No Campo de Treinamento de Iwagakure, o sol do meio-dia lançava sombras alongadas sobre os diversos equipamentos dispostos no terreno. A Genin estava no centro da área de prática, ansiosa para aprender o estilo de combate Hakuda, uma técnica que prometia aprimorar seus reflexos e bloquear ataques físicos com a precisão que ela tanto desejava. Ela sentia que este estilo seria um complemento poderoso para sua habilidade em Taijutsu. Ao seu lado, seu sensei naquele dia, um Jōnin especializado em Taijutsu chamado Kenshin, observava-a com atenção. Kenshin era conhecido por seu domínio absoluto de técnicas de defesa e bloqueio, sendo o instrutor ideal para guiá-la no aprendizado do Hakuda. Ele ajustava o peso de suas bandagens nas mãos, indicando a seriedade do treino que estava prestes a iniciar.

— Biskka, antes de qualquer coisa, preciso que você se concentre — começou Kenshin, com uma voz firme e calma. — Hakuda exige um controle preciso do seu chakra para intensificar seus reflexos. Quando ativado, você será capaz de enxergar os movimentos à sua volta com mais nitidez, mas o custo em chakra é alto, e o desgaste, ainda maior.

Ela assentiu, fechando os olhos por um momento para se concentrar. Ela respirou fundo, tentando canalizar o chakra para as extremidades do seu corpo, exatamente como Kenshin havia ensinado. Aos poucos, ela sentiu uma leve pressão se formando em seus braços e pernas, quase como se os sentidos estivessem sendo amplificados.

— O objetivo do Hakuda é usar o seu corpo como escudo, bloqueando com braços e pernas, sem desperdício de movimentos — explicou Kenshin, assumindo uma postura defensiva. — Agora, ataque-me. Mas lembre-se: você precisa estar ciente do gasto de chakra para sustentar esse nível de percepção.

Biskka ajustou sua postura, preparando-se para avançar contra seu sensei. Ela concentrou-se no fluxo de chakra em seus olhos e nos músculos, ativando o estilo de luta Hakuda pela primeira vez. No mesmo instante, a percepção dela mudou. Os movimentos ao redor pareciam mais lentos, como se ela conseguisse captar cada detalhe de sua postura, cada leve inclinação. Ela partiu para um ataque direto, mirando o peito de Kenshin com um soco. Porém, como esperado, o sensei desviou com facilidade e respondeu com um rápido contragolpe. A garotamal teve tempo de reagir, mas, com o estilo Hakuda ativo, seu braço subiu automaticamente para bloquear o soco, que ela defendeu com um bloqueio calculado, absorvendo o impacto.

— Muito bem — disse Kenshin, com um leve sorriso. — Você conseguiu bloquear no reflexo, mas Hakuda não é só sobre defesa. É sobre prever o movimento do oponente, saber quando atacar e, principalmente, conservar a energia.

— *Urgh!* — franziu um pouco o seu cenho.

Biskka respirava com dificuldade, já sentindo o gasto de chakra pesar. Kenshin percebeu e deu uma pausa, permitindo que ela recuperasse o fôlego. — Tome um momento. Essa técnica exige um turno de descanso entre as ativações. Use esse tempo para observar, para entender o seu ritmo. Ela recuou, desligando momentaneamente o fluxo de chakra para os olhos e membros. A pausa parecia intensa, mas necessária, dando-lhe espaço para sentir o corpo e mentalizar os passos. Quando sentiu-se pronta novamente, ativou o Hakuda pela segunda vez. Ela concentrou-se ainda mais, percebendo que, mesmo com a pressão nos músculos, o estilo trazia uma clareza incomum aos sentidos. Kenshin avançou com uma série de ataques rápidos, socos e chutes precisos e metódicos. Com a percepção aguçada, Biskka conseguia ver os golpes chegando e levantava os braços e as pernas para bloqueá-los de forma precisa, redirecionando a força dos ataques sem desperdiçar energia. O sensei intensificava os golpes, forçando-a a se movimentar de forma mais ágil e estratégica.

— Heh, não parece tão difícil depois que pega o jeito — disse ela de forma quase casual, como se já fizesse aquilo a vida inteira.
— Isso! Esse é o espírito do Hakuda! — exclamou Kenshin. — Sinta o fluxo. Use o mínimo necessário para defender.

Após vários minutos de golpes bloqueados com sucesso, Biskka finalmente conseguiu estabilizar o uso da técnica. O cansaço a consumia, mas o sentimento de conquista era maior. Ao desligar o Hakuda, respirou fundo, satisfeita com seu progresso.

— Você aprendeu bem, jovem. Mas lembre-se: o verdadeiro desafio é manter essa calma e controle, especialmente em batalha — concluiu Kenshin, oferecendo um sorriso respeitoso.
— Foi um dia bom, mas nunca parece ser o suficiente... — ela se referia ao fato de nunca estar satisfeita com as suas habilidades, sempre anseava mais e mais.

Considerações: