Hakuryuu Kinsetsu

Finalmente de volta à rotina de costume, Hakuryuu sentia-se muito mais leve graças à solução do mistério acerca da doença do Kazekage. Com a informação devidamente assegurada dentro de sua cidadela, tudo parecia seguir muito bem. Aliás, sabia de antemão que, inclusive, a resposta sempre estivera bem abaixo do nariz dos três de Kinkotsu no Mori: o Senju tinha células que poderiam curar a doença que inevitavelmente ceifará o Kage.

Próxima vez que algum médico competente o suficiente reaparecesse, fosse Nobara ou não, teria certeza de marcarem algo na Cidadela do Deserto. Lá, poderia fornecer os conhecimentos necessários a eles e, então, executar o transplante necessário.

Eventualmente interrompido por um aviso enviado ao seu escritório, Kinsetsu imediatamente se dirigiu para a bancada do chefe do departamento.

Denúncias e relatos, envolvendo um mascarado misterioso, não paravam de chegar. Ao que tudo indicava, o sujeito parecia simplesmente vagar sem rumo por diversas das pequenas vilas circundantes de Suna, causando uma destruição inexplicável das coisas ao redor. Além disso, seus reflexos apuradíssimos dificultaram toda e qualquer tentativa de captura. Temeroso quanto à natureza dos poderes do homem, o chefe quis que Hakuryuu partisse imediatamente para não apenas reunir mais informações, mas também confirmar o que já sabiam antes de tentarem uma ofensiva maior. Afinal, não sabiam o que esperar de tais poderes misteriosos e grande capacidade em taijutsu que o homem portava.

Palavras: 229

Legenda:
Falas do Hakuryū: — Texto — descrições. | Pensamentos do Hakuryū: "Texto" — descrições.
Falas do Nanabi: — Texto — descrições. | Pensamentos do Nanabi: "Texto" — descrições.

Hakuryuu Kinsetsu

Com as informações disponíveis ao departamento devidamente memorizadas, Hakuryuu vestiu um manto para ocultar as vestes, não deixar a bandana tão facilmente visualizável e partiu imediatamente para o portão de suna.

Grato pela proteção ao sol dada pelo capuz, após algumas dezenas de minutos de viagem deserto adentro, Kinsetsu avistou finalmente a última das vilas satélites em que o encapuzado misterioso havia sido visto. Não foi difícil identificar seu rastro, afinal era como se uma grande vala tivesse sido escavada por onde ele havia passado. Algumas casas estavam partidas ao meio, muitas barracas de comerciantes locais estavam aos pedaços. No entanto, àquela altura, os habitantes já pareciam estar na fase de reconstrução.

Para ele não era nenhuma dificuldade determinar a direção para onde o criminoso havia seguido. Ele não parecia minimamente interessado em ocultar seus rastros, afinal. Todavia, considerando a periculosidade da situação, era melhor seguir as orientações do departamento. Então, começou a reconstruir os passos passados do sujeito, "revertendo o tempo" para ver se aprendia mais sobre a identidade daquela pessoa.

Kinsetsu chegou a conversar com alguns dos civis lesados pela onda de destruição, e fora o que já sabia pelo testemunho, chegou a adquirir informações, que talvez pudessem ser úteis no futuro. Alguns apenas haviam relatado que o criminoso parecia desolado: não prestava atenção a nada nos arredores, apenas caminhava ao esmo, ignorando todos os obstáculos adiante. Fosse um prédio inteiro ou uma simples barraquinha, ele simplesmente o atravessava, ruindo tudo e emergindo intocado do outro lado. As únicas situações que viram movimentos mais complexos, foram quando outros shinobis tentaram agarrá-lo. Os civis sequer conseguiam acompanhar seus movimentos evasivos e, inexplicavelmente aos seus olhos, após as evasões os guardas eram arremessados para longe.

Palavras: 285

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Hakuryuu Kinsetsu

Entretanto, em meio às diversas vilas que visitou nessa regressão, uma figura um tanto atípica acabou chamando sua atenção.

— Oh não! Oh não! — um idoso magro e mau trapilho, jogado ao chão na lateral do rastro, clamava. — Aquele olho… O fim está próximo, jovem! O FIM ESTÁ PRÓXIMO! — desesperado, esticou a mão na direção de Kinsetsu.

"Ih… Esse aí já foi com deus e ficou só o resto" — rindo, Nanabi comentou antes que Haku pudesse pensar direito.

Até teria aprovado mais da piada, não fosse pelo desconserto causado pela menção a um olho, ou olhar. Não que já supusesse tratar-se de um doujutsu. Longe disso. Entretanto, mesmo pessoas consideradas insanas talvez pudessem ter algo a contribuir. Bastava filtrar bem as informações para ver o que podia ter fundo de verdade e, quem sabe, não conseguisse mais alguma pista valiosa.

— O que aconteceu? — aproximando-se e agachando próximo dele. — Está machucado? — indagou logo em seguida, porém, ao ver uma área arroxeada considerável em um dos lados do seu tórax.

Haku elevara a mão envolta pelo chakra verde medicinal, tocando próximo dos arcos costais do sujeito. O impacto causado pelo criminoso poderia ter quebrado algo. Não era bom em diagnósticos, já que não era médico, mas podia aplicar algum jutsu curativo por desencargo de consciência. O velho agradeceu.

— Eu vi. Quando ele passou perto de mim, eu vi pelo furo da máscara! Ele tinha aquele olho! — amenizada a dor, o homem em roupas negras rasgadas se levantou.

— Desculpe, mas do que você está falando? — absolutamente confuso, Hakuryuu continuou a indagar.

— O olho supremo! — aparentando estar desesperado, ele agarrou o manto de Kinsetsu pelo colarinho. — A marca do messias! Do enviado dos céus! D’Aquele que se lembra dos seis mundos! O Rinnegan!! — desesperado, o homem de idade soltou o manto, ligeiramente nervoso por achar que Haku não estava acreditando.

"..." — bastante atenta ao ocorrido, a bijuu permaneceu silenciosa, ligeiramente desconsertada. Desatento, contudo, Haku não teve como perceber quaisquer reações por parte da Nanabi.

E, bem, Kin estava realmente com um pé atrás quanto aquilo. Sabia da existência de técnicas oculares, e que havia uma enorme variedade delas. Ocultos por íris normais ou não, geralmente tomavam cores distintas e, apesar de todos parecerem compartilhar da habilidade de ver chakra, cada um parecia ter um conjunto de habilidades bem distinto. Os exemplos que primeiro lhe vinham à mente eram os olhos brancos dos Hyuuga e os vermelhos dos Uchiha. Não os conhecia por nome, então não podia atestar se realmente existia um "Rinnegan". No entanto, não descartava a hipótese do homem ter realmente visto um desses olhos incomuns que carregam poderes especiais.

Palavras: 434

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Hakuryuu Kinsetsu

Curado, após agradecê-lo, deixou-lhe algo em torno dos 50.000 ryōs em sua mão e partiu.

"Esquisito. Ficou todo calado do nada, Nanabi" — estranhando eventualmente o silêncio da besta, contraiu o cenho enquanto ia embora.

"Tive uns flashbacks…" — em tom pensativo, a voz da bijuu respondeu. — Bom, sorte minha que não é nada que seja da sua conta, Hakuryuu" — seco, cortou antes que Kin pudesse perguntar sobre a memória.

Não esperava menos de Nanabi. Contudo, estava surpreso por ter sido chamado pelo nome.

Seguindo o sentido contrário dos rastros, Hakuryuu continuou avançando por algumas horas. A noite se aproximava e não havia sinais de estar próximo do fim do rastro. O criminoso parecia ter vagado sem rumo por dias. Entretanto, no seu ritmo acelerado de rastreio, Haku acabou não cogitando a possibilidade de alcançar algum outro interessado no assunto, que rastreasse mais lentamente.

Eventualmente, notou e foi notado por uma figura de manto e chapéu que também parecia estar seguindo aqueles rastros. Para Kinsetsu, no entanto, aquele chapéu, mesmo no escuro, tinha um formato característico inconfundível.

"Akagi!" — Arregalando os olhos, Kinsetsu imediatamente elevou seus poderes magnéticos.

Optando por maior discrição, ativou apenas o Jisei-Kyō no Myaku. Quaisquer mantos da besta de cauda, apesar de bem vindos, causar-lhe-iam grande problema. Não sabia se aquele agente conseguiria escapar dali e, fosse o caso, queria que o mínimo de informação possível fosse vazada sobre aquele fato. Sendo assim, tomou sua postura típica: preparou-se para defender e, então, rapidamente contra-atacar.

Ao que o Akagi sacou sua espada e avançou na direção de Hakuryuu, numa clara intenção de dividí-lo em dois, Kin imediatamente convocou sua sakin. Erguendo um Escudo de Pó de Ouro triplo, mesclados por rápidos movimentos de mão na forma parede quadrada de alguns metros entre si e o inimigo, esperou atentamente pelo som dos metais se chocando. Tendo se preparado ao emanar algum pó de ouro no chão alguns metros adiante da parede, ao que o retumbar metálico aconteceu, ergueu seu contra-ataque.

Dois enormes paralelepípedos, na vertical, colados lado a lado, formando uma espessa parede da morte avançaram contra o próprio escudo de Haku. Novamente, outro som metálico pode ser ouvido e, em seguida a ele, o baque abafado do corpo moribundo contra a areia.

Tendo desfeito seus construtos de uma vez, em meio à nuvem de pó dourado, agachou para estudar melhor o corpo do sujeito. Revistando-o seus bolsos, não demorou a encontrar um papel contendo uma gravura bastante antiga do que parecia um daqueles olhos especiais. O globo ocular era roxo, com pelo menos quatro linhas circulares concêntricas ao redor da pupila. Imagem que não lhe era totalmente estranha. Já tinha visto aquele tom e padrões específicos em grandes lutas do passado. Não conhecia seu nome ou suas habilidades específicas, entretanto começou a pensar que o desespero do velho talvez não fosse tão infundado assim. Afinal, havia visto apenas um exemplar daquilo em dois dos ninjas mais poderosos que conseguia pensar.

Palavras: 465

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