. Senti meu corpo fervendo por dentro. Algo atravessava-me donde a agulha fora picada até minha garganta, e por fim, cuspi sangue. As cordas, ataduras e a própria camisa de força se romperam conforme meu corpo absorvia a droga. Talvez estivesse correndo melhor do que eles esperavam, se é que queria me fazer forte. Porque agora eu era forte. Forte o suficiente para me livrar de tudo aquilo com destreza e facilidade. Mesmo ele tendo me feito tanto mal, mesmo eu o odiando do fundo da minha alma, tudo o que pude fazer foi encará-lo de cima, quando ele desabou no chão, descrente com sua própria criação. Meu olhar foi de desgosto, decepção e pena. Ele, boquiaberto, não proferiu uma palavra. Então eu corri. Corri como nunca na minha vida. Abri uma porta e depois a outra. Aquele manicômio parecia não ter fim. A cada corredor que passei, tudo era muito branco e limpo. Não havia sinal nenhum de vida. Fui abrindo as portas, já sem correr mais. O passo calmo e curioso me levou para outros cômodos. Vi pessoas abandonadas que deveriam ser outras cobaias. Tentei salvá-las, então fui desamarrando-as uma por uma, mas não adiantou de nada. Nenhuma delas sequer mostrava alguma emoção. Seu destino havia sido feito e não lhes restava nada além da aceitação. O vazio e a impotência que sentia eram indescritíveis. Havia feito algo errado? Segui em frente. Mesmo sem esperanças, não deixei de abrir porta por porta. Por que parecia tudo vazio? No final do corredor, uma porta semi-aberta. Lá fora algo brilhava. Abri-a com cautela depois de me aproximar. Duas garotas do lado do homem de barba grisalha e sanidade duvidosa. Seu olhar de receio alvejava-me como outrora. Um objeto mal funcional. Uma cobaia fracassada que se tornava um de seus maiores sucessos, eu diria. Três das bestas de outrora cercavam-los. Então, talvez fossem outras de seus experimentos. Priscilla e Liana..? A imagem se caracterizava em minha mente, assim como o pequeno flashback da fotografia que Hanna me mostrou. Tudo se encaixava. Elas não tinham as mesmas expressões da fotografia. Devem ter passado por muito mais do que eu passei. — Você acha que pode sobreviver à isso? Tudo bem que ficou forte. Me surpreendi. As cordas estavam bem amarradas e você estava anestesiada. Realmente não sei como conseguiu mas, é o seu fim. Estas bestas não são como as outras. São controladas diretamente por Priscilla e Liana. São Inuzukas que eu mesmo modifiquei. São mais rápidos, mais fortes e em total sinergia com minhas cobaias. — suas palavras não tinham significado algum. Qual era o propósito daquilo tudo? Eu achava que os cientistas tinham sido erradicados. Os animais avançaram. E por minutos, tudo o que pude fazer foi me defender e esquivar. As garotas pareciam controlá-los a distância. Eu não queria feri-las, mas com o passar do tempo, percebi que seria inevitável. Em movimentos rápidos, esquivei-me de golpes contínuos e investidas unilaterais das bestas. Pareciam que se moviam em um padrão espelhado. Percebi que não eram racionais quando colidiram contra si mesmos durante uma investida, e o mais estranho era que, durante toda essa perseguição, nenhuma das garotas se mexiam. O homem de grisalho já não estava mais ali, parecia ter fugido. O lugar agora era amplo, aberto, como se estivéssemos na entrada de uma caverna. Corri até a frente das garotas e olhei para trás. Os animais não se moviam mais do que dois metros. Eles não machucariam quem os controlava. As garotas não se moviam, pareciam robôs. Teria isso alguma ligação com o controle dos animais? Sem tempo para pensar, apontei uma faca para o pescoço de cada uma. Minhas intenções eram claras, mas eu não queria abrir uma fissura na garganta de cada uma. Os cães caíram inertes no solo rançoso e empoeirado. Agora impotentes, as garotas fizeram o mesmo. Lágrimas desceram por seus rostos, mas eu não tive tempo para cenas melancólicas. — Se querem viver, fujam. Eu não guardarei rancor. — corri floresta adentro. A pequena instalação no subsolo ficava para trás. Estava bem mais rápida do que antes, então consegui alcançá-lo com facilidade. Lá estava ele, fora de si, escorado em uma árvore no aguardo do julgamento final. Seus olhos trêmulos buscavam conforto no silêncio que o rodeava. Silêncio que tive de quebrar pelo meu próprio bem. Andei até próximo dele. Os ombros tremiam e os lábios estavam feridos pelo frio. Encarei-o novamente por algum tempo. Era de se esperar que no fim de sua vida a loucura dominasse por completo o senso do moço. Flare era uma pessoa gentil, amável e reluzente. Essa foi Flare depois de perder suas memórias e se instalar em uma vila. Mas e sobre a cobaia número dezessete? A ficha estava bem preenchida, mas o campo de personalidade estava em branco. A observei com atenção, e vi tudo o que precisava ver sobre quem eu era, ignorando momentaneamente a pergunta do homem. — I-Isso é..? — ele percebeu, então eu o respondi. — Sim. — quando passei pelos corredores, achei uma sala que continha várias prateleiras cheias de arquivos. Incrivelmente, um deles estava exposto sobre a mesa. Quando parei para lê-lo, descobri tudo sobre mim e sobre este lugar. Echizen Karsten era meu nome verdadeiro. — V-Você não vai me perguntar nada? Meus motivos? Por quê? Suas memórias, sua vida, eu acabei com tudo isso, e você não tem nada para me dizer? — um minuto de silêncio. — E Hanna? Você não sente nada por ela? — olhei-o de cima, não esboçando um único sorriso. O dia estava para terminar e eu estava cansada. É, ele tinha razão. Mas a morte de Hanna não fora culpa minha. A malícia me corrompeu pelos últimos segundos de nossa conversa. O sorriso que esbocei seria algo que cravaria na mente do velho. — Eu não daria um passo sequer, se me preocupasse em pisar em formigas. — foram minhas palavras antes de sumir.

Adicionando um pouco de história ao meu personagem que é um pouco vazio. Essa vai valer como transição para o novo personagem que vou fazer através do reset.
Anonymous
Ayura
melhorias 100x100
melhorias 100x100
Originalidade: 10/10
Gramática: 9/10
Fluidez: 8/10
Interpretação: 8/10
Treinamento: 10/10
Total: 45/50

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melhorias Ps1dM0N
Ficha//M.F.
Ayura
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Convidado
Convidado

melhorias UGfVQo9
filler especial

As minhas imagens daquele dia eram de um céu limpo e sem nuvens, mas a memória é uma coisa falha, e talvez não fosse exatamente assim. A porta agarrou erroneamente na madeira rançosa quando tentei fechá-la, mas bastou um empurrão forçado para que aquilo se corrigisse. Meu apartamento não era dos melhoras, mas com um último suspiro observando-a do lado de fora, relembrei de tudo que passei ali dentro e jurei voltar o mais rápido possível. Envolvi-me em uma enxurrada de pensamentos frívolos e nostálgicos. A primeira coisa que entrou em meu campo de visão, quando eu me virei, foi um corpo coberto de escrituras (selos). Só existia uma pessoa naquela vila que usava aquele estilo.

—— Você o conhece? —— curioso não era só suas palavras, mas sim o livro que lia. A capa desgastada e as páginas amarelas, sem nenhum desenho chamativo e um título bem peculiar: O conto de um ninja corajoso. —— Não. Não conheço. —— fitei-o, interessada, e ele sabia como eu me sentia em relação a leitura. Retirei um pirulito do bolso e o pus na boca, antes de aceitar o livro em mãos.

—— Posso?

—— À vontade.

—— Obrigada.

Alisei a capa grossa e áspera com uma das mãos, percebendo sua ternura e idade. Um livro velho com anos de vida, não só física como também historicamente falando. O prólogo era clichê e no meio da história pude perceber o rumo óbvio que a mesma tomava. Não era o meu tipo de história, entretanto, o nome do protagonista me chamou a atenção. Naruto. O nosso salvador? Quando perguntei-lhe, ele não soube ou não quis me responder. O autor já estava falecido, então meu pequeno pico de curiosidade morreria ali mesmo.

[...]

—— Chegamos. —— a voz cansada e aliviada por finalmente não termos mais que andar. Ele pediu para que pudesse carregar minha bolsa e eu permiti, livrando-a de meus ombros. O peso se foi e pude relaxar um pouco. Um leve respiro enquanto observava a cultura estrutural diante de nós. Um monumento chinês bem antigo; tijolos grossos e cinzentos protegiam o prédio do frio, enquanto pilares exuberantemente altos fixavam todos os pontos da casa. Quis perguntar onde estávamos, se era sua casa, mas não prossegui com a ideia.  —— Ficaremos aqui por um bom tempo. Você tem um objetivo, certo? —— foi sincero e... direto. Acho que podia confiar nele.

~ Setecentos dias e algumas horas depois.

A gota de suor escorreu de seu punho, estilhaçando-se ao colidir com minha bochecha. Estava quente. Meu sangue fervia e minha respiração ofegava. Ele me encarava inexpressivo lá de cima. Por que eu passava tanto tempo no chão? Eu era tão fraca assim? O ar empoeirado tirou-me um tossido. Afastei seu punho com um tapa, recompondo-me logo em seguida. Quase escorreguei em meu próprio suor, mas se o fizesse, morreria de vergonha e não poderia continuar.

—— Mais uma vez! —— implorei, antes de ser esmurrada novamente. A força do golpe fez meu corpo tremer por inteiro, mas o aparei com ambos os braços frente ao rosto. Eu não progredia; não conseguia acertá-lo por mais que tentasse. Mas estava certa de algo: eu tinha ficado mais resistente. Apanhar não fez com que eu permanecesse no mesmo lugar. Todos tem tipos de evoluções distintas, pensei.

Depois disso, ele sugeriu que déssemos uma pausa. Aceitaria mesmo que não pedisse. Estava exausta. Lutamos por dias, todos os dias, até eu não aguentar mais levantar. Minhas pernas trêmulas formigavam e meus punhos ardiam cruelmente. Parecia que eu havia socado o ferro por um ano inteiro, sem descaso, mas acontecia que ele era simplesmente muito forte. Cada golpe seu chacoalhava o meu interior e me dava náuseas. Eu sabia que era fraca, mas, como alguém poderia ser tão forte assim? Era um monstro. Agradeci pelo fato de ainda estar se segurando, do contrário, estaria morta.

Fiquei mais ágil também. Não havia percebido, pois pensei que ele tivesse ficado mais lento devido ao cansaço que atingia todos os seres humanos. Se não fosse por seu aviso, nunca perceberia. Era essa a sensação de ficar mais rápida? As pessoas ao seu redor parecem ficar mais lentas, enquanto na verdade, você se acostuma com uma velocidade elevada e não percebe até tempo depois. Eu não era uma pessoa que guardava emoções, por isso não contive a felicidade e prosseguimos para outras várias lutas com o meu sorriso estampado fielmente no rosto. Nunca o tiraria dali, não importava quantos socos me acertasse no queixo e bochechas. Determinada, esforçada, indestrutível.

Meu ritmo de treinamento tornou-se um hábito, mas eu não poderia evoluir se ficasse naquela repetição insana pelo resto da vida. Ele prometeu me ensinar uma nova técnica, considerando o meu nível de desempenho com o elemento trovão. Mostrei-lhe o que eu sabia, mas seu olhar deu-me a resposta que suas palavras não precisaram. Um fiasco, hã? O mundo ninja é sujo e as pessoas são astutas. Um ninja não sobreviverá só confiando em seu próprio corpo, confie em seu chakra também... foi o que ele me disse.

Esfreguei os olhos, esperando que uma dádiva divina corrigisse minha doença visual. O penhasco era tão alto que eu não poderia dizer a altura em que estávamos sem antes descer. O monumento lá em baixo era coberto pelas nuvens também. O quão alto poderíamos ir? Ele não me respondia ou não ligava, e assim, continuamos a andar. Com certeza eu teria mais um desafio no final daquela escadaria, mas novamente, ele não me dizia nada. O silêncio reinou pelos trinta e cinco minutos em que subimos, degrau por degrau, comigo fitando suas costas. Algumas das vezes tentei quebrar o gelo com o mascar irritante de meu chiclete. Sem sucesso. No mínimo deveria agradecer. Lugares altos geralmente eram frios, e aquele não repassava essa sensação. Realmente agradeci (ainda dominada pelo medo).

Eu perderia meu fôlego com facilidade se treinasse ali com a mesma intensidade de antes, mas acho que ele também sabia disso. Acabou que, o treinamento era bem leve e fácil. Talvez fosse minha especialidade? Os dias que passei ali se resumiram à permanecer em uma determinada postura, posicionar minha mão sobre uma rocha e transpassar o meu chakra através do corpo, até o ar e por fim atingir a rocha. Quando se tenta demais, o tempo passa e você nem vê, mas quando o resultado é perfeito, você não se arrepende de nem um segundo gasto. E a sensação de êxito, a felicidade, só mesmo o meu sorriso poderia descrever. Raiton: Jibashi fora a minha primeira técnica além das básicas. Ele não sabia disso e por isso ficou surpreso pela quantidade de vezes em que me curvei, de joelhos, agradecida.

[...]

——  O que vais me ensinar hoje? —— havia me esquecido do tempo que havia passado ali, mas continuava intrigada com o aprendizado até então. A curiosidade fez-me perder a noção do tempo, e por isso sua resposta seguinte me deixou realmente surpresa. —— Hoje? Haha, nada. Não temos mais tempo. Você treinou todos os dias, desde que chegou aqui. Não está satisfeita? —— e não estava, mas deveria. Agradeci muito pelo tempo que permitiu-me ficar, e pelas técnicas, golpes e habilidades que se dispôs à me ensinar. O homem que a nação se inspirava era realmente muito árduo e também, gentil.

—— Obrigada novamente, Raikage-sama.

Spoiler:
Anonymous
Daredevil.
Genin
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ORIGINALIDADE: 05|10 (um treinamento comum de sensei e pupilo)
GRAMÁTICA: 10|10
FLUIDEZ: 10|10
INTERPRETAÇÃO: 10|10
TREINAMENTO: 10|10
 
TOTAL: 45
PONTO: +1 Databook
APRENDIZAGEM: Raiton - Jibashi adquirido.
Daredevil.
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Convidado
Convidado
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Uma noite sombria, salientada pela incandescente luz lunar. A melodia do vento carrega com si a as vontades da natureza, e por fim, uma morte silenciosa. A história que ouvi dizia que isto tudo acontecia em segundos, mas para mim, o tempo era irrelevante, uma vez que seu fim era inelutável. Fazia algum tempo desde que ouvira o conto, mas ainda assim, reinava em dúvidas.

O silêncio era condizente. Soube dizer mesmo pelos passos que dei. Era quieto demais. A insanidade de alguém que guiava-se pela voz de rumores transcendia os limites da estupidez humana, mas ainda sim, humana. Meus olhos buscavam qualquer tipo de informação naquela escuridão escrupulosa. Os arbustos que em minha mente eram verdes não passavam de um amontoado de escuridão. Deveria retornar? Tarde demais. Um golpe súbito e sorrateiro e por fim, fui conduzida metros dali até parar inevitavelmente em um tronco esbelto de árvore.

—— V-Você está bem? —— uma pergunta insana vinda de alguém que acabara de me socar. Na verdade, talvez nem fosse ela. Na verdade, eu não sabia de porra nenhuma; minha vista se embaçou e a inocente voz que ouvia tinha seu som apagado gradativamente, assim como minha consciência.

[...]

Horas ou dias? Era impossível ter a noção exata do tempo durante o sono, por tanto, parei de pensar nisto logo que me contentei com a futilidade. Acordei em uma cama larga, coberta por lençóis finos e brancos, quase transparentes. Tão limpos quanto o resto do lugar. Apesar de simples, era confortável. Poderia dizer mais se não estivesse intrigada por uma dor irritante no peito, local alvo de um golpe recente. O som de algo se arrastando atingia bruscamente meus ouvidos, quase violando-os. A figura de uma garota jovem, de pele clara e cabelos encaracolados de cor dourada. Um rosto tão macio, suave, jovem e bonito. Soube tudo isso sem sequer tocá-la; era algo como.. intuição feminina? Não, era só lógica. Seu corpo era tão belo quanto a residência em que estava. Uma burguesa. Essa visão calma e aconchegante foi logo interrompida pela própria; desenrolou-se no assento onde estava - uma cadeira velha, desgastada e rústica. Se espreguiçou, bocejou e sorriu. Na ordem, seu corpo se remexia como o de alguém que havia dormido extremamente mal. O bocejo ressaltava o seu cansaço. Isso não era saudável para uma criança. E por fim, seu sorriso era como o de alguém extremamente contente ao me ver. E eu nem a conhecia.

—— Quem é você? —— arrisquei tomar as rédeas. A garota ainda parecia paralisada. Eu não era um fantasma!

—— Me chamo Yuki. Sou uma           —— a palavra foi censurada pois no mundo em que vivo, há diversos significados e crenças. Ser um ninja pode significar ser um caçador, um pirata ou algo mais. Independente disto, sua expressão retratou sua curiosidade e contentamento em ouvir o que eu acabara de dizer.

—— Legal! Eu sou E- —— a donzela, por outro lado, era interrompida. Uma voz audaciosa e mais direta a confrontava. Abalada, ela não pode contestar. Uma dócil mão projetava-se sobre o ombo da garota, que caía em desolação. Não era uma mãe, estava mais para uma guardiã.

—— Madame, por favor. Evite se dirigir à estranhos. É ordem de sua mãe. —— a garota assentia com a cabeça, quieta. O tossido da mais velha preludia o discurso seguinte. —— Sou Shiro, esta é Elizabeth. Ela é a herdeira da família Lorearthen e dona da residência donde estais.

—— Considerando que não sabes o perigo que ronda a floresta à noite, você não deve ser daqui?
—— Creio que não.
—— Pois bem, Yuki-kun. Há rumores de que um grupo de demônios está perambulando pela floresta à noite, comendo as criaturas vivas que encontram e delimitando território. Na verdade, isso já era bem comum por aqui, o problema é que isso está se tornando longe demais. Minha amo, Eliza, é filha dos guerreiros que dominaram esta floresta. Este castelo é a prova disto. Vítimas e mais vítimas tem sido feitas, mas até então, eram só animais cujo falta nenhuma faria. O contrato era bem rígido em relação à isso, mas agora com a morte de meus senhores, ouso dizer que os demônios não pretendem mantê-lo, e por fim... Humanos mortos. Crianças, assim como Eliza. Como você. Não se sabe os detalhes, mas cada vez mais e mais destas estão desaparecendo constantemente já faz uma semana. Coube a mim e aos demais tomar uma providência; a busca de ontem resultou no seu encontro, mas o que queríamos mesmo era as respostas. Aniquilar os demônios e trazer de volta as crianças, se ainda estiverem vivas.

O silêncio sucumbiu por um segundo. Shiro hesitou no mesmo instante que fitava Eliza. A encarada era auto-explanatória. Dizer tais coisas com uma criança presente não era certo, mas a julgar pela importância e emergência do assunto, era necessário. Eliza permanecia inquieta com sua cabeça baixa. Não a culpava. E sobre mim, ma história cativante para uma garota que só estava ali atrás de rumores.

—— Então.. se és realmente o que diz seres, poderia nos ajudar? Clamo por sua ajuda. Estamos desesperadas. —— ajoelhou-se, afastando seu vestido branco e preto de empregada. Suas palavras eram sinceras e solenes e meu coração saltitava. Um desejo lésbico? Ignorante o suficiente para custar minha própria vida, a julgar pelo momento meticuloso. Olhei-a por inteiro e pensei por um minuto, mesmo que a resposta já estivesse definida. Ajudaria-a sem questionar.

—— Claro. Sou uma heroína, afinal. —— meus sonhos sempre se colidiam com a realidade, mas eu era forte e corajosa.

Havia muitas pessoas que não conhecia ainda. Uns me olhavam com desdém e outros não se importavam. Alguém como eu era tão raro assim? Eliza não pareceu se importar, já que andou saltitante pelos corredores me acompanhando até salões importantes da casa. Tinha de me preparar, ou ao menos, ouvir o restante.

[...]

Shiro não se conteve e levou cinco ou seis na primeira investida que deu. A julguei mal. Sua força era extrema, mas ainda assim, não era como eu. Saltei por árvores e esgueirei-me pela escuridão como uma cobra. Pouco do treinamento que tive seria usado nesta situação, mas ainda assim, nada seria em vão.

Os chamarei de cinzentos, pois era a única cor que eu enxergava, dada pela luz sobre nós. Mas não conseguia dizer se eram lobos ou demônios de verdade. Atacaram-me em bandos, sempre. Sabiam que eram fracos, mas o que mais me irritava era o número inacabável de grupos formados. Dois, três, seis, dez. Esquivar foi fácil, minha velocidade era nível dois, mas eu não podia contra-atacar eficazmente; era fisicamente fraca. Apelei para as armas. O que eram algumas poças de sangues comparadas à vidas que mal haviam começado? Dilacerei tudo o que vi pela frente com as facas que tinha.

Deixei uma trilha de corpos e continuei caminhando para o centro, guiada pelos uivos dos lobos. Eram intermináveis, entretanto, a medida em que entrava floresta adentro, menos lobos surgiam até que nenhum veio e me encontrei perdida novamente. O ar pesou e uma sensação de medo cobriu meu corpo, junto de um frio congelante na espinha. Virei mas não tive tempo de reagir. Golpeada por uma pata gigante, rolei e cambalhotei quatro ou cinco vezes no chão rançoso e empoeirado. Quando o fitei, a besta era colossal. Maior que as árvores e com o corpo suficientemente volumoso para cobrir a lua. Sua sombra expandia-se sobre meu corpo machucado, mas não impotente. O que mais me amedrontava não eram os seus pelos estirados ou seu bafo miasmático, e sim, seu olhar perfurante. Ah, o olhar de uma besta. Nunca me esqueci deste dia. Algo em que pudesse me ver. Acredito que se estivesse vivo, também se recordaria firmemente.

A única coisa que tínhamos em comum eram um par de olhos de ferro, firmes e focados. Havia sido surrada pouco atrás, mas agora, minha resistência se elevava e eu ultrapassava os meus próprios limites. A primeira vez que meu corpo sucumbia ao cansaço extremo tinha um efeito contrário; eu me sentia cada vez mais forte, disposta.. evoluída. Embebida por um ódio insignificante, parti sem arrependimentos. Cada golpe que acertei nele retratava o medo das crianças e a dor dos pais que perderam seus filhos. A besta cambaleava e por fim, caía, mas não derrotada. A raiva ofuscava temporariamente o meu desejo por doces naquele momento. Em um impasse, seus olhos tornaram-se mais frios do que já eram, me encararam com pena. Se levantou e me deixou aterrorizada. Como ainda era capaz de continuar? Não precisou de resposta. O animal desconhecido cuspiu restos de um corpo semi-desenvolvido. Uma criança, de não mais do que cinco anos. Estava praticamente irreconhecível, mas não parei para pensar e simplesmente deixei-me levar. Alguém tão inteligente não faria isso, mas, meu coração fervia e meu corpo se movia sozinho. Estoquei todo o meu arsenal até que minha pele tornou-se escarlate. Um escarlate brilhoso e quente como o sangue do animal que jorrava imparável. Até o fim, não disse uma palavra. Era mesmo um demônio, afinal?

[...]

Um túmulo para cada uma das vítimas. O choro e a tristeza tomavam conta do clima e do ambiente, até que começou a chover. Talvez até mesmo os deuses gostassem de um clichê destes. Infelizmente, aquilo era uma tragédia. Não vi mais Shiro ou Eliza, tampouco quis. Inundei meu coração com ódio e tristeza, fruto de minha curiosidade indigente. Fui ingênua. Fui eu mesma.
Anonymous
Hashi
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ORIGINALIDADE: 10|10
GRAMÁTICA: 10|10
FLUIDEZ: 10|10
INTERPRETAÇÃO: 10|10
TREINAMENTO: 10|10

TOTAL: 50


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Orys, o Gatuno 剣の道.
Hashi
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Deca
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Fillers utilizados para aquisição de ponto. ^^

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Simplicidade e realidade me encantam. Busco trazer isso no que escrevo. (plágio '-')
Ficha | Acompanhamento
Deca
Ficha de Personagem : http://narutorpgakatsuki.net
Convidado
Convidado
Yunyun era uma garota eufórica, experta e brincalhona. Sempre a via pelas bandas. Lancei um olhar duvidoso no horizonte daquela rua estreita. Yunyun costumava correr por ali, disso me lembrava. Aonde ela havia ido? Provavelmente se espreitava em algum canto por ali, e pelos relatos dos mercadores, ela continuava a aprontar. Acho que eu a conhecia assim mesmo. Dei de ombros. Não era preocupante — não deveria ser.

Escutei só passos apressados. A mulher atravessou a rua, ignorando os poucos ali presente e fazendo um verdadeiro alvoroço. O que poderia ter acontecido? Se minha mente estivesse ocupada com outros pensamentos, talvez a ignorasse, mas resolvi perguntar. Alcancei seu ombro com minha mão e a parei. Antes dela terminar de virar seu pescoço e me encarar, a pergunta já estava feita.

—— Qual o problema..?
—— Minha filha [...]
—— Yuiyui?
—— Ah, Yuki! Que bom que você está aqui! A Yunyun sumiu! Já fazem dezesseis horas!

Um alvoroço com um motivo, é claro. Se antes estivesse apenas nostálgica, agora de certo a preocupação me preenchia. Imaginei lugares em que ela poderia estar, motivos para não ter chego e pessoas que pudessem tê-la feito algum mal, mas não encontrei nada extremamente preciso. Yuiyui ainda falava, mas depois das suas palavras iniciais, eu sinceramente não consegui processar mais nada. Nunca fui de muitos amigos e certamente não me dava bem com crianças, mas Yunyun era especial, e eu não a abandonaria.

—— Eu irei ajudá-la, você tem minha palavra.
—— Muito obrigada! Eu estou com um pouco de pressa, tenho de colar estes panfletos! —— ironicamente, a cara de Yunyun parecia tão fofa e despreocupante em uma das imagens que pude ver.
—— Qualquer coisa, me ligue!  —— avisei, mesmo não tendo certeza se minha voz a alcançaria. E sim, existem celulares nesta época.

Por onde começo? Um leque infinito de opções e claro, não seria fácil. Felizmente, desistir nunca passou pela minha cabeça. Antes de me envolver em pensamentos desmotivadores, já estava em um dos playgrounds de Yunyun: um parque afastado, próximo de um bosque com poucos brinquedos mas com uma vasta gama de verde e marrom (traduzindo, natureza). Se esconder era sua especialidade, e normalmente os garotos da região a odiavam por isso. Soltei um leve riso no momento. Nada aqui.

As ruas eram os lugares mais fáceis de se procurar. Yunyun não era uma desconhecida, seu rosto pregado com uma expressão serelepe sempre chamava a atenção de todos ali, então se tivessem a visto, com certeza se lembrariam. Nada ali.

Eu não deveria descartar de imediato a propriedade de Yunyun, mas sua mãe provavelmente já devia ter revirado aquele lugar inúmeras vezes, então me poupei do trabalho. O tempo era crucial, e eu não gostaria de desperdiçá-lo frivolamente. Nada lá.

De volta à estaca zero. Já quase sem opções, algo me veio a mente: um pequeno esconderijo antigo, afastado e também, perigoso. Quando comecei a lembrar, as peças foram se juntando. Fui até esse lugar sem pressa. Yunyun não era uma garota burra ou impulsiva demais, além de que, meu esconderijo não era tão perigoso assim. Saltei por algumas árvores até ter uma vista que cobrisse o que eu precisava ver, notei a entrada. Era uma pequena caverna, localizada bem no encosto de uma montanha curva de Kumo, e o que não faltava em Kumo eram montanhas. O rochedo sujo e empoeirado não mudara nem um pouco desde minha última visita. As superfícies completamente arranhadas pelo tempo em que passei, e também, uma garota entristecida envolta em lágrimas no seu fundo. Caminhei fenda adentro.

—— Está com medo?
—— Y-Yuki! —— Yunyun soluçou e engoliu o choro. É claro que estava assustada, uma criança daquela idade não conseguiria descer daquela altura sozinha. Ingênua fui de levá-la ali várias e várias vezes. Ainda que me indaguei o porquê dela estar ali, preferi deixá-la aconchegante em meus braços. Nunca deve-se negar à uma criança um bom abraço — sabia disto mesmo não me recordando de ter recebido algum.

—— V-Você demorou! Achei que nunca viria! Eu tenho tanto pra te contar, e olha, eu também tenho um presente para ti! Quis te dar faz tanto tempo mas você nunca voltava! —— desenrolou de seu bolso um pequeno artefato esculpido em madeira. Bati os olhos e já pude perceber o amadorismo da peça, e ao mesmo tempo, o tempo e esforço gastos. A garota era exemplar, e me enchia de orgulho. A palavra em si não significava muito para mim, mas não era uma sensação ruim.

—— Que lindo! Você que fez?
—— Sim! Essa é você! —— retirou uma segunda peça do bolso.
—— E essa sou eu!

Comecei com um pequeno riso que logo se transformava em várias gargalhadas. A garota era tão pura que fazia meu coração palpitar. Talvez só porque nunca tivesse sentido isto antes. Só brinquei com elas algumas vezes, nunca esperaria este tipo de visão que ela tinha de mim. Minha memória tinha lacunas obstruídas e imagens quebradas, mas eu preferi deixar tudo no passado. Era melhor preencher os espaços com novas imagens.

Era então chegada a hora do retorno. Antes de ir, notei algo em sua perna: não só um, mas vários hematomas. Não quis perguntar aonde se machucara, mas sabia que não poderia andar e então me voluntariei para carregá-la. Sem palavras, só gestos e uma troca de olhares e ela logo assentiu com a cabeça, esboçando um pequeno sorriso. Subiu em minhas costas e fui carregá-la. Tremi um pouco para ser sincera, mas continuei o trajeto sagazmente. Estava tudo resolvido. Ela nunca conseguiria voltar sozinha já que ir até ali consumiria uma hora inteira de mim, o que dirá de uma criança. Além do machucado, além do corpo e experiência. Entretanto, minha fraqueza veio à calhar. A desvantagem era enorme e nunca me vi carregando alguém ou algo daquele peso. A pior parte foi descer. O peso dela em minhas costas fez-me crer insanamente que meus tornozelos fossem quebrar, mas não aconteceu. Continuei, mesmo chorando por dentro. No que eu havia me metido?

[...]

Yuiyui parecia preocupada mesmo depois de receber minha ligação. E antes de nos ver claramente, já balbuciava loucamente. O grito e gestos mostrava sua preocupação descomunal. Isso era o amor de mãe? Uma sensação nostálgica mas falsa — sequer me lembrava daquilo, na verdade. Quis manter as aparências então não demonstrei tanto cansaço além de algumas ofegadas e falhas nas palavras, mas logo que nos despedimos, desabei. Não havia mais chão pra mim. No final, consegui ganhar um pouco mais de resistência.


Anonymous
Daredevil.
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Avaliando...

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GRAMÁTICA: 09
FLUIDEZ: 10
INTERPRETAÇÃO: 08
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TOTAL: 40 (arred.)

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