Quando finalmente passou pelos Portões de Konoha, o céu tingido de laranja e rosa enquanto o sol começava a despontar. A estrada que se estendia noroeste serpenteava entre árvores imponentes, suas folhas dançando suavemente com a brisa matinal. Cada passo ecoava em sua mente, um lembrete do desafio que o aguardava. E a nítida inexperiência em rastreio ou caça faziam-no cauteloso em cada passo, mas nunca perdendo a autoconfiança.

Enquanto caminhava, ele refletia sobre a missão: uma criatura estranha, aterrorizando os arredores de Konohagakure, avistada em diversos pontos que coincidem nos arredores de um lago conhecido na região. A dúvida o acompanhava; não tinha as habilidades de um caçador, mas sua determinação pulsava mais forte que o medo. Ele parou por um momento, observando o caminho à sua frente. Precisava de um plano.

A ideia de atrair a criatura começou a se formar em sua mente. “Se todos os avistamentos são em povoados ao redor do lago, talvez eu consiga vê-la bebendo água em algum momento.”, pensou. Ele decidiu que, ao chegar ao lago, procuraria por alimentos que poderiam despertar o instinto da besta. Com a mente mais tranquila, Teishiki continuou sua caminhada, imaginando o cenário e preparando alguma espécie de armadilha mentalmente.

No primeiro quilômetro da estrada, ao noroeste, avistou o corpo dágua descendo a colina. Desceu cautelosamente o morro, atento ao chão para não tropeçar em galhas ou raízes e, enfim, ao se aproximar do lago, seu coração acelerou. Ele se agachou à beira da água, examinando o ambiente. Com cuidado, começou a coletar algumas frutas silvestres ao redor, sua mão se movendo de forma firme e decidida. Colocou as frutas em um pequeno monte na margem, na esperança de que o aroma se espalhasse.

Depois, recuou alguns passos, procurando um local que lhe oferecesse uma boa visão. O som da água corrente e o canto dos pássaros criavam uma trilha sonora natural que acalmava seus nervos. Ele respirou fundo, escondendo-se atrás de um arbusto denso, os olhos fixos no lago. A expectativa misturava-se à ansiedade, mas a determinação de Teishiki não vacilava. Ele estava ali, pronto para enfrentar o desconhecido.

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O tempo parecia se arrastar enquanto Teishiki permanecia escondido, os olhos fixos no lago. De repente, uma sombra escura passou rapidamente pela borda da água, fazendo seu coração disparar. Uma criatura de aparência estranha emergiu, com escamas iridescentes que refletiam a luz do sol em um caleidoscópio de cores. Suas garras longas e curvadas eram tão afiadas quanto lâminas, e os olhos, grandes e amarelos, brilhavam com um brilho predador. As proporções do corpo eram desiguais; um lado parecia mais desenvolvido, enquanto o outro era mais esquelético. Teishiki mal teve tempo de reagir antes que a criatura, sem se importar com as frutas espalhadas, se dirigisse em sua direção.

Sem aviso, a besta avançou, desferindo um ataque inesperado. Teishiki, alerta pela respiração ofegante da criatura ao seu lado, conseguiu se esquivar por um triz, sentindo o vento cortante da garra passar perto de seu rosto. O combate se iniciou, um jogo mortal de esquivas e ataques, onde Teishiki lutava com todas as suas forças. Cada movimento era acompanhado por uma dor crescente, seus músculos exigindo mais resistência a cada golpe. Pequenos cortes e arranhões se acumulavam em sua pele, mas a determinação em seu coração ardia.

Horas se passaram, e a luta parecia não ter fim. Teishiki sentia seu condicionamento físico recém-treinado sendo testado até os limites. Ele se lembrava das longas horas de treinamento, e cada golpe da criatura se transformava em um lembrete da importância de cada sessão de prática. Sua respiração estava ofegante, e a dor pulsava em seus braços e pernas, mas a força não o abandonava.

Finalmente, com um movimento rápido, ele se lembrou do Kanashibari no Jutsu. Com as mãos firmemente posicionadas, ele canalizou seu chakra e, num instante, uma corrente invisível parecia se prender à criatura, imobilizando-a. A besta se contorcia, mas não conseguia se mover, seus músculos travados sob a força mágica. Teishiki observou a criatura, agora em silêncio, enquanto a adrenalina diminuía.

Com cautela, ele se aproximou, estudando suas feições e as marcas em seu corpo. A criatura não parecia ter malícia, apenas instinto. Ao olhar ao redor, notou rastros na terra fofa que cercava o lago, pegadas profundas que indicavam a direção de onde ela veio. A curiosidade tomou conta dele. Ele não poderia executá-la, não sem entender mais. Determinado, Teishiki começou a examinar as marcas, percebendo que a criatura vinha de um local mais distante, talvez de uma caverna ou densa floresta que ele ainda não conhecia. "Pelo que li nos depoimentos anexados ao informe da missão, há um ninho dessas aberrações em algum lugar nos quadrantes ao redor do lago." Enquanto pensava, sacou um par de folhas de menta da bolsa de armas e começou a mastigar, refrescando o hálito. "Essa é minha melhor opção se quiser encontrá-lo..." Deu alguns passos paralelos à direção da trilha de pegadas, quase se esquecendo da criatura parada perto de si; consequência de sua empolgação pela localização desconhecida.

Por fim, ele para e vira-se para a criatura imobilizada, sacando uma kunai da bolsa de armas, com um semblante insensível, como se fosse, afinal, só mais um animal naquela selva...

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Teishiki observou a criatura caída, a adrenalina ainda pulsando em suas veias. Com a kunai em mãos, hesitou enquanto tentava encontrar o ponto certo para finalizar o trabalho. O sangue espirrou, manchando seu uniforme e suas mãos enquanto ele lutava para conseguir a precisão que faltava. O processo foi desajeitado; ele mal sabia onde atingir e, após alguns cortes confusos, finalmente conseguiu finalizar a vida da criatura com um furo no peito e, posteriormente remover uma garra dianteira. Ao segurá-la, sentiu um misto de alívio e nojo, percebendo que a bagunça o deixara completamente sujo.

Após guardar a garra como prova, Teishiki se concentrou na trilha de pegadas que o levaria ao ninho. As marcas eram visíveis na terra fofa, mas a inexperiência em rastreamento tornava a tarefa desafiadora. Ele se agachou, examinando as pegadas com atenção; algumas eram profundas, outras mais rasas, indicando que a criatura havia se movido de maneira apressada. Determinado, ele começou a seguir o caminho, cada passo exigindo foco para decifrar as pistas que a natureza deixara. A trilha o levou por entre árvores densas, o ar fresco carregando o cheiro da terra úmida. O som das folhas farfalhando e o canto distante dos pássaros faziam o ambiente parecer vivo, mas também confuso. Ele forçou-se a observar as marcas no chão, tentando entender o padrão de movimento. “Se eu seguir as pegadas, posso encontrar o ninho”, pensou, repetindo isso mentalmente para se encorajar.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ele avistou uma abertura entre os arbustos. Era uma caverna de médio porte, a entrada discreta se escondia quase que perfeitamente na vegetação. O coração de Teishiki disparou; ele sabia que estava próximo de descobrir algo importante. Com cautela, ele se aproximou, movendo-se silenciosamente para não alertar nenhuma possível presença dentro.
A entrada da caverna era baixa, e ele teve que se espremer para entrar. Assim que o fez, a escuridão o envolveu, e o ar fresco e úmido o cercava. À medida que avançava, o espaço se expandia, revelando uma câmara mais ampla. O chão era irregular, coberto por rochas e terra solta. Ele se concentrou em cada passo, atento a qualquer som que pudesse indicar a presença de filhotes.

Após alguns minutos explorando a caverna, sons finos começaram a se fazer ouvir. Eram grunhidos suaves, quase lamentosos, mas carregados de uma certa urgência. Teishiki parou, a respiração presa na garganta. Ele percebeu que, se aquelas eram as vozes de filhotes, a mãe poderia não estar longe. A ideia de que aquela criatura poderia ser a mãe deles fez seu coração se aquietar por um instante. O cheiro de sangue ainda pairava no ar, e ele sabia que isso poderia deixá-los ainda mais agitados.

Com cuidado, ele se aproximou do som. A caverna se alargava e, ao avançar, Teishiki avistou um ninho improvisado, feito de galhos, folhas secas e peles. No centro, ele viu três pequenos filhotes, suas escamas ainda moles e brilhantes, se contorcendo em um amontoado desordenado. Eles eram menores que a criatura adulta que ele havia enfrentado, mas as garras já começavam a se formar, e os olhos, ainda fechados, pulsavam com uma cor azul intensa.

Os filhotes pareciam agitados, e o som que emitiram aumentou em intensidade ao perceberem sua presença. Teishiki hesitou. Ele se lembrou do que havia feito à mãe deles e se perguntou se O PAI poderia estar por perto também. O ambiente se tornava mais carregado à medida que ele contemplava suas opções.

Decidido a não agir impulsivamente, Teishiki observou os filhotes com atenção, e depois as paredes do ninho ao redor deles. Seu cérebro inteligente parecia matutar e esquematizar algo.

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Os filhotes, com suas escamas brilhando à luz difusa da caverna, começaram a perceber que o cheiro que os cercava não era o da mãe, mas sim de um intruso. O agito inicial se transformou em inquietação, e logo os pequenos se levantaram, suas garras afiadas reluzindo. Teishiki sentiu o peso do momento: eles estavam prontos para hostilizá-lo.

Com cuidado, ele retrocedeu, evitando se aproximar o suficiente para que os filhotes o atacassem. Observou os movimentos desajeitados deles, ainda lutando para coordenar suas pequenas extremidades. Cada passo que davam era hesitante, mas a determinação em seus olhos revelava um instinto de defesa feroz. Ele respirou fundo, usando essa pausa para calcular seu próximo movimento.

A mente de Teishiki começou a trabalhar rapidamente. Ele se lembrou das tarjas explosivas que havia trazido. Eram pequenas, mas seu potencial era imenso. Com um movimento ágil, ele retirou uma delas do bolso e, mantendo a atenção nos filhotes, posicionou-a em um ponto estratégico. Os filhotes se agitavam, dando pequenos passos na direção dele, mas seus movimentos eram limitados. Teishiki se posicionou de maneira a manter distância, a kunai firme em sua mão, pronto para reagir.

Ele rapidamente montou um estratagema, colocando mais tarjas explosivas ao longo da caverna, criando uma cadeia que ligava cada uma à próxima. A adrenalina pulsava em seu corpo enquanto ele se concentrava, cada movimento sendo calculado. Os filhotes se aproximavam, suas garras levantadas, mas Teishiki, ágil e focado, se esquivava com facilidade.

Assim que finalizou a última carga explosiva, sentiu um movimento rápido à sua direita. Uma das criaturas, já mais confiante, lançou-se em sua direção. Com reflexos rápidos, Teishiki levantou a kunai, bloqueando o golpe com um estalo metálico. A força do ataque quase o desequilibrou, mas ele se recuperou rapidamente. Com um poderoso chute, ele repeliu o filhote, atrasando sua investida e mantendo-se à frente.

Os outros filhotes hesitaram por um instante, o ataque falho causando confusão. Essa foi a chance que Teishiki precisava. Ele não perdeu tempo; virou-se e correu em direção à saída do túnel. Os filhotes, ainda desajeitados e confusos, não conseguiram se levantar rapidamente, dando a ele uma vantagem preciosa. O eco de suas garras contra o chão se misturava com os sons de suas respirações agitadas, mas ele não olhou para trás.

Ao alcançar a entrada da caverna, o ar fresco e iluminado o saudou. A determinação pulsava em seu coração enquanto ele se afastava, consciente do que estava prestes a acontecer. Com um último olhar para a escuridão atrás de si, Teishiki acelerou, cruzando a entrada e desaparecendo na vegetação densa, enquanto a caverna começava a tremer e o estrondo da primeira explosão permeava o ar; ele pôde ouvir um grunhido agudo logo entre a primeira explosão e a segunda...

E então, a terceira, e a sequência se iniciava.

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Depois do caótico espetáculo audiovisual de desmoronamento, poeira e detritos, fumaça e barulhos estridentes, Teishiki parecia estasiado, mas não havia euforia nessa vitória. A exaustão o atingiu como uma onda, seus músculos se contraindo em protesto. Ele estava tão cansado que mal conseguia sustentar a kunai em suas mãos. O chakra que normalmente vibrava em seu interior parecia um sussurro distante, e até mesmo o ato de formar uma técnica simples era uma tarefa monumental. Ele se sentia como se estivesse carregando pedras em vez de músculos.

Ao seguir a trilha familiar em direção ao lago, seus passos se tornaram pesados e arrastados. Cada movimento exigia um esforço hercúleo, e o caminho que antes parecia fácil agora se estendia como um interminável deserto. A vegetação ao redor se transformava em borrões de verde, e o canto dos pássaros se tornava um eco distante em sua mente turva.

Quando finalmente avistou o lago, um pequeno impulso de alívio o envolveu. Ele se agachou à beira da água, quase caindo de joelhos, e mergulhou as mãos na superfície fresca. A água era um bálsamo; ele inclinou a cabeça e bebeu com avidez, sentindo a umidade refrescante escorregar pela garganta. Cada gole parecia revitalizá-lo um pouco, mas não o suficiente para dissipar a nuvem de exaustão que o cercava.

Após saciar sua sede, Teishiki se levantou com dificuldade, a visão girando por um momento. Ele sabia que precisava retornar à estrada principal, mas cada passo parecia um desafio a ser superado. O trajeto de pouco menos de um quilômetro se tornava um teste de resistência. Os músculos ardendo sob o peso de suas ações passadas, ele caminhava lentamente, como se a gravidade tivesse aumentado em seu corpo.

O tempo se arrastava; cada metro percorrido parecia uma eternidade. Ele contava os passos, desejando que cada um o levasse mais perto de Konoha, mas a realidade era cruel. O som da água corrente, que antes lhe oferecia conforto, agora parecia zombar de sua lentidão. Teishiki lutava contra a fraqueza, suas pernas tremendo levemente a cada passo, enquanto a visão do vilarejo se tornava mais clara, mas ainda tão distante.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ele avistou a estrada principal. O chão estava coberto por folhas secas e o cheiro familiar da terra o envolveu. Com um último esforço, ele se arrastou até o início da trilha que levaria de volta à sua vila. O coração pulsava descompassado, e a mente fervilhava com pensamentos de descanso e recuperação.

Ao cruzar o limite de Konoha, um misto de alívio e satisfação o invadiu, mas a dor e a exaustão permaneciam. Teishiki sabia que precisava se recuperar, mas por agora, estar de volta era um consolo valioso, mesmo que seu corpo implorasse por um descanso que parecia ainda tão virtual; ainda faltavam alguns metros até os portões, e muitos outros até sua casa perto do batalhão da Keimu Butai —

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Teishiki finalmente avistou os Portões de Konoha, um marco que, antes, trazia alívio instantâneo. Agora, porém, a visão era misturada com um cansaço que o quase derrubava. Ele parou um instante, apoiando-se contra uma das colunas de madeira, sentindo a tremedeira nas pernas. O ar fresco e familiar parecia mais pesado, e o som dos guardas conversando à distância se tornava um eco distante em sua mente fatigada.

Antes de atravessar os portões, sabia que precisava registrar sua missão. Com esforço, retirou o makimono de seu bolso, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto desenrolava o pergaminho. A garra da criatura estava cuidadosamente guardada em um pequeno compartimento, e ele a retirou, admirando a forma afiada e ameaçadora. Com a kunai, ele começou a anotar os detalhes da missão: a localização do lago, o enfrentamento da criatura, e a destruição do ninho que ele havia deixado para trás.

A cada palavra que escrevia, sentia o peso da exaustão se intensificar. A caneta escorregava um pouco em suas mãos suadas, mas ele forçou-se a manter o foco. Aquela documentação era seu comprovante de que não apenas havia completado a missão, mas também enfrentado desafios que testaram seus limites. Ele anotou cada detalhe com precisão, ciente de que isso o ajudaria nas missões futuras.

Com o relatório finalizado, ele se levantou, a garra agora fixada com cuidado ao lado do texto. O caminho até o Prédio do Hokage parecia mais longo do que nunca. Cada passo era um esforço; a sensação de desmaio ameaçava a cada momento. Ele se movia lentamente, arrastando os pés, enquanto tentava se lembrar dos conselhos que recebera sobre manter a mente focada, mesmo em momentos de fraqueza.

As ruas de Konoha, que costumavam ser vibrantes e cheias de vida, agora pareciam um borrão de cores. Teishiki se esforçava para não se perder em pensamentos de cansaço, focando no objetivo: entregar seu relatório. Finalmente, ao chegar ao prédio, a imagem da entrada se apresentava como um oásis, mas ainda assim, ele teve que parar para respirar fundo, tomando um momento para recuperar um pouco de energia antes de entrar.

Dentro, o ambiente era agitado, com shinobis indo e vindo, mas ele se dirigiu diretamente ao setor de missões. A recepcionista, uma mulher de cabelo preso e olhar atento, olhou para ele com uma expressão que misturava preocupação e curiosidade. Teishiki se aproximou, ofegante, e estendeu o makimono, o peso da garra ainda o lembrando da batalha.

"Missão concluída." ele disse, a voz quase falhando. Enquanto a recepcionista aceitava o relatório, ele sentiu que a pressão sobre seus ombros começava a aliviar, mesmo que a exaustão ainda estivesse presente.