As madeixas avermelhadas, beijadas pelos últimos raios laranjas do final da tarde, parecem ganhar vida própria, oscilando entre o cobre e o carmesim em uma mistura que hipnotiza quem as observa. Uma criança, com seus olhos infantis, fixa-se na beleza natural em sua frente, apaixonado pela presença. Aqueles fios sedosos, balançando ao sabor de uma brisa leve, tornam-se a moldura perfeita para o sorriso de sua mãe, um sorriso que parecia capaz de fazer o tempo parar. A suavidade de sua voz preenche o ar, misturando-se ao som quase imperceptível das folhas se mexendo. Shiori ri de maneira descontraída, seus dedos delicados brincando com o pequeno, que responde com risos inocentes, ainda sem entender completamente a profundidade daquele momento.
A sala era primorosa em sua simplicidade, composta inteiramente por madeira de carvalho escuro. O ambiente exalava um ar rústico, mas elegante, cada móvel ornava o espaço com o mesmo padrão, desde a mesa robusta até o sofá de estofado de linho, cujas linhas acompanhavam o tom da madeira ao redor. Ainda assim, apesar do conforto evidente, eles estavam sentados no chão, em almofadas de tecido suave.
O garoto, se distraiu, dedicando a sua atenção aos brinquedos espalhados à sua frente. Entre suas mãos pequenas, um boneco de madeira girava, cativando por completo sua visão. Risadas leves ainda ecoavam pelo ambiente, reverberando entre as paredes de carvalho, até que a voz suave de sua mãe soou, cortando gentilmente o encanto da brincadeira.
— Ei, Re-chan, olhe para mim — a voz era doce, quase um sussurro.
Ele ergueu os olhos, desviando o olhar do brinquedo em suas mãos, e encontrou os de sua mãe, que o fitava com um sorriso calmo. A mulher inclinou a cabeça levemente para a esquerda, um gesto que sempre precedia algo importante.
— Você pode me prometer uma coisa? — perguntou ela, com um olhar carregado de ternura.
— Sim, mamãe! — respondeu o garoto, cheio de entusiasmo, ávido para ouvir o que viria a seguir.
Um sorriso caloroso tomou conta do rosto dela. — Você nasceu forte, sabia? Claro que sim, veio de mim afinal — brincou, exibindo o braço como se quisesse mostrar o músculo, com um semblante teatral de orgulho que arrancou uma risadinha do menino.
— E assim como eu, você precisa proteger aqueles que não tiveram a mesma oportunidade que você. — Com delicadeza, sua mão deslizou sobre o rosto suave de Regulus, descansando a palma em sua bochecha. — Talvez um dia você ache isso injusto, talvez as coisas saiam do controle, mas eu quero que prometa que vai continuar ajudando os outros.
Ela parou por um instante, deixando o peso daquelas palavras repousar suavemente no ar. — Se precisar de uma força... — sua voz tornou-se quase um sussurro enquanto seus dedos acariciavam a pele da criança —, eu vou estar aqui para te ajudar.
As bochechas de Regulus coraram intensamente, como se, por um momento, ele realmente acreditasse ser um herói invencível. Inspirado, bufou de animação, deixando o ar escapar pelo nariz e boca, enquanto sua destra se fechava com firmeza, empunhando uma determinação que parecia imensa para alguém de sua idade. Ele assentiu com a cabeça, uma convicção singular cintilando em seus olhos, como se aquela promessa o definisse dali em diante.
Shiori, ao ver toda a seriedade que seu pequeno demonstrava, não conseguiu conter uma risada suave. Seus lábios se abriram em um sorriso imenso, radiante, refletindo o amor incondicional que sentia por ele. Lentamente, sua mão deslizava da bochecha corada do filho até o topo de sua cabeça, onde seus dedos se entrelaçaram nos fios macios de seu cabelo, afagando-o com um cafuné carinhoso, como quem sela uma promessa feita para a vida inteira.
— Esse é o meu menino — murmurou ela, o olhar brilhando de orgulho, enquanto continuava a acariciar sua cabeça.
De fundo, numa postura tranquila, Shizuma observava a cena com um sorriso complacente, encostado na porta. Seus olhos capturavam cada detalhe da interação entre mãe e filho, como se quisesse eternizar aquele momento simples e terno em sua memória. Ao notar que a troca de palavras e carícias havia chegado ao fim, ele avançou suavemente, deixando-se ver completamente.
— Cheguei! — sua voz ecoou pelo cômodo, rompendo a leveza do instante.
Assim que o pequeno Regulus e sua mãe perceberam a presença acolhedora de Shizuma, ambos se levantaram rapidamente. Sem hesitar, o garoto correu para os braços do pai, um brilho de pura alegria em seus olhos. O homem, com um gesto natural, levantou o filho do chão e o colocou no colo, o abraçando com força, como se nada no mundo fosse capaz de quebrar aquele laço. A criança se aninhou junto ao peito do pai, seu pequeno coração batendo forte de emoção.
Não havia como negar, a cena que se desenrolava diante dele poderia ser considerada o verdadeiro nirvana de Regulus. O equilíbrio perfeito em sua vida, onde estava cercado por sua família, no lar que sempre considerou seu, um lugar que parecia utópico demais para ser real. Os olhos da criança, brilhantes e cheios de vida, se fixavam no homem e na mulher que tanto amava. Porém, em um instante, algo mudou. Ele piscou, e a imagem antes tão vívida se desfez.
A figura do pai, que antes se apresentava como um pilar de força e amor, agora se mostrava desvanecida. Shizuma não era mais aquele homem robusto e firme, mas uma sombra do que fora, com cabelos longos e despenteados, a barba mal feita e os olhos, outrora cheios de vigor, agora pareciam sugados pela vida. O lar, que outrora exalava calor e conforto, agora se via carcomido pelo tempo, os móveis cobertos por uma camada de poeira, testemunhas silenciosas do desgaste do amor.
E Shiori, sua doce mãe, não estava ali; apenas um retrato ao lado de flores murchas, lembranças de uma presença que agora se fazia ausente. O sorriso que iluminava seu rosto nas memórias tinha se apagado, e a dor da perda começou a rasgar o peito do garoto.
Uma lágrima escorreu do canto de seu olho, e, em um sobressalto, Regulus abriu os olhos, percebendo que tudo aquilo não passara de um pesadelo. Ele estava em sua cama, cercado por sombras suaves que dançavam sob a luz da lua que entrava pela janela. O silêncio do quarto contrastava com o turbilhão de emoções que se agitava dentro dele, enquanto a realidade se estabelecia novamente. O sonho se desfez, mas a tristeza que dele resultou permanecia, como uma marca indelével em seu coração.
Suas pálpebras desceram, mergulhando-o em uma escuridão absoluta. Tentou ignorar as visões de um passado distante, lembranças tão vagas que mal conseguia discernir sua formação e que ainda não tinha concebido a ideia da sua própria existência. Contudo, os fios avermelhados do sonho se espalhavam em sua mente como uma teia, não permitindo que encontrasse descanso. A inquietação tomou conta de seu corpo, agitado e inquieto. Regulus abriu os olhos mais uma vez, fitando o teto amadeirado que o cercava, enquanto as memórias se entrelaçavam com a realidade.
Permaneceu ali por alguns minutos, analisando as marcas de desgaste no madeiramento. Respirou fundo, sentindo uma agonia na garganta, seca demais para suportar o peso da noite. Mesmo sendo madrugada, a necessidade de um alívio se tornava insuportável. Sua cabeça latejava, resultado de ter permanecido por tanto tempo pressionado contra o travesseiro, e decidiu que não poderia mais se entregar àquela sensação sufocante.
Levantou-se da cama, os pés tocando o chão frio com um leve estremecimento. O silêncio da casa era ensurdecedorl, uma presença quase tangível que o envolvia enquanto caminhava em direção à cozinha. Cada passo parecia ecoar, e ele se esforçou para se mover suavemente, não quisesse perturbar a serenidade da noite. Ao chegar à pia, encheu um copo com água fresca e, ao primeiro gole, outra sensação o corroeu.
Deixou então o copo em uma pia qualquer, decidido a dirigir-se ao banheiro. O caminho era familiar, mas, naquela madrugada, cada passo parecia pesado, como se o chão estivesse tentando segurá-lo. Assim que entrou, fechou a porta atrás de si, criando um pequeno refúgio em meio à confusão da noite.
Depois de fazer rapidamente suas necessidades, encarou seu reflexo no espelho. A imagem que lhe devolveu era de um jovem cansado, com olheiras fundas que pareciam contar a história de noites mal dormidas e preocupações incessantes. Os traços de seu rosto estavam marcados por uma fragilidade que ele não se lembrava de ter. Um misto de frustração e tristeza invadiu seu peito, e ele se pegou questionando se ser um ninja era realmente o que queria.
Diferente de sua mãe, que ardia em desejo por essa vida, ele sentia-se como um náufrago, à deriva em um mar de obrigações que não eram suas. O peso do último pedido de sua progenitora parecia sobrecarregá-lo, e ele se perguntava qual era o sentido de realizar os sonhos de alguém que não estava mais ali para desfrutá-los. As lembranças da mulher que o criou e de suas promessas ecoavam em sua mente, misturando-se com um calor que percorria seu corpo, uma agonia melancólica que lhe deixava inquieto.
Ele não era tão forte quanto ela dizia. E, mesmo que fosse, qual era sua obrigação nisso? O mundo que aquela mulher defendia, pelo qual ela se sacrificou, o que ele realmente havia lhe oferecido além de rancor e frustração? Regulus lutava para compreender a paixão de Shiori por essa causa. Era um garoto jovem, inexperiente, mas já havia testemunhado o suficiente do lado mais sombrio da vida. O peso da perda ainda o acompanhava, a lembrança de sua mãe, que sucumbira à brutalidade da realidade shinobi, uma ferida aberta que nunca cicatrizaria completamente.
“Que droga”, resmungava mentalmente, a angústia se formando como um nó em seu peito. Ele queria entender, queria acreditar, mas a desilusão se espalhava como uma sombra em sua mente. Como alguém poderia lutar por um futuro que parecia tão distante e nebuloso? A luta de Shiori, por mais nobre que fosse, parecia irreconciliável com a dor que ele sentia. O mundo shinobi era um campo de batalha, e ele, um mero espectador, tentava encontrar seu lugar em meio ao caos e à perda.
Por um momento, Regulus se pegou pensando que seu pai tinha razão. Talvez houvesse sido um erro querer se tornar um ninja, insistir em perseguir o ideal de outra pessoa, em vez de forjar seu próprio caminho. O desejo de seu pai era simples, quase dolorosamente sincero: manter perto de si a única pessoa que ainda restava de sua família, protegê-la do mundo cruel que os cercava. Essa intenção, embora repleta de amor, se chocava com as aspirações do filho. Enquanto Regulus lutava contra suas dúvidas, o peso das expectativas familiares e a busca por um propósito tornavam-se cada vez mais difíceis de suportar.
Até que então, um ruído de madeira ecoou por todo o ambiente, passos profundos e pesados. O garoto reconheceu imediatamente a sonoridade familiar; sabia que era seu pai. Não precisou se preocupar com uma invasão, mas ficou surpreso por ele ainda estar acordado. Com passos cautelosos, saiu do banheiro e seguiu em direção ao quarto, onde encontrou Shizuma sentado à mesa, rodeado por uma quantidade de papéis. O homem estava tão absorto em seus estudos que não percebeu a aproximação do filho.
— Não consegue dormir? — perguntou Regulus, um tom brincalhão na voz, dando um pequeno susto no pai, que colocou a mão no peito, levando alguns segundos para se recompor e responder.
— Pelo visto estamos no mesmo barco — disse Shizuma, sua voz cansada soando como um sussurro que ecoava na noite silenciosa. — Teve algum pesadelo?
Regulus se surpreendeu. Como ele sabia? A pergunta pairou no ar, mas nada foi dito em resposta, e a ausência de palavras serviu como consentimento. A lembrança dos pesadelos que o assombravam fazia com que o garoto se sentisse exposto, vulnerável, mas ele não queria admitir isso.
— Quando você era mais novo, costumava ter pesadelos e normalmente não dormia até sua mãe ficar com você — continuou o progenitor, a voz baixa e melancólica, como se cada palavra carregasse o peso de lembranças passadas.
O silêncio que se seguiu foi pesado, e Regulus sentiu uma mistura de tristeza e nostalgia. Ele se lembrou dos dias em que sua mãe o acalmava, contando histórias e prometendo que tudo ficaria bem. Mas agora, tudo parecia diferente. Ele encarou os papéis espalhados na mesa, percebendo que eram relatórios e anotações, fragmentos da vida de seu pai.
— O que você está estudando? — questionou, tentando mudar de assunto, mas sua voz falhou um pouco.
— Ah, isso? Sobre o seu clã e da sua mãe — Shizuma puxou uma folha de papel com um símbolo que remetia a um redemoinho avermelhado, a imagem parecia vibrar sob a luz fraca do quarto.
Regulus arregalou os olhos, a surpresa estampada em seu rosto.
— Que? Meu clã? — O garoto não conseguia acreditar no que ouvia. As peças do quebra-cabeça que ele sempre quis montar começavam a se alinhar de maneira desconcertante.
— É?! — Shizuma respondeu, colocando a mão entre o nariz e a boca, uma expressão de espanto misturado com culpa se formou em seu semblante. — Eu nunca te contei nada… Né? Perdão.
O homem então se levantou da cadeira, sua silhueta se recortando contra a luz fraca do quarto. Ele se dirigiu a uma estante empoeirada e puxou um tomo pesado, suas páginas antigas parecendo quase relatar histórias esquecidas pelo tempo. O livro exibia, com orgulho, o mesmo símbolo do redemoinho que Regulus vira na folha anterior. Na capa, estava escrito em letras douradas: “A Origem do Redemoinho”.
Shizuma folheou algumas páginas, suas mãos trêmulas acariciando a textura desgastada do papel, como se temesse danificar a herança que agora revelava ao filho.
— Uzumaki Regulus, esse é seu nome, filho. Essa é sua linhagem — anunciou, sua voz grave carregando uma mistura de reverência e pesar. — Você a puxou de sua mãe. Era algo que ela deveria ter passado e te ensinado. Fiquei tanto tempo perdido em mim mesmo que acabei não podendo te entregar a sua herança. Se tiver algo que você precisa saber, com certeza está contido aí dentro.
Shizuma fechou o livro com um suave estalo, como se estivesse selando não apenas as páginas, mas também um capítulo da vida de Regulus. Ele entregou o tomo ao filho, que ainda estava em um momento de estupor, os olhos arregalados e a mente fervilhando com a revelação da sua nova realidade.
— Não vou te perdoar tão cedo por esquecer isso — murmurou Regulus, seu olhar caindo sobre a capa do livro, onde o redemoinho avermelhado parecia girar em sua mente, uma imagem que agora carregava um peso imenso. Havia uma fragilidade nas suas palavras, uma mistura de decepção e reconhecimento. — Mas… obrigado.
Os dias de Regulus passaram lentamente, imersos em um estudo profundo sobre suas origens. Ele buscava entender não apenas de onde vinha, mas também a história de sua querida mãe. Embora essa busca não fosse suficiente para lhe proporcionar uma compreensão completa dos sentimentos da falecida, era o que precisava para garantir sua própria sobrevida dentro da hierarquia shinobi.
Status
HP: 1.075/1.075• CK: 3.825/3.825 • ST: 00/06 • SK 12/50
Considerações- Spoiler:
Personagem: --.
Contador de Vício: 0/5 turnos.
Consideração: --.
Palavras: - 2.501(post).
Objetivo:- Filler: Troca de clã.
Velocidade: - 03. (Utilizado).
Força: - 00 (Não Utilizado).
Possível Regeneração/Recuperação:- Regeneração (000 HP) — Não Utilizado.
- Recuperação (302 CK) — Não Utilizado.
Gastos: -
Dano/Resistência: -
Velocidade dos Jutsus: - 10m/s (Rank-E)
- 14m/s (Rank-D)
- 18m/s (Rank-C)
- 22m/s (Rank-B)
- 42m/s (Rank-A)
- 42m/s (Rank-S)
- 42m/s (Mortais)
Possíveis Descontos: - Grande Controle de Chakra (-25% no Geral) — Não Utilizado.
- Perito Elemental: Doton (-50% no elemento) - Não Utilizado.
Possíveis Bonificações: - Ninshu (+200 de dano Ninjutsu) — Não Utilizado.
- 6 Ninjutsu (+200 de dano Ninjutsu) - Não Utilizado.
- Mestre elemental: Doton (+200 de dano Ninjutsu elemental: Doton) - Não Utilizado.
- Doton Defensivo (+100 de força) - Não Utilizado.
Armadilhas (Usadas]: - 00/04 [a cada dois turnos]
Armadilhas (Notadas):- 00/04 [a cada dois turnos]
Lançamentos Atualmente (Velocidade e Distância):- 4 m/s.
- 5 metros.
Bolsa Shinobi:Kunai(5)
Shuriken (5)
Makibishi (20)
Fios de aço (2m)
Fūma Shuriken (1).
Benção: —
- aparência e vestimenta:
Aparência Atual
Descrita em ficha. Traje padrão.
Usados
- Spoiler:
Equipamentos
Oroborosu no YoroiRank: S
Habilidades: Será resistente a técnicas de Raiton até rank-B e aumentará em +1 turno de durabilidade de seu usuário.
Descrição: Uma armadura de combate bastante única, embora semelhante as tradicionais shinobi. Esta armadura é de um amarelo-dourado, com uma serpente entalhada nascendo desde a base da armadura e se enrolando por toda ela, em cor preta, passando por ombros e descendo de volta até se consumir. Ela tem as mesmas bases de uma armadura tradicional no peso e espaço, mas com habilidades bastantes únicas. Acredita-se que era utilizada por Opus no passado.
Ofensivos [0/2]
Defensivos [0/3]
Manipulações [0/2]
Curinga [0/1]
Invocação [0/1]
Preparo [0/1]
Passivos [0/2]
Jutsu básico
Ativos