Biskka caminhava em direção ao orfanato local, um lugar que sempre despertava nela um misto de nostalgia e responsabilidade. Embora suas mãos estivessem mais acostumadas a segurar kunais e manipular chakra, hoje sua missão era diferente: passar o dia oferecendo suporte emocional às crianças da Vila da Areia. Ao chegar, foi recebida pela cuidadora-chefe, uma mulher de meia-idade com um sorriso gentil. — Ah, Biskka! Que bom que você veio. As crianças estão animadas para conhecer uma verdadeira kunoichi. Ela sorriu anidamente de volta e entrou. O orfanato era simples, construído com paredes de barro e coberto por uma fina camada de areia trazida pelo vento. No pátio central, um grupo de crianças brincava alegremente, suas risadas ecoando pelo lugar. Assim que a viram, os pequenos correram em sua direção, curiosos e animados.

— Você é uma ninja de verdade? — perguntou uma garotinha de cabelos curtos e olhos brilhantes.
— Pode nos ensinar algum truque? — exclamou um menino mais velho, segurando uma bola de tecido.
— HAHAHA! Pode apostar que sim, para as duas perguntas! — Respondeu ela de forma animada enquanto mostrava seus braços musculosos e um largo sorriso, além de olhos brilhantes.

Ela começou organizando as crianças em pequenos grupos. Primeiro, ajudou os menores com algumas lições de casa. O solavanco das guerras e conflitos sempre deixava lacunas no aprendizado, e Biskka se dedicou a explicar os conceitos com paciência, usando exemplos práticos e desenhando na areia quando necessário. Ao ver os olhinhos se iluminarem ao entender uma conta matemática ou ao soletrar uma palavra difícil, sentiu-se grata por ter a oportunidade de compartilhar algo positivo. Depois, conduziu os mais ativos em um jogo simples. Utilizando um pouco de chakra, fez um pequeno redemoinho de areia dançar no ar, deixando todos boquiabertos. — Uau! Você é incrível! — gritaram em coro. Eles tentaram imitá-la, movendo as mãos no ar, e embora não tivessem sucesso, riram e se divertiram com as tentativas.

Com o passar do tempo, a Shinobi percebeu que, apesar de suas habilidades como ninja, o que realmente importava ali era sua presença e atenção. As crianças, muitas delas órfãs por causa de conflitos e missões perigosas, só queriam um momento de normalidade. Ela leu histórias, ajudou a organizar os brinquedos e até brincou de esconde-esconde pelos corredores estreitos do orfanato. Quando o dia começou a chegar ao fim, as crianças se reuniram ao seu redor, algumas mais tímidas, outras mais extrovertidas, todas com sorrisos sinceros e rostos cansados. — Você volta outro dia? — perguntou a garotinha de antes, segurando a mão de Biskka.

— Claro, voltarei sempre que puder! — prometeu.

Ao sair do orfanato, ela sentiu um calor diferente dentro de si, algo que não tinha a ver com o sol escaldante de Sunagakure. Talvez, naquele dia, ela tivesse feito mais do que apenas cumprir uma missão.

Considerações: