Na primeira luz da manhã em Iwagakure, Biskka foi convocada por um mensageiro do quartel para comparecer imediatamente ao centro de operações. Lá, foi recebida por um Jounin de expressão séria, que segurava um pergaminho nas mãos.

— Biskka, sua missão de hoje é diferente das demais. Um artefato raro e valioso foi roubado do museu da vila. A relíquia possui uma importância histórica profunda para Iwagakure, e precisamos que seja recuperada discretamente — disse ele, estendendo o pergaminho para que a jovem pudesse ler as informações detalhadas.

Ao abrir o pergaminho, Biskka encontrou uma descrição detalhada do artefato roubado. Tratava-se de uma pequena estátua de pedra com inscrições antigas, que, segundo rumores, era capaz de armazenar chakra e havia sido utilizada por shinobis há várias gerações. Além disso, também possuía valor simbólico para a vila, o que tornava sua recuperação ainda mais importante.

— O que sabemos sobre os ladrões? — perguntou, os olhos atentos ao seu superior.

— Ainda estamos levantando informações, mas testemunhas relataram uma movimentação estranha nas proximidades do museu na noite passada. Um grupo suspeito foi visto perto de um antigo caminho que leva às bordas de Iwagakure. É provável que estejam tentando fugir para fora do território, e o tempo é essencial. — O Jounin apontou para um ponto no mapa onde o caminho cruzava com pequenas trilhas nas montanhas.

Considerações:

Ela assentiu, compreendendo a urgência e a importância de agir rápido. Preparando-se para a busca, ela visualizou o trajeto que deveria tomar e as possíveis abordagens para interceptar os ladrões. Ela sabia que essa missão exigiria tanto habilidade em rastreamento quanto destreza para lidar com os ladrões, caso tivesse que confrontá-los.

— Vou partir imediatamente. Espero que eu tenha uma boa briga, ao menos — afirmou, com firmeza, ao guardar o pergaminho e ajustar sua bolsa de armas.

Antes de sair, o Jounin a chamou uma última vez, deixando claro que, embora o combate fosse uma possibilidade, a prioridade era garantir a integridade do artefato e trazê-lo de volta ao museu. Sabendo o quanto ele era valioso, Biskka se concentrou em traçar mentalmente a melhor rota para interceptar os ladrões. Com o mapa memorizado e um plano delineado, Biskka avançava pelas trilhas sinuosas que se estendiam ao redor de Iwagakure. A manhã começava a iluminar as montanhas, projetando sombras que dançavam entre as rochas e vegetação. Ela movia-se com discrição, mantendo-se próxima às rochas e fora de qualquer caminho aberto. Se os ladrões estivessem atentos, poderiam notar qualquer movimentação estranha, e ela sabia que seu sucesso dependia da furtividade. Enquanto progredia, os rastros no chão começaram a ficar mais evidentes: pegadas e pequenos fragmentos de tecido pendurados em galhos revelavam uma rota de fuga recém-utilizada. Parando em um ponto estratégico, a Genin se agachou e analisou os vestígios. As pegadas indicavam um grupo de três a quatro pessoas, provavelmente carregando peso, dada a profundidade das marcas. Esses detalhes a tranquilizavam um pouco — se estivessem carregando o artefato, seus movimentos seriam mais lentos, o que lhe daria uma chance melhor de interceptá-los antes que cruzassem as fronteiras da vila.

Considerações:

Após alguns minutos seguindo os rastros, Biskka finalmente avistou, à distância, uma pequena clareira entre as montanhas onde os ladrões haviam montado um ponto de descanso temporário. Eles não pareciam estar cientes da presença dela; ao contrário, estavam distraídos, discutindo sobre a melhor rota para sair do território de Iwagakure. De seu esconderijo, ela pôde distinguir um dos homens segurando uma bolsa que, pelo formato e pelo cuidado com que era manuseada, parecia conter o artefato roubado.

— Essa é minha chance — pensou a jovem, focando sua atenção nos ladrões e avaliando as condições ao redor. Havia três homens ao todo, todos com aparências rudes e armados com lâminas. Dois deles pareciam vigiar a área, enquanto o terceiro se ocupava com o artefato. Antes de agir, a Genin sabia que precisaria de uma abordagem cuidadosa para não alertar os homens e preservar a segurança do artefato. Ela ponderou entre atacar diretamente, utilizando a velocidade para desarmar os guardas, ou esperar que eles seguissem viagem para emboscá-los em um local mais seguro. Sua experiência dizia que a segunda opção poderia ser mais eficaz.

Controlando a ansiedade, a Genin continuou oculta, observando o grupo. Sabia que uma ação precipitada poderia colocar em risco não só a missão, mas também o artefato. Enquanto aguardava o momento certo, começou a avaliar o terreno ao redor, identificando potenciais rotas de escape e obstáculos que poderia usar a seu favor em uma possível luta. Cada segundo era um teste de paciência e autocontrole.

Considerações:

Quando os ladrões se levantaram e começaram a organizar suas coisas para seguir adiante, Biskka se preparou. Agora, ela precisava seguir o grupo de perto e garantir que teria uma oportunidade para interceptá-los no caminho. Com o grupo em movimento, Biskka posicionou-se à uma distância segura, avançando de maneira furtiva entre as árvores e pedras, suas passadas leves não deixavam rastros no terreno irregular. Os ladrões não suspeitavam de sua presença, e isso lhe deu a vantagem necessária para continuar sua perseguição sem pressa.

Enquanto observava o grupo à frente, a Genin identificou detalhes importantes: o ladrão que carregava o artefato se mantinha mais para trás, como se temesse danificar o item precioso. Os outros dois homens, aparentemente acostumados à liderança, tomavam a dianteira, movendo-se em um ritmo constante e monitorando o caminho. Eles trocavam poucas palavras, focados em cobrir o máximo de distância o mais rápido possível. Biskka avaliou o momento ideal para uma abordagem. Considerou atacar o último homem e pegar o artefato enquanto os outros avançavam, mas havia o risco de que eles a ouvissem e retornassem. Precisava de uma oportunidade mais isolada, ou de algum tipo de distração que afastasse os homens da peça roubada. Concentrada, ela procurava maneiras de usar o ambiente a seu favor, observando galhos baixos e pedras que poderiam ser úteis em uma emboscada.

Considerações:

A chance veio em poucos minutos, quando os homens pararam brevemente perto de um riacho. Um deles caminhou alguns passos adiante para verificar o terreno, enquanto o outro baixou a guarda, ocupado em beber água e encher um cantil. O homem que segurava o artefato abaixou a bolsa, aproveitando a pausa para ajustar o peso nos ombros.
É agora! pensou a garota. Movendo-se como uma sombra, Biskka se esgueirou até uma posição estratégica entre duas grandes rochas, onde tinha uma visão clara do grupo. Em um movimento calculado, lançou uma pedra no mato próximo ao riacho, provocando um leve ruído. O efeito foi imediato: o homem mais à frente se virou, alarmado, e alertou os outros para que investigassem o barulho.
Enquanto os ladrões focavam sua atenção na direção oposta, Biskka aproveitou a distração. Deslizou para fora de seu esconderijo e aproximou-se do homem que segurava o artefato. Em um rápido movimento, desferiu um golpe certeiro em sua nuca, deixando-o desacordado antes que pudesse reagir. Ela segurou a bolsa com o artefato e afastou-se rapidamente, escondendo-se em uma formação de rochas próxima.
Os outros dois homens notaram a ausência do parceiro apenas quando ele não respondeu ao chamado. Alarmados, eles começaram a procurar nos arredores, mas a Genin já estava em segurança com o artefato. Observando-os de seu novo esconderijo, ela percebeu que o plano havia dado certo — os ladrões estavam desorientados e sem suspeitar de sua presença.

Considerações:

Com o artefato agora em sua posse, Biskka ponderou sobre seu próximo passo. Poderia retornar imediatamente para Iwagakure, garantindo que a peça estivesse segura no museu. Contudo, algo na situação ainda lhe parecia suspeito. Por que apenas três homens? Decidiu continuar nas proximidades, investigando um pouco mais. Biskka permaneceu escondida entre as rochas, observando a reação dos ladrões, que agora buscavam seu companheiro desaparecido com um misto de pânico e frustração. Eles se comunicavam em vozes baixas, mas, pela expressão de um deles, era evidente que a perda do artefato era uma questão séria. A garota se manteve atenta, notando cada detalhe. Embora tivesse recuperado a peça, algo a intrigava profundamente. Esses homens pareciam muito mais preocupados do que um grupo comum de ladrões.

— Há algo a mais nisso — pensou, enquanto os observava com precisão. — Talvez estejam trabalhando para alguém... ou o artefato tem mais valor do que aparenta. — Decidida a obter mais informações, optou por esperar que eles se afastassem da área. Quando finalmente se distanciaram, murmurando entre si, a Genin respirou fundo e se moveu para segui-los mais uma vez. Com o artefato cuidadosamente guardado em sua bolsa, a Genin voltou a seguir os homens, mantendo-se fora do campo de visão deles. Agora, sem a peça em sua posse, eles pareciam um pouco mais relaxados, embora frustrados, e a garota pôde ouvir fragmentos da conversa. Um deles, com voz áspera, resmungava:

— É melhor acharmos logo essa peça... o chefe não vai perdoar nenhum erro. Já era arriscado trazê-la até aqui.

O segundo ladrão assentiu, visivelmente tenso.

— Vamos voltar para a base. Talvez possamos encontrar um jeito de recuperar o artefato, mas precisamos dar satisfações ao chefe. Ele disse que essa coisa vale uma fortuna e que tinha alguém interessado. Se voltarmos de mãos vazias...

Considerações:

Ao ouvir sobre a base, os sentidos de Biskka se aguçaram. Se esses homens estavam envolvidos com uma organização maior, essa informação poderia ser valiosa para Iwagakure. Decidiu que precisaria rastrear o caminho deles até essa suposta base. Se soubesse a localização e as atividades do grupo, poderia alertar o vilarejo e, quem sabe, desmantelar uma operação maior. Pacientemente, ela continuou seguindo-os em silêncio, traçando o caminho com precisão. Ao longo de algumas horas, os homens se dirigiram para uma área mais isolada, entrando por uma trilha quase imperceptível que levava a uma caverna camuflada por uma cascata. Biskka manteve-se escondida nas sombras, estudando a entrada da base com atenção. Ali, viu um movimento sutil de guardas patrulhando a área, o que confirmava que a organização tinha uma estrutura sólida.

Depois de observar tudo cuidadosamente, ela sabia que tinha informações cruciais para a missão. Sem hesitar, começou a traçar sua rota de volta para Iwagakure, decidida a levar tanto o artefato quanto as informações valiosas ao quartel-general. traçou seu caminho de volta pelas sombras, seus passos precisos e cautelosos enquanto se afastava da base inimiga. A adrenalina ainda corria pelo seu corpo, mas ela manteve o foco, certa de que precisava ser extremamente cuidadosa para não atrair a atenção dos vigias. Cada movimento era calculado, e a Genin aproveitava o silêncio e a cobertura natural da vegetação para se camuflar perfeitamente na paisagem. O caminho de volta a Iwagakure era longo e exigia atenção redobrada, especialmente após tantas horas de rastreamento. A garota sabia que estava levando não apenas o artefato valioso, mas também informações que poderiam impactar diretamente a segurança de seu vilarejo. Respirou fundo, mantendo-se em alerta, mas também satisfeita com o sucesso de sua missão até ali. Ao atravessar a última parte da trilha que a levava de volta ao vilarejo, Biskka visualizou os primeiros sinais de Iwagakure, sentindo um alívio sutil por estar perto de casa. O peso da missão estava quase no fim, e com ele vinha uma sensação de dever cumprido. Ao chegar no portão principal, fez sinal para um dos guardas, que reconheceu seu emblema e a deixou passar com rapidez.

Considerações:

Assim que chegou ao quartel-general, entregou o artefato para o responsável do museu e informou sobre o esconderijo dos ladrões e as suspeitas de que uma organização maior estivesse por trás do roubo. O Jounin Kenshiro, que havia orientado Biskka desde o início, estava ali, ouvindo atentamente seu relatório com uma expressão de aprovação.

— Excelente trabalho, Biskka — disse ele, com um leve sorriso. — Essas informações são extremamente valiosas. Esse artefato estava chamando muita atenção, e sua missão revelou ainda mais sobre as intenções desses ladrões.

A garota acenou, satisfeita por ter conseguido completar a tarefa sem problemas graves e por ter conseguido informações que poderiam auxiliar em futuras investigações. Sabia que aquela missão havia sido um teste de suas habilidades de investigação e furtividade, e o sucesso aumentava sua confiança e a garantia de que estava no caminho certo como Genin de Iwagakure.

— Yare, yare... Fiz a minha parte, espero que a Polícia e o time de Investigação faça um bom trabalho — disse ela, num tom mais descontraído, enquanto se retirava da sala. Assim que entregou o artefato ao oficial encarregado e finalizou o relato dos detalhes, Biskka foi levada para uma sala de briefing onde o Jönin Kenshiro aguardava para colher um relatório mais aprofundado. O rosto do superior, usualmente sério, tinha agora uma expressão de interesse, quase admiração, refletindo o impacto positivo que a missão de Biskka gerara até ali. Ela se acomodou em frente a ele, ainda sentindo a tensão do corpo depois de horas de movimentação furtiva e cautelosa. Kenshiro fez um sinal de aprovação e, com voz firme, incentivou-a a compartilhar os pormenores.

Considerações:

— Quero ouvir tudo, minha jovem — ele disse, com os olhos fixos nela. — Desde o primeiro sinal até o momento exato em que se aproximou do artefato. Não deixe nada de fora; cada detalhe pode ser útil para entendermos mais sobre essa organização.
— Certo, vamos lá...

A Genin respirou fundo, e sua mente revisitou cada etapa da missão. Relatou o início de sua investigação no museu, a descoberta das marcas no solo e nas paredes que indicavam uma rota de fuga, e como seguira os rastros até o esconderijo. Explicou com precisão o layout da base, descrevendo as rotas de patrulha, as posições dos vigias, e a atmosfera tensa do local. Quando mencionou os momentos em que quase fora avistada pelos guardas, Kenshiro demonstrou um leve sorriso, compreendendo o nível de autocontrole necessário para um jovem ninja manter-se calmo em situações assim.

— Essa passagem que encontrou na rocha, escondida entre as montanhas… Parece que eles conhecem o território tão bem quanto nós. Precisamos estar mais atentos a esses esconderijos naturais — Kenshiro refletiu em voz alta.
— A bem verdade, os homens que encontrei não eram grande coisa, mas eles pareciam estar lá a pedido de alguém, sempre falavam sobre um Chefe — complementou. Logo em seguida relatou a breve escaramuça na sala onde encontrou o artefato, o confronto direto com os guardas e, finalmente, como os superara usando a precisão e velocidade em que vinha treinando. Ao mencionar que optara por manter os ladrões vivos para evitar ruídos e desordem, Kenshiro acenou lentamente, evidenciando aprovação.

— Pensei que você fosse só músculos, mas... sua capacidade estratégica me surpreendeu — ele comentou. — Poderia ter confrontado aqueles homens ali mesmo, mas o fato de ter esperado o momento oportuno e, ainda assim, sair sem alertar o restante do grupo, foi um movimento sagaz. Essa missão exigia inteligência e controle, e você demonstrou ambos.

Ao final do relato, Kenshiro fez anotações detalhadas em um pergaminho, documentando as observações de Biskka e as suas próprias conclusões. Após uma breve pausa, ele a olhou nos olhos, adotando um tom mais leve:

— Acredito que será interessante compartilhar esse relatório com os demais Genin de Iwagakure. A experiência compartilhada nos tornam mais fortes.

Biskka manteve a postura firme, mas era difícil disfarçar o leve brilho de orgulho em seus olhos. Para ela, aquela missão não havia sido apenas uma tarefa de recuperação; fora uma prova de que o caminho que trilhava era o certo, e a confirmação de que seu esforço e disciplina começavam a gerar resultados sólidos. Quando o relatório foi finalizado e selado, Kenshiro a dispensou com uma última orientação:

— Descanse e, quando estiver pronta, passe no quartel para receber mais instruções. Em breve, provavelmente precisaremos de alguém com suas habilidades para outras investigações.
— *Wooah!* Acho que vou comer alguma coisa e me dar ao luxo de um banho quente, heh — disse ela após um grande bocejo, num tom leve e descontraído, completamente em segurança.

Considerações: