A brisa noturna do deserto carregava o som suave das dunas movendo-se ao longe. Sob o céu estrelado, Aizen estava pronto para um treinamento intenso em genjutsu. Sem clones para testar suas habilidades, ele decidiu utilizar o ambiente ao seu redor — especialmente os animais que emergiam na calma da noite. Caminhando em silêncio, ele encontrou um pequeno lagarto de escamas douradas, típico do deserto. A criatura, inicialmente alheia à presença de Aizen, tornou-se sua primeira escolha. Ele se aproximou devagar, seus olhos escarlates do Ketsuryūgan brilhando suavemente. O lagarto, desconfiado, parou de se mover e fixou o olhar em Aizen. — "Vamos começar com algo simples," murmurou ele. Focalizando a criatura, Aizen canalizou seu chakra e lançou um genjutsu de distração. Na mente do lagarto, o chão à sua frente parecia estar coberto de insetos, atraentes e irresistíveis para ele. O animal deu alguns passos hesitantes, balançando a cabeça como se tentasse distinguir o que era real. Era um sucesso. Satisfeito, Aizen aumentou a complexidade da ilusão. Agora, ele fez o ambiente ao redor do lagarto parecer repleto de predadores, como águias voando no céu. A criatura começou a correr em círculos, frenética, enquanto Aizen mantinha o controle do fluxo de chakra. O treinamento progrediu quando um chacal apareceu ao longe, provavelmente atraído pela movimentação do lagarto. Aizen viu ali uma oportunidade para elevar o nível de seu exercício. Concentrando-se, ele lançou um genjutsu mais complexo sobre o chacal, criando a visão de uma presa fácil — um coelho pequeno e frágil, correndo em pânico. O chacal avançou rapidamente na direção da ilusão, mas Aizen intensificou o desafio: enquanto o chacal perseguia a presa fictícia, Aizen fez o "coelho" desaparecer e substituiu-o por uma parede invisível. O animal parou bruscamente, confuso, e começou a recuar. Essa interação desafiava Aizen a manipular mais de um alvo simultaneamente. Ele agora dividia sua atenção entre o lagarto e o chacal, ajustando os genjutsus para mantê-los ambos sob controle. O lagarto, já cansado, finalmente se deitou, mas o chacal ainda resistia, forçando Aizen a intensificar o fluxo de chakra para prendê-lo em uma ilusão de areia movediça. — "Preciso ser mais preciso com múltiplos alvos," pensou Aizen, suando levemente. Por fim, ele decidiu testar uma última técnica: um genjutsu reflexivo. Ele lançou sobre o chacal uma ilusão onde o próprio animal parecia estar sendo atacado por outros chacais. A criatura começou a se debater e uivar, até que finalmente desmaiou, incapaz de lidar com o trauma ilusório. Aizen, exausto, sentou-se nas areias quentes, sua respiração pesada. O treinamento não apenas refinara suas habilidades, mas também mostrara que até mesmo a fauna do deserto podia ser uma aliada no aperfeiçoamento de suas técnicas. Ele observou o lagarto escapar rapidamente e o chacal recobrar a consciência, desaparecendo na escuridão. — "Isso foi um progresso," murmurou, levantando-se para retornar à vila.

O calor escaldante do deserto me envolve como um manto sufocante, mas não é algo que me incomoda. Sentado na sombra de um afloramento rochoso, observo atentamente as pedras marcadas que encontrei espalhadas pela região. O ancião disse que elas carregavam enigmas, mensagens deixadas para aqueles que têm olhos e mente para desvendar seus mistérios. Aceitei o desafio com o entusiasmo frio de quem sempre busca mais — mais conhecimento, mais poder. Segurei a primeira pedra em minhas mãos, sentindo sua textura áspera. Os símbolos esculpidos nela pareciam meros rabiscos à primeira vista, mas conforme passei os dedos por suas linhas, percebi a ordem escondida no caos. Era como se o deserto estivesse testando minha capacidade de ver além do óbvio. "Estes traços... um padrão celeste?" murmurei, pegando um dos pergaminhos que o ancião havia me dado. Ali estavam constelações mapeadas, similares às marcas na pedra. Tracei as linhas mentalmente, conectando pontos como um estrategista desenha seus planos de batalha. A lógica era clara: cada pedra indicava um ponto de referência no deserto, e juntas formavam um mapa que precisava ser interpretado. Com um graveto, comecei a desenhar na areia, recriando os padrões e alinhando-os com direções. Depois de algum tempo, a rota inicial ficou evidente. Mas então, outro obstáculo: duas pedras apresentavam instruções contraditórias. Uma apontava para o leste, enquanto a outra sugeria o norte. Fechei os olhos por um momento, respirando fundo. Não seria tão fácil. "Estão me testando," pensei, quase sorrindo. "Querem ver se caio na armadilha da dúvida." Abri os olhos e analisei as inscrições novamente, buscando a lógica oculta. Foi então que percebi: o símbolo na pedra do norte tinha um detalhe distinto, uma marca que indicava ser a direção correta. Era um truque, um jogo mental. Com isso resolvido, avancei para o próximo enigma. Desta vez, uma sequência numérica me desafiava. Lembrei-me das palavras do ancião sobre as fases da lua e, usando o conhecimento acumulado, calculei os ciclos correspondentes. Fiz anotações rápidas no pergaminho, ajustando meu raciocínio conforme as peças se encaixavam. A tarde avançava, e a satisfação de decifrar os códigos alimentava meu foco. Cada resposta que encontrava era um lembrete do meu próprio intelecto. Não se tratava apenas de encontrar um local; era um exercício para a mente, um treinamento que me tornaria mais afiado, mais preparado. Quando finalmente desvendar o último enigma, ergui-me e olhei para o horizonte. O deserto, com todos os seus desafios, parecia um adversário digno e um aliado implacável. "Você testa minha paciência e minha lógica," sussurrei ao vento. "E eu agradeço por isso." Recolhi meus pertences e comecei o caminho de volta à vila, já pensando em como poderia usar o que aprendi em minha próxima caçada por poder. Afinal, tudo que o deserto me ensina é uma arma para meu arsenal.