[Ato] - Goodbye to Romance

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[Ato] - Goodbye to Romance
[Ato] - Goodbye to Romance

Agony

Genin

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Ter 15 Out 2024, 16:00

— Goodbye to Romance

— A chuva tamborilava sobre os telhados e o vento uivava entre as vielas de Iwagakure, carregando consigo a umidade da noite fria. Eu e Ryo seguimos lado a lado, nossos passos ecoando pelas pedras molhadas, o peso da missão repousando sobre nós como um aviso silencioso. O Quartel-General havia nos enviado para encontrar um homem estranho e misterioso, envolvido em incidentes recentes que ninguém conseguia explicar. Quando finalmente chegamos ao ponto de encontro — um templo abandonado nas margens da vila —, a atmosfera ao nosso redor pareceu mudar. Era como se o ar ali fosse mais denso, quase sufocante, como se estivéssemos prestes a entrar em território inimigo.

— Esse cara é novo. Nunca vi ele entre antes. — Ryo murmurou ao meu lado, estreitando os olhos. — Estranho. Tem coisa aí. —

Eu concordei com um aceno breve. Nada na missão fazia sentido. Quem era esse tal de Shinji e por que o Tsuchikage insistiu em que ele nos acompanhasse?

Assim que adentramos o pátio do templo, uma figura esbelta e desleixada se destacou entre as sombras. Ele estava sentado de forma relaxada no parapeito de uma antiga coluna, com uma postura que parecia gritar que ele não se importava com absolutamente nada. Seus cabelos pretos caiam sobre os olhos, e um sorriso sarcástico curvava seus lábios, como se ele já tivesse lido todos os pensamentos que passaram pela nossa cabeça.

— Ah, então esses são os prodígios? — Sua voz era arrastada, carregada de sarcasmo. — Aposto que o Tsuchikage disse a vocês que precisariam de mim porque vocês... bem... não dariam conta sozinhos. —

Ryo cruzou os braços, seu olhar já frio se tornando ainda mais cortante.
— Nunca ouvi falar de você. E eu conheço todos os jounins. —

O sorriso de Shinji se alargou, mas seus olhos permaneceram frios, como se ele estivesse se divertindo às nossas custas.
— Uau, que observador. Talvez seja porque eu não sou exatamente fã de reuniões oficiais... ou de ficar por aí tentando impressionar adolescentes com espada. —

Ryo deu um passo à frente, o punho se fechando ao lado do corpo.
— Como é que é? —

Shinji ergueu as mãos, em um gesto exagerado de rendição.
— Calma, guerreiro. Estou aqui pra ajudar, lembra? Aliás, adorei o cabelo. Tão rebelde. Combina com a vibe de ‘eu sou muito melhor que você’. —

Eu mantive o silêncio, mas meus olhos ficaram fixos nele. Havia algo profundamente irritante em Shinji, como se ele quisesse provocar uma briga apenas por diversão. Ainda assim, havia algo mais... uma escuridão oculta sob aquele sarcasmo, algo que ele tentava esconder com todas essas palavras vazias.

— Certo, vamos parar com isso. — Finalmente rompi o silêncio, sentindo uma pontada de exaustão. — A missão é importante, e se o QG acha que você é necessário, então é isso. Não precisamos gostar um do outro. Só precisamos completar o trabalho. —

Shinji suspirou, teatralmente, como se minha tentativa de pôr fim à discussão o tivesse entediado.
— Ah, eu gosto de você, garota. Prática. É disso que eu gosto. Sem joguinhos emocionais. —

Ryo resmungou algo ininteligível, mas eu o ignorei. Não podíamos nos dar ao luxo de perder tempo com brigas inúteis.

— Então, qual é o plano, mestre estrategista? — perguntei, cruzando os braços e encarando Shinji com uma sobrancelha arqueada.

Ele deu um sorriso enviesado, satisfeito por eu ter jogado o jogo dele.
— Simples. A gente entra, descobre o que precisa, e sai. E se alguém tentar nos matar no processo... bem... aí fica divertido. —

Ryo soltou um suspiro irritado.
— Isso não é um plano. —

— Claro que é. É só um daqueles planos flexíveis. Você sabe, pra gente poder improvisar quando tudo inevitavelmente der errado. — Shinji piscou para mim, como se estivéssemos compartilhando uma piada secreta.

Eu rolei os olhos. Já podia prever que essa missão seria longa.

— Puta que pariu... — disse, e comecei a caminhar em direção à entrada do templo.

Shinji pulou do parapeito com uma agilidade surpreendente e caiu ao nosso lado, colocando as mãos nos bolsos como se não tivesse um único problema no mundo.
— Isso aí, garota. Vai ser uma bela aventura. Mal posso esperar...hehehe —

Ryo apenas bufou, mas me seguiu de perto.

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Agony

Genin

Ter 15 Out 2024, 18:00

— Goodbye to Romance

— A manhã chegou fria e enevoada. A bruma rastejava pelas estradas de pedra enquanto o sol parecia hesitante em aparecer por completo. Naquela quietude quase sufocante, estávamos nós três reunidos ao lado da caravana que precisaríamos escoltar. Dois jounins, uma carga que ninguém se deu ao trabalho de explicar, e um sujeito que parecia mais interessado em sarcasmo do que na missão.

Ryo coçou a nuca, o semblante carregado com uma irritação contida.
— Isso parece... fácil demais. — Ele olhou para mim, esperando uma confirmação silenciosa de que algo estava errado. — Dois jounins para escoltar uma caravana? Sem informações detalhadas? Só pode ser uma piada. —

Eu também sentia essa inquietação se instalar como um nó apertado na garganta. A missão era simples no papel: acompanhar uma caravana e entregá-la nas fronteiras leste. Nada além disso. Nenhuma especificação sobre a carga ou os motivos. E algo em mim dizia que, se o Tsuchikage havia pedido que fôssemos nós, havia mais nessa história do que estávamos enxergando.

— Talvez o Senhor Feudal seja um desses caras paranoicos. — sugeri, dando de ombros. — É comum em regiões instáveis. —

Ryo soltou um grunhido, ainda desconfiado.
— Mesmo assim. Tem algo errado. Sinto que estamos sendo mantidos no escuro. —

Shinji, que até então observava a conversa de canto, deixou escapar uma risada baixa.
— Ah, é claro. Porque tudo precisa ser um mistério sombrio e complexo. Quem sabe a carga é só... sei lá... chá e biscoitos? — Ele deu um sorriso enviesado, claramente se divertindo com a nossa desconfiança. — Vocês ninjas e essa mania de achar conspirações em tudo... —

Ryo virou o rosto para ele, a paciência já se esgotando.
— Escuta, palhaço, ninguém chamou você aqui para ser engraçado. Se vai falar alguma coisa útil, fale. Se não, fique quieto. —

Shinji não se deu ao trabalho de responder imediatamente. Ele deu um passo para trás e ergueu as mãos com um sorriso relaxado.
— Eu estou só dizendo... Nem toda missão é o fim do mundo. Às vezes é só uma caravana mesmo. —

Olhei para Ryo, tentando manter o equilíbrio. O clima entre os dois era como pólvora prestes a ser incendiada, e eu sabia que precisava evitar que explodisse.
— Vamos só manter o foco, ok? — disse, cruzando os braços. — Melhor nos prepararmos para o pior. É mais seguro assim. —

Shinji encolheu os ombros e se virou para a caravana.
— Tanto faz. Só espero que seja algo divertido no fim das contas. Se eu soubesse que ia passar a manhã escoltando carroças, teria trazido um livro. —

Com um suspiro pesado, subi na carroça que liderava o comboio e dei um sinal para o responsável pela caravana. Cinco homens ao todo estavam no grupo, aparentemente mercadores. Eles pareciam normais à primeira vista, mas algo na maneira como olhavam ao redor, atentos demais, me deixava desconfortável.

Ryo se aproximou e falou em tom baixo, só para mim:
— Esses caras não são só mercadores. Estou dizendo, Lil. Tem alguma coisa escondida nisso tudo.

— Eu sei. — respondi, observando o caminho à frente, onde a névoa começava a se dissipar levemente. — Só precisamos descobrir o que. —

Shinji se esticou preguiçosamente ao lado da carroça, como se o clima de tensão fosse uma mera brisa para ele.
— Relaxem. Se alguém aparecer, nós lidamos com isso. E se não aparecer ninguém, ótimo. Missão fácil, pagamento garantido. —

Ryo soltou um suspiro irritado e eu reprimi uma risada. Mesmo sendo insuportável, havia algo quase cômico na leveza com que Shinji encarava a situação. O caminho para o leste estava diante de nós. Um cenário aparentemente simples, mas que eu sabia, no fundo, guardava algo mais. As peças do quebra-cabeça estavam ali, espalhadas no silêncio da manhã. Eu só precisava encontrar a que faltava.

E assim seguimos, relativamente despreocupados.

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Genin

Ter 15 Out 2024, 20:00

— Goodbye to Romance

— O som das rodas das carroças rangendo sobre a estrada irregular parecia ecoar na bruma, um ruído persistente que cutucava a minha mente. As árvores à nossa volta se inclinavam como sombras vivas, projetando silhuetas inquietas que dançavam na periferia da visão. Algo não estava certo. A trilha, que no início parecia uma rota comum de transporte, agora se mostrava diferente. As pedras que pavimentavam o caminho estavam rachadas em alguns pontos, como se tivessem suportado peso além do habitual. Vegetação rasteira engolia as bordas da estrada, e raízes tortuosas subiam pela superfície, como se a floresta estivesse lentamente tentando engolir aquele pedaço do mundo.

O ar parecia carregado, denso e frio demais para o horário. Mesmo o vento, quando soprava, fazia um som oco, como sussurros indecifráveis. A cada vez que piscava, tinha a estranha sensação de ver algo na periferia – vultos que sumiam rápido demais para que eu pudesse distingui-los com clareza. Era como se o próprio ambiente tentasse me alertar de que não estávamos sozinhos.

— Notou isso também? — Ryo perguntou em voz baixa, caminhando ao meu lado, olhos atentos para os arredores.

— Sim. — murmurei. — Tem alguma coisa estranha aqui. —

Lá na frente, Shinji caminhava despreocupado ao lado de uma das carroças, as mãos nos bolsos, assobiando uma melodia leve e dissonante. Parecia imune ao clima tenso que se acumulava ao nosso redor, como se aquilo não fosse nada além de um passeio comum para ele. O assobio irritante só reforçava o contraste entre a atmosfera pesada e a atitude displicente do nosso companheiro.

Ryo olhou de esguelha para ele e sussurrou para mim:
— Esse cara... Ele não sente nada? Como é que ele pode estar tão tranquilo? —

— Pode ser só fachada. — sugeri, embora até eu tivesse dificuldade em acreditar nisso.

Os condutores da caravana também não ajudavam em nada a aliviar a tensão. Eles estavam quietos demais, trocando olhares entre si, como se soubessem mais do que estavam dispostos a revelar. Mesmo enquanto guiavam os animais, seus olhos varriam a floresta à nossa volta, atentos demais para serem civis comuns.

Um deles, um homem de barba rala e pele bronzeada, olhou para mim de soslaio e fez um comentário rápido:
— Melhor ficarem atentos. Essas estradas não são tão seguras quanto costumavam ser. —

— Por quê? — perguntei, estreitando os olhos.

Ele deu de ombros, como se o que tinha a dizer não fosse importante, mas o tom da sua voz sugeria o contrário.
— Só ouço histórias. Gente desaparecendo. Bandidos, talvez... ou algo pior. —

Ryo franziu o cenho e se inclinou para mim, falando baixo:
— Bandidos não exigem dois jounins para escoltar uma caravana. —

— Exatamente. — murmurei de volta.

Um segundo condutor, mais velho e com cicatrizes no rosto, soltou um suspiro pesado, como se já estivesse acostumado com aquele tipo de perigo.
— Sigam as ordens e mantenham a cabeça abaixada. É só isso que precisam fazer. —

Shinji interrompeu nosso murmúrio com uma risada suave.
— Nossa, vocês são tão dramáticos. Relaxem um pouco, ou vão acabar morrendo de ansiedade antes mesmo de algo acontecer. —

Ryo lançou um olhar de puro desgosto para ele.
— Se vai ficar calado, ótimo. Senão, pelo menos diga algo útil. —

Shinji ergueu uma sobrancelha e abriu um sorriso irônico.
— Útil? Claro. A dica é: não se preocupem com o que não podem ver. Se for para morrer, morre rápido. Assim nem dói. —

Ryo bufou, cruzando os braços, claramente no limite da paciência.
— Se esse cara não calar a boca até o fim da missão, juro que eu mesmo vou dar um jeito nele. —

A cada quilômetro, a sensação de que algo estava nos espreitando aumentava. O peso do desconhecido se arrastava conosco, como uma sombra invisível que nos seguia de perto, mas nunca se revelava por completo. Os vultos nas laterais da estrada, as árvores que pareciam se curvar mais a cada passo, e os olhares inquietos dos condutores... Tudo conspirava para tornar o ar insuportavelmente tenso.

Eu apertei o ritmo da caminhada, tentando ignorar a sensação crescente de que havia algo errado com aquela missão. Não sabíamos o que estava escondido naquelas carroças, mas tinha certeza de que não eram apenas mercadorias.

Shinji, ainda assobiando, olhou para trás por cima do ombro, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, e piscou.
— Viu só? Missão tranquila. —

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Agony

Genin

Ter 15 Out 2024, 22:00

— Goodbye to Romance

— A tensão, que vinha crescendo como um nó no estômago, finalmente explodiu. Ryo parou de andar de repente, os punhos cerrados e o olhar fixo em Shinji, que continuava com o mesmo sorriso irônico estampado no rosto.

— Quer saber? — Ryo murmurou, o maxilar travado. — Já chega dessa sua atitude de merda, seu filho da puta! —

Antes que eu pudesse reagir, ele avançou em um único movimento fluido, a raiva contida há horas transbordando. Pegou Shinji pela gola e o ergueu alguns centímetros do chão, empurrando-o com força contra a lateral de uma das carroças.

— Ryo! Para com isso! — gritei, mas ele nem piscou.

— Eu não sei quem você pensa que é, mas isso aqui não é brincadeira! — Ryo cuspiu as palavras com ferocidade, os músculos do braço tremendo enquanto segurava o outro jounin. — Se você quer se matar, tudo bem. Mas não arrasta a gente junto! —

Shinji, para minha surpresa, não reagiu. Não houve sequer uma tentativa de se defender. Ele permaneceu ali, pendurado pela gola, ainda com aquele sorriso debochado nos lábios.

— Nossa... — disse ele, com uma voz suave e provocadora. — Tão valente. Aposto que você já ensaiou essa fala algumas vezes, né? —

Ryo rosnou, os olhos brilhando de fúria, e por um instante achei que ele fosse socá-lo de verdade. Mas antes que a situação saísse do controle, coloquei uma mão firme no ombro de Ryo.

— Solta ele, Ryo. Não vale a pena. —

Por um momento, achei que ele fosse me ignorar, mas finalmente ele soltou um suspiro irritado e empurrou Shinji de volta para o chão.

— Fique no seu lugar. — Ryo advertiu, o tom ainda carregado de raiva.

Shinji ajeitou a gola do uniforme como se nada tivesse acontecido e esticou o pescoço, claramente se divertindo com a reação de Ryo.

— Obrigado pelo carinho, parceira. — Ele piscou para mim e, antes de voltar a caminhar, murmurou: — Gente intensa é sempre mais divertida... —

Ryo passou uma mão pelos cabelos, claramente tentando recuperar a paciência perdida.

— Eu juro, Lil, se ele continuar assim, vou acabar quebrando a cara desse cara antes do fim da missão. —

Eu suspirei, acompanhando os dois.
— É melhor você se controlar. Não vou limpar a bagunça se der ruim. —

Os condutores, observando tudo de soslaio, não disseram nada, mas a troca de olhares entre eles me incomodou. Eles sabiam mais do que contavam, e aquilo só aumentava o mau pressentimento. Enquanto retomávamos o ritmo, a estrada à nossa frente parecia ainda mais desolada, e o silêncio só era quebrado pelo rangido das rodas e o assobio, irritante como sempre, de Shinji.

— Quem é esse cara? — Pensei, olhando para baixo. — O desgraçado até parece que... Huh? Espere! —

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Qua 16 Out 2024, 00:00

— Goodbye to Romance

— A ideia de que Shinji pudesse ser um espião martelava na minha cabeça. Tudo nele era calculado demais: as provocações, o tom sarcástico, aquele sorriso irritante. Parecia que ele tentava nos tirar do eixo, nos descoordenar, mas eu ainda não tinha provas. Apenas um pressentimento que não conseguia ignorar.

Foi então que ele parou de repente e virou-se para nós com um sorriso preguiçoso.

— Ah... Vejam só. — Disse casualmente. — Parece que nossos amigos estão chegando. —

Os condutores da caravana também pararam sem hesitar. Como se já soubessem. Trocaram olhares rápidos e abaixaram a cabeça, quietos demais.

— Lil... — Ryo murmurou ao meu lado, os olhos atentos nas sombras ao redor. — Você tá sentindo isso? —

Eu não sentia medo. Nem urgência. Algo estava errado, mas não de um jeito que provocasse pânico. Pelo contrário, era quase como se tivéssemos esperado por aquilo o tempo todo — como se cada passo até aqui nos tivesse levado exatamente para esse momento.

Então eles apareceram. Vultos rápidos saltaram das copas das árvores e surgiram da neblina que abraçava a estrada, cercando a caravana em silêncio absoluto. Roupas escuras, máscaras escondendo os rostos.

Uma emboscada.

Mas ninguém atacou. E nós também não.

Shinji passou os olhos pelo círculo de inimigos e deu um assobio baixo, como quem admira uma obra de arte.

— Olha só... Que recepção calorosa. — Ele cruzou os braços, com o mesmo ar despreocupado.

Ryo se aproximou de mim, sem tirar os olhos dos vultos.

— Estávamos esperando por isso? — Ele murmurou, a voz baixa.

Eu apertei a alça da minha bolsa, os dedos instintivamente próximos de um kunai.

— Não sei... — Mas algo me diz que essa missão nunca foi só sobre escoltar uma caravana.

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Qua 16 Out 2024, 10:22

— Goodbye to Romance

— Meus olhos congelaram no brasão que os vultos carregavam: uma serpente enroscada em si mesma, símbolo da Kyoukyuusha. O mesmo símbolo que perseguia meus pesadelos desde o confronto com Kurohiko. Meu corpo ficou tenso, e ouvi a respiração de Ryo acelerar ao meu lado.

— Não... Pode ser. — Ryo murmurou, descrente, seus olhos arregalados enquanto sua mão já buscava a lâmina na cintura.

— Como...? — A pergunta escapou dos meus lábios em um sussurro sufocado. Kurohiko estava morto. A Kyoukyuusha deveria ter sido desmantelada. Então... Como eles estavam aqui, diante de nós?

— Vocês estão nervosos demais. — A voz de Shinji deslizou como veneno, carregada de um sarcasmo que fez meu estômago revirar. Ele parecia alheio ao perigo, quase... Divertido.

Antes que pudéssemos reagir, Shinji deu um passo à frente, os dedos finos e hábeis sacando uma tantō curvada de sua bainha. A lâmina refletiu a luz fraca da tarde como um presságio.

— Hora de se divertir um pouco, não acham? — Ele sorriu, e por um segundo, sua expressão pareceu genuinamente empolgada.

— Shinji, para com isso! — Ryo rosnou, mas não houve tempo para mais palavras. Os vultos avançaram como sombras vivas, e a estrada se transformou em um campo de batalha.

O som do aço cortando o ar encheu meus ouvidos. Os inimigos eram habilidosos e ágeis, dançando entre nós com precisão. Ryo e eu nos posicionamos instintivamente em formação, protegendo a caravana, mas a sensação de ser esmagada por uma ameaça invisível pesava sobre mim. Um inimigo surgiu na minha frente com um corte horizontal rápido, mas eu me esquivei por pouco, girando meu corpo e disparando uma onda de fogo com um selo rápido.

— Katon: Hibashiri! —

As chamas rastejaram pelo chão como uma serpente ardente, forçando dois inimigos a recuar. Ryo entrou no combate logo ao meu lado, sua espada elétrica cortando o ar e produzindo estalos furiosos de relâmpagos. A lâmina de Shinji se movia de forma diferente: não havia pressa nem tensão, apenas um controle relaxado e fluido, como se ele estivesse brincando com seus adversários. Ele girava a tantō entre os dedos, cortando a carne dos inimigos com a facilidade de um pintor traçando linhas na tela.

— Sabe, Lil... — Ele falou entre golpes, sua voz inalterada apesar do caos ao redor. — A melhor parte das surpresas é como elas pegam todo mundo de jeito. —

Eu não sabia se ele estava falando da emboscada ou de nós. Talvez dos dois.

A batalha não estava indo como eu esperava. Cada movimento dos inimigos parecia calculado, como se soubessem exatamente o que fazer, e quando fazer. E Shinji... Eu não sabia se ele estava do nosso lado ou apenas brincando com todos nós.

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Qua 16 Out 2024, 12:22

— Goodbye to Romance

— Minha lâmina encontrou o ombro de um dos atacantes, mas antes que pudesse derrubá-lo, Shinji, com uma fluidez quase preguiçosa, deslizou por entre nós e cortou a garganta do homem com a tantō. O sangue espirrou no chão seco e, antes que eu pudesse reagir, ele limpou a lâmina na manga do cadáver como se aquilo não significasse nada.

Então, sem aviso, Shinji parou. Os olhos dele, sempre brilhando com um sarcasmo irritante, de repente ficaram calmos, quase indiferentes.

— Vocês, continuem. — Ele ordenou, apontando para os condutores da caravana.

O estranho foi que eles obedeceram imediatamente, como se aquilo já fosse parte do plano. Sem uma palavra, retomaram as rédeas e começaram a guiar os carros adiante, como se não houvesse inimigos ao nosso redor, como se o sangue e a batalha não existissem.

— O quê...? — Murmurei, atônita, parando por um instante.

Ryo, ainda em guarda e com a espada elétrica crepitando em sua mão, lançou um olhar afiado na direção de Shinji.

— O que diabos você acha que está fazendo? — Ele rosnou, os músculos tensionados e prontos para explodir a qualquer momento.

Shinji apenas sorriu, um sorriso pequeno e cheio de uma confiança irritante, quase como se soubesse de um segredo que nós ainda não havíamos percebido.

— Relaxa. Só estamos seguindo o roteiro. — Ele respondeu, sem pressa, como se a situação estivesse completamente sob controle.

O sangue ainda pulsava quente em minhas veias, e eu senti um nó se formando no estômago. Algo estava muito errado. Por que os condutores obedeceram sem hesitar? E o que Shinji queria dizer com "seguindo o roteiro"?

— Você acha que pode nos dar ordens agora? — Ryo deu um passo na direção dele, o olhar queimando de fúria.

— Ah, relaxa, Ryo. — Shinji deu de ombros, girando a tantō de forma despreocupada em sua mão. — Estamos do mesmo lado, lembra? Não precisa de tanta tensão... Por enquanto. —

Minha cabeça estava um turbilhão de dúvidas. Ele parecia saber muito mais do que nós, e a forma como os condutores seguiram suas instruções me incomodava profundamente.

Antes que eu pudesse pensar mais, os inimigos restantes avançaram novamente.

— Lil, foco! — A voz de Ryo me trouxe de volta ao combate, e eu me lancei para o lado, escapando por pouco de uma lâmina que quase me alcançou.

O ar ao nosso redor parecia mais denso, mais pesado, como se estivéssemos sendo arrastados para uma armadilha maior do que a emboscada. E o pior de tudo era a sensação incômoda de que Shinji estava gostando de tudo aquilo — cada minuto de caos e cada olhar desconfiado que lançávamos a ele. Ryo e eu lutávamos lado a lado, eliminando os últimos inimigos que ainda tentavam impedir a passagem da caravana. Eu sentia meu coração acelerar, não apenas por causa da batalha, mas pela incerteza.

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Qua 16 Out 2024, 14:22

— Goodbye to Romance

— As últimas lâminas cruzaram o ar, e o cheiro metálico de sangue fresco invadiu minhas narinas. Um dos atacantes tentou um golpe desesperado, mas a espada de Ryo o encontrou primeiro, perfurando seu peito com brutalidade. O corpo caiu pesadamente no chão, e o campo se aquietou. O combate estava terminado. Mas, de certa forma, eu sentia que a verdadeira batalha estava apenas começando.

— Vocês foram bem. — A voz de Shinji soou, gotejando ironia, enquanto ele guardava sua tantō. — Para quem não fazia ideia do que estava acontecendo, até que se saíram melhor do que eu esperava. —

Ryo rangeu os dentes, seu punho ainda firme ao redor do cabo da espada. Eu podia sentir a raiva emanando dele, como eletricidade prestes a estourar. Ele odiava não ter controle da situação, e Shinji parecia estar se divertindo com isso.

— Você acha isso engraçado? — Ryo deu um passo na direção dele, o rosto contorcido em uma expressão sombria. — Quer apanhar de novo, seu desgraçado? —

Shinji ergueu as mãos, como se se rendesse, mas o sorriso zombeteiro nunca deixou seu rosto.

— Calma, Ryo. Não se apresse em me bater. Eu estou começando a gostar da sua companhia. — Seus olhos estreitaram-se ligeiramente, e havia uma malícia tranquila ali, como se ele estivesse saboreando cada segundo da nossa confusão e irritação.

Meus dedos se apertaram ao redor da kunai na minha mão. Ele estava jogando um jogo perigoso, mexendo com a nossa mente, e eu sentia que caíamos exatamente na armadilha dele toda vez que reagíamos.

— Por que você não cala essa boca, porra?! — Berrei, irritada, antes que pudesse me conter.

Shinji arqueou uma sobrancelha, como se eu tivesse acabado de lhe contar uma piada particularmente boa.

— Ah, Lil. Tão previsível. — Ele suspirou, teatralmente, como se estivéssemos entediando-o. — É isso que você faz quando está desconfortável, né? Descarrega tudo com raiva. Quer saber? Funciona... Até certo ponto. Mas só faz você parecer uma criança perdida. —

A fúria subiu pela minha espinha como fogo. Ele estava nos testando, provocando, e, pior, parecia entender cada uma das nossas fraquezas.

Ryo avançou de repente, agarrando-o pela gola da capa e empurrando-o contra uma árvore. O impacto foi seco, mas Shinji apenas deu um risinho, como se estivesse exatamente onde queria.

— Por que você está aqui? — Ryo rosnou, os dentes cerrados. — Quem diabos é você? —

— Eu? — Shinji inclinou a cabeça, seu sorriso nunca desaparecendo. — Só um cara tentando ajudar. A pergunta é: por que vocês ainda estão tão confusos? Vocês não acham... interessante? Essa sensação de não saber onde estão pisando? —

Meu coração apertou. As palavras dele fixaram-se na minha mente como uma sombra escorregadia. Ele estava brincando conosco, sim — mas era mais do que isso. Cada frase dele parecia afiada como uma faca, cortando um pouco mais fundo na nossa percepção da missão e de nós mesmos. Ryo o soltou com um empurrão brusco, e Shinji caiu de volta no chão com um gracejo suave.

— Se vocês continuarem nesse ritmo, vão se desgastar antes do final. — Ele disse, sacudindo a poeira da capa como se nada tivesse acontecido. — Mas, ei, o importante é se divertir no caminho. —

Os condutores continuavam avançando pela estrada, sem uma única palavra. Era como se não tivessem visto nada do que havia acabado de acontecer.

Eu troquei um olhar com Ryo, tentando encontrar algum senso de lógica naquilo tudo. Mas havia apenas silêncio e sombras ao nosso redor — e Shinji, sorrindo como alguém que sabe muito mais do que gostaria de compartilhar.

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Qua 16 Out 2024, 16:22

— Goodbye to Romance

— A noite avançava lenta e pesada enquanto o acampamento se instalava na beira da estrada. O sol mergulhava no horizonte, pintando o céu de tons de laranja e violeta. Ryo limpava a espada com gestos automáticos, a expressão distante, mas seus olhos acompanhavam cada movimento ao redor.

— Vamos parar por aqui. — Ele disse, sem tirar os olhos da caravana. — Lil, você fica de guarda. E observe o Shinji. Quero saber exatamente o que ele pretende. —

Eu assenti em silêncio, observando os condutores da caravana se reunirem à distância. Eles cochichavam entre si, sussurrando palavras que não consegui captar, mas o tom me causava calafrios. Algo sobre eles não parecia certo — como se estivessem seguindo uma ordem invisível, muito além de nossa compreensão. Ryo lançou um último olhar para mim antes de se afastar para descansar, deixando-me com meus próprios pensamentos e, claro, com Shinji. A fogueira crepitava fracamente ao meu lado, sua luz vacilante projetando sombras dançantes nas árvores ao redor. A noite estava fria, e o silêncio absoluto me deixava inquieta.

Então, senti uma presença.

Shinji surgiu à margem do meu campo de visão, movendo-se sem som, como um fantasma. Ele se sentou ao meu lado, despreocupado, como se estivéssemos compartilhando uma noite tranquila entre amigos.

— Parece solitário ficar de guarda, né? — Ele comentou, um sorriso disfarçado tocando seus lábios.

— O que você quer? — Perguntei, tentando manter a voz firme.

Shinji inclinou a cabeça, como se eu tivesse feito uma pergunta infantil. Ele passou os dedos pelos cabelos desalinhados e deixou o silêncio se prolongar, como se estivesse saboreando o desconforto.

— Você já pensou que talvez Ryo não seja exatamente quem você acha que ele é? — Ele começou, casual, quase como se estivéssemos conversando sobre o clima. — Quero dizer... Ele não te parece meio... distante, às vezes? —

Minhas mãos apertaram os joelhos.

— Do que você está falando? —

— Ah, nada demais. — Ele deu de ombros, seu sorriso se alargando um pouco. — Só acho curioso. Vocês dois são tão próximos, mas... você nunca se perguntou se ele realmente confia em você? Se você é mais do que um passatempo pra ele? —

— Cala a boca. — A frase escapou antes que eu pudesse contê-la.

— Você sabe que estou certo. — Ele riu suavemente, a risada mais venenosa que eu já tinha ouvido. — Já percebeu como ele olha para outras garotas? Ou como ele só conta com você quando é conveniente? Ryo é do tipo que faz promessas... mas elas nunca são só pra você. —

As palavras dele penetraram na minha mente como facas. Era uma mistura de medo e raiva, e eu lutava para não deixar aquilo transparecer.

— Você não sabe de nada. —

— Ah, Lil... — Ele sussurrou, com um tom quase afetuoso, como um predador brincando com sua presa. — Eu sei mais do que você imagina. —

Meu coração martelava no peito. Ele estava tentando me quebrar, e, pior, estava conseguindo abrir fissuras. Eu odiava o fato de ele estar me fazendo duvidar.

— Quer um conselho? — Ele sussurrou, inclinando-se para mais perto. — Pare de confiar em pessoas como Ryo. Elas sempre decepcionam. —

A raiva queimava no fundo do meu estômago, mas eu a reprimi com força. Não seria ele quem me faria perder o controle.

— Você terminou? — Perguntei, o mais fria que consegui.

Shinji deu de ombros, satisfeito.

— Por enquanto. Só achei que você merecia ouvir a verdade... Kekeke... —

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Genin

Qua 16 Out 2024, 18:22

— Goodbye to Romance

— O frio da manhã arranhava minha pele enquanto eu apertava as faixas nos braços, mas meu corpo estava anestesiado. Não era pelo clima, não… era algo mais profundo, algo que não conseguia entender. Eu me sentia fora de mim, como se tivesse me afastado do próprio coração e estivesse assistindo à cena do lado de fora.

Ryo me chamou. A voz dele parecia distante, abafada, como se estivesse gritando debaixo d'água.

— Lil? —

Ignorei. Não queria olhar pra ele. Não queria sentir o nó que subia pela minha garganta.

Ele se aproximou mais, tocou meu ombro de leve, e eu recuei por instinto, como se o toque dele queimasse. Eu não podia deixar que ele visse. Não agora.

— Ei, o que tá pegando? — ele insistiu, tentando soar casual, mas havia algo diferente na voz dele. Ansiedade, talvez.

Eu continuei em silêncio, terminando de ajeitar a faixa como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo. Eu sabia que o magoava, mas... eu não conseguia falar. As palavras estavam presas, sufocadas pelo que Shinji havia plantado em minha cabeça.

E então, claro, ele apareceu. Aquele desgraçado.

— Bom dia, pessoal! — Shinji disse, com aquele sorriso irritante de quem sabe que está jogando e ganhando.

Eu o odiei por isso. Mas pior que o ódio era a dúvida. E a dúvida estava vencendo.

Ryo não reagiu, embora eu soubesse que ele estava segurando a vontade de socar Shinji ali mesmo. O jeito como ele apertou os punhos me deixou com um aperto no peito. Queria dizer algo, mas não conseguia confiar nas palavras. Na verdade, não sabia se podia confiar em mais alguém além de mim mesma.

Shinji passou por nós, despreocupado como sempre, e foi direto até os condutores da caravana. Eles apenas assentiram e seguiram as ordens dele, como se fossem velhos conhecidos. Algo ali estava errado. Muito errado.

— Está tudo pronto. Podemos seguir quando quiserem. — ele comentou, casualmente.

A caravana começou a se mover, e eu fui junto, como uma marionete seguindo o movimento das cordas invisíveis.

Ryo olhava pra mim de novo, mas eu não conseguia encará-lo. Não agora. Porque, por mais que eu quisesse acreditar que ele estava do meu lado... uma parte de mim não conseguia apagar as palavras de Shinji da noite anterior. "Ele vai te trair. Ele só está te usando."

A estrada à nossa frente parecia se perder na névoa, cada passo nos levando mais fundo em algo que eu não conseguia nomear. Senti um arrepio correr pela espinha.

Eu não sabia o que estava esperando no fim dessa viagem, mas tinha certeza de uma coisa: algo terrível estava à espreita. E talvez... talvez eu estivesse sozinha quando isso acontecesse.

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Agony

Genin

Qua 16 Out 2024, 20:22

— Goodbye to Romance

— A paisagem mudava devagar, e as montanhas de pedra bruta que cercavam Iwagakure começaram a dar lugar a colinas menos íngremes e caminhos mais desgastados. Estávamos próximos das fronteiras de Ishigakure. Aquele silêncio que precede algo inevitável estava pesado no ar, quase palpável. Me sentia mais alerta a cada passo, mas ao mesmo tempo incapaz de reagir.

Foi quando Shinji se aproximou de Ryo.

Eles estavam logo à frente, e eu segui um pouco atrás, deixando o vento trazer pedaços de suas conversas até meus ouvidos.

— ...Você acha mesmo que vai durar? — a voz baixa e sarcástica de Shinji gotejava veneno. — Gente como você não foi feita pra isso. Ela vai se cansar logo... ou talvez ela já tenha cansado, hein? —

Eu vi os ombros de Ryo se enrijecerem. Ele andava como se carregasse o peso do mundo, e pela forma como os punhos dele apertaram, parecia que estava à beira de explodir.

— Deve ser difícil, né? Ter que fingir todo dia que se importa. — Shinji riu, baixo, quase como um sussurro. — Será que vale mesmo a pena continuar fingindo? —

Ryo parou por um segundo, e eu prendi a respiração. Ele girou lentamente o pescoço na direção de Shinji, com um olhar que poderia atravessar aço. A mão dele tremia levemente, e o ar ao redor ficou denso, como a calma antes de uma tempestade.

Mas ele se segurou. Fechou os olhos por um instante e respirou fundo.

— Cala essa boca, Shinji. — Foi tudo o que ele disse, a voz baixa, mas carregada de raiva contida.

Eu sabia que ele estava no limite. E, de alguma forma, aquilo me incomodou ainda mais do que as palavras venenosas de Shinji.

Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer mais alguma coisa, os condutores da caravana finalmente ergueram a voz:

— Estamos quase chegando. — anunciou um deles, com um tom urgente. — É melhor mantermos os olhos abertos daqui pra frente. —

Aquela frase me fez arrepiar dos pés à cabeça. Não era o tipo de aviso que um grupo de civis daria.

Ainda assim, continuei em silêncio, seguindo em frente sem olhar para Ryo. Não conseguia. Porque havia algo crescendo dentro de mim, algo que eu não sabia como controlar. E se eu olhasse pra ele agora... Talvez fosse perder tudo.

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Agony

Genin

Qua 16 Out 2024, 22:23

— Goodbye to Romance

— O vilarejo era pequeno e pacato à primeira vista, com poucas casas de madeira e ruas de terra batida. Tudo parecia abandonado, silencioso demais. O tipo de silêncio que fazia meu estômago revirar. Olhei para Ryo, e ele me devolveu um olhar tenso, como se estivéssemos pensando a mesma coisa. Algo estava errado. Muito errado.

— Onde será que estão os moradores? — Shinji perguntou, olhando ao redor como se estivesse comentando sobre o clima. — Será que alguém esqueceu de avisar que tínhamos convidados? —

Eu apertei os punhos, ignorando o sarcasmo dele. A atmosfera estava pesada.

Foi então que aconteceu.

Antes que eu pudesse reagir, os condutores saltaram das carroças, rápidos e precisos, lançando lâminas de vento em nossa direção. Kaze no Yaiba. O ar assobiou, cortando como facas invisíveis, e meus instintos entraram em alerta máximo.

— Então era isso... — um deles disse, arrancando o manto para revelar o brasão serpentino da Kyoukyuusha. — Os antigos condutores? Mortos. E os destinatários das encomendas? Também. Vocês vieram até aqui para morrer! —

Ryo xingou baixo, puxando uma kunai e se posicionando. Mas Shinji? Ele deu um sorriso preguiçoso, como se tudo aquilo fosse uma piada.

— Ah, então era mesmo uma armadilha? Quem poderia imaginar? — ironizou, girando a tanto curvada nos dedos. — Bem, isso só melhora o dia. E eu estava com tanto tédio. —

Ryo rangeu os dentes. Eu podia ver o quanto ele estava se segurando para não partir para cima de Shinji ali mesmo. A cada palavra que saía da boca dele, parecia que Ryo ficava mais desconcentrado, mais vulnerável.

— Ryo, foco! — gritei, enquanto mais lâminas de vento cortavam o ar em nossa direção.

Não tinha tempo para mais nada. Me posicionei rapidamente, tecendo os selos necessários.

— Katon: Goukakkyuu no Jutsu! —

Soprei uma enorme bola de fogo à minha frente, e a chama dançou no ar, se expandindo como uma muralha incandescente. O fogo colidiu com as lâminas de vento, neutralizando a ofensiva e criando um instante de respiro.

As casas ao nosso redor estavam sujas e desgastadas, como se ninguém morasse ali há muito tempo. Como se todo aquele lugar fosse um palco vazio preparado apenas para nos engolir.

Foi uma armadilha desde o começo.

Me preparei para o próximo movimento, os sentidos em alerta. Não tínhamos tempo para distrações. A luta estava apenas começando.

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Ontem à(s) 00:23

— Goodbye to Romance

— A batalha seguiu ferozmente. Lâminas de vento cortavam o ar, e eu respondia com fogo. As chamas dançavam como feras indomáveis, colidindo contra as ofensivas dos inimigos, mas eles eram rápidos. Organizados. O brasão serpentino da Kyoukyuusha brilhava em seus braços, como se zombasse de nós.

— Katon: Gōka Messhitsu! —

Chamas devastadoras avançaram como uma torrente, engolindo o chão e forçando nossos inimigos a recuarem por um momento. Era pouco tempo, mas o suficiente para que eu recuperasse o fôlego. As mãos estavam tensas, queimando de tanto repetir selos, e eu sabia que não poderia manter esse ritmo para sempre.

Enquanto lutava, algo me incomodava. Cada vez que lançava uma ofensiva, algo parecia... fora do lugar. Eu não conseguia identificar exatamente o quê, até que ouvi um som irritante atrás de mim. Gargalhadas.

Virei o rosto, o suor escorrendo pela testa, e lá estava ele. Shinji. Ele não tinha movido um dedo até agora. Estava parado, com aquela tanto curvada na mão, assistindo a luta como se fosse um espetáculo feito para sua diversão.

Ryo percebeu também.

— Seu desgraçado de merda! — ele rugiu, perdendo completamente a compostura.

A distração foi fatal. Um dos inimigos deslizou por entre as chamas e atingiu Ryo diretamente no abdômen com uma lâmina curta. Ryo se curvou de dor antes de ser chutado violentamente para trás, caindo com força no chão.

— Ahhh, o orgulho ferido. Não tem preço! — gargalhou Shinji, com os olhos semicerrados em pura diversão. — Vai, Ryo, mostre pra ela o quão fracassado você é. Eu sei que está morrendo de vontade. —

Ryo gemeu e tentou se levantar, segurando o estômago, o rosto contorcido de dor e fúria. Eu podia ver sua frustração e vergonha escorrendo de cada movimento, cada expressão, mas Shinji não parava.

— Você é um lixo inútil. Um fardo. Uma vergonha ambulante. Aposto que nem Lil acredita mais em você, não é? — continuou Shinji, como uma serpente envenenando sua presa.

Ryo finalmente se ergueu, ofegante, e cuspiu palavras amargas:

— Cala a boca, verme. Você é só um peso morto. Vai continuar aí rindo como uma criança mimada enquanto a gente faz o trabalho? Ou vai crescer e agir como homem pela primeira vez na vida?! —

Shinji apenas sorriu, como se as palavras de Ryo fossem uma piada elaborada feita para o seu deleite.

— Eu amo quando ficam bravos... tão previsíveis. — murmurou ele, deliciado.

Minha respiração estava pesada, o peito apertado. Meu sangue fervia, e eu podia sentir a raiva crescendo dentro de mim como uma fogueira sem controle. Cada insulto de Shinji, cada gargalhada debochada, fazia minha visão turvar.

— Katon: Tenrō Katen! —

Lancei uma torrente de chamas que se retorcia como espadas incandescentes, forçando os inimigos a se dispersarem. Mas, mesmo com os oponentes recuando, minha raiva não diminuía. Estava crescendo, se alimentando de cada palavra venenosa de Shinji, de cada insinuação de que Ryo era fraco, de cada vez que ele tentava me envenenar contra ele.

Eu sabia que estava à beira de perder o controle. E, pela primeira vez em muito tempo, senti medo. Não do inimigo... mas de mim mesma.

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HP: 750/750 | CH: 3075/3225 | ST 01/06

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Ontem à(s) 02:23

— Goodbye to Romance

— A risada de Shinji cortou o ar como uma lâmina fina, vibrante e insuportável. Ele se aproximou de nós com aquele sorriso nojento e, então, soltou a bomba:

— Sabe, Ryo... enquanto você dormia, eu e a Lil tivemos alguns momentos bem... íntimos. — Sua voz era suave, como veneno escorrendo pela língua. — Ela gosta de fingir que é difícil, mas, no fim, é tão fácil quanto as outras. Acho que só estava esperando o momento certo pra te largar. —

Ele então virou-se para mim, abrindo um sorriso maior, insano. Os olhos cheios de satisfação, esperando pela nossa reação.

Por um momento, o tempo pareceu parar.

Ryo ficou congelado, o corpo travado. Seus punhos cerraram com tanta força que eu podia ouvir o ranger dos ossos. Os olhos dele ficaram vermelhos, mas não era sangue de um ferimento. Era ódio puro e visceral, um ódio que nascia das profundezas mais escuras da alma.

Eu?

Eu não pensei. Eu simplesmente parei.

Não havia mais táticas, não havia lógica. A voz de Shinji, as palavras escorregadias, o sorriso debochado, tudo se apagou da minha mente, restando apenas uma coisa: ódio. O tipo de ódio que queima mais do que qualquer chama que eu possa conjurar. Minhas pupilas se dilataram. O sharingan girou nos meus olhos por puro instinto, ativando-se como uma resposta automática ao caos. E sem hesitar, canalizei meu chakra para o fogo. Não o fogo comum... algo mais sólido, mais tangível, mais furioso.

— Você... O que está fazendo, desgraçado? — sussurrei, quase sem perceber.

Do nada, dois braços flamejantes se formaram ao meu redor, cada dedo sólido e repleto de intenção assassina.

— Vou te matar... —

Com um único movimento dos braços flamejantes, os renegados à nossa volta foram reduzidos a cinzas, suas figuras desaparecendo nas ondas incandescentes. Foi rápido. Implacável. Quase automático. Eu sequer olhei para eles. Minha atenção estava toda nele.

Shinji.

Ele riu, saltando para trás com uma leveza irritante, desviando dos dedos de fogo que disparei como projéteis.

— Ah, agora sim! Aí está o verdadeiro espírito, Lil! — ele disse, ainda rindo, como se estivesse se divertindo mais do que nunca. — Você finalmente parou de se esconder atrás do controle. —

— CALA A BOCA! — eu rugi, criando uma lança sólida de chamas infernais para lançar em direção a ele.

Ele esquivou-se com precisão calculada, como se a fúria ao meu redor fosse apenas uma brisa passageira.

— É assim que deve ser, Lil! Deixa tudo queimar! Você é mais parecida comigo do que pensa! — gritou ele, com uma alegria doentia.

Ryo, por outro lado, parecia prestes a explodir, cada palavra de Shinji alimentando seu ódio.

— Vou rasgá-lo em pedaços...! — ele rosnou, avançando, cego de raiva.

Shinji continuava se movendo como um fantasma, esquivando-se de Ryo e das minhas chamas, o sorriso nunca desaparecendo de seu rosto.

— Doce, doce ódio...! Ele sempre revela a verdade, não é? —

Eu não conseguia mais ouvir nada além do som das chamas e do meu próprio coração batendo descontrolado. Não havia mais espaço para raciocínio.

Era ele ou eu. E hoje, ele ia morrer.

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HP: 750/750 | CH: 2975/3225 | ST 02/06

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Ficha de Personagem :

Agony

Genin

Ontem à(s) 11:12

— Goodbye to Romance

— Com um selo de mão único, Shinji levou uma das mãos ao chão, convocando uma quantidade massiva de água. As ondas conjuradas por Shinji eram gigantescas, implacáveis, tão rápidas e precisas quanto suas palavras venenosas. Cada impacto reverberava como um trovão. Concentrei meu chakra, tornando o fogo sólido, criando muralhas incandescentes sólidas para conter as marés furiosas. O calor e a pressão aumentavam. Meu ódio alimentava o fogo, e o fogo me alimentava de volta. Mas, por mais forte que fosse, os ataques dele eram meticulosos, quase elegantes. O escudo começou a rachar, pequenas fissuras abrindo brechas nas barreiras que eu erguia.

Eu precisava reagir rápido. Entre as rachaduras, moldei arcos flamejantes e preparei flechas ardentes.

Disparei uma chuva de flechas, o fogo cortando o ar como uma rajada faminta. As chamas avançaram, buscando Shinji como predadores, mas ele se movia com uma facilidade absurda. Ele dançava entre os ataques, um sorriso diabólico nos lábios, como se aquilo não passasse de uma brincadeira para ele.

Ryo estava prestes a explodir.

A eletricidade pulsava ao redor de sua espada como uma tempestade viva. Ele avançou em uma velocidade impressionante, o chão tremendo a cada passo. Ryo não se segurava mais – a fúria alimentava sua força, cada golpe mais rápido e agressivo.

Mas Shinji... Ele estava um passo à frente, sempre.

A lâmina de Ryo encontrava a tanto curvada de Shinji, faíscas e relâmpagos dançando pelo ar a cada choque. Os dois trocavam golpes tão rápidos que era difícil acompanhar. Mas Shinji estava se divertindo. Ele desviava, contra-atacava, e o sorriso nunca sumia de seu rosto.

Então ele voltou seu olhar para mim. Aquele olhar irritante.

Eu senti o perigo antes mesmo de ele se mover. Ele disparou na minha direção com sua tanto, tão rápido que o mundo parecia se distorcer ao redor dele. Esquivei-me de alguns golpes, girando meu corpo para evitar as lâminas que vinham em sequência. Mas um corte passou por mim.

Senti a lâmina rasgando minha pele, fina e certeira, como uma picada venenosa. A dor veio rápido, mas o ódio veio mais rápido ainda.

O fogo ao meu redor intensificou-se, meus braços flamejantes crepitando de maneira selvagem. Ele queria isso.

— Está vendo, Lil? — ele murmurou, sua voz baixa e envolta em provocação. — Eu sabia que você era assim. Você e o ódio... feitos um para o outro. —

O olhar dele era insuportavelmente satisfeito, como se cada golpe que trocava conosco fosse uma sinfonia cuidadosamente ensaiada. E então eu entendi.

Isso era uma orquestra. Uma obra meticulosamente planejada por meu pai.

A sensação era como um soco no estômago. Meu pai... Ele estava por trás disso, de alguma forma. Shinji não estava apenas lutando. Ele estava me testando. Provocando o ódio natural dos Uchihas, tentando quebrar minha sanidade e me transformar no que eles sempre disseram que eu deveria ser.

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HP: 750/750 | CH: 2875/3225 | ST 02306

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Ontem à(s) 13:12

— Goodbye to Romance

— O calor do ódio que corria pelas minhas veias era avassalador, e o chakra respondia como se fosse uma extensão dos meus sentimentos. Sem hesitar, moldava o fogo ao meu redor, cada centímetro dele atendendo ao meu comando. Com um movimento brusco do braço, canalizei todo o chakra incendiário que tinha e criei um bloco imenso de chamas densas logo acima da cabeça de Shinji. A estrutura parecia pulsar, quase como uma estrela prestes a desmoronar, pronta para esmagá-lo como uma sentença inevitável. Ao mesmo tempo, moldei mãos ardentes que emergiam do chão sob seus pés, tentando segurá-lo no lugar.

— Acabou, Shinji! — gritei, liberando o peso do meu chakra em um movimento devastador.

Mas ele apenas sorriu, o maldito sorriso de quem se diverte à custa da dor dos outros.

Com uma frieza irritante, ele executou uma sequência rápida de selos, e uma coluna de água surgiu do chão com força descomunal.

— Suiton: Suijinheki. —

O fluxo de água girou, criando uma muralha líquida que envolveu seu corpo e bloqueou minhas chamas por instantes preciosos. O bloco de fogo pressionava, as mãos flamejantes se fechavam ao redor dele, mas a água neutralizava parte do impacto, evaporando numa nuvem de vapor que nos cercou. Não era suficiente... Ainda não.

Ryo não perdeu tempo. Com a espada envolta em eletricidade, ele se lançou contra Shinji, cada passo carregado de ira e determinação. O ar ao seu redor estalava com o chakra relampejante.

— Raiton: Raikou Kirameki! —

A lâmina carregada de raios cortou o ar como um trovão, e Ryo desferiu um golpe na lateral da barreira de água. A eletricidade correu pelo líquido, buscando atingir Shinji por dentro.

Mas, ele foi mais rápido.

Girando com elegância irritante, Shinji se afastou da lâmina por um fio de cabelo e enviou uma onda de água condensada diretamente contra Ryo, o impacto o jogando para trás.

— Sério, Ryo? É isso? — zombou Shinji, sem perder o sorriso.

— Vou te matar com minhas próprias mãos, seu desgraçado... — murmurou Ryo, rangendo os dentes, o ódio brilhando em seus olhos.

O vapor ao nosso redor começava a se dissipar, mas eu não ia esperar. Moldei mais chamas ao meu redor, criando novas mãos ardentes que avançaram sobre Shinji como predadores famintos, prontas para agarrá-lo de todos os lados.

Ele apenas riu, sua tanto dançando no ar como se estivesse brincando. Desviou com facilidade, o sorriso ainda maior.

— Isso é tudo que têm? —

Não respondi. Concentrei ainda mais chakra no bloco flamejante acima de sua cabeça, reforçando-o. Ele pulsava como um coração ardente, a pressão aumentando a cada segundo. Dessa vez, ele não escaparia.

— Agora você queima. —

O bloco desceu com velocidade, esmagando o ar ao redor enquanto minhas mãos flamejantes se fechavam ao mesmo tempo.

Mas Shinji girou uma última vez, liberando uma torrente de água em espiral para se desvencilhar.

— Suiton: Mizu Tatsumaki! —

A água e o fogo colidiram novamente, e eu senti o impacto me sacudir até os ossos. Ele não parava de sorrir.

Ryo surgiu ao meu lado, a espada ainda pulsando com eletricidade. Seus olhos estavam cheios de raiva – mas também de algo mais. Desespero.

— Lil... Esse desgraçado... Ele está brincando com a gente. —

Eu sabia disso. Era claro agora. Toda essa luta, toda essa provocação... Não era por acaso. Meu ódio, o ódio de Ryo – tudo fazia parte do jogo dele. E, pior, fazia parte do plano de outra pessoa.

— Isso é tudo um show para ele... — murmurei, a voz amarga de frustração e raiva.

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HP: 750/750 | CH: 2750/3225 | ST 03/06

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Ontem à(s) 15:12

— Goodbye to Romance

— Minha respiração estava pesada, e o chakra ardia sob minha pele como fogo vivo, mas eu não parava. Não podia parar. Cada golpe, cada manipulação de chamas sólida, cada impulso carregava meu ódio como um veneno insuportável. E ele continuava ali... Sorrindo.

— Quem você é de verdade, Shinji? — perguntei entre dentes, o corpo tremendo entre a exaustão e a raiva.

Ele deu uma risada baixa, aquela mesma risada irritante e desdenhosa.
— Quem eu sou? Tsc. Isso importa mesmo, Lil? Eu sou exatamente o que você precisa que eu seja. —

Dei um passo à frente, conjurando duas espadas flamejantes em minhas mãos e avançando com ferocidade. Ele esquivou com elegância, deslizando como se fôssemos dançarinos em uma coreografia que só ele conhecia.

— O que você quer dizer com isso? — gritei, tentando perfurá-lo com as lâminas de fogo, mas ele desviava a cada golpe como se eu fosse previsível.

— Quero dizer que você sempre precisou de alguém para odiar. — Ele girou a tanto nos dedos, bloqueando um dos meus ataques com uma facilidade humilhante. — Primeiro foi seu pai, agora sou eu. Você não está vendo? Esse é o ciclo que te mantém viva. —

Minhas lâminas tremeram. Ele estava jogando comigo, brincando com meus pensamentos mais profundos.

Antes que eu pudesse responder, Shinji deu um passo adiante, chutando meu abdômen e me lançando para trás. O impacto me fez rolar pelo chão, mas me levantei rapidamente, cuspindo sangue. Eu não iria cair. Não agora.

— Você é patético, Shinji! — gritei, as chamas ao meu redor crescendo com a intensidade do meu ódio. O ar ao nosso redor esquentava, e eu moldava brasas em flechas afiadas, disparando uma chuva incandescente.

Ele apenas riu, erguendo uma barreira de água para interceptar minhas flechas. Cada flecha evaporava ao contato, criando mais vapor.

— Está se divertindo ainda, sua aberração? — rosnei, avançando novamente.

Ele girou a tanto com maestria, desviando e contra-atacando com golpes rápidos e certeiros. Cada movimento parecia calculado para me irritar mais, para me provocar até que eu perdesse completamente o controle.

— Ah, Lil. Essa raiva... — Ele fez uma pausa, sorrindo enquanto bloqueava mais um dos meus ataques. — É tão... Familiar. Não foi isso que seu pai sempre quis? Transformar você em um monstro feito à sua imagem? —

Aquela frase me atingiu como uma lâmina fria no peito.

Minha visão turvou por um segundo, mas logo o ódio me consumiu por completo. As chamas ao meu redor explodiram, formando um círculo ardente que crescia, engolindo tudo em volta.

— Cale a boca! — gritei, avançando com as espadas flamejantes e lançando um golpe horizontal, tentando rasgar aquele maldito sorriso de seu rosto.

Shinji desviou por pouco, mas Ryo aproveitou o momento. Ele surgiu ao meu lado como um relâmpago, sua espada pulsando com eletricidade, e desferiu um golpe direto no ombro de Shinji. Um corte profundo, mas insuficiente para derrubá-lo.

— Ahhh, finalmente! — Shinji riu, como se o próprio golpe tivesse sido uma piada. Ele sangrava, mas não parecia se importar. — Agora estamos todos no mesmo ritmo. —

O sorriso dele não sumia. E, pior, ele parecia mais forte a cada segundo que o combate se estendia, como se nossas emoções fossem combustível para ele.

Eu precisava acabar com isso. Agora.

Com o coração disparado e o ódio transbordando, moldei um novo bloco de chamas sólido acima da cabeça dele, maior e mais denso que o anterior. As chamas vibravam como uma bomba prestes a explodir. As mãos flamejantes surgiram novamente do chão, prontas para prendê-lo.

— Agora você morre. —

Shinji ergueu os olhos para o bloco em queda e, pela primeira vez, seu sorriso vacilou por um instante.

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HP: 750/750 | CH: 2650/3225 | ST 04/06

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"I Just live to Fall."

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| MOD AG | Inventário AG || [História] — Blood Moon

Ficha de Personagem :

Agony

Genin

Ontem à(s) 17:12

— Goodbye to Romance

— O bloco de chamas sobre a cabeça de Shinji racha e se transforma. Minhas mãos movem-se sozinhas, e as labaredas respondem como extensões do meu corpo, trançando-se ao redor dele como correntes vivas. A prisão flamejante se fecha, queimando tudo ao seu redor com uma intensidade púrpura. O calor é sufocante, mas não o suficiente. Não sinto queimar o bastante. Quero mais. Preciso que ele sofra.

— O que...?! — ouço ele resmungar, jogando jatos de água da tanto na tentativa de apagar as chamas. Inútil. A água evapora antes de sequer tocar o fogo, e a expressão de Shinji finalmente começa a mudar.

Eu continuo. Sem pensar. A raiva é o único combustível que resta em mim.

Ryo está ao meu lado, e sua lâmina explode em faíscas. Ele avança com uma ferocidade que não conheço nele, cada passo ressoando como trovões. Seu chakra elétrico é brutal. Por um instante, parece que estamos vencendo — que ele finalmente vai sangrar.

Mas Shinji bloqueia, desvia, escapa.
— Fique parado, covarde! — Ryo rosna, sua espada faiscando enquanto ele avança sem piedade.

Por que ele ainda está sorrindo? Mesmo pressionado, mesmo em meio às chamas e relâmpagos, aquele sorriso desgraçado não desaparece. Isso me faz queimar ainda mais por dentro. Cada provocação é um incêndio novo no meu peito.

— Vocês estão me forçando a me divertir... — ele murmura, desviando do próximo golpe de Ryo e me encarando.
Eu sei. Ele quer mais. Quer nos levar ao limite, nos quebrar. E de algum jeito, isso me faz querer continuar.

Não importa. Ele vai queimar aqui.

Estendo minhas mãos para o céu, e o chakra irrompe do meu corpo como um rio sem controle. As nuvens acima se partem, e esferas de fogo roxas começam a chover do céu, como se o inferno tivesse se aberto sobre ele. As bolas flamejantes caem pesadas, explodindo ao tocar o chão e deixando marcas ardentes por onde passam. Vejo Shinji pular de um lado para o outro, mas ele não pode escapar para sempre. Uma das esferas explode a poucos centímetros de onde ele estava. Ele se move rápido, mas já não parece tão confiante.

— Como... Como você mudou o fogo assim?! — ele grita, ofegante.

Não respondo. Não há nada que ele mereça ouvir. A raiva me preenche por completo.

Lá embaixo, ele luta para conjurar mais água. Não vai adiantar. Tudo o que ele tenta se transforma em vapor no mesmo instante. Cada técnica dele é inútil contra essas chamas. É como se o próprio fogo tivesse uma vontade — a minha vontade.

— Esse fogo... É ódio, não é? — ele murmura, agora com uma expressão que mistura diversão e desconforto. — Seu pai estaria orgulhoso de você, Uchiha. —

Sinto algo quebrar dentro de mim. As chamas ao meu redor crescem ainda mais, como se respondessem ao meu rancor. É ódio, sim. E não vou me segurar. Ele vai morrer aqui.

Ryo não fica para trás. Relâmpagos dançam pelas suas mãos e lâminas, suas palavras cuspidas entre golpes rápidos.
— Vou acabar com você, seu desgraçado. —

Shinji, ainda sorrindo, desvia por pouco e bloqueia o próximo golpe.
— Vamos ver quem cai primeiro. —

O mundo ao nosso redor é só caos. As bolas de fogo continuam caindo como estrelas morrendo, a cada impacto deixando uma cratera no chão fumegante. Não há volta agora. Só existe ele e nós, e só um de nós sairá vivo daqui.

E, por um momento, eu vejo. Ele não está tão confiante quanto finge. Por trás daquele sorriso, há algo mais. Ele está preocupado.

E isso só faz meu ódio arder ainda mais.

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HP: 750/750 | CH: 2450/3225 | ST 05/06

Informações:

Objetivos:

Descrições :

Outros:

vitu

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Ficha de Personagem :

Agony

Genin

Ontem à(s) 19:12

— Goodbye to Romance

— Meus olhos ardem tanto quanto as chamas que moldo ao meu redor. Não há nada além de ódio — um ódio tão denso e intoxicante que me sinto livre nele. A cada movimento de Shinji, a cada sorriso sarcástico, mais combustível é jogado nesse incêndio interno. Ele precisa pagar.

E então eu o vejo abrir a guarda por um instante. Um deslize.

Minhas mãos se movem como se fossem outra coisa que não meu próprio corpo. Do chão, uma mão flamejante e sólida surge, roxa e incandescente, rápida demais para que ele escape. Ela agarra seu braço esquerdo com uma força avassaladora. O som é nauseante: ossos quebrando, carne sendo carbonizada, músculos estourando.

— AAAAARGH! — Ele grita, sua voz se rasgando no ar.

Em um instante, o braço explode sob a pressão, fragmentos queimados voando em todas as direções. Pela primeira vez, vejo algo que não é apenas sarcasmo ou diversão em seus olhos: dor.

Ele cambaleia para trás, segurando o ombro sangrando enquanto o fogo ao seu redor ainda lambe as bordas de sua pele. A fumaça densa se mistura ao cheiro de carne queimada. Um preço pequeno pelo que ele fez.

Ryo, ofegante, avança.
— Acabou, Shinji. —

Mas então ele ri — mesmo agora.
— Ainda não. — Sua voz é baixa, tremida pela dor, mas ainda há aquele maldito tom provocador.

Ele recua, fazendo um selo rápido com uma das mãos. A água ao seu redor se enrola em uma fina névoa, começando a envolvê-lo por completo.

— Você está quase no ponto certo, Lil. — Ele me encara, com um sorriso pálido no rosto. — Mas ainda não. Ainda não é a hora. —

Antes que possamos impedi-lo, a névoa ao redor dele se adensa e, num instante, ele desaparece como um fantasma. Só o silêncio fica para trás, o ar ainda quente pelas chamas que envolvem tudo.

Eu respiro pesadamente, meu corpo tremendo tanto de exaustão quanto de raiva. Ele escapou.

Mas então vejo algo cair do meio da névoa enquanto ele desaparecia: o pergaminho da missão.
Ele bate no chão e se desenrola levemente, revelando os selos da Vila da Pedra. Aquele que devíamos entregar.

Ryo se aproxima, pegando o pergaminho com uma expressão sombria.
— Ele deixou isso para trás... de propósito? —

Eu não respondo. Ainda estou congelada no lugar, meu sangue fervendo, meus olhos queimando com a ativação do Sharingan. As chamas ao meu redor começam a diminuir, mas o incêndio em mim continua aceso, incontrolável.

Ele mexeu comigo. Ele fugiu.

E eu sei, mais cedo ou mais tarde, ele voltará para terminar o que começou.

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HP: 750/750 | CH: 2400/3225 | ST 06/06

Informações:

vitu

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Ficha de Personagem :

Agony

Genin

Ontem à(s) 21:12

— Goodbye to Romance

— Meu corpo parece pesado demais. As chamas finalmente se apagam, mas o calor ainda arde dentro de mim. Minhas pernas falham, e eu sinto tudo se escurecer ao meu redor. Antes que eu atinja o chão, Ryo me segura. Seu toque é firme, como se estivesse dizendo que não vai me deixar cair de novo.

— Lil! Ei, Lil! — A voz dele é urgente, mas distante.

A adrenalina finalmente me abandona, e toda a dor — não só a do corpo, mas também a da alma — me atinge como uma lâmina fria. As palavras de Shinji... Cada mentira venenosa, cada provocação. Ele sabia onde acertar. Ele soube abrir as feridas que eu mantinha enterradas.

Sem conseguir me conter, as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

— Ryo... as palavras dele... ele me machucou muito... — Minha voz sai entrecortada, fraca como um sussurro. — Eu posso... eu posso confiar em você, não é? —

Meus olhos buscam os dele, desesperada por uma resposta, por algo real no meio de tanto caos. Por um momento, só há silêncio — o som de respirações ofegantes e o leve crepitar das brasas ao redor.

Ryo me encara com uma seriedade profunda. Então, sua voz surge baixa, mas firme.
— Sempre, Lil. Eu estou com você. Não importa o que aconteça. —

Essas palavras... Elas são um alívio tão grande que meu corpo finalmente cede. A exaustão me arrasta para a inconsciência, mas não antes de sentir o calor reconfortante dele ao meu lado.

A última coisa que percebo é seu braço firme ao meu redor, me segurando. Como se nada mais pudesse me atingir.

[...]

Quando abro os olhos novamente, não estou mais no campo de batalha. Tudo ao meu redor parece distante e nebuloso, mas posso sentir o movimento — Ryo me carregando.

Ele caminha devagar, com o pergaminho da missão seguro em sua mão, o corpo tenso e determinado. Está voltando para o vilarejo. Vai relatar tudo ao Tsuchikage: a missão, o encontro com Shinji, e o fato de que um traidor está à solta.

Antes de perder a consciência por completo, uma última sensação permanece comigo:
Não estou mais sozinha.

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HP: 750/750 | CH: 2725/3225 | ST 06/06

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Ficha de Personagem :

Angell

Game Master

[Ato] - Goodbye to Romance Giphy-downsized-large

Ontem à(s) 22:09

doneAprovação

Bom jogo!

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