A tarde parecia tranquila no Quartel General de Iwagakure, apesar do mundo estar tomando um rumo curioso, para dizer o mínimo. A kunoichi, assim como mais um ou dois Shinobi, descansavam um pouco numa sala um pouco mais escura que disponha de redes penduradas entre as paredes. Ouviu-se um batido na porta que logo se abrira na sequência, deixando um feixe de luz externa entrar e iluminar parcialmente o rosto da kunoichi que tinha o sono interrompido. Era um jovem Genin com um ar de certa urgência.

— Biskka-san, você foi convocada na Sala de Estratégias. Há um algo para você — disse ele, com um tom formal.
— *Uuaah* Já não era sem tempo... — bocejou e logo assentiu, sentindo uma onda de antecipação. Levantou-se imediatamente, pegando suas armas e equipamentos sem perder tempo. O peso de suas bolsas de armas dispostas cada uma em uma coxa e da tantö nas costas lhe trazia uma familiar sensação de prontidão. Ao sair de seu alojamento, as paredes de pedra de Iwagakure pareciam mais imponentes do que o habitual, como se pressentissem o que estava por vir. Não demorou até chegar na sala, onde um Jönin a aguardava. O clima na sala era pesado, um misto de seriedade e urgência pairava no ar.

Considerações:

— Biskka, tenho uma missão crítica para você. Uma célula da resistência tem causado problemas nos arredores de Iwagakure, e nossos relatórios mais recentes apontam que eles são liderados por um mercenário contratado pela Família Mezu. — O Jönin falou enquanto abria um pergaminho com detalhes da missão. — A missão é simples: infiltrar-se, exterminar os membros dessa célula, e garantir que esse mercenário não continue a liderar ataques contra nossos interesses.

A menção à Família Mezu fez o sangue de Biskka ferver. Aquela família sempre esteve envolvida em subterfúgios e traições, e ouvir seu nome associado à resistência era como uma provocação direta. Seus olhos brilharam com uma determinação fria, algo que o Jounin não deixou de notar.

— O objetivo é eliminar o mercenário e desmantelar a célula. Não subestime o oponente; a Família Mezu não contrata qualquer um. Tenha cuidado. As informações que temos são escassas, mas a localização aproximada deles é nos arredores de uma antiga mina, nas montanhas.

Ela ouviu atentamente, enquanto o mais velho apontava a localização no mapa. A mina era um local estratégico e fácil de fortificar, o que significava que a resistência poderia estar bem preparada para uma emboscada. Apesar disso, a confiança de Biskka em suas habilidades não vacilava. Ela sabia que teria de ser rápida, precisa e letal.

— Eu cuidarei disso, heh — respondeu Biskka com firmeza, enquanto formava um sorriso e olhar selvagem — Imagino que... o uso de violência não será um problema, uh?! — O Jönin assentiu com a cabeça, não hesitando o mínimo sequer.

Considerações:

Com o mapa mental da área traçado, Biskka se dirigiu ao arsenal para pegar o equipamento necessário. Ela sabia que essa missão não seria apenas uma tarefa de extermínio; ela precisaria usar tanto de suas habilidades de infiltração quanto de combate. Além de kunais e shurikens, levou consigo algumas bombas de fumaça e pergaminhos selados com armas de reserva. Quando deixou o quartel, o sol começava a se pôr, tingindo o céu de um laranja profundo que refletia nas paredes rochosas da vila. Seu caminho seria pelas trilhas sinuosas das montanhas, um terreno que Biskka já conhecia bem após meses de treino isolado. Enquanto seguia pelas montanhas, a tensão da missão se misturava com sua excitação interna. O desejo de enfrentar inimigos à altura, de superar desafios que realmente pudessem testá-la, era um combustível para sua determinação. Sabia que a Família Mezu era perigosa, mas isso só fazia com que seu sangue ferver ainda mais. Ao chegar perto da antiga mina, as primeiras luzes do acampamento da resistência já eram visíveis. O local parecia estar mal guardado, apenas dois sentinelas patrulhavam a entrada, mas Biskka sabia que as aparências enganam. De sua posição oculta, entre as sombras das rochas, ela observou calmamente, calculando seus próximos movimentos.

Considerações:

Escondida nas sombras das rochas, Biskka estudava cuidadosamente o terreno. Os dois sentinelas que patrulhavam a entrada da mina pareciam despreparados, mas ela sabia que não podia confiar nessa falsa sensação de vulnerabilidade. Uma organização como aquela, ainda mais liderada por um mercenário da Família Mezu, nunca deixaria suas defesas totalmente expostas. Cada movimento seria crucial. Ela respirou fundo, sentindo o fluxo do chakra percorrer seu corpo. Precisaria de uma abordagem silenciosa e cirúrgica. Estar em desvantagem numérica não era problema, desde que o elemento surpresa estivesse ao seu lado. De sua posição, calculou o trajeto das patrulhas e o momento exato para agir. Com movimentos rápidos e precisos, ela deslizou entre as sombras, aproximando-se dos sentinelas sem fazer o menor ruído. O vento das montanhas soprava forte, mascarando qualquer som que pudesse denunciar sua presença. Quando um dos homens parou para se virar, Biskka viu a oportunidade.

Rapidamente, lançou duas kunais de forma precisa, atingindo ambos os sentinelas na garganta. Antes mesmo que pudessem emitir qualquer som de alarme, seus corpos caíram no chão, inertes. Biskka se moveu com agilidade em direção a eles. Ao se aproximar, esticou o braço direito e, canalizando sua Kekkei Genkai, produziu uma substância pegajosa e branca que se estendeu de seus dedos, agarrando os corpos dos sentinelas. A substância grudou-se neles firmemente, permitindo que Biskka os arrastasse sem esforço pelo terreno rochoso. Ela direcionou os corpos para uma grande rocha mais afastada e, com um rápido movimento, cobriu-os completamente com a substância pegajosa, solidificando-a em contato com o ar. Os corpos ficaram ocultos, envoltos pela rocha e pela substância, garantindo que nenhum vestígio fosse encontrado. Com a entrada agora livre e o caminho seguro, avançou em silêncio para dentro da mina, talvez encontrasse informações úteis para Iwagakure antes de exterminar tudo e todos ali dentro.

Considerações:

A kunoichi avançou cautelosamente pelo interior da mina, seus passos silenciosos ecoando apenas brevemente pelo túnel de pedra. A iluminação fraca proporcionada por tochas penduradas nas paredes projetava sombras vacilantes, criando um ambiente que exigia atenção redobrada. O ar ali dentro era pesado e úmido, com o cheiro característico de terra misturada com suor humano. Ela sabia que precisaria de mais informações antes de agir diretamente contra o líder da célula e seus subordinados. Enquanto se aprofundava no túnel, seus sentidos treinados captaram murmúrios mais à frente. Parou por um momento, encostando-se à parede áspera da mina, espiando pelas sombras. Havia um grande salão mais à frente, onde alguns homens se reuniam. Ela se abaixou e aproximou-se lentamente, tentando entender mais sobre o grupo. Lá dentro, Biskka pôde observar um grupo de homens e mulheres, talvez meia dúzia, conversando ao redor de uma mesa improvisada. Perto deles, caixotes de madeira estavam empilhados. Ela se abaixou ainda mais, seus olhos focados nas inscrições que havia nos caixotes. Eles pareciam carregar suprimentos militares: armas, kunais, shurikens, e o que parecia ser uma pequena quantidade de explosivos. A célula de resistência não estava apenas escondida; estavam se armando para algo maior. Entre os murmúrios, ela conseguiu ouvir o que parecia ser um resumo de suas operações. Eles falavam de "ataques coordenados" e mencionavam movimentações recentes nos arredores de Iwagakure. Parecia que eles estavam se preparando para atacar caravanas e rotas comerciais importantes, minando a estabilidade da vila aos poucos, com táticas de guerrilha. As palavras "Família Mezu" surgiram algumas vezes, sugerindo que, pelo menos aquele gruopo, estava sendo financiado diretamente pelos poderosos dessa família.

Considerações:

Ela notou que, além das armas convencionais, alguns dos membros ali presentes pareciam estar treinando o uso de ninjutsu. Um dos homens fazia selos com as mãos, criando pequenas esferas de vento que pairavam à sua volta, enquanto outro carregava uma grande espada presa às costas, sugerindo ser mais um especialista em taijutsu ou kenjutsu. Era um grupo diversificado, com habilidades diferentes — algo que poderia ser uma ameaça real caso coordenassem um ataque em larga escala. Biskka continuava analisando o local quando, de repente, uma movimentação chamou sua atenção. Um homem maior, com cicatrizes visíveis e uma postura altiva, entrou no salão. Ele não usava uniforme, mas seu porte e sua presença sugeriam autoridade. Pelas descrições que Biskka havia recebido, aquele deveria ser o mercenário líder, o homem que comandava a célula sob ordens da Família Mezu. O líder se aproximou da mesa e começou a falar com sua voz rouca e imponente, enquanto os demais membros ouviam atentamente. Biskka inclinou-se um pouco mais, forçando-se a ouvir. Ele mencionava um "plano de emboscada" e a importância de obter mais apoio antes do ataque final. Parecia que a célula ainda não estava no seu máximo, mas isso significava que Biskka tinha pouco tempo para impedir que os reforços chegassem. Ela precisava voltar com essas informações para o Quartel General, mas não sem antes garantir que os planos da célula fossem interrompidos. A resistência tinha recursos e armas suficientes para causar sérios danos a Iwagakure, e isso precisava ser neutralizado.

Considerações:

Manteve sua posição nas sombras, observando o grupo de mercenários e ouvindo atentamente cada detalhe da conversa. Sabia que aquele não era o momento ideal para atacar. Mesmo sendo uma guerreira habilidosa, a quantidade de inimigos e o nível de organização do grupo não permitiam um confronto direto naquele instante. Além disso, precisava de mais informações antes de agir. Ela recuou lentamente, seus pés deslizavam silenciosos sobre a pedra fria da mina. Ao afastar-se do salão, sentiu o ar mais leve, ainda que denso pela umidade e a poeira. Suas mãos suavam levemente, a adrenalina correndo em suas veias, mas sua mente estava clara e focada. Sabia que ainda havia mais segredos escondidos naquela caverna, e precisava explorá-la para descobrir o que mais esse grupo estava tramando.

Após caminhar por alguns minutos em direção a um túnel lateral, onde as tochas eram menos frequentes, Biskka ativou sua Kekkei Genkai, canalizando uma pequena quantidade de chakra Yoton em sua mão para manter uma luz discreta e seguir caminho sem chamar atenção. A luminosidade suave projetava sombras ao longo do túnel, permitindo que ela enxergasse o terreno rochoso à sua frente. Indo mais adiante, começou a notar que o túnel se ramificava em várias direções. Biskka seguiu com cautela, inspecionando cada corredor em busca de pistas que pudessem revelar mais sobre as atividades da resistência. Seu olhar atento captou detalhes sutis: trilhas de pegadas na terra, marcas nas paredes indicando a movimentação constante de materiais e, o mais interessante, pequenos símbolos riscados na pedra, como se fossem códigos para guiar os mercenários.

Considerações:

Continuando sua exploração, Biskka chegou a uma área mais ampla, com diversos caixotes empilhados ao redor de uma fogueira apagada. Aproximou-se silenciosamente e examinou o conteúdo de um dos caixotes. Dentro, encontrou mais armas e pergaminhos selados. Ela os desdobrou rapidamente e, ao passar os olhos pelas inscrições, notou que muitos continham mapas da região de Iwagakure e rotas detalhadas para ataques planejados. Alguns deles destacavam alvos específicos, como pequenos povoados e caravanas de suprimentos. Aquilo era crucial. Os mercenários estavam prestes a lançar uma ofensiva coordenada contra Iwagakure, e ela agora tinha uma visão clara da magnitude da ameaça. Biskka guardou um dos pergaminhos consigo, sabendo que essa informação precisaria ser entregue diretamente ao Quartel General.

Ainda assim, ela continuou avançando pelos corredores da mina, buscando mais informações que pudessem ajudá-la a entender o alcance total das operações da resistência. Seguiu adiante, com os sentidos em alerta, enquanto o ambiente da mina se tornava cada vez mais claustrofóbico. O túnel pelo qual avançava estreitava-se gradualmente, obrigando-a a se abaixar levemente para continuar. O som de gotejamentos e o ocasional eco de passos distantes reverberavam pelo local, aumentando a sensação de isolamento. Mas, aquilo já era demais para a garota. Ela estremeceu, travou e suor frio descia da sua testa enquanto rangia os dentes. Sua claustrofobia não lhe permitia ir mais além do que aquilo; então, era hora de um confronto direto.

Considerações:

O momento de agir finalmente chegara. Biskka sabia que não poderia mais adiar o confronto. Aquelas armas e planos precisavam ser interrompidos antes que se tornassem uma ameaça real para Iwagakure. Decidida, ela se ergueu das sombras, o olhar determinado e frio, ajustando sua postura para o combate iminente. Sem hesitar, retornou ao local onde havia avistado o grupo principal da resistência, junto ao mercenário que os comandava. Sua movimentação era rápida e precisa, e a adrenalina começava a pulsar em suas veias. Cada passo era calculado, e o som abafado de suas sandálias contra o chão rochoso mal podia ser ouvido. Quando chegou ao ponto estratégico, a visão que se desenrolava à sua frente confirmou suas suspeitas. Os resistentes estavam reunidos, discutindo os próximos passos com o mercenário à frente. Ele era uma figura imponente, seu corpo coberto de cicatrizes, o rosto endurecido pelas batalhas. Um guerreiro treinado, e alguém que sabia muito bem como organizar uma célula rebelde.

Era agora.

Sem dar qualquer aviso, Biskka executou uma série de selos de mão, os movimentos rápidos e fluidos como uma dança mortal. Seus dedos brilhavam com o chakra moldado, prontos para liberar uma das técnicas mais poderosas de sua Kekkei Genkai. Quando o último selo foi concluído, ela puxou o ar profundamente e o chakra fervente começou a se concentrar em sua garganta.

— Yōton: Funkyūgan no Jutsu! — bradou, sua voz ecoando pelas paredes da caverna.

Considerações:

De sua boca, uma massiva quantidade de lava incandescente foi expelida com fúria, avançando como uma onda avassaladora em direção ao grupo. O calor era sufocante, e a lava, espessa e pegajosa, se espalhava rapidamente pelo chão, pegando de surpresa alguns dos resistentes que sequer tiveram tempo de reagir. Os gritos de pânico encheram o ambiente enquanto os primeiros caíam, suas armas derretendo junto com o solo ao redor.

— Ma- QUE MERDA É ESSA?! — gritou um deles em pânico, surpreso.
— QUEM DIABOS É VOCÊ? — disse outro de lá, encarando a figura na entrada da câmara da mina. Biskka sorria largamente, quase insana e excitada.

A ofensiva era impiedosa. A lava tomava conta da sala, transformando o terreno rochoso em um inferno líquido. Ela observava com olhos afiados enquanto os membros mais fracos do grupo sucumbiam ao ataque inicial, sendo consumidos pelo calor abrasador. Mas seu foco principal estava no mercenário. Sabia que quem não conseguisse prever ou fosse apto o suficiente para evitar um ataque tão simples, não valeria a pena lutar. Diferente do homem alto e esguio, ele não era como os outros. Com um salto ágil, conseguiu evitar a primeira investida da lava, aterrissando em uma plataforma de rocha elevada que se mantinha intacta. Seus olhos encontraram os de Biskka, e por um breve momento, houve um silêncio tenso entre eles. De um lado, a kunoichi da Pedra Oculta devolvia o olhar com igual intensidade que lhe era depositado.

Considerações:

Com um sorriso malicioso nos lábios, já havia planejado sua próxima jogada. Ela sabia que a batalha dentro da mina não era a seu favor — o espaço confinado limitava suas opções de combate e técnicas. Então, ao invés de avançar, decidiu recuar. "Vamos ver até onde você me segue..." pensou, enquanto um brilho travesso passava por seus olhos. Lançando um olhar rápido para o mercenário, Kujira, ela riu alto, um som quase provocativo que ecoou pelas paredes da caverna. Sem mais delongas, Biskka se virou e disparou em direção à saída da mina, com passos rápidos e fluidos. O mercenário, furioso pela ousadia dela, não hesitou em segui-la.

— Covarde! — rugiu Kujira, sua voz grave reverberando pelo espaço. Ele rapidamente começou a formar selos de mão, liberando um jutsu em sua direção. — Suiton: Mizurappa! — gritou ele.

Uma poderosa onda de água pressurizada disparou em linha reta, mirando suas costas. Biskka, ainda rindo, saltou para o lado com uma leveza quase arrogante, escapando por pouco do golpe.

— Haha! É só isso que tem? — provocou ela, sua voz carregada de uma adrenalina crescente. Ela sabia que estava no controle. Ela queria que ele a perseguisse, queria que o confronto ocorresse ao ar livre, onde ela teria a vantagem. — Usuário de Suíton? Mas que merda.... — pensou, ainda em fuga.

Kujira, irritado com o tom brincalhão de Biskka, intensificou sua perseguição. Ele arremessava mais jutsus conforme corria, tentando acertá-la, mas a agilidade de Biskka e seu conhecimento do terreno montanhoso a mantinham sempre um passo à frente. Finalmente, ela saiu das cavernas e sentiu o vento fresco das montanhas bater contra seu rosto. Ela parou por um breve momento, o coração acelerado e a respiração pesada, mas ainda rindo baixinho. Virou-se para olhar o mercenário que surgia na entrada da mina, furioso. Ouvia Kujira se aproximando da saída da mina, o rosto do mercenário contorcido em fúria e determinação. Ela sabia que tinha o elemento surpresa a seu favor e não hesitou em agir. Assim que ele cruzou a limiar da caverna, Biskka rapidamente formou uma série de selos de mão com maestria e velocidade.

— Yōton: Funkyūgan no Jutsu! — bradou ela, enquanto uma enorme quantidade de lava explodia de sua boca, uma torrente quente e letal que se espalhava pelo chão à frente, correndo em direção a Kujira como uma onda de destruição.

A lava avançava implacável, brilhando em um vermelho ardente que contrastava com o cinza das rochas montanhosas. O calor era intenso, e Biskka esperava ver Kujira recuar ou, talvez, ser pego de surpresa. Contudo, o mercenário reagiu com uma rapidez surpreendente. Seus olhos se arregalaram por um breve momento, mas ele não hesitou. Com um único selo, ele gritou:

— Suiton: Suijinheki!

Uma enorme parede de água surgiu do solo à frente de Kujira, envolvendo a lava. A água, ao entrar em contato com o magma, produziu uma explosão de vapor, criando uma névoa densa e barulhenta ao redor dos dois combatentes. Mas o mais impressionante era que a lava, que deveria ter devorado tudo em seu caminho, começou a endurecer rapidamente sob o efeito da água fria, formando uma crosta sólida. Kujira emergiu da névoa com um sorriso confiante, observando a lava solidificada à sua frente. A parede de vapor entre eles dissipava lentamente, revelando Biskka ainda pronta para o próximo movimento, mas agora encarando o adversário com mais cautela.

— Tsc... Rápido demais... — murmurou ela, sentindo a empolgação crescer.

Considerações:

Kujira não perdeu tempo. Após neutralizar a investida inicial de Biskka com seu jutsu de lava, ele avançou com agilidade. Desembainhando sua katana, suas lâminas cintilaram no ar enquanto ele se aproximava, decidido a terminar o confronto rapidamente. O brilho nos olhos de Kujira mostrava a ferocidade de um guerreiro que sabia como explorar qualquer brecha. A kunoichi, porém, estava preparada. Com um selo rápido e um fluxo preciso de chakra, sua pele se revestiu de rocha sólida, ativando a técnica Iwa no Yoroi. Seus músculos se fortaleceram enquanto ela elevava o braço, defendendo a investida com uma confiança feroz. A lâmina de Kujira bateu contra a armadura de pedra com um impacto ensurdecedor, mas o golpe, que poderia ter cortado um oponente desprotegido, foi contido pela durabilidade de sua técnica. O choque reverberou por todo o corpo de Biskka, mas ela manteve-se firme, os olhos fixos no mercenário. Kujira, no entanto, não se abalou. Com um rápido movimento, ele saltou para trás, criando distância, e seus dedos formaram novos selos enquanto murmurava com precisão:

— Suiton: Mizurappa!

Um jato de água irrompeu de sua boca, atingindo Biskka em cheio. O impacto fez com que a armadura de pedra, resistente mas vulnerável à água, começasse a enfraquecer. O fluxo contínuo a encharcou, e o peso da água foi suficiente para debilitar sua técnica. A rocha que envolvia seu corpo começou a se desfazer, pedaços caindo ao chão enquanto a kunoichi era obrigada a desfazer o jutsu.

— Desgraçado...! — disse ela franzindo seu cenho. Ela recuou alguns passos, seus olhos avaliando rapidamente o terreno enquanto sentia o peso da batalha se intensificar. Kujira, no entanto, não lhe deu trégua. Sua velocidade era impressionante, quase sobre-humana, e ele não hesitou em persegui-la com uma ferocidade determinada. Cada movimento era calculado, cada passo firme e preciso. Sua katana brilhava sob a luz difusa das montanhas enquanto ele avançava, sua intenção clara. Contudo, em uma fração de segundo, ela concentrou seu chakra, canalizando a natureza pegajosa de sua Kekkei Genkai. Com um movimento rápido e preciso, sua mão direita brilhou com uma substância branca e pegajosa — Sekkai no Funjin. Num gesto fluido, ela lançou a substância em direção a Kujira. A substância se prendeu a ele, pegajosa e firme, agarrando seu corpo e interrompendo o avanço.

Kujira tentou resistir, mas Biskka já estava um passo à frente. Com um sorriso confiante, ela girou o braço com força, fazendo com que a substância grudada em Kujira o arrastasse em um giro violento. Ele foi puxado de maneira impiedosa, girando em 360 graus com velocidade impressionante. O som do vento cortando à medida que ele girava ecoou pelo campo, e num movimento final, Biskka o lançou contra uma rocha massiva.

Considerações:

O impacto foi devastador. Kujira foi lançado contra a rocha, que cedeu sob a força do golpe, rachando ao meio com um estrondo ensurdecedor. O mercenário grunhiu em resposta à dor que irradiava por seu corpo, sentindo o choque reverberar por seus músculos e ossos. No entanto, sua expressão não mostrava fraqueza; seus olhos brilharam em ira, recusando-se a ceder à dor. Ele lentamente se levantou, o corpo resistente, a respiração pesada, mas o espírito ferozmente intacto. Biskka, por sua vez, manteve-se firme. Seu olhar estava focado e sua postura pronta, como uma predadora à espreita do próximo movimento. Cada fibra de seu ser estava preparada para o que viesse a seguir. Ela sabia que Kujira não era um oponente fácil, mas sua confiança na vitória não vacilava.

De repente, Kujira moveu-se com uma velocidade surpreendente. Com um único gesto poderoso, ele quebrou a cal solidificada que o prendia, despedaçando a substância pegajosa com sua força bruta. Sem perder tempo, ele sacou sua katana, seus olhos fixos em sua oponente, e avançou. O choque de lâminas ecoou pelas montanhas quando Biskka puxou seu Tantö, a pequena lâmina brilhando sob o sol enquanto interceptava o ataque mortal de Kujira. Ele era superior no manejo da espada, suas investidas rápidas e precisas, forçando Biskka a recuar a cada golpe. Seus movimentos eram calculados, pressionando-a com golpes cortantes que exigiam dela o máximo de agilidade e foco. Biskka bloqueava e desviava como podia, usando sua agilidade para se esquivar das estocadas perigosas, mas cada golpe de Kujira vinha com uma força quase esmagadora. Ela sentia os impactos vibrando por seus braços a cada bloqueio com o Tantö, e, por mais que ela tentasse, sabia que sua habilidade com a lâmina não igualava à de Kujira. Apesar disso, ela não cedeu. A cada investida, seus olhos analisavam o ritmo de Kujira, buscando uma brecha. Sabia que não poderia vencer esse confronto direto com a espada, mas já começava a elaborar um contra-ataque.

Considerações:

O embate se intensificava a cada segundo. O som das lâminas cruzando-se ressoava pelas montanhas como trovões abafados, enquanto Biskka lutava para acompanhar o ritmo implacável de Kujira. O mercenário era hábil, seu domínio da katana era visível em cada golpe preciso e devastador. Ele avançava como um vendaval de aço, sua espada desenhando arcos mortais que exigiam de Biskka uma concentração total para desviar ou bloquear. A kunoichi estava em desvantagem clara no manejo da lâmina. A cada investida de Kujira, ela se via forçada a recuar mais e mais, seus braços tremendo ligeiramente com o impacto de cada defesa. O Tantö era menor e mais leve, ideal para rápidas investidas e contra-ataques, mas contra a katana imponente de Kujira, parecia insuficiente. Ele a pressionava com ataques que vinham de todos os ângulos – um corte de cima, seguido de uma estocada lateral e, em seguida, uma rotação que quase derrubou a lâmina de suas mãos.

Biskka grunhiu enquanto desviava mais uma vez, sentindo o vento do golpe roçar seu rosto. O suor já escorria por sua testa e seu coração martelava em seu peito, as batidas cada vez mais rápidas. Ela sabia que, se continuasse assim, acabaria perdendo o controle da situação. Kujira tinha uma vantagem clara no combate corpo a corpo, e cada vez que ele atacava, ela sentia suas próprias forças diminuírem. Ele não estava apenas tentando derrotá-la, estava tentando dominá-la, sufocando suas tentativas de resposta com pura habilidade e força.

— Ele não me dá um segundo para formar selos e revidar... — pensava consigo mesma.

Kujira sorriu, percebendo o cansaço da jovem kunoichi. Kujira avançava com outro golpe de sua katana que ela mal conseguiu desviar. A força por trás da lâmina empurrou da inimiga para trás, seus pés deslizando nas pedras irregulares do solo. Ela ofegou, sentindo o impacto reverberar por seu corpo. Não podia mais se dar ao luxo de continuar assim. Seus músculos ardiam e seu chakra estava começando a fluir de forma desordenada devido à pressão do combate. No entanto, ela não cederia à superioridade de Kujira. Biskka precisava de uma brecha, uma pequena oportunidade para virar o jogo. Enquanto ele avançava novamente, desta vez com um golpe vertical devastador, Biskka torceu o corpo para o lado, sentindo o fio da katana passar a poucos milímetros de seu ombro. Aproveitando a abertura, ela desferiu um contra-ataque rápido com o Tantö, mirando o lado desprotegido de Kujira. Ele foi rápido, porém, bloqueando o golpe com o cabo de sua espada e forçando-a a saltar para trás.

— Você vai ter que fazer melhor que isso! — ele provocou, girando a katana com destreza antes de avançar novamente.

Biskka sabia que estava ficando sem tempo. Seus reflexos a mantinham no combate, mas Kujira continuava implacável.

Considerações:

Pressionada pelo avanço implacável de Kujira, Biskka sentia o peso do combate sobre seus ombros. As lâminas se chocavam num ritmo frenético, o som metálico ecoando pelas montanhas, enquanto ela lutava para acompanhar a velocidade e a habilidade de seu oponente. Cada vez que sua tantö bloqueava um golpe, ela recuava um pouco mais, seus pés deslizando pelas pedras do terreno montanhoso. Kujira, por sua vez, mantinha o olhar fixo nela, sua katana cintilando sob o sol, pronta para a próxima investida. Biskka sabia que não poderia continuar assim por muito tempo. Precisava encontrar uma brecha, algo que pudesse mudar o curso da luta a seu favor. E foi nesse momento que uma ideia lhe ocorreu. Com uma rápida série de selos de mão, ela concentrou seu chakra em sua boca, preparando uma técnica que esperava forçar Kujira a recuar.

— Yōton: Sekkai no Fūjin! — murmurou, enquanto seu corpo exalava uma aura intensa de chakra.

A Ch6unin expeliu uma série de bolas de cal pegajoso em direção a Kujira. As esferas brancas voaram pelo ar, girando em espirais rápidas, prontas para colar-se ao mercenário. Surpreso com o ataque inesperado, Kujira deu um passo atrás, erguendo sua katana para desviar o primeiro projétil. A lâmina cortou uma das bolas de cal, mas a substância pegajosa se espalhou, forçando-o a continuar recuando, agora mais cauteloso. Ele sabia que se ficasse preso naquela substância, estaria vulnerável. Com um salto ágil, Kujira esquivou-se de mais algumas bolas que explodiram no chão ao seu redor, liberando fragmentos de cal solidificado que cobriam o terreno. Aproveitando a breve pausa criada pelo recuo de Kujira, Biskka rapidamente formou outro conjunto de selos. Desta vez, ela canalizou seu chakra Doton.

— Doton: Keijūgan no Jutsu! — disse em voz baixa, mas decidida.

Imediatamente, Biskka sentiu seu corpo ficar mais leve, como se a gravidade ao redor dela tivesse sido suavizada. Seus pés quase flutuavam sobre o solo, e ela, em um movimento ágil, impulsionou-se para o ar. Agora, flutuando levemente sobre o campo de batalha, ela tinha uma visão mais clara e estratégica do terreno e de seu adversário.

Considerações:

Biskka pairava no ar, controlada e focada, o chakra de sua técnica Keijūgan no Jutsu mantendo-a levemente suspensa. Ela sabia que o confronto com Kujira estava perto do fim, e que um movimento decisivo poderia encerrar aquela luta. O mercenário a observava de baixo, sua katana já erguida, preparado para desferir o golpe final. Ele não hesitaria em atacá-la diretamente. Com um impulso rápido, ela se lançou em sua direção, seus olhos fixos no inimigo à sua frente. Kujira, sem perder tempo, avançou também, sua lâmina brilhando à luz do sol enquanto cortava o ar em direção ao corpo de Biskka. O som agudo do metal se aproximava perigosamente, pronto para acabar com a luta.

— Kiahahah, agora eu te peguei! — sorria selvagem enquanto se aproximava.

Porém, no instante em que a katana de Kujira estava prestes a atingi-lá, o corpo dela se desfez — substituído por um simples tronco de madeira. O golpe acertou o objeto com um som seco e o tronco rachou em pedaços, enquanto o mercenário congelava por um breve momento, surpreso pela repentina troca.

— Kawarimi no Jutsu?! — Kujira percebeu o que tinha acontecido, mas já era tarde demais.

A verdadeira Biskka, aproveitando o momento de distração, havia reaparecido atrás dele. Rápida e mortal, ela não perdeu tempo. Com uma kunai firme em sua mão, ela avançou sem hesitar, deslizando a lâmina pela garganta de Kujira em um movimento preciso e calculado.

— Chega de brincar...

O mercenário soltou um grunhido sufocado, seus olhos arregalados em choque enquanto tentava processar o que havia acontecido. O sangue jorrou rapidamente, manchando sua armadura, e sua katana caiu ao chão com um som surdo. Ele tentou levar as mãos ao ferimento, mas já não havia mais tempo. Sua força o abandonava. Kujira caiu de joelhos, sua respiração ofegante e falhando a cada segundo. Biskka, ainda firme, observava com frieza. Em poucos instantes, o corpo do mercenário tombou para frente, sem vida. Com o inimigo derrotado, a Chünin limpou sua kunai e a guardou novamente. Sem perder tempo, ela estendeu a mão e tocou o chão ao seu redor, canalizando seu chakra. Pedras e rochas começaram a se mover, e com o uso de Doton, Biskka ergueu uma barreira sólida na entrada da mina, selando-a completamente. — Que lugar mais descarado pra fazer um esconrijo, huh

Voltaria para Iwagakure para reportar aos superiores o sucesso da missão.

Considerações: